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Fazendo novas alegações sobre casos de manipulação de resultados, o presidente do Botafogo, John Textor, foi denunciado nesta quarta-feira (3) ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) após não comprovar sobre as informações que diz ter a respeito da manipulação de resultados no futebol brasileiro. O julgamento ocorre no dia 15 de março, na primeira comissão disciplinar do tribular. Em caso de condenação, Textor pode pagar uma multa e ser suspenso.
O mandatário do Alvinegro Carioca foi denunciado dentro de dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e são eles:
- Artigo 220-A, inciso I: Deixar de colaborar com os órgãos da Justiça Desportiva e com as demais autoridades desportivas na apuração de irregularidades ou infrações disciplinares. Pena: multa de R$ 100 a R$ 100 mil, com fixação de prazo para cumprimento da obrigação.
- Artigo 223: Deixar de cumprir ou retardar o cumprimento de decisão, resolução, transação disciplinar desportiva ou determinação da Justiça Desportiva. Pena: multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Parágrafo único. Quando o infrator for pessoa natural, a pena será de suspensão automática até que se cumpra a decisão, resolução ou determinação, além de suspensão por noventa a trezentos e sessenta dias e, na reincidência, eliminação.
No mês de março, John Textor afirmou ter provas, incluindo gravações de árbitros, de que diversas partidas teriam sofrido por manipulação de resultado nos anos de 2021,2022 e 2023. Após as declarações, a procuradoria solicitou a abertura de inquérito para colher as informações.
O presidente do STJD, José Perdiz de Jesus, foi quem acolheu o pedido e determinou que Textor juntasse as informações que tinha no prazo de três dias. O norte-americano chegou a se manifestar, mas não apresentou as provas.
Mauro Marcelo de Lima e Silva, relator responsável por processar o inquérito, pediu por um novo prazo de entrega do presidente do Botafogo, que novamente não foi cumprido. No dia 14 de março, o caso foi levado ao pleno em sessão que votou em unaminidade pela competência da Justiça Desportiva para a apuração dos fatos. A maioria dos votantes não referendaram a suspensão de Textor, mas o presidente será julgado.
A novela em torno das declarações de John Textor parecem ainda não terem acabado. Em mais um episódio na tarde desta segunda-feira (11), o Palmeiras emitiu um comunicado oficial rebatendo as alegações feitas por Textor e as considerou como "irresponsáveis" e "levianas".
No último sábado (9), o mandatário do Botafogo divulgou em seu site oficial um vídeo onde fala sobre uma suposta manipulação de jogos no Campeonato Brasileiro e cita como exemplo uma partida disputada pelo Palmeiras.
"O relatório da manipulação de resultados é relacionado a um jogo que terminou em 2022, era um jogo do Palmeiras. Parece que o Palmeiras não estava envolvido. Era Palmeiras x Fortaleza. Essa evidência foi enviada para a CBF, não sei quem estava envolvido nisso, eu não estava envolvido", relatou o norte-americano.
Em nota, o Palmeiras repudiou as acusações e afirmou que irá tomar medidas contra as falas de John Textor. Confira:
"A Sociedade Esportiva Palmeiras informa que tomará todas as medidas legais cabíveis – nas esferas civil, criminal e esportiva – contra o dono da SAF do Botafogo, John Textor, para que ele responda pelas declarações irresponsáveis e levianas que, recorrentemente, têm envolvido o nome do atual bicampeão brasileiro.
A nossa história de 109 anos é pautada pela ética e pelo respeito aos adversários e entidades. Se Textor tem informações sobre a prática de atos ilícitos no futebol brasileiro, que as apresente imediatamente aos órgãos competentes, incluindo os públicos.
Aceitar a derrota, por mais dolorida que ela seja, é o primeiro passo a ser dado por quem almeja se reerguer. Vale lembrar que, no ano passado, sofremos uma dura eliminação na semifinal da Libertadores, mas a superamos rapidamente porque tivemos autocrítica e não terceirizamos culpas.
Em vez de administrar um momento de instabilidade com a frieza que se espera de um empresário, porém, Textor prefere se portar como um caricato cartola à moda antiga.
Ressaltamos o nosso mais profundo respeito pelo Botafogo de Futebol e Regatas, clube centenário com o qual tivemos o privilégio de disputar, em 2023, um dos mais emocionantes Brasileiros da história."
As declarações de John Textor, dono da SAF do Botafogo, sobre suposta manipulação de jogos no Campeonato Brasileiro têm gerado grande repercussão. No último sábado (9), Textor mencionou em vídeo divulgado pelo seu próprio site, que possui um áudio em sua posse, sugerindo um caso de corrupção no futebol brasileiro, mas não apresentou provas concretas. Confira vídeo abaixo:
Todo pronunciamento de John Textor. Basta ouvir. pic.twitter.com/p6tM6az5FF
— Informa Fogo (@informafogo) March 10, 2024
"O relatório da manipulação de resultados é relacionado a um jogo que terminou em 2022, era um jogo do Palmeiras. Parece que o Palmeiras não estava envolvido. Era Palmeiras x Fortaleza. Essa evidência foi enviada para a CBF, não sei quem estava envolvido nisso, eu não estava envolvido", afirmou Textor.
Textor também trouxe à tona a existência de uma gravação que alegadamente contém evidências substanciais de corrupção no futebol brasileiro. Segundo ele, a partida mencionada na gravação ocorreu em "uma divisão menor".
"As pessoas costumam falar de corrupção e colocam os jogadores no meio o tempo todo porque é mais fácil. Primeiro, alguém foi pago para levar um cartão amarelo. Não é nem ilegal. As pessoas descobrem, pedem desculpas. Na época daquela gravação, que estava nas mãos do governo, tinha um relatório de manipulação de resultados, isso também tinha sido produzido, acredito que tinha sido enviado e já fornecemos evidência disso para o tribunal", disse o norte-americano.
Detalhando sobre o conteúdo da gravação, Textor revelou: "Recebi uma gravação de um funcionário ligado à CBF. Foi validado e autenticado. Foi falado para mim, por autoridades de confiança, não foram jornalistas, nem agentes. Também estão na mão da polícia e estiveram nas mãos de governantes por um ano. Foi em uma divisão menor, é um jogo conhecido por nós. Tem um técnico, um time, pessoas que autenticamos".
O empresário ainda acrescentou um relato intrigante sobre um árbitro, que teria expressado desapontamento por não conseguir manipular o resultado de um jogo como planejado.
"Tem a gravação de um árbitro dizendo que estava triste de ter perdido dinheiro porque o jogo que ele estava tentando manipular não tinha ido do jeito que ele estava tentando influenciar. Ele foi específico: ele deu 1 minuto no relógio e deu um pênalti que não deveria e o atacante bateu o pênalti na trave. Ele reclamou, dizendo que fez tudo que foi possível. É de um sotaque carioca, vocês vão saber melhor que eu, isso nos permite identificar de qual árbitro é", revelou.
As declarações de Textor geraram debate e especulação no meio esportivo brasileiro, mas até o momento não houve confirmação ou conclusão sobre a veracidade das acusações feitas pelo empresário. A CBF e outras autoridades competentes devem investigar o assunto para esclarecer a situação. Segundo a STJD, o mandatário do Botafogo tem dias contados para enviar as provas que o mesmo provou ter.
Nem tudo foi tensão no jogo da última quinta-feira (9) entre Bahia e Cuiabá. Autor de um dos gols do Dourado dentro da Arena Fonte Nova, o atacante Deyverson foi um personagem à parte no duelo. Seja entregando uma camisa ao torcedor tricolor, cavando uma falta e até negando educadamente uma cervejinha. Foi o que ocorreu ao fim do jogo. Longe das bebidas alcóolicas, o camisa 16 reafirmou o seu lado religioso durante entrevista na zona mista do estádio.
"Levei na esportiva. Ele mostrou o copo de cerveja e falei para ele que não, que agora sirvo ao Senhor. O Senhor não concorda que se embriaguem. Falei que não porque estou servindo um Deus maravilhoso e viver sem cerveja está sendo maravilhoso", disse, em entrevista ao BN na Bola.
O jogador fez elogios aos mais de 30 mil fãs tricolores e fez votos de que o Esquadrão de Aço consiga se salvar do rebaixamento. A derrota do Tricolor complicou muito a situação da equipe na tabela do Brasileirão.
Deyverson falou com a imprensa após a partida vencida pelo Cuiabá | Foto: Ulisses Gama / Bahia Notícias
"Não teve xingamento. A torcida do Bahia me respeitou muito. Me chamaram para foto, me aplaudiram. Não teve nenhuma vaia. Tá de parabéns a torcida do Bahia, me respeitou, respeitou meus companheiros, o clube que jogo... Ficaram chateados com os jogadores deles, é normal, torcedor é emoção. Espero que eles passem por essa turbulência, que é uma grande equipe, com grandes jogadores, mas quero valorizar o meu grupo. Desde o início a gente tava pressionando, jogando bem, com humildade, sabendo que aqui é difícil. Não é o Deyverson, Pitta, nem o Ronaldo, é o Cuiabá. É o grupo", disse.
"Fico muito feliz por isso. Já fui criança, quis conhecer grandes jogadores. Já tive essa euforia de conhecer, fazer cartaz, tirar foto. Quando tô em campo, sou jogador. Mas fora dele sou ser humano. Espero estar próximo, tirar foto, conversar. Ninguém me xingou. Em outros estádios, algumas pessoas passam do ponto, mas aqui foi diferente", completou.
O Cuiabá manteve a fama de visitante indigesto e subiu aos 44 pontos, praticamente garantindo a permanência na elite. O Dourado volta a jogar neste domingo (12), às 18h30, contra o Fortaleza na Arena Pantanal.
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