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Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

“É uma estratégia do PT”, afirma Luciano Simões sobre a ‘pulverização’ de candidaturas em Salvador

“É uma estratégia do PT”, afirma Luciano Simões sobre a ‘pulverização’ de candidaturas em Salvador
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (15), o presidente do União Brasil em Salvador e deputado estadual, Luciano Simões Filho, afirma que a redução no número de candidaturas na capital é “uma estratégia do PT”, que há 20 anos busca estratégias para se eleger no município. Este ano, o PT buscou uma articulação da base em torno do vice-governador e candidato emedebista, Geraldo. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

ciencia

Bahia investe mais de R$ 1 bilhão na revolução da ciência e tecnologia
Foto: Divulgação / GovBA

 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT), anunciou, nesta terça-feira (7), o investimento de mais de R$ 1 bilhão no programa Bahia Mais Inovadora, que tem o objetivo de ampliar e popularizar o conhecimento científico e a inovação em todas as regiões baianas. 

 

O anúncio ocorreu durante um evento realizado no Centro Cultural Sesi Casa Branca, em Salvador. De acordo com o governo do estado, o plano de ações, previsto para ser executado até 2026, tem o compromisso de fortalecer o setor de empreendedorismo, impulsionar a indústria audiovisual e de jogos, e garantir um acesso mais amplo à internet gratuita para os baianos.

 

O programa será desenvolvido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), com base no decreto que regulamenta a Lei nº 14.315/2021, sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação do sistema produtivo no estado. 

 

Um dos principais focos da ação é a popularização da ciência e a democratização do conhecimento, colaborando com municípios e instituições de ensino superior para ampliar o acesso à ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Além disso, busca fortalecer setores como o audiovisual, jogos digitais e realidade imersiva, promovendo a economia criativa de base tecnológica.

 

“O conceito que nós temos de ciência é mais abrangente do que aqueles que a gente vê ao longo da história do Brasil e do mundo. É uma ciência que pode ser revelada e responder a todas as demandas diárias da gente. No copo de água que bebemos, num prato de comida que nós compramos, na roupa que nós vestimos, é o dia a dia nosso. A nossa busca por apresentar um programa de Bahia mais inovadora é para colocar recursos naquilo que a gente entende como sendo mais importante. Todos os desafios tecnológicos são para que as pessoas possam ter mais conforto”, afirmou o governador.

 

Jerônimo Rodrigues lembrou que já foi apresentado e enviado para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) o projeto com o orçamento do Estado para garantir as ações de tecnologia: “é um investimento que chega a R$ 1 bi para os próximos quatro anos. Está na Assembleia para que possam apreciar, debater e fazer as correções que acham conveniente”.

 

Para o titular da Secti, André Joazeiro, o Bahia Mais Inovadora representa um marco no desenvolvimento de políticas públicas que beneficiam positivamente a juventude baiana: "nossos jovens terão acesso à capacitação profissional, novas oportunidades de empreendedorismo e uma educação preparatória para o futuro. Essa iniciativa não apenas impulsionará o crescimento econômico do estado, mas, também, fomentará a inclusão social e a sustentabilidade, estabelecendo a Bahia como referência nacional em inovação e desenvolvimento".

Pesquisadores baianos criam aplicativo que gerencia dados de saúde ao longo da vida
Foto: Gabriel Pinheiro / SECTI BA

Reunir o histórico de vacinas, prontuários, remédios, comorbidades e exames realizados ao longo da vida de uma pessoa é de extrema importância diante de um tratamento médico, mas pode ser uma tarefa difícil. Pensando em facilitar o acesso a esses documentos, o pesquisador Juca Muthier, de Salvador, se reuniu com um grupo multidisciplinar de profissionais e desenvolveu "Blu", um aplicativo que centraliza todos os dados clínicos das pessoas em um único lugar.

 

Originalmente, a startup Blu funciona como um gerenciador de saúde pessoal. O aplicativo surgiu após cinco meses de pesquisa e seu desenvolvimento é focado na troca de informações entre médicos e pacientes, que alimentarão o programa individualmente por meio do registro desses dados. “Consideramos que temos hoje uma versão Beta funcionando, onde é possível agendar, realizar e acompanhar consultas médicas, porém ainda é necessário realizar melhorias e adequar para uma melhor experiência”, explica Muthier.

 

A iniciativa pretende entrar no mercado logo após a consolidação do aplicativo e a construção de parcerias. Para os desenvolvedores do projeto, o aplicativo contribuirá de forma efetiva com a população. “Ao fazer o paciente ser dono do seu histórico médico e de seus prontuários e facilitar o registro e gerenciamento da saúde pessoal, nós contribuímos para uma sociedade mais consciente e ativa no cuidado com sua saúde”, disse o pesquisador.

 

Além de Juca Muthier, o projeto reúne os pesquisadores Alice Nery, Harrison Henri, Philippe Quadros e Daniel Melo, que são das áreas de Engenharia de Controle, Automação e Elétrica, Sistemas da Informação, Ciência e Tecnologia e Ciências da Computação. O grupo recebe o incentivo do Programa Centelha, através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), que estimula a criação de empreendimentos inovadores e participou da incubação na InovAtiva.

Pesquisa brasileira evidencia importância de áreas verdes urbanas para a saúde
Jardim Botânico de Salvador | Foto: Valter Pontes / Secom PMS

Estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) revela que há menos internações hospitalares por doenças respiratórias em municípios com mais áreas verdes. A pesquisa, que envolveu ciência de dados, usou bases de informações públicas como o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Secretaria Nacional de Trânsito e o Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná.

 

O objetivo do trabalho era avaliar como a infraestrutura verde urbana (IVU), composta por praças, parques, jardins planejados, fragmentos florestais, reservas florestais urbanas, bosques e arborização, impacta na saúde da população.

 

“Combinamos várias informações e fizemos um estudo que envolve aplicação de ciências de dados, realizando, primeiro, uma análise multivariada de tais dados e, depois, análise de padrão. E chegamos à conclusão com base nesses estudos”, disse à Agência Brasil a engenheira civil Luciene Pimentel, professora do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da PUCPR e uma das autoras da pesquisa.

 

A pesquisa usou também dados censitários, porque o estudo, que envolvia somente a questão das internações por doenças respiratórias, analisou também indicadores de pobreza. “Encontramos resultados interessantes nesse sentido. Na verdade, os municípios que têm índices de pobreza mais altos também apresentam mais internações hospitalares na comparação com municípios em que os índices são menores.”

 

A pesquisa envolveu 397 dos 399 municípios paranaenses, porque dois apresentavam falhas de dados. As informações foram coletadas em 2021 e 2022, sendo os resultados divulgados agora. Artigo referente ao estudo, intitulado Ecosystems services and green infrastructure for respiratory health protection: A data science approach for Paraná, Brazil (Serviços ecossistêmicos e infraestrutura verde para a proteção da saúde respiratória: Uma abordagem de ciência de dados para o Paraná, Brasil, em tradução livre), foi publicado na liga internacional de revistas científicas MDPI e pode ser acessado na íntegra neste link.O estudo é assinado por Luciene Pimentel e pelos professores Edilberto Nunes de Moura e Fábio Teodoro de Souza, da PUCPR, e pelo doutorando da mesma universidade Murilo Noli da Fonseca. As informações são da Agência Brasil.

Baiano participa de pesquisa que utiliza inteligência artificial para diagnóstico precoce de Parkinson
Foto: Reprodução / Secti

A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico degenerativo do sistema nervoso central. É uma enfermidade crônica e progressiva, que causa o aumento gradual de tremores, lentidão dos movimentos, entre outros sintomas. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1% da população global têm a patologia. Como qualquer outra doença, a descoberta prévia do Parkinson, que não tem cura, pode ser um fator primordial para bons resultados nos tratamentos. 

 

No intuito de ajudar pessoas acometidas pela doença, o pesquisador natural de Remanso, Bruno Fonseca, com a participação de outros cientistas, desenvolveu uma pesquisa sobre o diagnóstico precoce de Parkinson por inteligência artificial.

 

O estudo utilizou uma base de dados pública que contém sinais de eletroencefalograma de indivíduos com a Doença de Parkinson (DP) e de indivíduos sem a enfermidade. “Nesses sinais, foram utilizadas ferramentas matemáticas, nesse caso, Hjorth features, para extrair biomarcadores da doença que, em conjunto com técnicas de inteligência artificial (IA), permitiram realizar a identificação automática dos pacientes”, explica Bruno Fonseca.

 

Segundo o pesquisador, o estudo gerou resultado promissor para o descobrimento precoce da patologia. "Foi possível alcançar uma acurácia acima de 89% na identificação dos indivíduos portadores da DP. Também foi possível inferir que os lóbulos parietal, frontal, central e occipital foram as regiões do cérebro mais significativas para distinguir os pacientes dos indivíduos de controle, ou seja, pessoas sem Parkinson. O trabalho desenvolvido traz a novidade do uso da Hjorth features como biomarcadores da doença, que, até onde sabemos, ainda não havia sido explorado no meio científico".

 

Para Bruno, mestre em ciências da saúde e biológicas, o trabalho contribui no desenvolvimento de uma técnica de diagnóstico da doença que não dependa apenas dos sintomas motores. “Isso é algo importante, uma vez que esse tipo de sintoma se apresenta quando a doença já se encontra num estágio avançado. No momento, o grupo de pesquisa busca novas técnicas que possam obter uma melhora no sistema proposto, utilizando novas ferramentas matemáticas e novos modelos de IA para extrair características dos sinais”. 

 

A pesquisa conta com o apoio da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Além de Bruno, a equipe conta com a participação de Ana Beatriz Rodrigues, Carolline Angela, Giovanni Guimarães, Ivani Brys e Rodrigo Pereira.

Tamanho médio do pênis humano cresceu nos últimos trinta anos, diz estudo

O tamanho médio do pênis humano aumentou 24%, pouco mais de 3 centímetros, nas últimas três décadas, segundo mostra um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

 

Em artigo publicado no The World Journal of Men’s Health, eles afirmam que o comprimento médio do órgão masculino durante uma ereção aumentou de 12,1 centímetros para 15,2 centímetros.

 

Conforme publicou o Metrópoles, para chegar à conclusão, foram analisados 75 estudos realizados entre 1942 e 2021 em diferentes partes do mundo. Ao todo, o levantamento contou com informações sobre o tamanho do pênis de cerca de 55 mil homens.

 

No artigo, os pesquisadores afirmam que imaginavam encontrar dados opostos: eles achavam que o tamanho do pênis estava diminuindo pois estudos recentes sobre saúde reprodutiva mostram menor contagem de esperma e dos níveis de testosterona.

 

A causa para a tendência ainda não está clara. Os cientistas sugerem que o motivo pode ser a exposição à substâncias pesticidas ou outros contaminantes ambientais. Eles pedem aos médicos que prestem mais atenção ao indicador.

 

“Se estamos vendo uma mudança tão rápida, significa que algo poderoso está acontecendo com nossos corpos. Assim como medimos a altura e o peso todos os anos, isso é outra coisa que podemos medir, porque pode se tornar um indicador precoce de mudanças no desenvolvimento humano”, afirmou o médico Michael Eisenberg, professor de urologia na faculdade de Medicina de Stanford, em comunicado à imprensa.

Em resposta a Frias, Doria diz não temer quem 'joga contra' e estimula 'show de horrores'
Doria em visita às obras do Museu do Ipiranga | Foto: Reprodução / Facebook

Após o titular da Secretaria Especial da Cultura Mario Frias chamar o governador de São Paulo de "farsa patética” e ameaçá-lo caso inaugure o Museu do Ipiranga (saiba mais), João Doria (PSDB-SP) rebateu o secretário bolsonarista.

 

“Lutamos pela vacina contra os negacionistas da ciência. Agora vamos lutar para reinaugurar o Museu do Ipiranga contra os negacionistas da cultura”, escreveu no Twitter, o ex-aliado e atual desafeto do presidente Jair Bolsonaro. “Não temos medo de enfrentar essa gente que joga contra o país e vive num roteiro de show de horrores”, acrescentou Doria. 

 

 

O Museu do Ipiranga passa por reformas e tem previsão de ser reaberto em setembro de 2022, em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil. As obras, entretanto, são motivo de disputa política entre a gestão estadual e o governo federal.

Alceu vacina e agradece a profissionais que ajudam a 'derrotar o vírus canalha' da Covid
Foto: Reprodução / Instagram

O cantor e compositor pernambucano Alceu Valença recebeu a segunda dose da Coronavac, nesta sexta-feira (9), no Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro. Em suas redes sociais, o artista publicou um vídeo e algumas fotos para marcar o momento, e aproveitou para agradecer aos profissionais da saúde e conscientizar a população sobre a importância da vacina.

 

“Estou aqui imunizado, mas vou ter cuidado! Muito obrigado ao SUS, ao profissionais da área de saúde, aos cientistas e a todos que trabalharam para ajudar a derrotar o vírus canalha. O mundo é um só, a humanidade é uma só. E é necessário que todo mundo seja solidário”, escreveu o músico.

 

 

Indicado ao Jabuti, astrofísico baiano mira nas estrelas para democratizar a ciência
Foto: Divulgação

Inspirado nas estrelas e apoiado no desejo de humanizar a ciência, o professor baiano Alan Alves Brito é um dos autores do livro “Astrofísica para a Educação Básica: A Origem dos Elementos Químicos no Universo”, um dos finalistas da 62ª edição do Prêmio Jabuti, na categoria “Ciências” (clique aqui). A obra foi escrita em parceria com Neusa Teresinha Massoni, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, onde ele também leciona, desde 2014.

 

“A gente trabalha a astrofísica na perspectiva da física moderna e contemporânea, mas também trazendo aspectos de história, filosofia, ciências e diversidade. Na verdade, a gente traz os leitores para essa reflexão do que é ciência como construção humana e quem são as pessoas que estão na ciência. Então, nessas reflexões a gente também traz as questões de gênero, raça, mas, sobretudo, do papel da ciência como um processo, uma construção coletiva”, explica o baiano, que nasceu em Vitória da Conquista, mas cresceu em Feira de Santana, onde concluiu o bacharelado em Física, pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). 

 

Vindo de família pobre e sem acesso à educação formal, ele foi o primeiro em gerações a cursar o ensino superior, tendo hoje no currículo pós-doutorados na área de Astrofísica na Austrália e no Chile. Por idealismo e também por causa de sua trajetória, ele conta, empolgado, que a ideia de escrever a obra vem de inquietações antigas e no anseio de democratizar o conhecimento. “A narrativa principal é explicar como é que os elementos químicos da tabela periódica se formam no universo. Porque o ferro do nosso sangue, o cálcio dos nossos ossos, o oxigênio que a gente respira, esses elementos químicos são formados nas estrelas”, explica, lembrando que tal perspectiva sempre foi pouco explorada.

 

“Quando estudei a tabela periódica, nunca ninguém me disse que os elementos químicos são formados nas estrelas. Então, muitas vezes a gente aprende o carbono na aula de biologia, fala do carbono na aula de história, na aula de geografia, na de química, mas não há uma conexão. Parece que esses carbonos são diferentes (risos)”, lembra, destacando como a ciência pode ser trabalhada de forma interdisciplinar e atrativa aos alunos.

 

A publicação finalista do Prêmio Jabuti, segundo o autor, também vem preencher uma lacuna do ensino básico no país: a formação dos docentes. “É um dado numérico importante para a gente ter em mente: menos de 20% dos professores de física do Brasil são licenciados em Física. Então, quem são os professores que estão trabalhando com educação e ciências, que estão falando de física ou de ciência de maneira geral? No geral, eles não têm formação em Física. São professores de biologia, matemática e até da área de humanas”, pontua, expondo a fragilidade do ensino no país.

 

Diante do contexto, Alan Alves aponta a obra como um importante suporte pedagógico, com imagens coloridas, propostas didáticas e texto agradável. “Quando a gente escreve esse livro tem também essa intenção, de que qualquer professor da educação básica, independentemente da formação inicial - que muitas vezes não é física - pudesse ler esse livro e se empoderar”, explica.”É um livro que traz física, astrofísica, astronomia, química, física atômica e molecular, física de partículas, que são temas que estão aí e muitas vezes a gente acha que isso não poderá chegar aos professores da educação básica”, acrescenta. 

 


Obra foi escrita por Alan Alves em parceria com a professora Neusa Teresinha Massoni | Foto: Divulgação

 

CIÊNCIA DEMOCRÁTICA COMO CONTRAPONTO À DESINFORMAÇÃO

Além da importância dentro das escolas, o astrofísico baiano lembra que a democratização da ciência explorada através da linguagem literária é uma importante ferramenta para combater a desinformação, sobretudo em um momento em que crescem os movimentos negacionistas. 

 

“A gente precisa dialogar, precisa trabalhar a ciência nesse diálogo com outras narrativas. E a narrativa literária é muito potente”, diz o professor, defendendo que as duas são muito parecidas, já que literatura e ciência trabalham com a imaginação e a criatividade. “Acredito que a leitura nos fortalece, no sentido de fomentar o pensamento crítico que a gente precisa nesse momento de negacionismo da ciência, nesse momento que a gente precisa entender que, de fato, a gente vive num país estruturalmente racista, misógino, LGBTfóbico, muito baseado na política de morte. Todos nós, em sociedade, precisamos entender que a leitura é uma tecnologia fundamental pra que a gente faça esses contrapontos e possa realmente construir uma outra realidade. E o meu compromisso como cientista é esse”, declara Alan, lembrando que os acadêmicos costumam escrever para os pares e não para a sociedade.

 

Neste contexto, ele faz uma crítica à inacessibilidade da produção científica e reforça a importância de investir em uma comunicação mais popular. “Todos nós precisamos criar uma nova subjetividade, a gente precisa ocupar as mídias sociais, Twitter, Facebook, Instagram, Youtube, a gente precisa escrever livros, nós precisamos ir às escolas, ocupar rádios, TVs, é muito importante que as pessoas tenham acesso a esse discurso. E esse discurso não pode ser autoritário”, explica o baiano, defendendo que esse diálogo deve possibilitar que os cidadãos tenham ferramentas para entender o que é ciência, pseudociência, religião, filosofia, conhecimentos e saberes. “As pessoas precisam ter acesso a lugares de checagem de informação. Se nós cientistas simplesmente ficamos no nosso canto, nos nossos olimpos ou nossas torres de marfim, aí fica difícil. Eu acredito que esse é o grande papel da universidade e cada um de nós que estamos na universidade. Nós temos que dialogar e explicar para as pessoas o que a gente faz”, pondera. 

 


Observação de eclipse em Porto Alegre, com a participação da comunidade local | Foto: Arquivo Pessoal

 

POLÍTICAS PÚBLICAS E CONHECIMENTO

Outro ponto destacado pelo baiano indicado ao Prêmio Jabuti é o papel fundamental das políticas públicas voltadas para democratizar o conhecimento. O professor classificou como “absurda” a proposta do governo federal de taxar os livros e condenou a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que atribuiu ao livro o caráter de produto voltado para as elites (saiba mais).

 

“Esse discurso de que pobre não lê ou não deveria ler é elitista, classista, está enraizado e faz parte desse nosso processo histórico de fortalecimento de desigualdades, de naturalização das desigualdades”, diz Alan, lembrando que a falta de acessibilidade não se dá apenas com os livros, mas também em relação à cultura, em geral, já que os mais pobres geralmente estão excluídos de espaços como museus, cinemas e teatros. “O discurso do ministro e essas tentativas de taxar o livro pra mim fazem parte desse pacote histórico de aprofundamento de desigualdades”, avalia, afirmando que os livros precisam ser ainda mais baratos, para que não sejam apenas “reservados às pessoas bem nascidas”.

 

“Temos que garantir que todas as pessoas do brasil possam ter acesso à cultura, educação, divulgação em ciência, algo que chamo de espaços de poder. Porque esses lugares também são lugares de aprendizagem, também são lugares de conexão com o mundo, de empoderamento e fortalecimento do pensamento crítico”, reitera.

 

Ao comentar uma pesquisa recente na qual a região Nordeste e as classes sociais mais baixas se destacaram no ranking de leitura no Brasil (clique aqui), ele confirma seu ponto. “Eu não vi a pesquisa em detalhes, mas tenho certeza que se a gente for avaliar vai ver que isso é produto de políticas públicas. Você só transforma uma estrutura como essa com políticas públicas. Não tenho dúvida de que faz parte de um processo longo de investimento em livros, bibliotecas, em acesso à educação diferenciada”, conclui o professor, lembrando que o destaque do Nordeste foi celebrado e chegou como surpresa, por causa do preconceito. “No imaginário coletivo social, os nordestinos não pensam, são incapazes. E eu como nordestino vivendo no Sul passo por tudo isso diariamente, porque isso faz parte do processo histórico racista”, afirma.

 

 


Concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Jabuti é o mais tradicional prêmio literário do Brasil | Foto: Divulgação


O PRÊMIO JABUTI

Resgatando o largo caminho percorrido até conquistar o espaço que hoje ocupa - desde o bacharelado em Feira de Santana, passando pelo mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP), os pós-doutorados na Swinburne University, na Australian National University e na Pontificia Universidad Católica de Chile, até a nomeação como professor concursado da UFRGS -, Alan Alves Brito diz estar “extremamente feliz” com a indicação ao Jabuti, independente do resultado final. “Estar entre os cinco finalistas do maior prêmio do livro brasileiro, na categoria de ‘Ciências’, concorrendo com nomes como Marcelo Gleiser, Sidarta Ribeiro, o Leon Kossovitch, que são pesquisadores brancos, bem nascidos, divulgadores de ciências que estão aí há anos, que têm essas grandes editoras e as mídias, pra mim já é um grande acontecimento”, garante o baiano.

 

“Pra mim, num país como o nosso, significa muito esse prêmio, esse reconhecimento, estar entre os cinco finalistas, diante de todas essas condições e levando em conta que eu venho do Brasil profundo. É muito significativo, eu estou muito feliz, não só eu, como mainha e painho, que também estão muito orgulhosos, e isso para mim já é muita coisa”, diz, acrescentando que o prêmio também tem dado mais visibilidade ao trabalho, que é o objetivo de todos os escritores: serem lidos. “O meu maior sonho é que o livro chegue mesmo em todos os lugares e que mais pessoas, como eu, consigam se encantar, se apaixonar pela ciência”, conclui.

Comissão de Cultura da Câmara quer debater censura na cultura e na ciência com Maia
'Lembro de você todo dia', peça suspensa pela Caixa | Foto: Julio Leão

A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados pretende requisitar uma reunião com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O objetivo do encontro é debater o que eles consideram tentativas de censura do governo à cultura e à ciência.

 

Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, o grupo quer discutir a suspensão de espetáculos em órgãos ligados ao governo e também as denúncias de censura no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), questionado pelo governo federal no ápice das queimadas na Amazônia.

Justiça holandesa permite que o 'Diário de Anne Frank' seja usado para fins científicos
Foto: Reprodução/ Obvious Mag
Dando fim à disputa legal que girava em torno dos direitos do "Diário de Anne Frank", a justiça holandesa considerou que os textos originais do livro podem ser copiados para a pesquisa científica. O Fundo Anne Frank, sediado na Suíça, detém os direitos sobre a obra da jovem e pediu ao tribunal que impedisse á Fundação de mesmo nome, que gerencia a casa-museu, em Amsterdam, de publicar os textos para fins científicos. 
 
O diário foi escrito por Anne entre junho de 1942 e agosto de 1944 enquanto ela e sua família judia se escondiam dos nazistas, em Amsterdam. Publicado pela primeira vez por seu pai, em 1947, a obra já foi traduzida para mais de 70 idiomas. A jovem foi morta em 1945, na Alemanha.
O artista japonês Iori Tomitas tem uma coleção curiosa de animais conservados em laboratório que mistura ciência e arte. Usando corantes de cores diferentes, o artista primeiro torna o corpo do animal transparente e em seguida aplica uma tinta vermelha nos ossos e azul nas cartilagens, conservados em vidro com glicerina. Confira o resultado abaixo:

 

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Descobri que a Ceasa tem dono e que ninguém toma. Mas algo que ainda me surpreende é pesquisa. Imagina perder tanta noite de sono pra não crescer nem mais do que a margem de erro? Mas nem por isso o Ferragamo tem o que comemorar. O que perdeu de cabelo, ganhou de pança. Mas na política tudo que vai, volta. Que o digam os nem-nem de Serrinha: nem amigos, nem inimigos. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Luciano Simões

Luciano Simões
Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".

 

Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis. 

Podcast

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira
O deputado estadual Luciano Simões Filho (União) é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

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