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Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

caruru

Bombeiros de Salvador distribuem 1500 quentinhas de caruru em dia de Santa Bárbara
Foto: divulgação/Bombeiros

Mais de 10 mil quiabos serão comprados pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) para 1500 quentinhas da festa de Santa Bárbara, no próximo dia 4 de dezembro. O dia da santa padroeira da profissão terá missa, procissão e a tradicional distribuição de caruru.

 

A comida será oferecida aos interessados, ao meio dia, na sede do comando geral dos bombeiros, na Barroquinha, em Salvador. A missa será campal seguida da procissão, ambas abertas ao público.

 

“Essa homenagem é para manter viva uma das nossas mais importantes tradições. Santa Bárbara teve uma história de luta e doação, como nós, bombeiros militares, que muitas vezes abrimos mão de estar com nossos familiares em prol dos cidadãos, de um resgate ou de debelar um incêndio, seja ele em edificações ou florestais, como está acontecendo atualmente em várias cidades do interior”, explicou o comandante-geral do CBMBA, coronel BM Adson Marchesini. 

 

Como tradicionalmente acontece, a previsão é que logo após a saída do cortejo, os fiéis tomem banho com água benta, lançada pela vovó, a viatura mais antiga em funcionamento no CBMBA, do ano de 1912. Uma média de 800 litros de água abençoada vai ser disponibilizada para os participantes da homenagem. 

 

HISTÓRICO

 

Há décadas, o Mercado de Santa Bárbara, no Centro Histórico de Salvador, pegou fogo. A imagem foi levada então para o quartel da Barroquinha, até a reestruturação do imóvel danificado.    

 

Devotos pediram proteção à santa para que os bombeiros militares conseguissem combater as chamas, o que foi alcançado. Desde então, a imagem entra no quartel durante a procissão, em sinal de respeito e agradecimento.

1° Caruru Beneficente de Santo Antônio será realizado no Centro Histórico de Salvador
Foto: Prefeitura de Salvador

No próximo domingo (22), a Paróquia de Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico de Salvador, realizará o 1° Caruru de Santo Antônio. O evento, que começa às 11h, terá lugar na área de lazer da paróquia. Durante o evento, os participantes poderão desfrutar de um saboroso caruru tradicional. 

 

O festejo será embalado pela  banda "Faz com Samba", e tem como objetivo principal arrecadar fundos em prol das ações sociais da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo. 

 

A entrada pode ser adquirida durante horário comercial e nos horários das missas (de terça à domingo), no plantão ou com membros das pastorais. Para outras informações, entre em contato através do telefone: (71) 3242-6463.

 

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Shopping da Bahia promove tradicional caruru na Casa Conceito para convidados
Fotos: Lorena Rabelo

O Shopping da Bahia (SDB) realizou nesta quarta-feira (27) mais uma edição do Caruru em homenagem a São Cosme e São Damião, na mostra Casas Conceito, localizada na Rua Chile. 

 

 

O empreendimento reuniu cerca de 200 convidados para saborear os pratos típicos da Bahia. O evento contou com o som da banda Os Autorais, que reúne Tenison Del Rey, Pierre Onassis e Jorge Zarath. No cardápio, assinado pelo chef Vini Figueira, foram apresentados os clássicos vatapá, caruru, feijão fradinho, banana frita, xinxim de galinha em versões contemporâneas. Além disso, as sobremesas também trouxeram sabores conhecidos dos baianos, como cocada e pudim. 

 

 

“A celebração da Bahia é um dos pilares da nossa atuação e celebrar o caruru de Cosme e Damião é uma alegria renovada ano a ano”, celebrou Wilton Oliveira, superintendente do SDB. 

 

Evento anual no calendário do empreendimento, a festa celebra ainda a parceria entre o shopping e a mostra Casas Conceito, que acontece desde a sua primeira edição, com assinatura de espaços decorados, realização de eventos concorridos e celebração em torno dos talentos baianos.

 

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Casa de Tereza completa 11 anos e celebra aniversário com Caruru de Cosme & Damião
Foto: Divulgação

Para comemorar o aniversário de 11 anos do restaurante Casa de Tereza, a chef Tereza Paim irá promover um Caruru em homenagem a São Cosme e São Damião, os quais é devota. O evento será realizado no dia 27 de setembro, data em que se celebra os santos gêmeos. 

 

"Vamos todos comer e saudar Cosme & Damião. Feliz pelos 11 anos de alegrias do Casa de Tereza, que segue a todo vapor com seus compromissos e muito trabalho à frente do Grupo Tereza Paim ( GTP). O clima é de celebração", declarou Paim.

 

Baianos e turistas que desejem comer o Caruru, o prato acompanha vatapá de inhame, arroz, xinxim de galinha, feijão fradinho, banana da terra frita, farofa de dendê e serve uma pessoa. Outra boa opção é o 'Menu Experiência da Comida de Santo'. O banquete Ibejí serve duas pessoas, com todos os itens do prato e acompanha oferenda e postal  com sistema simbólico dos Orixás. 

 

Localizado no bairro do Rio Vermelho,  além do aniversário, o restaurante também celebrará  as suas conquistas, como as premiações nacionais e internacionais, sua trajetória, que ultrapassa uma década, com investimentos em sustentabilidade, ingredientes de produtores locais, temperados com qualidade e credibilidade. 

 

As reservas de mesas para o Caruru da Casa Tereza podem ser feitas  pelo WhatsApp (71) – 99170 6475 ou no (71) 3329 3016. 

 

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Não tem convite? Saiba onde comer caruru no mês de setembro em Salvador
Fotos: Divulgação / Redes Sociais

O mês de setembro é um dos mais aguardados pelos baianos devido às comemorações do dia de São Cosme e São Damião (27 de setembro), que homenageia também os Ibêjis do candomblé e as crianças. A festa é conhecida pelo famoso caruru, que é ofertado pelos devotos dos santos. Para quem busca apreciar esse prato tradicional, mas não recebeu o convite, o BN Hall preparou uma lista com alguns restaurantes de Salvador que oferecem um menu exclusivo para o mês. Confira:

 

GRUPO ORIGEM

Os restaurantes Omi e Ori, do Grupo Origem, estarão com uma programação que contará com caruru no cardápio às sextas-feiras. Segundo o chef Fabrício Lemos, o prato será adaptado, contendo uma moqueca de peixe ou camarão ao invés de galinha. O menu especial será servido no dia 27 de setembro. 

 

 

Endereços: 

Ori - Av. Santa Luzia, 656 - 11, no Horto Florestal

Omi - R. Chile, 20, no Centro Histórico de Salvador.

 

CASA DE TEREZA

A Casa de Tereza é um destino gastronômico que recebe baianos e turistas com a riqueza da culinária baiana. Seu cardápio inclui o "Menu Experiência da Cozinha de Santo," que apresenta o Banquete Ibeji, ideal para duas pessoas, com acarajé, abará, caruru, vatapá, xinxim, feijão fradinho, arroz, farofa de dendê, banana frita e uma sobremesa de sorvete de tapioca com calda de rapadura. 

 

 

Endereço::  Rio Vermelho, na Rua Odilon Santos, 45.

 


VINI FIGUEIRA GASTRONOMIA E VINI FIGUEIRA MAR

Os restaurantes comandados pelo chef Vini Figueira, Vini Figueira Gastronomia e Vini Figueira Mar, terão caruru, vatapá e moqueca todos os dias durante o mês de setembro. 

 


Endereços: 

Vini Figueira Gastronomia -  Travessa Bartholomeu de Gusmão, 140, no Rio Vermelho

Vini Figueira Mar - Travessa Bartholomeu de Gusmão, 754, no Rio Vermelho

 

ARTESANALI - COZINHA LOW CARB    

O restaurante Artesanali - Cozinha Low Carb é ideal para os amantes da gastronomia, mas que não deixam a vida fit de lado. Além disso, o empreendimento também oferece pratos para pessoas que possuem restrições alimentares, como intolerâncias ao glúten e lactose. Dentro do segmento de comida saudável, a Artesanali possui em seu cardápio, às sextas-feiras, pratos de comida baiana com caruru. 

 

 

Endereços: 

R. das Rosas, 136, na Pituba / Shopping Paralela, piso L2 / Shopping Barra, Área Gourmet

 


DONA MARIQUITA

Fundado em 2006, o Dona Mariquita tem como objetivo resgatar os sabores autênticos da Bahia, com pratos tradicionalmente servidos nas feiras livres da região. Além do caruru, o restaurante oferece iguarias como abará, catado de siri e moquecas. 

 

 

Endereço: Rua do Meio, 178, no Rio Vermelho.

 

RESTAURANTE SORRISO DA DADÁ

O restaurante Sorriso da Dadá, comandado pela cozinheira Adalci dos Santos, possui uma variedade quando o assunto é comida baiana. Entre os pratos disponíveis, o estabelecimento oferece  moqueca de camarão, bobó de camarão, sarapatel e pratos com caruru. 

 

 

Endereço: Rua Frei Vicente, 5, no Pelourinho.


ENCANTOS DA MARÉ

O restaurante Encantos da Maré é outra alternativa para saborear a culinária baiana, especialmente às sextas-feiras. É uma escolha conveniente para um almoço após explorar a icônica Igreja do Senhor do Bonfim, uma vez que está localizada nas proximidades.

 

Endereço: Rua Teodózio Rodrigues de Faria, 27, no Bonfim.

 

RESTAURANTE BARGAÇO


O Restaurante Bargaço oferece, entre os pratos da cozinha brasileira baiana, o famoso caruru. Para quem deseja conhecer um pouquinho mais da gastronomia local, o estabelecimento dispõe também de moquecas, como a moqueca de camarão, um dos carros-chefes da casa. Entre os seus diferenciais, está  uma seleção de café que é fornecida aos visitantes. 

 

Endereço: Rua Antônio da Silva Coelho, quadra 43, no Jardim Armação.

 


O COLISEU

Situado no Pelourinho, o Coliseu é uma mistura única de influências romanas, baianas e africanas. O restaurante possui uma estrutura interna inspirada na arquitetura da Roma Antiga e oferece mais de 40 pratos diferentes da culinária baiana para os clientes se servirem e personalizarem o seu caruru. À noite, nas segundas, quartas e sábados, os visitantes podem desfrutar de apresentações que incluem capoeira, samba de roda, maculelê, dança afro, puxada de rede, axé e dança dos orixás.

 

 

Endereço: Cruzeiro São Francisco, 9/13, Pelourinho.


RESTAURANTES DO SENAC 

Os restaurantes do Senac são uma opção para aqueles que visitam a capital baiana e desejam experimentar a autêntica gastronomia local. Eles oferecem um buffet com pratos típicos, sendo que o Senac Casa do Comércio oferta comida baiana apenas nas sextas-feiras e o Senac Pelourinho disponibiliza caruru e pratos locais todos os dias da semana. 

 

 

Endereços: 

Restaurante Senac Casa do Comércio - Av. Tancredo Neves, 1109, no Caminho das Árvores.

Senac Pelourinho - Largo do Pelourinho, 19.
 

Chef baiana conta a história por trás da deliciosa tradição do caruru em setembro
Foto: Divulgação

Quem é baiano provavelmente já ouviu os versos da cantiga que diz “São Cosme mandou fazer/ Duas camisinha azul/ No dia da festa dele/ São Cosme quer caruru”. É certo também que muita gente fica eufórica em setembro, na ânsia pelos convites para se esbaldar nos tradicionais banquetes em homenagem a Cosme e Damião e aos Ibejis.

 

Na esteira dos festejos, após receber muitos pedidos por orientações sobre o preparo dos pratos típicos do período, a afrochef baiana Paloma Zahir, que comanda o Kissanga Restaurante, em Salvador, resolveu fazer mais do que ensinar os passos dessa gastronomia regada a dendê. Ela decidiu desvendar os mistérios por trás desse costume bem baiano, juntando cozinha, história, cultura, religião, tradição e solidariedade.

 

“[Elas perguntavam] ‘Paloma, como é que faz o caruru, como faz o vatapá? O xinxim o tempero não pega direito, tem algum toque, tem algum segredo?’. E aí eu parei pra pensar em como entregar um conteúdo com mais qualidade para as pessoas. Eu falei ‘pô, não quero ficar só dando direcionamentos curtos, vou formular uma coisa mais completa’. E aí, pelo fato de eu ser uma mulher de Axé, de ser iniciada no Candomblé, eu lembrei de como iniciou a tradição aqui do caruru de Cosme e Damião e toda essa questão também da fraternidade, de matar a fome das pessoas”, explica a cozinheira, que, neste sentido, resolveu criar o Workshop Caruru dos Ibejis, para apresentar dicas culinárias, mas também promover discussões sobre ancestralidade (saiba mais).

 

Totalmente virtual, o projeto será ministrado ao vivo, na próxima segunda-feira (20), a partir das 13h, por meio da plataforma Zoom. Para aqueles que não puderem acompanhar em tempo real, o conteúdo ficará disponível pelo período de um mês. O ingresso custa R$ 50 e a renda vai ser totalmente revertida para o Instituto Conceição Macedo, que apoia pessoas soropositivas na capital baiana. Além disso, o caruru preparado durante a atividade também será doado em quentinhas distribuídas nas ruas de Salvador, para pessoas em vulnerabilidade social. “Com toda essa pegada caótica que a gente está tendo na economia e como está mais difícil pra colocar comida na mesa, é uma forma também de eu estar entregando meu Axé às pessoas, em forma de comida, em forma de afeto”, pontua Paloma.

 


"É uma forma também de eu estar entregando meu Axé às pessoas", diz chef baiana que promove workshop sobre o tradicional caruru de Ibejis ou de Cosme e Damião | Foto: Divulgação

 


DICAS PARA MANDAR BEM NO CARURU 
Ao Bahia Notícias, a chef deu alguns macetes para fazer um caruru como manda a tradição, sem sair de um orçamento que caiba no bolso. “Partindo da situação econômica do país, uma dica coringa é você começar a comprar os ingredientes com antecedência”, alerta a especialista, garantindo “uma economia absurda” para aqueles que não deixam para adquirir os produtos em cima da hora. 

 

Outro ponto importante apontado por Paloma Zahir é evitar os excessos. “Em relação à questão de tempero, acho que as pessoas erram quando colocam mais itens do que o necessário. Porque comida baiana, principalmente o caruru de Cosme e Damião, dos Ibejis, que é uma comida votiva [comida preparada para oferecer a divindades], o tempero não é cheio de ingredientes”, adverte a cozinheira. “O único que leva mais tempero mesmo é o vatapá, com as oleaginosas, o amendoim e a castanha. Mas no caruru, no xinxim e outras coisas, o tempero é básico. Tem gente que eu vejo colocando coentro, colocando tomate, que são coisas que não devem ser utilizadas”, instrui.

 

Paloma explica ainda que na gastronomia baiana há uma base simples para o preparo da maioria dos pratos: cebola e camarão defumado. Mas não o crustáceo tingido com corantes, que custa mais barato, e sim aquele que passa por um processo de cura com fumaça de verdade. “O segredo do caruru é você ter um bom camarão. O camarão é um dos personagens principais na composição do tempero”, resume.

 


“O segredo do caruru é você ter um bom camarão", alerta a cozinheira | Foto: Divulgação

 

 

A HISTÓRIA POR TRÁS DO BANQUETE
Todo mundo já foi criança um dia, e, na Bahia, provavelmente já figurou entre os sete meninos servidos com o caruru de Cosme e Damião, ou dos Ibejis. A origem desta tradição, assim como o motivo da celebração no mês de setembro e o porquê de um banquete tão vasto em guarnições são algumas das informações que serão detalhadas no workshop. 

 

“Vou falar como iniciou a tradição, vou contar os itans, porque se originou essa tradição na Bahia, como tudo ocorreu, para as pessoas entenderem. Porque o pessoal tem muito a cultura de comer o caruru, mas não procurar saber o porquê. Por que ele é em setembro?  Como se iniciou?”, promete a afrochef. “Então, a questão é mesmo de trazer esses questionamentos e mostrar o quanto a cultura e a religião é potente ainda no nosso dia a dia”, pontua.

 

Para os leitores do BN, Paloma adiantou algumas explicações. Conta a lenda que Exu costumava entrar no palácio e devorar toda a comida servida ao rei Xangô. Contrariado, o orixá da justiça resolveu armar uma cilada com a ajuda de seus dois filhos gêmeos, os Ibejis, que propuseram um desafio para que o visitante parasse de “roubar” a comida do pai.

 

“Essa questão dos pratos vem do Itan, os contos africanos. O que acontece? Os Ibejis são os filhos de Oyá e Xangô. Teve uma certa vez que Exú desafiou Xangô em questão de dança, e aí Xangô colocou seus filhos, sem Exu saber. Então, a questão era, Exu disse que aguentava dançar por muito tempo. Xangô então colocou um dos Ibejis pra tocar. Ele tocava, tocava, tocava, e quando um ficava cansado o outro trocava de lugar. E Exu não percebia isso, porque, na verdade, ele estava comendo as coisas de Xangô. E aí ficou nessa questão e Exu não aguentou (risos) e perdeu”, conta Paloma.

 

Vencida a aposta, Xangô decidiu dar uma compensação aos filhos. “Aí, em comemoração a isso, Xangô perguntou aos Ibejis o que eles queriam. Eles falaram que queriam o que ele recebia, mas como Xangô comia amalá, com rabada e pimenta, que Ibejis não gostam, eles disseram que poderia ser o caruru mesmo”, narra a chef baiana, lembrando que a celebração não ficou restrita aos gêmeos. “Ele convidou também os outros orixás e cada um levou seu prato preferido, por isso que é o banquete. Tem o caruru de Ibeji; tem o vatapá, que é uma associação ao ipeté de Oxum; você vê a abóbora, que tem enredo com Iansã; o abará a Oxum também; arroz a Iemanjá; o milho branco a Oxalá; e por aí vai. Então, todos os orixás são representados ali naquele banquete. Por isso que o banquete é grande, porque todos os orixás estão ali em comunhão com Ibeji”, detalha os motivos pelos quais o caruru dos Ibejis é tão farto.

 

Os sete meninos, por sua vez, são representados pelos Ibejis, que não são apenas os dois gêmeos filhos de Xangô. “Tem uma legião de sete crianças, de sete divindades africanas, que não são cultuadas totalmente aqui no Brasil, porque a cultura foi se perdendo. Com o tráfico dos negros pela a travessia atlântica e aquela questão de você não ficar com pessoas da mesma região, então as culturas foram se dispersando, foram tendo uma fusão com a questão da resistência. Então aqui ficou só o culto a Ibeji no Ketu, ou Vunje na nação de Angola, Jeje, por essa questão. Então eles pegaram e cultuaram dois, que é Taiwo e Kehinde, mas tem as outras cinco divindades”, conta a chef. Os outros cinco são Idhoú, Alabá, Talabí, Adoká e Adosú, sobre os quais ela também vai falar no seu workshop.

 


Registro de Pierre Verger do Caruru de Sete Meninos

 


TRADIÇÃO NA BAHIA E ASSOCIAÇÃO COM COSME E DAMIÃO

Não é segredo para ninguém que existiu e ainda segue existindo preconceito contra as religiões de matriz africana no Brasil. Foi por isso, que na Bahia, o caruru dos Ibejis foi associado aos santos Cosme e Damião, celebrados pelos católicos em 26 de setembro.

 

“A gente tem os Ibejis, que são as duas crianças, e temos Cosme e Damião. Como já tinha essa cultura da comemoração do dia de Cosme e Damião, uma grande ialorixá aqui da Bahia fez isso [associar as divindades africanas aos santos], porque ela queria continuar a dar o caruru, que era uma tradição dos Ibejis, mas tinha a questão da perseguição religiosa”, explica Paloma Zahir. “Não gosto do termo sincretismo religioso, eu vejo isso como uma questão de resistência mesmo que os negros tiveram naquela época pra poder continuar a seguir com sua religião e sua culturas”, pontua.

 

 “Pra ter liberação desse culto, tinha que dizer que era de Cosme e Damião, já que ficava próximo da data de comemoração deles. Então, é mais uma maneira de fortalecer e seguir a tradição, e um jeito de burlar mesmo a perseguição”, destaca a cozinheira sobre a estratégia usada para manter um costume que era proibido pelas autoridades da época. “O que aconteceu foi que as crianças começaram a aparecer próximo da roça de Candomblé, e aí ela serviu o caruru, as crianças ficaram brincando, teve aquela profusão de crianças, e daí continuou essa cultura, essa tradição, até os dias de hoje. O caruru de Cosme e Damião, o caruru dos Ibejis, veio em celebração a matar a fome das crianças que estavam passando por necessidade. Foi uma maneira também que o Candomblé achou de ajudar ao próximo, ajudar os seus irmãos”, acrescenta. 

 

E foi assim que o célebre caruru se tornou um delicioso costume em setembro na Bahia. Especificamente, a festa é celebrada no dia 26 pelos devotos de Cosme e Damião e 27 por aqueles que cultuam os Ibejis, mas o hábito acabou se estendendo por todo mês de setembro.

 

Consumir os pratos típicos da culinária baiana virou tradição também às sextas-feiras. Segundo Paloma, isso é fruto de herança ancestral dos negros, pois é neste dia da semana que eles se reorganizam e fazem um banquete para entrar em comunhao entre si e comer bem. “As pessoas acham, erroneamente, que preto não pode ter fartura, mas os africanos têm fartura em sua essência. E a sexta-feira é o dia de estarem entre si, de lembrarem de onde vieram. Acaba sendo um momento de resistência”, conclui a chef, orgulhosa de ser mulher, preta, baiana e de Axé.

Bloco Alvorada celebra cultura negra com samba, exposição e caruru neste domingo
Foto: Divulgação / André Frutuoso
Com mais de 40 anos de fundação, o Bloco Alvorada celebra a cultura negra neste domingo (25), a partir das 15h, no Largo Pedro Archanjo, Pelourinho. Na ocasião, acontece o tradicional caruru, além de uma exposição de afro-empreendedores e muita música, com um encontro de sambistas que contará com os grupos Relicário Samba Meu, Negros de Fé e Bambeia. "O caruru é servido há quase 30 anos em agradecimento pelo Carnaval que passou e como abertura dos trabalhos para o que está por vir. E é claro que isso tem que ser com samba", afirma Vadinho França, presidente do Alvorada, que é o mais antigo bloco carnavalesco de samba de Salvador. O evento terá ainda participações especiais de Aloísio Meneses, Gal do beco, Valdélio França, Marco Poca Olho, Arnaldo Rafael e Romilson. A entrada solidária custa R$ 10.
 
Serviço
O QUÊ: Exposição da Cultura de Matriz Africana – Bloco Alvorada
QUANDO: Domingo, 25 de setembro, a partir das 15h
ONDE: Largo Pedro Archanjo - Pelourinho
VALOR: R$10
Dia de ‘Cosme e Damião’ é celebrado com caruru da Dadá no Passeio Público
Foto: Divulgação
O público baiano poderá degustar os pratos típicos do dia dos santos Cosme e Daminhão, preparados pela quituteira Dadá, neste domingo (27), a partir das 10h, no Passeio Público. Caruru, acarajé, abará com camarão, bolinho de estudante e cuscuz de tapioca são alguns dos itens do menu servido na ocasião. “Cosme e Damião é uma energia em fecho de luz que me ilumina e a todos nós! Dois gêmeos que nasceram e cumpriram a missão deles aqui na terra e tenho muita fé neles”, afirma Dadá. No sincretismo religioso entre candomblé e catolicismo, tradicionalmente, no dia de Cosme e Damião é feita homenagem com um caruru, que inclui comidas para todos os orixás, e ao Ìbejì ou Ìgbejì, o orixá-criança.


A Casa Cor Bahia 2011 recebeu na noite desta segunda-feira (26) jornalistas, decoradores e arquitetos num caruru para celebrar a abertura da 17ª Mostra e expô-la à imprensa. A Casa Cor Bahia 2011 acontece entre os dias 29 de setembro e 6 de novembro. O evento foi instalado no abandonado Salvador Praia Hotel, em Ondina. Em um mix de luxo, bom gosto, tecnologia e inovação a Casa Cor 2011 exibe as novidades e tendências no mundo da decoração. Nesta terça-feira (27) a amostra realizará um coquetel a convidados para oficializar a abertura oficial da Casa Cor 2011. As fotos são de André Carvalho.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Quem acompanhou a Faroeste viu o que um pseudo cônsul pode fazer. Na história de Porto Seguro, tem dois verdadeiros. Imagine o que ainda não vai render. E olha que a história nem chegou em Salvador. Mas a vida segue também fora do Judiciário. Por exemplo: o Soberano está cada vez menor, enquanto o Ferragamo está cada vez mais investindo em um perfil "pau pra toda obra" (lá ele!). Mas se o Dois de Julho não foi lá tão bonito, tem coisa ainda mais triste fora do cortejo. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Luciano Simões

Luciano Simões
Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".

 

Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis. 

Podcast

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira
O deputado estadual Luciano Simões Filho (União) é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

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