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bens culturais
A Bahia é berço de cultura e ancestralidade, tendo suas manifestações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura (Minc). Nesta quarta-feira (12), o órgão disponibilizou para os cidadãos um portal online onde a população pode ter acesso aos bens culturais imateriais registrados como Patrimônio Cultural do Brasil. Na lista, podem ser conferidos o Ofício das Baianas de Acarajé, Roda de Capoeira, Literatura de Cordel e outras manifestações culturais baianas. Confira:
SAMBA DE RODA DO RECÔNCAVO
Presente em todo estado da Bahia, o Samba de Roda do Recôncavo é uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva da cultura popular brasileira. De acordo com o Iphan, seus primeiros registros, já com esse nome e com muitas das características que ainda hoje o identificam, datam dos anos 1860. Essa manifestação cultural traz referências dos africanos escravizados e seus descendentes.
O Samba de Roda pode ser realizado em associação com o calendário festivo — caso das festas da Boa Morte, em Cachoeira, em agosto, de São Cosme e Damião, em setembro, e de sambas ao final de rituais para caboclos em terreiros de candomblé.
Foto: Reprodução / Iphan
OFÍCIO DAS BAIANAS DE ACARAJÉ
O acarajé é uma comida tradicional da culinária baiana, tendo sua produção e venda em tabuleiros das chamadas baianas de acarajé, com bolinhos de feijão fradinho feitos com dendê e ligados ao culto dos orixás, amplamente disseminado em Salvador. A iguaria da culinária local é feita de maneira artesanal. Segundo informações do Iphan, a receita tem origem no Golfo do Benim, na África Ocidental, tendo sido trazida para o Brasil com a vinda de escravos dessa região.
Foto: Reprodução / Iphan
OFÍCIO DOS MESTRES DE CAPOEIRA E RODA DE CAPOEIRA
Presente em todo território brasileiro e em mais de 150 países, a capoeira possui variações regionais e locais criadas a partir das chamadas “capoeira angola” e “capoeira regional”. Conforme a autarquia, o Ofício dos Mestres de Capoeira é exercido por aqueles que possuem os conhecimentos tradicionais desta manifestação e responsáveis pela transmissão oral das suas práticas, rituais e herança cultural.
Amplamente difundida no Brasil e no mundo, a prática da capoeira depende dos mestres para transmitir esse conhecimento, que é transmitido de modo oral e gestual, de forma participativa e interativa, nas rodas, nas ruas e nas academias.
Foto: Reprodução / Iphan
LITERATURA DE CORDEL
O Cordel passou a ser empregado no Brasil no final da década de 1950 e atualmente é conhecido por suas composições em versos. Com referências europeias, esse segmento artístico está diretamente vinculado com a cultura poética do Nordeste do país e suas narrativas orais, a cantoria, o repente, a embolada, a glosa e a declamação ensejaram a criação de estruturas formais para os poemas, facilitando a memorização dos versos.
Foto: Reprodução / Iphan
BEMBÉ DO MERCADO
Essa é uma celebração que possui religioso e cívico realizada no dia 13 de maio, data da Abolição da Escravatura no Brasil. Conhecido como um “Candomblé de Rua”, o Bembé do Mercado é realizado anualmente por um conjunto de terreiros no Largo do Mercado, no município de Santo Amaro, região do Recôncavo Baiano.
Foto: Reprodução / Iphan
REPENTE
O Repente figura entre as manifestações culturais mais representativas do Nordeste desde o século XIX e se difundiu por outras regiões do país. Esse segmento artístico constitui um diálogo poético em que dois repentistas se alternam cantando estrofes improvisadas, ao acompanhamento de violas. De acordo com o Iphan, a composição poética, mantém vínculos históricos com a literatura de cordel, com a qual divide a tríade estruturante centrada na métrica, rima e na oração.
Foto: Reprodução / Iphan
MATRIZES TRADICIONAIS DO FORRÓ
Baião, o Xote, o Arrasta-pé, o Xaxado, o Coco, o Forró e a Toada são tipos de dança associados a este repertório. As “Matrizes Tradicionais do Forró” possuem um conjunto de elementos vinculados a celebrações, ludicidade, saberes e objetos. Conforme descrito pela autarquia, os registros conhecidos, no início do século XX, remetem a festa popular com música e dança. Na segunda metade do século XX, a palavra assumiu também o sentido de um tipo específico de música, cantada ou instrumental, para ouvir e para dançar.
Foto: Luiz Santos / Iphan
FESTA DO SENHOR BOM JESUS DO BONFIM
A Festa do Senhor Bom Jesus do Bonfim integra o calendário litúrgico e o ciclo de Festas de Largo da cidade de Salvador, e é realizada anualmente, sem interrupção, desde o ano de 1745. Segundo o Iphan, sua origem remonta à Idade Média, na península ibérica e tem fundamento na devoção ao Senhor Bom Jesus, ou Cristo Crucificado. A celebração reúne ritos e representações religiosas, além de manifestações profanas e de conteúdo cultural, durante onze dias do mês de janeiro, com início após o Dia de Reis.
Foto: Reprodução / Iphan
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Após anunciar a restauração da estátua de J. J. Seabra, no Comércio (clique aqui), a Fundação Gregório de Mattos (FGM), entidade vinculada à prefeitura de Salvador, contratou uma empresa especializada para executar serviços de restauro em outros três monumentos da capital baiana. Com um investimento de R$ 187.792,50, a FGM contratou, com inexigibilidade de licitação, o Studio Argolo Antiguidades e Restaurações para restaurar os bens culturais “Meninas do Brasil”, conhecidas como "As Gordinhas", em Ondina; Símbolos do 2 de Julho (Caboclo, Cabocla e suas carruagens, inclusive as rodas, Panteão de Pirajá, Herma de Labatut), no Largo da Lapinha; além de Estátua de Visconde de Cairu e Monumento à Riachuelo, ambos no Comércio. De acordo com publicação no Diário Oficial do Município, o serviço tem o prazo de execução de três meses.
Cerca de R$ 30 milhões serão empregados em obras de restauração e proteção de bens culturais na Bahia, através de convênio firmado pelo do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) com o Ministério do Turismo (MinTur). “Para o interior inscrevemos a consolidação da secular Escola Agrícola de São Francisco do Conde (1877), primeira da América Latina, além de investimentos nos patrimônios culturais de Cipó, Ilhéus, Maragojipe, Santo Amaro e Cachoeira”, explica o diretor geral do Ipac, João Carlos de Oliveira, sobre alguns dos nove projetos inscritos no Sistema de Convênios do Governo Federal (Siconv).
Em Salvador, o Ipac inscreveu ainda a restauração completa do Palácio da Aclamação (1917) e a instalação de biblioteca e café no Museu de Arte da Bahia (MAB), que integra o programa de requalificação de museus do instituto. João Carlos acrescenta ainda que o órgão conseguiu aprovar captação de recursos pela Lei Rouanet para o Aclamação, além do restauro do Museu do Recôncavo (Candeias), através do Prodetur Baía de Todos os Santos. A restauração do Palácio da Aclamação está orçada em R$ 12 milhões e as requalificações no MAB, em R$ 600 mil. A primeira etapa da Escola Agrícola de São Francisco do Conde é orçada em R$ 6 milhões. Já os investimentos para bens culturais de Cipó, Ilhéus, Maragojipe, Cachoeira e Santo Amaro somam mais R$ 11,6 milhões.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.