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conjunto penal de salvador
Em meio às grades do Conjunto Penal Masculino em Salvador, emergem linhas que transcendem barreiras físicas e emocionais. O livro “E quem disse que não – Fábulas no Cárcere”, lançado na última sexta-feira (19), é um testemunho desse fenômeno. Assim como, a obra “Cartas no Cárcere – A Mim Mesmo e a Você”, lançada no sábado (19), na unidade prisional de Lauro de Freitas.
As publicações foram realizadas por meio do projeto Virando a Página, que tem à frente o corregedor-geral do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano, e conta com o apoio do chefe do judiciário baiano, desembargador Nilson Soares Castelo Branco.
“Cada história contada é um testemunho vivido de que não importa quem disse “não” no passado, o que vale é quem decide virar a página e reescrever sua história”, ressaltou Rotondano.
Ao abraçar a literatura, os reeducandos descobrem novas narrativas e escrevem um novo capítulo em suas próprias vidas. É o que mostra a obra “E quem disse que não – Fábulas no Cárcere”. O livro revela a expressão autêntica de sentimentos e memórias e busca despertar a imaginação e resgatar as recordações da infância dos internos do Conjunto Penal de Salvador.
Ao assumirem a responsabilidade pela criação dessas narrativas, os 15 internos desafiam a percepção comum do ambiente prisional. As histórias abordam questões sociais como racismo, pobreza, desemprego e violência, oferecendo uma lição valiosa sobre a possibilidade de ressignificação e transformação.
Os textos produzidos nas oficinas de escrita literária, ministradas pelo editor e colaborador da Corregedoria Alex Giostri visam promover acesso a informações e discussões que contribuam para a reintegração social, fortalecendo o processo educacional e estimulando ganhos pessoais em termos de cidadania. A oficina focada no gênero fábula proporcionou um mergulho no universo dos animais falantes, diálogos e lições morais.
“A obra revela-se não apenas como um livro, mas como um manifesto de renascimento, escrita por mãos que decidiram virar a página e reescrever suas próprias histórias”, pontuou o pedagogo Bruno Conceição, que ainda ressaltou a importância da leitura no ambiente prisional como um resgate da autoestima dos detentos.
LAURO DE FREITAS
O Conjunto Penal de Lauro de Freitas também foi palco para mais um lançamento do projeto Virando a Página. “Cartas no Cárcere – A Mim Mesmo e a Você” é a obra escrita por 14 internos da unidade.
“Quando pensamos em ressocialização não podemos deixar a margem a educação, que é um pilar. As pessoas se transformam através da educação e, consequentemente, transformam o mundo”, afirmou o corregedor-geral do TJ-BA.
As cartas dos autores foram escritas para cinco remetentes ficcionais: para o eu deles criança, para um jovem, para um familiar, para eles mesmos e, por último, para o futuro. A intenção foi fazer com que os internos revisitassem o passado na tentativa de entender certas escolhas e planejar um amanhã diferente.
“Através de cartas, os internos tangenciam aspectos vivenciados na infância e na juventude. Mas, para além disso, percebem como erros cometidos interferem no futuro. Catarse, arrependimento, confissão, reparação. Há muito para ser compreendido nas entrelinhas de A Mim Mesmo e a Você”, salientou a juíza auxiliar da CGJ, Rosemunda Souza Barreto, no posfácio do livro.
Para o secretário de Administração Penitenciária da Bahia, José Antônio Maia, o lançamento dessa obra é uma das etapas da consolidação do trabalho de ressocialização.
O Virando a Página realiza rodas de leituras entre pessoas privadas de liberdade e tem por objetivo o estímulo à leitura, à expressão oral, à elaboração de relatórios, para que, a partir de tal produção textual ou oral, o reeducando possa ter direito à redução de pena, conforme Resolução CNJ 391/21 e Provimento CGJ/CCI 12/22. A escrita literária e a produção das obras são um desdobramento da iniciativa.
O programa de ressocialização por meio da leitura ganhou contornos nacionais ao ser apresentado no 92º Encontro do Colégio de Corregedores-Gerais dos Tribunais de Justiça do Brasil (CCOGE/ENCOGE).
Um detento morreu após passar mal na quarta-feira (3), no Conjunto Penal de Salvador. A Polícia Civil identificou o homem como Júlio César da Silva Santos, de 40 anos.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que o interno passou mal, desmaiou e foi encaminhado para o setor de saúde da unidade para atendimento médico, mas ao chegar no setor foi constatado que ele já estava sem vida, com possível quadro de overdose.
De acordo com a pasta, o interno estava custodiado com outros cinco em uma das celas do Conjunto Penal. Um segundo interno custodiado com outros seis em outra cela da mesma unidade, também foi atendido em razão de passar mal e desmaiar, mas o quadro manteve-se estável e sem evolução com outras complicações.
Ainda segundo a Seap, investigações iniciais apontam que os dois internos estavam em um grupo, fazendo uso de algum tipo de entorpecente. A perícia técnica foi acionada e uma investigação está em curso para elucidar as causas da morte e as circunstâncias do ocorrido. O caso foi registgrado na 11ª Delegacia Territorial (DT/Tancredo Neves).
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Wilson Witzel
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e a Polícia Federal. No meu governo, a Polícia Civil e a Militar sempre tiveram total independência".
Disse o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, ao negar que manteve qualquer tipo de relação, seja profissional ou pessoal, com o juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo caso de Flavio Bolsonaro (PL), e jamais ofereceu qualquer tipo de auxílio a qualquer pessoa durante seu governo, após vazementos de áudios atribuidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).