Artigos
Quarto dos Fundos
Multimídia
André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Entrevistas
"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
campo da polvora
A ideia de construir um túnel subterrâneo ligando o Centro de Salvador ao bairro do Comércio, por parte da prefeitura da capital baiana, vai para a geladeira. Ao menos, o equipamento deve ficar para um capítulo futuro nos planos da gestão municipal. Isso porque na última semana a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas decidiu rescindir o contrato com a empresa responsável pela elaboração do projeto e estudos de viabilidade do túnel, após a finalização das etapas iniciais.
A empresa em questão é a Sanehatem Consultoria e Projetos LTDA, que chegou a entregar à prefeitura um documento com detalhes do projeto da chamada "passagem urbana". No escopo do planejamento, constam estudos e anteprojeto de engenharia de duas passagens subterrâneas (A e B). A primeira ligando o Campo da Pólvora à Ladeira da Montanha e a segunda ligando a estação da Lapa ao Terminal da Barroquinha.
No termo de rescisão contratual, a Seinfra informa que as duas partes chegaram ao entendimento de forma amigável e a partir de agora "não mais haverá qualquer obrigação" da empresa e da gestão do prefeito Bruno Reis. Por fim, o documento estabelece ainda que é "expressamente proibida" a execução de quaisquer objetos do contrato por parte da contratada. O termo foi assinado no último dia 17 de janeiro pelo secretário Luiz Carlos.
A rescisão ocorre um mês depois de o prefeito de Salvador ter pedido novos ajustes no projeto para tentar tirar a construção do papel. Os estudos de viabilidade dos túneis foram entregues a Bruno Reis ainda em novembro, e, no mês passado, o gestor fez novas recomendações.
Ao Bahia Notícias, a Secretaria de Infraestrutura informou que "a empresa foi contratada para elaboração dos estudos de viabilidade, geológicos, sondagens, tipografia, projeto da obra, dentre outros". "Os elementos já levantados desde o início das atividades da empresa são suficientes para licitar a obra, caso o recurso seja viabilizado. A gestão está avaliando as possibilidades de captação de recursos para, posteriormente, decidir sobre a continuidade da execução do projeto", completou a pasta.
LEIA TAMBÉM:
O TÚNEL
A ideia de construir um túnel subterrâneo com quase 1 km no Centro de Salvador avançou no primeiro semestre de 2023. Em março, a prefeitura a prefeitura fechou contrato com a Sanehatem para a elaboração do projeto. A ideia era ligar o Campo da Pólvora - nas proximidades da Arena Fonte Nova - ao bairro do Comércio, próximo ao Plano Inclinado Gonçalves. A iniciativa da gestão tentaria integrar toda essa região, onde se localiza o porto da cidade, o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo, ao metrô de Salvador.
Segundo o documento, na saída do túnel localizada no bairro Comércio - especificamente, na Rua Guindaste dos Padres -, seria construído um “edifício de apoio” para a operação da passagem subterrânea. Para a construção, o estudo previa a desapropriação de três lotes na região.
A edificação também tinha a previsão de instalar cafeterias, sanitários com acessibilidade, lojas e uma área administrativa. A ideia era que o local fosse a porta de entrada de um “boulevard”: uma espécie de área de trânsito preferencial de pedestres, admitindo, eventualmente, o tráfego local de veículos, semelhante às “ramblas” de Barcelona.
Finalizado desde o início de novembro, o projeto que estuda a viabilidade de construção de um túnel ligando o Campo da Pólvora ao bairro do Comércio, em Salvador, vai passar por novos ajustes. A proposta, que foi entregue ao prefeito Bruno Reis (União) ainda no mês passado, ganhou um novo aditivo e a empresa responsável pelos projetos básico e executivo de engenharia terá mais 60 dias para incluir novos detalhes sobre a obra.
Segundo o secretário de Infraestrutura e Obras Públicas, Luiz Carlos, o aditivo para prorrogação do prazo é para atender pedidos do prefeito da capital baiana, que fez novas recomendações em relação ao projeto do túnel. Ao Bahia Notícias, o titular da Seinfra ressaltou que apesar do encaminhamento do projeto, tirar a obra do papel depende de "outros fatores".
"Essa prorrogação, a gente está esperando a empresa cumprir com as entregas. É um projeto desafiador, tem uma escavação de 920 metros, quase 1 km, atingindo uma profundidade de 52 metros em um sítio histórico, em que você deve ter todo um cuidado. O método de escavação não é o mesmo que você aplica em um túnel que vai passar veículo, que está em uma outra região menos sensível. Não é uma coisa simples, a gente apresentou ao prefeito, ele fez as ponderações. Para isso, a gente precisava desse aditivo de expansão de prazo para que a empresa pudesse entregar com as determinadas recomendações do prefeito. Agora vamos aguardar porque fazer o projeto é o primeiro passo, a obra vai depender de outros fatores", disse.
No mês passado, Luiz Carlos informou que o projeto foi realizado de forma conjunta com outras instituições, inclusive o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e a proposta precisou passar por algumas adequações. "A estação, por exemplo, precisou ser relocada porque a gente pensava em fazer a estação na Rua 12 de Outubro [Pelourinho] contudo o espaço é apertado e o Iphan só autoriza ali um pavimento e a gente precisa subir um pouco mais", disse.
Além disso, informações apuradas pelo Bahia Notícias apontam que o processo para executar a obra é "lento". Caso o projeto de fato avance,a intervenção precisaria ser feita com uma espécie de "micro explosões" por conta da fragilidade da região e reduzir a chance de eventuais impactos sofridos ao longo da obra. Ainda de acordo com as informações, inicialmente a previsão é que as intervenções durem entre 24 e 36 meses.
O TÚNEL
A ideia de construir um túnel subterrâneo com quase 1 km no Centro de Salvador avançou no primeiro semestre de 2023. Em março, a prefeitura a prefeitura fechou contrato com a Sanehatem Consultoria e Projetos para a elaboração do projeto. A ideia é ligar o Campo da Pólvora - nas proximidades da Arena Fonte Nova - ao bairro do Comércio, próximo ao Plano Inclinado Gonçalves. A gestão tem a pretensão de integrar toda essa região, onde se localiza o porto da cidade, o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo, ao metrô de Salvador.
Segundo o documento elaborado pela Sanehatem, na saída do túnel localizada no bairro Comércio - especificamente, na Rua Guindaste dos Padres -, deve ser construído um “edifício de apoio” para a operação da passagem subterrânea. Para a construção, o estudo prevê a desapropriação de três lotes na região.
A edificação, que abrigará a saída da passagem subterrânea, também deverá ter cafeterias, sanitários com acessibilidade, lojas e uma área administrativa. A ideia é que o local seja a porta de entrada de um “boulevard”: uma espécie de área de trânsito preferencial de pedestres, admitindo, eventualmente, o tráfego local de veículos, semelhante às “ramblas” de Barcelona.
O Boulevard, que tem projetos de iluminação, arborização e mobiliário próprios, possuiria ainda travessias elevadas, para separar das vias que dão acesso a ele, de modo a reduzir a velocidade dos veículos que transitam por ali, visando garantir mais segurança aos transeuntes do local.
O secretário de Infraestrutura de Salvador, Luiz Carlos, disse que o projeto do túnel subterrâneo que liga o Campo da Pólvora ao Comércio deve ser entregue em setembro.
Durante conversa com a imprensa na manhã desta terça-feira (22), o titular da Seinfra informou que algumas mudanças na proposta original precisaram ser feitas por determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
"Tivemos algumas interferências no dialogo com o IPHAN, porque quando vamos fazer um projeto que está dentro de uma área de interferência do órgão, você tem que consultá-lo e eles deram o ok. No decorrer temos que ir mostrando o projeto acatando as considerações, ou ponderando alguma coisa que o IPHAN não tenha entendido, então isso demanda tempo. A estação, por exemplo, precisou ser relocada porque a gente pensava em fazer a estação na Rua 12 de Outubro [Pelourinho] contudo o espaço é apertado e o IPHAN só autoriza ali um pavimento e a gente precisa subir um pouco mais. Então, até o final do próximo mês acredito que a gente já tenha esse projeto executivo pronto, o que significa que estará em condições de licitar e posteriormente fazer a obra", justificou o secretário.
O vereador licenciado desconversou sobre o empréstimo de R$ 300 milhões que a Prefeitura de Salvador pretende fazer. Informações obtidas pelo Bahia Notícias apontam que parte do valor seria destinado à obra do túnel. O Executivo aguarda análise da Câmara Municipal para contrair a quantia, e a expetativa é de que o pedido seja votado pelos vereadores nesta terça.
"O prefeito não comentou sobre o empréstimo de R$ 300 milhões. Fato é que nós tínhamos um empréstimo anterior de US$ 125 milhões e existia um conjunto de projetos que estavam dentro deste projeto, inclusive o túnel. Tem outros projetos que são tocados pela Fundação Mario Leal Ferreira, pela Seinfra e outros projetos que o prefeito não me disse quais eram as necessidades especificas, mas cabe a mim fazer o projeto e tocar", comentou.
A prefeitura de Salvador está estudando a construção de um túnel subterrâneo de 960 metros de extensão para pedestres, ligando o Campo da Pólvora – nas proximidades da Arena Fonte Nova – ao bairro do Comércio, próximo ao Plano Inclinado Gonçalves. A ideia é ligar toda essa região, onde se localiza o porto da cidade, o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo, ao metrô de Salvador.
O Bahia Notícias teve acesso ao resultado de estudos realizados pela Sanehatem Consultoria e Projetos Ltda, empresa contratada pela gestão municipal para a elaboração de um diagnóstico urbanístico, paisagístico, patrimonial e de mobilidade urbana inicial ao desenvolvimento do projeto, que é chamado de “Túnel A” pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra).
Acesso intermediário, na Baixa dos Sapateiros | Foto: Reprodução / Sanehatem
De acordo com o projeto em desenvolvimento, a passagem subterrânea deve contar também um acesso intermediário, na região da Baixa dos Sapateiros. A intenção, de acordo com a Sanehatem, é atender à demanda por deslocamentos gerada e atraída pelo complexo turístico do Pelourinho e de todo o Centro Antigo de Salvador.
Durante todos os 960 metros de extensão do túnel, o projeto prevê, além de painéis de publicidade, placas coloridas, fazendo referência às fitas do Senhor do Bonfim, consideradas uma grande tradição da cidade. Também está prevista a instalação de quatro esteiras rolantes de 50 metros e outras cinco de 90 metros em cada sentido de deslocamento, encurtando o percurso.
No acesso intermediário da Baixa dos Sapateiros, deverá ser instalada outra esteira rolante, só que externa, fazendo a ligação entre a passagem subterrânea e o Largo do Pelourinho. Esse espaço, entre a Av. José Joaquim Seabra e a Rua 12 de Outubro, deve ser coberto. De acordo com o estudo, a ideia é permitir “que os pedestres transitem em segurança em um local considerado perigoso”.
EDIFÍCIO DE APOIO E BOULEVARD
Ainda conforme o documento elaborado pela Sanehatem, na saída do túnel localizada no bairro Comércio – especificamente, na Rua Guindaste dos Padres –, deve ser construído um “edifício de apoio” para a operação da passagem subterrânea. Para a construção, o estudo prevê a desapropriação de três lotes na região.
Edifício de apoio no Comércio, com acesso no Boulevard | Foto: Reprodução / Sanehatem
A edificação, que abrigará a saída da passagem subterrânea, também deverá ter cafeterias, sanitários com acessibilidade, lojas e uma área administrativa. A ideia é que o local seja a porta de entrada de um “boulevard”: uma espécie de área de trânsito preferencial de pedestres, admitindo, eventualmente, o tráfego local de veículos, semelhante às “ramblas” de Barcelona.
O Boulevard, que tem projetos de iluminação, arborização e mobiliário próprios, possuiria ainda travessias elevadas, para separar das vias que dão acesso a ele, de modo a reduzir a velocidade dos veículos que transitam por ali, visando garantir mais segurança aos transeuntes do local.
Para a Sanehatem, o projeto é viável e provoca mais impactos positivos do que negativos. A empresa avalia ainda que a construção da passagem subterrânea é necessária e enumera medidas que possam mitigar os problemas citados no relatório, como realizar as obras em dias úteis e horários comerciais, para impedir que a geração de ruídos incomode moradores e transeuntes.
Sem aprofundar, o relatório fala ainda de um “Túnel B”, que ligaria a Estação da Lapa – entre o Vale dos Barris e o bairro do Tororó – ao Terminal da Barroquinha, na boca do Centro Histórico de Salvador. A ideia dessa segunda passagem subterrânea visa aprofundar a revitalização da área, que já foi vital para o comércio da capital baiana e hoje se encontra esvaziado.
Boulevard, na Rua Guindaste dos Padres | Foto: Reprodução / Sanehatem
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.