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A Bahia registrou no último dia 20 um caso de cólera. A infecção constatada foi o primeiro caso de cólera do Brasil dos últimos 18 anos. A situação foi confirmada pelo Ministério da Saúde, que indicou não ter outros registros após uma apuração da pasta.
Tanto o órgão, quanto às secretarias de saúde da Bahia e de Salvador, apontaram que o caso identificado seria isolado e que o monitoramento é feito ainda com cautela.
No entanto, a doença ainda é um assunto desconhecido por parte da população. Diante disso, o Bahia Notícias entrevistou a infectologista e Lorena Galvão, para explicar o que seria a doença, as principais formas de contaminação, os sintomas, as causas e os tratamentos.
De acordo com a médica Pós-graduada em gestão em saúde e controle de infecção hospitalar , e mestre em Ciências pela Fundação Oswaldo Cruz, a cólera é uma infecção aguda causada pela bactéria Vibrio cholerae, que provoca diarreia aquosa intensa e leva à desidratação.
“A cólera é um quadro de diarreia aguda causada por uma bactéria, o Vibrio cholerae. É uma doença que está presente na humanidade já há muitos séculos. Já causou surtos e epidemias, mas nos últimos anos nós não tínhamos casos documentados aqui no Brasil. Nos últimos casos que a gente teve foram no estado de Pernambuco nos anos de 2004 e 2005 e desde então nós estávamos sem notificação de novos casos até esse caso que foi notificado aqui em Salvador”, esclareceu Galvão.
A profissional apontou também que o diagnóstico é realizado através de exames da cultura das fezes.
“O diagnóstico da cólera é feito através da cultura das fezes, que é o exame que a gente chama de coprocultura. Então é necessário a coleta de uma amostra de fezes, a análise Laboratorial para que se identifique a bactéria também existem outras técnicas mais modernas de identificação de material genético, mas o mais habitual e acessível é a cultura das fezes que a coprocultura”, explicou Lorena.
O Brasil registrou no último sábado (20), o primeiro caso de cólera dos últimos 18 anos. A infecção intestinal aguda causada pela bactéria Vibrio cholerae foi identificada em um paciente de 60 anos, na cidade de Salvador. A doença foi confirmada por testes laboratoriais.
A enfermidade, que é transmitida principalmente por água ou alimentos contaminados, ainda é uma tema iniciante nos debates de órgãos de saúde, por ser considerado atípico no país. Diante disso, a reportagem do Bahia Notícias, conversou com a secretária de Saúde municipal e vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, para saber como a pasta monitora a doença na cidade e como está sendo a atuação do órgão.
De acordo com Ana Paula, equipes do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) da capital baiana analisaram o caso em conjunto com o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e com a saúde de Camaçari, já que o paciente trabalha no município da Região Metropolitana de Salvador (RMS).
“Estamos [acompanhando] sim. Esse caso foi identificado numa instituição privada. Imediatamente, o nosso CIEVS, que é quem acompanha essas situações, foi notificado. A gente entrou em contato com o Lacen Estadual, que faz a avaliação. Identificado o caso como positivo entramos em contato com o Ministério da Saúde. Neste caso, são duas cidades envolvidas, pois ele [o paciente] mora em Salvador, mas passa boa parte do seu dia, talvez a maior parte produtiva em Camaçari. Então, por isso, não é nossa responsabilidade ter a coordenação disso, nem de Salvador nem de Camaçari, é do Estado”, explicou Matos.
A secretária explicou ainda que, após a constatação do caso, foi feita uma avaliação na casa do paciente infectado, na água de sua residência, em outros espaços com familiares dele e no local de trabalho, para apurar se há uma outra suspeita de contaminação. No entanto, ainda não foram encontradas evidências adicionais de transmissão e a situação é tratada como isolada.
“O ministério fez uma reunião esta semana com o estado e com os municípios e emitiu uma nota inicialmente informando que era um caso isolado. Foi feita a avaliação da água da residência dele. Vendo que estava tudo tranquilo, estão vendo agora nos outros espaços familiares dele e de trabalho se existiria alguma outra forma suspeita de contaminação [...]”, disse Ana Paula.
A titular da SMS apontou que “investigações mais profundas” estão sendo realizadas para identificarem se há algum indício de contaminação. Segundo a secretária, o órgão emitiu um comunicado para a rede de saúde pública municipal orientando os profissionais em casos de sintomas suspeitos da cólera.
“[...] Os contactantes [do paciente contaminado] de modo geral não tinham a doença. Ainda assim eles estão fazendo investigações mais profundas, se tiver ainda vai ser um caso considerado individualizado e localizado. A nossa equipe está participando, a coordenação é do ministério com a Secretaria de Saúde do Estado. Hoje o que mandamos para a nossa rede foi um comunicado dizendo, que se chegar outras pessoas com diarreia líquida, a gente deve encaminhar para a devida averiguação. Por enquanto isso não está acontecendo na rede”, revelou Ana Paula.
Conforme foi informado antes pelo Ministério da Saúde, o homem não possui histórico de viagens para países onde a cólera é endêmica, nem teve contato conhecido com outras pessoas infectadas. Entretanto, é investigada a possibilidade de alguma contaminação direta, como explicou a vice-prefeita.
A chefe da saúde da capital baiana, pregou cautela e disse que a nota técnica do governo federal tranquiliza as autoridades locais.
“Vamos continuar trabalhando. O Brasil não tem hoje a lógica da cólera. Então foi verificado que se ele tivesse viajado para algum lugar, é possível que tenha acontecido algum tipo de contaminação direta. É isso que está sendo investigado. Se chegar qualquer caso suspeito, a rede está orientada já a fazer o encaminhamento para os exames laboratoriais. Por enquanto a nota do ministério nos tranquiliza, mas continuamos acompanhando”, observou.
O Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) apontou que não há contaminação pelo agente causador da cólera, Vibrio cholerae, no riacho Cipriano Barbosa, localizado no conjunto Feira IV, em Feira de Santana.
De acordo com a gestão do município, as amostras foram coletadas em 23 de fevereiro. No mesmo dia, uma amostra de água do Riacho da Lagoa do Geladinho, no bairro Baraúna, foi coletada e constatou que as águas estão contaminadas com a bactéria.
Também já foram realizadas coletas no rio Jacuípe, mas o município ainda aguarda resultado do Lacen. Outra análise de água será feita na próxima semana, no bairro Cidade Nova.
A prefeitura afirmou que aguarda a divulgação do resultado da FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro, para constatar se o vibrião colérico possui a endotoxina capaz de causar a doença da cólera.
Para evitar a contaminação por bactérias com semelhança genética que produz a peptidase semelhante ao Vibrio Cholerae, e por consequência causam os mesmos sintomas, a Vigilância Epidemiológica (VIEP) da Secretaria Municipal de Saúde recomendou que não seja feita pesca, banho e nem e consumo de peixes dos locais onde as amostras foram coletadas.
Ainda de acordo com a administração municipal, dois casos suspeitos de cólera foram descartados após exames. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) designou unidades de referência para o atendimento de casos de doenças diarreicas.
A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), por meio da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa), divulgou uma série de recomendações, após Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Muniz (Lacen-BA) encontrar a bactéria causadora da Cólera em amostras de de água da Lagoa do Geladinho, localizada no Parque Erivaldo Cerqueira, em Feira de Santana.
No documento, a pasta orientou a interdição da Lagoa Geladinho, a realização de coletas em novos pontos da lagoa para que o teste seja repetido e a realização de busca ativa de casos de diarreia em toda a rede de assistência à saúde.
A Cólera é uma doença relacionada majoritariamente à higiene e ao saneamento básico. Apesar de nem sempre apresentar sintomas claros, a doença pode ser subclínica, caracterizada por um episódio de diarreia não complicada e discreta, ou uma doença fulminante, potencialmente letal. O início dos sintomas é geralmente abrupto, indolor, com diarreia aquosa e vômitos.
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