Artigos
Quarto dos Fundos
Multimídia
“É uma estratégia do PT”, afirma Luciano Simões sobre a ‘pulverização’ de candidaturas em Salvador
Entrevistas
"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
commanches do pelo
O bloco indígena Commanches do Pelô completa 50 anos no carnaval 2024, mas apesar do clima de celebração, uma situação gerou chateação na diretoria da agremiação. O presidente do bloco, Jorginho Comancheiro, se ‘retou’ com a velocidade que o trio andava no circuito Osmar (Campo Grande), na noite deste domingo (11), e pediu mais de uma vez para que o motorista reduzisse e parasse na passarela da imprensa.
Presidente do Commanches do Pelô se chateia com ‘pressa’ do trio na comemoração dos 50 anos: “Respeite esse bloco cinquentenário”
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) February 12, 2024
????TVE pic.twitter.com/1yFWpLFAHX
“É o seguinte, esse trio é para parar um pouquinho aí. Eu falei isso no Conselho do Carnaval. Atenção trio, é pra parar um pouquinho aí, são 50 anos também de Commanches, eu quero ver a palma do meu povo, eu quero ver o meu povo brincar, é pra ficar aí um pouquinho parado”, reclamou.
“Não é pra ir não, é pra ficar aqui. Agradeço ao Carnaval Ouro Negro, agradeço à prefeitura, o Estado, mas, por favor, respeite esse bloco cinquentenário. É pra ficar aqui mais um pouquinho”, desabafou.
Resistência indígena no carnaval de Salvador, o Commanches do Pelô está entre as 132 entidades classificadas pelo edital Ouro Negro do Governo da Bahia, que neste ano investe R$ 14,7 milhões a blocos afro, afoxés, samba, reggae e blocos de índio.
Foto: Juracy Feitosa / Bahia Notícias
Foto: Juracy Feitosa / Bahia Notícias
Foto: Juracy Feitosa / Bahia Notícias
Resistência no Carnaval de Salvador, o Bloco Commanches do Pelô, um dos mais tradicionais da folia baiana, entra para o time dos cinquenta em 2024 e divide holofotes com os homenageados pela Prefeitura e Governo, os blocos afro.
Um mês mais velho que o mais belo dos belos, o "irmão de tradição" Ilê Aiyê, o Commanches do Pelô irá colocar o bloco na rua em meio às dificuldades vividas por grande parte das agremiações que fogem o meio comercial, a falta de investimento.
O apelo feito por Jorginho Comancheiro, presidente do Bloco Commanches do Pelô, é de mais atenção aos blocos de tradição da cidade.
"Fazer 50 anos não é qualquer coisa. Nós entramos no time dos 'enta', mas não estamos sozinhos. E sozinhos nós não podemos. O que eu quero que a prefeitura, o governo do estado e federal entendam é que somos todos uma tradição, eu quero que olhem para todos e olhem para o indígena também com o mesmo olhar do coração, o mesmo olhar cultural e a mesma assistência, porque tudo começou com os indígenas. Nós somos precursores de tudo isso", disse ao Bahia Notícias.
Foto: Bianca Andrade/ Bahia Notícias
Contemplado pelo edital Ouro Negro do Governo da Bahia, que neste ano investe R$ 14,7 milhões em 132 entidades afro, afoxés, samba, reggae e blocos de índio, para a realização dos desfiles carnavalescos, o Commanches recebe R$ 200 mil para a festa, mas busca uma atenção maior para além dos seis dias de folia.
Das 132 entidades classificadas, apenas dois são "blocos de índio" e levam a história dos povos originários para a avenida. O Commanche e o Apaches do Tororó, uma tradição que foi perdida desde o surgimento dos primeiros blocos na década de 60. "Esse é um ano de muitas tradições expostas, vocês não podem imaginar o que nós fizemos e o que deixamos de fazer para conseguir celebrar 50 anos de Carnaval da Bahia", conta Jorginho.
Com 50 anos nas costas, o Commanches sobrevive como uma marca de quem por aqui já passou e deseja continuar fazendo história, mas para isso, é necessário espaço e investimento.
"A importância de levar nosso bloco para rua é para que as pessoas entendam que nós, entidades de raízes culturais, somos responsáveis por grandes artistas, dançarinos, cantores, sambistas, percussionistas. Na hora que a gente não tem forças para ajudá-los, nós ficamos frustrados."
Ao Bahia Notícias, Jorginho reforça o trabalho feito pela agremiação para além do Carnaval e a importância de se olhar para os "blocos de índios" durante todo o ano e não apenas em datas pontuais.
"As entidades hoje não fazem só o Carnaval, nós trabalhamos o ano todo nas comunidades e sedes. O Comanches faz 50 carnavais, nosso bloco infantil está fazendo 10 anos. São nossos netos, nossos filhos, a outra geração que irá passar nossa cultura para frente e tomar conta do Comanches. A importância de olharem para essas instituições é manter a cultura viva. Eu não tenho nada contra quem vem ganhar os milhões aqui, sou músico profissional desde criança, mas separe o nosso."
O showman, como se descreve, ainda fez um apelo de união dos blocos como forma de continuar resistindo:
"Nós estamos aqui, somos nativos. Nós não pegamos dinheiro para depois ir para a Europa não, nós estamos aqui fazendo samba, partido alto o ano todo, tocando os tambores, fazendo canções. E é por isso que eu faço um apelo, para todos, se é o Carnaval dos cinquentões, vamos todos juntos."
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Wilson Witzel
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e a Polícia Federal. No meu governo, a Polícia Civil e a Militar sempre tiveram total independência".
Disse o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, ao negar que manteve qualquer tipo de relação, seja profissional ou pessoal, com o juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo caso de Flavio Bolsonaro (PL), e jamais ofereceu qualquer tipo de auxílio a qualquer pessoa durante seu governo, após vazementos de áudios atribuidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).