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Ato publicado nesta quinta-feira (25) autoriza a criação do Subcomitê Gestor Regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade dentro do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA). O colegiado será coordenado por magistrado indicado pela Presidência da Corte e terá como vice-coordenador ou vice-coordenadora magistrado eleito.
Caberá ao subcomitê atuar na interlocução com os gestores nacionais e com instituições parceiras; propor, promover e realizar ações, eventos e projetos voltados para os temas relativos ao programa, bem como subsidiar as áreas administrativas e judiciárias no encaminhamento de propostas com igual finalidade no âmbito de suas competências específicas, a fim de articular e encadear tais ações, em especial nos meses de março (equidade de gênero), junho (equidade de pessoas LGBTQIAP+), setembro (inclusão de pessoas com deficiência) e de novembro (equidade de raça/etnia), promovendo uma integração transversal entre todas as áreas do tribunal; apoiar e monitorar a implementação de procedimentos e ações que atendam à proposta no TRT-BA; subsidiar e fiscalizar os encaminhamentos dados às denúncias de violações de direitos humanos, práticas discriminatórias ou conflitos nas relações de trabalho por motivo de discriminação que firam ou estejam em desacordo com o programa; e encaminhar ao Subcomitê Gestor Nacional, até 31 de janeiro, relatório substanciado de atividades da execução das ações do exercício anterior.
A Divisão de Sustentabilidade, Acessibilidade e Inclusão atuará como a Unidade de Apoio Executivo (UAE) do subcomitê, realizando a gestão administrativa e cuidando de aspectos relativos à organização, transparência e comunicação do colegiado.
O recém-empossado diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton de Aquino Santos, primeiro dirigente negro da autarquia participou da mesa-redonda “Fiz Uneb: narrativas de lutas e conquista profissional”, em que ex-alunos ilustres lembram as experiências na Universidade Estadual da Bahia.
Prestes a aposentar-se no fim do ano, o professor do Departamento de Ciências Contábeis Valdir dos Santos Miranda agradeceu ao ex-aluno mais ilustre da instituição.
“Parabéns pela posição. Você é um exemplo. Obrigado por representar bem nossa universidade. Estou emocionado desde o momento em que vi sua indicação [para o Banco Central]. Ano que vem, me aposento da universidade com dever cumprido”, diz Valdir emocionado a Aquino, que adiou uma reunião com representantes de bancos para falar por videoconferência direto de São Paulo nessa terça-feira (15).
“Foi você que me deu aula de contabilidade das instituições financeiras. Sabe o que aconteceu? Vim trabalhar exatamente com sua matéria. Que questão do destino! Aquilo que você me ensinava no dia a dia, que eu questionava muito bem. Hoje, quando olho as operações com balanço de instituições financeiras, quando a gente está estudando derivativos, operação a termo, operação de crédito, como contabiliza instrumentos financeiros, só consigo me lembrar do senhor”, responde Aquino, também emocionado.
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“Sou do vestibular de 1994, como qualquer menino do interior da Bahia. Por isso, ressalto a importância de uma universidade estadual, pública e gratuita. Um menino de Jequié [no sudoeste baiano], que tinha o sonho de fazer o ensino superior. Acho algo fundamental na vida de todos nós, e a Uneb me propiciou isso”, diz Aquino, que confessa certo desconforto em ser chamado de “doutor” e de “diretor”. “É da liturgia do cargo ser chamado de diretor, mas gosto mais de ser chamado de Ailton”, ressalta.
Responsável por fiscalizar as instituições financeiras e acompanhar o cumprimento das normas, o diretor do BC lembra que saiu do interior da Bahia, aos 17 anos, para estudar ciências contábeis no campus da Uneb em Salvador, num passado de dificuldades. “Vim de uma família pobre e sempre estudei numa escola pública. À noite, como qualquer aluno negro e pobre do interior da Bahia. A caminhada na Uneb foi muito importante na minha vida”, recorda.
PROFESSORES
Na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de que participou, no início do mês, Aquino fez questão de mencionar aos demais diretores do BC a trajetória na Uneb. Mesmo com outra graduação em direito por uma universidade particular em Brasília, especializações em contabilidade, economia, finanças, engenharia de negócios e uma pós-graduação em direito público por outras instituições privadas brasileiras, ele atribui o sucesso aos professores da universidade estadual, citando uma professora que fazia os alunos trazerem recortes de jornais com temas econômicos para serem debatidos às sextas-feiras.
“Ao sentar-me pela primeira vez no Copom, para decidir a taxa de juros no Brasil, sempre perguntei o que meus professores, que são craques em economia, estariam pensando. Todos os que estão sentados, sem demérito, no Banco Central, estudaram em Harvard, em Yale, fizeram PUC [Pontifícia Universidade Católica], fizeram doutorado e viajaram o mundo inteiro. Eu fiz Uneb. Isso me deixa muito orgulhoso e deixei muito claro para todos”, diz Aquino. Além do cargo no BC, ele integra o Conselho Curador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Conselho Fiscal do fundo de pensão dos funcionários do BC.
Aquino conta ter tomado posse no BC no mesmo dia da formatura na graduação e diz que a formação em contabilidade lhe trouxe vantagens ao assumir o cargo de auditor da autarquia. “Quando ingressei no Banco Central, fui alocado na área de supervisão bancária, de auditoria. O curso de ciências contábeis tem uma ênfase muito forte na parte de auditoria. Vocês não têm ideia do impacto disso na minha vida. A tranquilidade em ter saído da universidade e começar a fazer auditorias em bancos de primeira linha em São Paulo”, destaca.
DIVERSIDADE
O diretor do BC reconhece o papel histórico ao ser a primeira pessoa negra a ocupar um cargo de direção no órgão e defende mais programas afirmativos, que ampliem o acesso da população negra ao ensino superior e a órgãos públicos. Ele lembrou que, entre 1998 e 2006, a Uneb teve a primeira reitora negra do país, Ivete Sacramento. A instituição foi a primeira a adotar cotas para estudantes negros no Brasil, em 2002.
“Lembro que, quando fui escolhido auditor, me diziam que não havia nenhum negro chefe de departamento no Banco Central. Eu sempre me pergunto: sou um negro competente ou um competente negro? Tenho certeza que o que a Uneb me entregou com muita competência, consegui avançar. E, acima de tudo, sendo negro como grande parte da população brasileira e mais de 70% da população de Salvador”, diz.
Ao longo dos anos no BC, primeiro como auditor, depois como chefe da auditoria interna e como contador-geral, Aquino reconhece sentir falta da diversidade em cargos de decisão no Brasil. “Ontem [segunda-feira], saí de uma reunião do Fundo Garantidor de Crédito. É impressionante como você não consegue se enxergar nesses espaços de poder. Nessa terça, estive em diversos bancos, e você vê a população negra completamente alijada, sem espaço nas questões de poder. Em bancos com trilhões de ativos, vocês percebem que não tem aquilo que representa a população brasileira”, constata.
Em uma de muitas viagens ao exterior pelo BC, o diretor diz ter sido confundido com um representante angolano numa reunião do Banco de Compensações Internacionais, em Basileia, na Suíça. “A surpresa do corpo técnico [do BIS] quando falei que vinha pelo Brasil, porque nunca tinham visto um negro num cargo estratégico do Banco Central brasileiro”.
OTIMISMO
Para os atuais estudantes, o diretor recomendou a educação contínua, nunca deixar de estudar formação teórica. Ele também aconselha aos estudantes negros dedicarem-se a línguas estrangeiras se quiserem ocupar cargos de decisão. “Outro ponto que eu deixaria claro é que, em função das nossas origens, de a gente não ter tido as mesmas oportunidades que outros executivos do Banco Central, é necessário estudar línguas estrangeiras. Isso é muito importante na nossa vida como servidores, funcionários do Estado, em bancos de ponta ou em qualquer organização”, comenta.
Apesar das dificuldades, o diretor se diz otimista em relação à ampliação da importância do negro na sociedade e, com orgulho, conta que a própria filha escolheu formar-se em direito pela Uneb. “Falei na minha posse que sou o primeiro, mas com certeza não serei o único negro na diretoria colegiada do Banco Central. Tenho uma conexão muito grande com a Uneb. Tenho uma filha apenas e, por incrível que pareça, mesmo a gente morando em Brasília, terminou direito na Uneb. Até minha filha quis seguir os caminhos na própria universidade”, afirma.
Com informações da Agência Brasil.
Dona de uma carreira internacional como modelo, mas também de uma trajetória na criação de moda, Lea T comemorou, no último dia 19 de fevereiro, um domingo de Carnaval, 41 anos. Curtindo a folia no Camarote Expresso 2222, no circuito Barra-Ondina, a profissional conversou com o Bahia Notícias e contou detalhes sobre sua trajetória na área.
Nascida em Belo Horizonte (MG), sua primeira incursão, aquela que a introduziu no mundo fashion, foi ao lado do estilista Ricardo Tisci. Junto do italiano, Lea elaborou suas primeiras peças. "Ele foi me ensinando esse trabalho. Depois eu comecei a modelar, a carreira de modelo foi full time e acabei não conseguindo fazer os dois", relembrou.
Lea conta que sua entrada nesse espaço não foi tão fácil quanto se pensa e que, no decorrer do percurso, fez muitas concessões e negociações - aos quais ela concordou chamar de "micro-pactos". "[Fiz] micro-pactos e pactos gigantes", admitiu a modelo mineira, revelando também que na época, há 12 anos, o ambiente era muito hostil para aqueles que, assim como ela, divergiam do padrão normativo de sexualidade, raça e gênero.
"Era difícil aquela negociação, era muito violenta. A gente tinha realmente que aceitar tudo, não tinha como você dizer não", pontuou, contando que ela teve que elaborar uma visão estratégica, a fim de "tentar hackear aquele sistema".
Na avaliação de Lea, nos dias atuais, "as coisas estão um pouco mais sutis, veladas". "Nós não somos blocos, sabemos que existe, que a mudança não foi tanta, mas hoje a gente consegue ter uma negociação menos violenta. Hoje, inclusive, a gente consegue falar que a gente não quer mais negociar sobre", destacou.
O espaço diminuto que tinha, atribuiu a entrevistada, não permitia a ela um sentimento de segurança ou um ambiente de trocas. Segundo ela, não havia naquele contexto travestis, pessoas transgêneras e transsexuais nas passarelas, na criação de moda ou nos outros eixos que compõem o extenso universo do qual faz parte.
"Errei muito. Aceitei muitos pactos que hoje, voltando atrás, eu não sei se teria feito. Mas é constante, a gente continua fazendo. É violento falar sobre isso, acho que é porque a gente ainda está nessa elaboração", considerou, afirmando que esse esforço é "cansativo", mas os impedimentos também são estratégicos.
Na visão de Lea, existe uma tradição na moda ocidental que é caracterizada pela apropriação do que é produzido por outras culturas, sobretudo as que entendem as vestes e outros produtos como expressão. E essa lógica, no entendimento dela, está relacionada com a maneira como esse espaço é de difícil acesso.
O itinerário que tem percorrido, apesar de cansativo, parte de um esforço de elaboração coletiva, interpretou a modelo durante o bate-papo com o Bahia Notícias. "Eu consegui, cansando muitas vezes, errando muitas vezes. Eram matas fechadas. Então a gente foi elaborando junto, não fui sozinha, fomos nós juntos. As que vieram antes me seguravam, principalmente as travestis e as pessoas transsexuais", disse.
Tia de quatro crianças, ela afirmou que não vislumbra uma realidade que impunha aos sujeitos, especialmente às crianças, violências como as que viveu.
Embora saiba da importância dos pactos que admitiu ter feito no percurso, Lea T falou sobre como, em algumas instâncias, eles precisam ser desconstruídos e nem sempre são construtivos. "Porque a coisa mais importante é a gente conseguir se permitir ser contraditório. No momento em que a gente puder falar uma coisa e depois de cinco minutos falar outra totalmente diferente, vamos ser livres, seremos pessoas", salientou.
Nos momentos finais da entrevista, ela se assumiu pessimista e disse que tem tentado ser positiva ao pensar no que está por vir. "Se a moda não abrir as portas para a gente, vamos criar outras coisas, porque não é mais sobre eles, é sobre a gente", finalizou.
O projeto Gingas Plurais terá uma programação intensa com rodas de diálogos, oficinas e apresentações artísticas neste fim de semana. A programação, que será totalmente online devido à pandemia, será transmitida ao vivo nas plataformas do YouTube, Instagram e Facebook do projeto. Para acompanhar as atividades não é necessária inscrição prévia.
A iniciativa busca a valorização da capoeira como arte, o combate de práticas machistas e a promoção de reflexões sobre a presença ou ausência de mulheres e pessoas LGBTQIA+.
A programação teve início nesta sexta-feira (5), com a intervenção artística de Alana Oliveira e a realização da primeira roda de diálogo do projeto, que teve como tema “Mulher na roda não é para enfeitar: resgate da história de mulheres na Capoeira” e contou com a preseça das convidadas Jéssica Dias, graduanda de Serviço Social pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), trancista, manicure e integrante do Grupo de Capoeira Angola Mourão (GCAM); e Aurelice Bispo, estudante de História e mestra de capoeira, conhecida como Mestra Dandara.
A roda de diálogo teve a tradução para libras e a mediação ficará por conta da poeta Vanessa Coelho, que é slammer, atriz, educadora popular e integrante do Grupo Artístico Coletivo Zeferinas e do Grupo de Capoeira Angola Mourão.
No sábado (6), a programação terá início logo cedo, às 9h30, com oficinas e outras atividades. Às 13h será realizada a roda de diálogo “Eu, tu, nós, todos: o direito de ser e estar na roda”, que terá como convidados a multi-artista baiana Rool Cerqueira, e o professor de capoeira Anderson Gavião, formado pelo Grupo Internacional Oficina da Capoeira.
O terceiro e último diálogo do Gingas Plurais será às 17h, com o tema "Lutando juntxs contra a violência na roda de Capoeira". A discussão trará a importância de identificar, refletir e coibir práticas de violência nas suas mais variadas formas nas rodas de capoeira. Estarão presentes a artista Aline Gomes, que é professora de teatro e amante da capoeira Angola, e Lygia Fuentes, capoeirista do Grupo de Capoeira Angola Mourão e educadora social na Educação Infantil. A mediação é de Mel Cordeiro. O encerramento acontece às 19h, com uma roda de capoeira e samba.
Reflexões
Uma das produtoras do evento, Mariana dos Santos, contou que cada pauta abordada no Gingas Plurais busca provocar reflexões diversas nos espectadores. "Todas as rodas de diálogo vêm com temas questionadores. Alguns historiadores dizem que só haviam mulheres nas rodas de capoeira na metade ou no final do século XX. Porém, conseguimos provar que haviam outras mulheres presentes na capoeira Angola – os mestres antigos contavam sobre elas. Uma das analogias que faremos é com o filme Madame Satã, uma travesti que defendia sua comunidade através da capoeira", afirmou.
Pensando em discutir perspectivas e proposições poéticas e estéticas emergentes de artistas do teatro baiano na contemporaneidade, o webinário "Bahia de Todas as Corpas" está com inscrições abertas (clique aqui) até o próximo dia 18 de fevereiro para uma programação de atividades divididas em dois ciclos.
As temáticas discutidas no webinário buscam a valorização e a visibilidade de sujeitos, independente do gênero, e experiências sociais contra-hegemônicas e anti-normativas, tais como: deficiência e acessibilidade; histórias e subjetividades negras e afro-diaspóricas; diversidade sexual e de gênero.
Os dois ciclos serão divididos em três dias cada, sendo o primeiro ciclo composto por bate-papos denominados "Resenhas Virtuais" e o segundo ciclo formado por três dias consecutivos do "Webinário Performativo".
Em cada ciclo haverá três "mesas" ou "telas" de debate onde artistas, docentes, estudantes e produtores culturais compartilharão seus trabalhos, experiências e sua percepção acerca da cena baiana contemporânea a respeito das suas respectivas temáticas centrais.
Cada dia de resenha virtual e de webinário terá um dos temas acima apresentados como enfoque da discussão. Os ciclos contam com uma carga horária total de 6h, perfazendo 12h de atividades online.
Cada uma das atividades terá um limite de 50 participantes A lista com os nomes das pessoas inscritas será divulgada no dia 28 de fevereiro, nas redes sociais do Bahia de Todas as Corpas.
O fotógrafo baiano Matheus Leite é o primeiro brasileiro a vencer o concurso Sony World Photography Awards. Premiado na categoria National Awards (Brasil) com uma das fotos de um ensaio batizado como "Afrocentrípeta", o profissional de 21 anos começou a carreira na área após uma vida inteira evitando ser fotografado.
Em entrevista ao UOL, ele contou que a morte do pai em 2012 fez com que percebesse a importância de se registrar o presente. "Uma coisa que mexeu muito comigo foi a fato de não ter muita foto com meu pai. E por decisão minha, inclusive. Nos álbuns de família é muito comum ter fotos com todos os familiares e, em vários desses eventos, eu sabia que estava presente e não participei da foto", contou.
Segundo ele, foi a partir daí que passou a entender a fotografia como o registro de momentos e sensações. "A fotografia é a valorização do agora, do quem está comigo, é algo simbólico. Para uma pessoa que fugia de fotos, acho que esse foi um marco muito visível", explica.
A premiação que Leite ganhou contou com mais de 190 mil imagens inscritas e teve 69 participantes de diversos países escolhidos como campeões. Conquistar o Sony World Photography Awards foi, para ele, muito surpreendente.
"Em 2015 peguei minha primeira câmera e comecei a fazer fotos em ambientes fechados para registrar amizades, festas de familiares, etc. E esse primeiro ano foi tão intenso que no segundo semestre eu já estava trabalhando com fotografia", contou o fotógrafo, que já havia atuado com edição de vídeos, mas nunca havia participado de competições semelhantes.
"É um concurso de escala mundial, pessoas da Inglaterra, Tailândia, China, Namíbia, enfim, todo o mundo participando. Por isso, a derrota seria aceitável pela magnitude que o concurso tem. Foi uma surpresa, fico até me achando chato falando isso, mas não tem outro sentimento", completou.
"Quando recebi um email em inglês falando que ganhei, achei que eu estava interpretando de maneira equivocada. Pensei que aquele 'winner' podia ser algo sobre participantes, do tipo, 'vocês já são vencedores por participar'. De repente percebi e, meu Deus, eu venci. Nem sabia que nenhum brasileiro tinha ganhado, então, assim, ainda foi um combo de surpresas e estou caindo de paraquedas nessa realidade", contou o fotógrafo.
Assinando como Matheus L8, a carreira de fotógrafo é sua fonte de renda atualmente. Ele entrou na profissão após trancar a faculdade de História no sétimo período. E é daí que vem o mote para o ensaio ganhador, o Afrocentrípeta - realizado nas Dunas de Diogo, região metropolitana de Salvador, e que retrata as relações intrarraciais ocorridas no Brasil durante os séculos de escravidão.
"Eu pensei na diversidade que existia na época. Uma coisa que me incomoda era esse entendimento sobre esses povos negros de uma maneira homogênea, singular. Sendo que são povos de culturas diferentes. Você tem um povo do Magrebe, islamizado, com um tipo de cultura, do Congo, com outro, e todo mundo ali compartilhando essa experiência cruel da escravidão", explicou.
Como prêmio, Matheus L8 vai receber uma câmera Sony Alpha 7 III e terá seu trabalho mostrado na exposição "Sony World Photography Awards", no palácio Somerset House, em Londres, programada para iniciar no final deste ano.
A Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA) juntamente com o Centro de Culturas Populares e Identitárias da Bahia (CCPI) realizam, na próxima quarta-feira (29), às 19 horas, uma live sobre a diversidade cultural da Ilha de Matarandiba. O bate-papo que integra o projeto Encontros com a Cultura Popular será transmitido no YouTube, pelo canal do Grupo de Pesquisa Griô (clique aqui), parceiro da iniciativa.
Com o objetivo de resgatar as manifestações culturais da ilha, que faz parte do município de Vera Cruz, a live irá percorrer por diversos assuntos, entre eles, a cultura popular, o Mês de Nanã, o Samba de Roda, além do Julho das Pretas. Como covidada, participará da transmissão Adenildes Leal, que é coordenadora do Grupo Voa Voa Maria de Matarandiba e Conselheira da Associação Sócio Cultural de Matarandiba (Ascomat).
A parte introdutória do encontro ficará sob o comando de André Reis, diretor do CCPI e de Pedro Abib (Pedrão), professor da UFBA. Já Daniele Silva e Andreia Vieira serão as responsáveis pela mediação da live.
Foto: Reprodução / Secult-BA
Durante participação do festival online ATX 2020, no último final de semana, a cocriadora de “Friends”, Marta Kauffman, confessou que poderia ter construído a série com mais diversidade, qualidade que ela se arrepende de ter contribuído pouco.
"Eu só queria saber o que sei agora. Eu teria tomado decisões muito diferentes. Quero dizer, sempre incentivamos pessoas de diversidade em nossa empresa, mas não fiz o suficiente e agora só consigo pensar no que posso fazer”, disse, de acordo com o portal F5, da Folha de S. Paulo.
A autocrítica surgiu em um momento onde os debates das séries se misturou às discussões sobre as questões raciais na televisão. Em “Friends” que durou de 1994 até 2004, por exemplo, os seis protagonistas eram brancos, apesar de em alguns momentos surgirem na história personagens não brancos, que para a cocriadora, hoje, não foi o bastante.
O comentário de Kauffman endossa a visão levantada por Lisa Kudrow. Intérprete de Phoebe na série, ela disse recentemente que “Friends” seria diferente se fosse feita hoje. Formar novos projetos com mais diversidade e debater o preconceito nos bastidores são questões que vêm sendo discutidas com mais intensidade nos últimos dias.
A atriz Samantha Ware, da série “Glee”, por exemplo, acusou na última semana a atriz Lea Michele de ter sido racista nos bastidores das gravações. Segundo Ware, entre algumas agressões traumáticas Michele teria dito que defecaria na peruca da colega quando tivesse a primeira oportunidade (relembre aqui).
À frente do bloco Mascarados, que tem como proposta o resgate da fantasia e a defesa da liberdade para que as pessoas possam “ser e estar”, Margareth Menezes destacou o papel da democracia no país, independente dos governos.
“Eu acho que a ministra pode pensar o que ela quiser, e acho que o importante é como é que as pessoas se sentem, o que é que as pessoas defendem em relação à vida, os direitos de cada um”, disse a artista, em referência à campanha da ministra da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, a favor da abstinência sexual como forma de prevenir a gravidez na adolescência. “Porque até então, pelo fato de ser uma ideia de alguém que está num ministério é uma coisa, até ser uma realidade da vida é outra. Eu acho que a gente tem que buscar é cada um de nós ter consciência do direito do outro de ser o que é, do direito de ser e estar”, acrescentou.
Margareth minimizou, no entanto, a relação dos Mascarados com a pauta política. “Esse movimento que a gente faz com a fantasia, com seja o que você quiser, é o momento da descontração”, defendeu. “E o momento do país, aí acho que deve ter a consciência de cada cidadão. Não é porque alguém está no poder e que falou, que a gente vai achar que é assim. Eu acho que a vida é do jeito que ela é, então as pessoas têm que aprender a se defender, a usar também as leis. E cada pessoa ter consciência de que ela pode usar as leis pra se defender”, pontuou a cantora, afirmando ainda que a sociedade é composta de pessoas diversas. “Estamos numa democracia, então o direito à vida, o direito de ser e estar tem que ser para todos”, declarou.
Uma das fundadoras da Marcha do Empoderamento Crespo de Salvador, coletivo que marcou presença na Lavagem do Bonfim, nesta quinta-feira (16), Naira Gomes destacou o papel desta festa popular como espaço político. “O Bonfim é um lugar de inclusão e visibilidade. Todas as pautas têm espaço, da mulher, do homem, dos trans, dos gays, LGBT+, povo de santo. É um lugar de colocar os corpos, as narrativas e as ações em curso por dignidade e inclusão”, declarou Naira.
Marcha do Orgulho Crespo de Salvador marcou presença na Lavagem do Bonfim | Foto: Adriano Cardoso / Ag Haack
“A diversidade é um valor de verdade pra gente, pra nós, mulheres negras, diversidade não é uma falácia, é um valor de inclusão. Somos diversas, plurais”, salientou Naira Gomes.
Presente nos festejos da Lavagem do Bonfim, nesta quinta-feira (16), em Salvador, o presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, confirmou o interesse em seguir à frente da instituição em uma próxima gestão, após o mandato do prefeito ACM Neto. “É uma coisa que é difícil de falar agora, porque a gente tem que ver o que é que vem por aí. Mas o trabalho está muito interessante, eu estou gostando do que a gente está conseguindo fazer, é uma equipe fantástica. O prefeito me deu carta branca e a gente está transformando a cultura do município”, disse o gestor ao Bahia Notícias.
Guerreiro revelou ainda que a prefeitura já está discutindo o tema do carnaval 2020, na capital baiana. “Vamos aguardar, porque eu acho que o carnaval vem quente, vem diverso!”, anunciou o gestor, destacando que Salvador hoje está “fantástica” por ter saído da “monocultura” e estar aberta a todos os ritmos. “Você pode esperar um carnaval múltiplo e a cidade lotada. Salvador voltou à moda”, acrescentou.
Pela segunda vez no Concha Negra, agora abrindo a edição 2019, o Ilê Aiyê sobe ao palco da Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, neste sábado (7), a partir das 18h30, com o show “Charme da Liberdade”.
Na ocasião, a Band’ Aiyê repete a parceria com a cantora Daniela Mercury. Antes do show principal, no entanto, a noite contará com uma apresentação do Coletivo Afrobapho, formado por jovens negros e LGBTQI+.
Os convidados refletem a proposta do espetáculo, que tem como objetivo defender a diversidade e valorizar as histórias e estéticas negras. “Desde a fundação, o Ilê se preocupa com isso. Tanto que desde a fundação temos mulheres e homossexuais. A ideia sempre foi combater todos os tipos de discriminação, principalmente a questão racial”, explica Antônio Carlos dos Santos, Vovô, presidente do bloco afro. “As músicas do Ilê sempre são músicas de empoderamento, de defesa do povo, de resgate da autoestima. Então, o grande elemento transformador do Ilê é a música”, afirma.
Neste sentido, Vovô avalia que a verdadeira e mais eficiente revolução social se dá por meio da arte. “A gente consegue fazer essa transformação através da canção, com as letras, tanto as músicas tema quando as músicas poesia. A gente vai recontando a nossa história pela nossa ótica. E aí, em vez de marcar reuniões, discursos inflamados pra meia dúzia, um grupo pequeno, através da música você atinge um número bem maior, principalmente a juventude, as crianças, e isso vai formar pessoas melhores”, diz o presidente do Ilê.
Evento terá participação de Daniela Mercury | Divulgação
Além de servir de espaço para difundir a dança, música e história do bloco afro, o Concha Negra será também uma oportunidade para viabilizar financeiramente um melhor carnaval de 2020, já que, por falta de verba, o Ilê precisou diminuir sua participação na festa. “Nós cortamos um dia, por causa do custo mesmo. Só vamos sair no sábado e na segunda”, revela Vovô, destacando a falta de patrocínio via iniciativa privada. “Tem essa questão do empresário brasileiro antes de ser capitalista ser racista. Ele tem dificuldade de querer associar a marca dele, o produto dele ao povo negro”, critica, apontando como uma das poucas oportunidades recorrer ao financiamento público. “O pessoal tem algumas críticas ao Ouro Negro, mas ele é uma ferramenta que ainda funciona, que se não fosse o Ouro Negro, muitas organizações não iriam para a rua”, pondera o dirigente, em referência ao edital da Secretaria de Cultura da Bahia, que no último ano recebeu muitas críticas de proponentes desclassificados.
Apesar dos entraves, Vovô salientou que a agremiação segue na luta para reverter o quadro. “Estamos tentando vender o terceiro dia, pra sair sem corda. Se a gente conseguir através do governo, da prefeitura ou de alguma empresa aí, a gente bota o bloco só com o trio e a banda na rua pra sair tocando pro povo”, conta o dirigente do Ilê. “Estamos torcendo também e conclamando o público pra [comparecer] sábado agora com a Concha Negra, pra ver se a gente consegue lotar, que aí já é uma ajuda essa bilheteria”, destaca, revelando que o tema do carnaval já foi definido: “Vamos falar de Botsuana, um país emergente interessante”.
Vovô do Ilê comentou sobre a dificuldade de conseguir apoio para projetos voltados ao povo negro | Foto: Reprodução / Facebook
RACISMO NO BRASIL
Em entrevista ao Bahia Notícias, Vovô comentou ainda sobre o atual cenário do país, diante de políticas públicas controversas do governo federal e nomeações de quadros como Sérgio Camargo para presidir a Fundação Palmares. Ele, que é negro, teve a nomeação suspensa pela Justiça por afirmar que a escravidão foi benéfica para os negros e negar a existência do racismo no Brasil (clique aqui e saiba mais).
Para o presidente do Ilê é necessário persistir na luta para combater a discriminação racial em um país dividido, onde “uma minoria não negra que dá as coordenadas” e alguns negros corroboram com o discurso do preconceito. “Mesmo com todos esses avanços que teve, trabalhos de conscientização, ainda tem muitos negros que ainda são reféns disso, que não acreditam no próprio negro, acham que o negro ainda é culpado, aí aparecem elementos como esse aí, esse presidente da Palmares que colocaram. Com as declarações dele, que é negro, de ministros, a gente vê que ainda tem muita coisa a ser feita”, avalia.
SERVIÇO
O QUÊ: Concha Negra – Ilê Aiyê convida Daniela Mercury
QUANDO: Sábado, 7 de dezembro, às 18h30
ONDE: Concha Acústica do Teatro Castro Alves – Salvador (BA)
VALOR: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Após as polêmicas envolvendo a tentativa de censura do prefeito Marcelo Crivela (PRB), durante a Bienal do Livro deste ano, no Rio de Janeiro (clique aqui e saiba mais), o prefeito ACM Neto (DEM) anunciou que a capital baiana receberá o evento em 2020.
“Não quero alimentar polêmicas, esse não é o espaço. Mas nós somos a cidade da diversidade, nós somos a cidade onde qualquer tipo de censura é proibido, porque essa é a essência do nosso povo, e eu fico feliz”, disse ele na manhã nesta terça-feira (10), durante a assinatura do contrato de concessão do Centro de Convenções, na Boca do Rio. “A última bienal que nós sediamos foi lá no ano de 2013, agora nós estamos já acertados, palavra dada, e Salvador sediará a Bienal 2020, que será a maior de todos os tempos em todo Brasil”, garantiu Neto.
A Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (Ufba) promove, nos dias 12 e 13 de setembro, o Desmonte – I Seminário de Dança e Diversidade, quem em sua programação conta com workshops, performances, debates e lançamento literário.
Realizado na própria Escola de Dança, o evento tem como proposta tratar das diversidades de corpos e de identidades de gênero nas artes do movimento, incentivar a produção dados que tratam das violências cotidianas e institucionais, além de sugerir caminhos artísticos, políticos e sociais alternativos.
Confira a programação completa:
I DESMONTE - Dança e Diversidade de Gênero
Dia 12/09
15h às 17h - Esquenta DESMONTE
Workshop POC: Pretas, Ousadas e Contemporâneas - Bruno Novais
18h – Performance de abertura
“Emoldurada” (Solo)
Jenny Müller
18h30 às 20h30 – Abertura e Diálogos com Ouvidoria
Iole Macedo Vanin, Viviane Vergueiro, Nathália e Marilza Oliveira
Mediação: Rabeca
20h30 – Performance
Corpas Unidas
Dia 13/09
8h às 09h45 – Curso de Drags DESMONTE
Bia Mathieu, Fruta, Avoa Flaminga
Mediação: Ian Habib
10h às 12h – Vidas e olhares insubordinados: perspectivas interseccionais e decoloniais
Thiffany Odara, Julio Sésar Sanches, Marilia e Yuna Vitórua
Mediação: Claudenilson Dias
12h às 12h15- Transparto
Poesia, música e berimbau - Bruno Santana e Verciah
14h às 16h– Feminismos e diversidades sexuais: resistências ao cistema
Gardênia Coleto, Raissa Eriss Grimm, Luana Souza, Darlane S. V. Andrade
Mediação: Dai Costa
16h às 16h30 – Performance Afluente (Música)
Inaê e Dimaz
16h30 às 18h – Mesa de Pesquisadores “Gêneros, corpos e sexualidades nas artes: práticas, poéticas e tensões”
Ian Habib - “Corpos Transformacionais”
Kleber Simões - “Censura no Brasil: tecnologia biopolítica de produção das fronteiras do humano”
Xan – Em busca de ancestralidades travestis latino americanas. Repensando corpo imagem e imaginário.
Rabeca – “Orgulhosamente feminista, Necessariamente inconveniente! Discursos políticos-poéticos-musicais das jovens soteropolitanas”
18h- Lançamento do Livro Hip-Hop Feminista de “RebecaSobral”
18h30 – Ball room
Vânia Abreu e Marcelo Quintanilha unem forças no “Baile Tudo”, lançado no dia 28 de setembro, a partir das 20h, no Largo Quincas Berro D'água, Pelourinho, em Salvador.
Em 2006 a dupla lançou "Pierrot & Colombina", álbum e show que traziam clássicos da MPB sobre o carnaval e explorava o amor de um casal heteronormativo. Treze anos depois, eles pretendem expandir a proposta, valorizando todas as formas, cores e gêneros através da música. "Queremos chamar para o baile as Colombinas e os Pierrots, mas não só eles. São bem-vindos os Arlequins, Drags Queens, Drags Kings, e quem mais for", diz Abreu.
"Há muito tempo o carnaval abraça todos os estilos musicais - o axé, o rock, o pop, o forró, MPB, entre outros. Queremos dialogar com essa diversidade. O repertorio vai reunir ritmos opostos em uma mesma atmosfera como Rita Lee, Gerônimo, Novos Baianos, Timbalada, Blitz, Chico Buarque em um verdadeiro caldeirão musical. A Vania vai rememorar canções da época que foi backing vocal de Ricardo Chaves, Cheiro de Amor e Banda Biss", pontua Fred Soares, responsável pela direção do espetáculo, que conta ainda com uma banda formada por baixo, batera, teclado, percussão e guitarra, sob regência de Bruno Michel.
"Estamos propondo que os públicos se misturem. Que seja um show em que todos os públicos, gêneros, orientação sexual, classes e raças se vejam e se respeitem. Por isso, Baile Tudo!. Baile o que quiser. O que vale é carnavalizar. É um show para quem gosta de música, independente do gênero musical", descreve Marcelo Quintanilha.
SERVIÇO
O QUÊ: Baile Tudo – com Vânia Abreu e Marcelo Quintanilha
QUANDO: Sábado, 28 de setembro, às 20h
ONDE: Largo Quincas Berro D'água – Pelourinho – Salvador (BA)
VALOR: 1° lote R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), até 10 de setembro
Com dramaturgia e direção assinadas por Djalma Thürler, o espetáculo “Cabaré Vibrátil”, da ATeliê voadOR Companhia de Teatro, faz temporada às sextas-feiras durante os meses de julho e agosto, sempre às 22h, no Cabaré dos Novos, Teatro Vila Velha, em Salvador.
“A peça foi motivada pelo contexto geral, da macropolítica, das macrodecisões, uma tristeza, uma decepção atrás da outra. O cabaré é um espaço festivo de encontros, de resistência através da arte. O encontro é o começo de tudo”, contextualiza o diretor, que teve inspiração na estética dos cabarés alemães para desenhar a montagem. Segundo ele, “o cabaré é um espaço de subversão da economia do desejo, por isso ele amplifica o que Nietzsche chamava de Vontade de Potência. Dentro dele não há vigília, sequer disciplina e quando isso acontece não há anestesia ou paralisia, há a multiplicação”.
Neste universo em movimento, que simula uma espécie de teatro de variedades aberto para a participação de todos, os atores-cantores Duda Woyda, Leandro Villa e Talis Castro performam ao som de obras do cancioneiro queer, “músicas que de algum modo desafiam o bom senso, o bom gosto, fazem estranhar a ideia de normalidade e dão vozes a tipos marginais”, explica o diretor. Djalma pontua ainda que o ator normalmente costuma ser “queer” por “deslizar” pelas personagens que defende, mas destaca que na montagem o elenco vai mais além, por entender “o papel político de um corpo livre” e demonstrar de forma aberta e sem pudor para a plateia.
Segundo o diretor, a ideia da montagem é promover “uma festa coletiva”, estimulando o público a se comover e se divertir. “A plateia interage todo o tempo, mas planejamos algumas participações especiais para garantir a variedade da noite, mas temos um momento que a plateia pode participar de forma livre e espontânea”, explica. “Cabaré Vibrátil será um ponto de encontro para cantar, dançar e pensar. Para quem gosta, teremos bebidas no bar. Tudo isso, regado a um pouco de erotismo. Algumas músicas e textos são extraídos do Almanak Caralhal, de 1881, com arranjos de Roberta Dantas", acrescenta.
A trilha sonora do espetáculo será sempre executada ao vivo por uma banda feminina composta por Poliana Coelho, Luísa Santos, Ingrid Steinhagen, Maira Lins e Roberta Dantas, que também assina a direção musical e arranjos. A iluminação e cenografia é assinada por Marcus Lobo; os arranjos e preparação vocal, por Neto Costa; figurinos e caracterização são de Rainha Loulou e a direção de movimentos de Adriana Bamberg.
SERVIÇO
O QUÊ: Cabaré Vibrátil
QUANDO: Sextas-feiras de julho e agosto, às 22h
ONDE: Cabaré dos Novos - Teatro Vila Velha – Salvador (BA)
VALOR: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
A série “Diversidade”, que conta histórias de nove personagens que lutam pelo reconhecimento dos direitos civis da comunidade LGBTQIA+, estreia no dia 3 de maio, na TVE Bahia, e segue no ar às segundas-feiras, sempre às 23h30.
Dirigida por Elen Linth, ativista na luta contra a discriminação e violência contra gays, lésbicas, transexuais e travestis, a obra documental aborda temas como adoção, nome social, casamento e mercado de trabalho.
Os episódios estarão disponíveis também no portal da TVE, na internet (clique aqui). www.tve.ba.gov.br/tveonline
Sob iniciativa da ONG Abraço a Microcefalia, a escritora e publicitária uruguaia-brasileira Lau Patrón marcará presença na palestra “A diversidade é uma força ou uma fraqueza?”. O evento, que vai ser realizado no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Salvador Shopping, acontece neste domingo (15), a partir das 19 horas.
No bate-papo, Patrón, que é mãe, palestrante TEDx e autora do livro "71 Leões", vai conversar sobre o impacto da diversidade como motor para a construção de um mundo melhor. Ao mesmo tempo, a palestrante mostrará para pais e mães como é possível formar filhos mais empáticos e inclusivos. "Teremos um mundo melhor e mais inovador quando ele for construído para abraçar todas as pessoas, como elas são", afirma Patrón.
Os ingressos para a palestra “A diversidade é uma força ou uma fraqueza?” custam R$ 50 e estão a venda no Sympla (clique aqui) ou através do telefone 71 99630-7875.
O British Academy of Film and Television Arts (Bafta), conhecida como o “Oscar Britânico”, anunciou nesta terça-feira (19) mudanças para as seleções de duas categorias em 2019. De acordo com a Universa, todos os filmes que forem indicados a “melhor filme britânico” e “melhor estreia por um roteirista, diretor ou produtor britânico” deverão seguir pelo menos dois dos novos critérios de diversidade: representação em temas e narrativas, liderança criativa, criação de acesso e oportunidades na indústria cinematográfica, e oportunidades para melhor diversidade na audiência. "Ao abraçar esses critérios em nossas premiações, poderemos melhorar o trabalho que já vem sendo feito para aumentar a representação enquanto mantemos os padrões da Bafta para excelência nos filmes britânicos”, declarou o diretor da academia, Marc Samuelson.
A cantora Pabllo Vittar lançou nesta sexta-feira (2) o clipe da música “Então Vai” em parceria com o produtor Diplo. A música foi um dos assuntos mais comentados pelos internautas, e o grande destaque do vídeo é o beijo entre a drag queen e Diplo. Essa é a segunda parceria entre a cantora e o produtor, que junto com Anitta criaram o hit “Sua Cara”. O clipe retrata a diversidade e traz cenas de Pabllo vestindo um maiô com as cores da bandeira do orgulho gay. Confira aqui:
A cantora e compositora carioca Monique Kessous, que há pouco mais de um ano trouxe a Salvador o show de seu mais recente disco, “Dentro de Mim Cabe um Mundo”, retorna à capital baiana com a nova turnê “S.Ó.S”, em cartaz no Café-Teatro Rubi nesta sexta-feira (10) e sábado (11), às 20h30. “O trabalho novo não é disco, mas pode virar ainda. Acho que vai virar um EP futuramente, não sei ainda em que formato”, revela a artista, em entrevista ao Bahia Notícias. Além de algumas releituras e das músicas inéditas incluídas no repertório – “S.Ó.S.”, “Calmante Anti Sentimental”, “Viada” e “Normal, Aham” –, o que há de diferente neste show é o formato acústico e intimista, no qual Monique sobe ao palco apenas acompanhada pelo irmão e principal parceiro musical, Denny Kessous, ambos tocando violão. “A gente toca algumas músicas já conhecidas de outros trabalhos, algumas versões e músicas novas. Essa ‘S.Ó.S.’, que deu nome ao show e acabou virando ‘S.Ó.S.’ com acento no ‘o’, traz vários aspectos envolvendo esse nome. Ela faz parte de uma trilogia existencial que eu quero continuar e essa é a segunda etapa. A primeira foi com o ‘Dentro de Mim Cabe um Mundo’, meu disco passado”, conta a cantora, explicando que a nova turnê aborda os diversos significados da música-tema. “Fala sobre isso, de sermos sós, de estarmos ali a sós com o público, falando de uma forma mais íntima e mais próxima. E fala também desse momento de crise, talvez cósmico. Não sei exatamente o que é, mas muitas pessoas se sentem diferentes. Fala de tanta coisa que tem acontecido no mundo, da certa dificuldade de ter otimismo. Fala sobre isso, e no final diz: ‘o vento traz, mas leva a dor embora’, então traz essa mensagem de otimismo também, que eu acho importante”, explica.
Confira um trecho de "Viada", uma das novas composições de Monique Kessous:
Depois de cantar sobre quebra de rótulos e tolerância no último trabalho (clique aqui e saiba mais), em seu novo repertório Monique intensifica o discurso do respeito à diversidade, a partir de observações cotidianas. A canção “Normal, Aham”, por exemplo, é uma crítica à exploração animal; enquanto “Viada” aborda o tema da “cura gay”. De acordo com a cantora, as mensagens têm a ver com a crise atual no Brasil e as injustiças que ela enxerga. “É um momento S.O.S. na vida, de precisarmos estar juntos para fazer alguma coisa, uma mudança, e tentar ter otimismo no dia de hoje”, contextualiza. Segundo ela, o apelo serve para discutir a questão dos direitos humanos e para “lutar contra essas pequenas grandes coisas que acontecem e atrapalham a vida das pessoas, principalmente de quem não tem informação e sofre preconceito de uma forma ignorante”.
E se, por um lado, cresce hoje no país a hostilidade contra os artistas e manifestações culturais – inclusive com o assombro do fantasma da censura –, por outro, Monique Kessous está convicta de que é preciso reagir. “É um momento crucial, a gente tem que se posicionar e ser espelho para quem tiver assistindo, no sentido de inspirar e dizer o que realmente precisa ser dito. Tem muita coisa absurda acontecendo, então acho que os artistas precisam se posicionar sim. O óbvio precisa ser dito, e às vezes uma coisa que a gente acha que é óbvia, ela não é para todo mundo”, avalia a artista, que começou a turnê “S.Ó.S.” no Nordeste, mais precisamente em Fortaleza, e diz estar animada para reencontrar os baianos. “Minha expectativa é máxima, estou super animada e adoro o público de Salvador”, revela a cantora, que no último show realizado na cidade fez uma dobradinha animada com a plateia e chegou a aprender alguns verbetes do “baianês” (clique aqui e relembre). “O pessoal que foi ano passado já se manifestou e disse que vai voltar para curtir junto, pensar junto, e trocar energia”, diz a carioca sobre seu público, que promete cobrar o “dever de casa” e ensinar novas gírias locais. “Tenho que relembrar tudo!”, brinca Monique.
SERVIÇO
O QUÊ: Monique Kessous – S.Ó.S.
QUANDO: Sexta-feira e sábado, 10 e 11 de novembro, às 20h30
ONDE: Café-Teatro Rubi – Sheraton da Bahia Hotel – Salvador (BA)
VALOR: Couvert artístico de R$ 70
Como parte do projeto Concerto nas Igrejas, o Coral Ecumênico da Bahia (CEB) apresenta um concerto gratuito neste domingo (19), das 11h às 12h, no Museu da Misericórdia, no Pelourinho. Sob regência do maestro Jean Prado, o grupo é formado por voluntários de diversas tradições religiosas e não religiosos, tendo como proposta cantar a diversidade cultural e a pluralidade religiosa do Brasil e do mundo. O programa passa por composições das mais diversas religiões, como budista, espírita, católica, judaica, até clássicos da música erudita e da MPB. No repertório estão Guru Grahma (Mantra Hindu); Ave Verum Corpus (Mozart); Eyli, Eyli (Tradição Judaica); Domine Fili (A. Vivaldi); Encontros e Despedidas (Milton Nascimento e Fernando Brant) e Girassol (Tony Garrido e Pedro Luís).
Serviço
O QUÊ: Concerto gratuito o Coral Ecumênico da Bahia
QUANDO: Domingo, 19 de março, das 11h às 12h
ONDE: Museu da Misericórdia
VALOR: Grátis
A atriz Aimee Carrero, natural de Santo Domingo, capital da República Dominicana, será a voz da protagonista. No elenco, terão ainda outros atores latinos e a produtora "vai incorporar influências de diversas culturas latinas e hispânicas" como música, comida e tradições na história. "A Disney tem sido parte da minha família há muito tempo e ver minha imagem representa, minha cultura representada, é realmente especial. Espero que seja especial também para todos que assistirem", declarou Aimee, em entrevista ao USA Today.
A série televisiva vai originar um filme, chamado "Elena and the secret of Avalor", que tem previsão de estreia para o segundo semestre de 2016. Elena também vai aparecer nos parques temáticos da Disney e em produtos da marca. Assista o trailer:
Desde março, quando estrelou a campanha para o Dia Internacional da Mulher, Valentina pode ser vista como um rosto da marca. Em maio, ela também participou de um comercial ao lado das outras representantes da L'Oréal. Para o diretor de marketing da marca, André Albarran, a presença da cearense no casting valoriza a diversidade feminina. "Realmente acreditamos que todas as mulheres valem muito, e a beleza vai muito além do que ela é por fora. O que mais importa é o que vem da alma", ressaltou.
SERVIÇO
O quê: Salada das Frutas em Salvador
Quem: Liniker, Tássia Reis, As Bahias e a Cozinha Mineira e o DJ Mauro Telefunksoul
Quando: 1º de julho de 2016 - Abertura da casa às 22h00
Onde: Barra Hall - Barra
Valor: R$ 60 (inteira) / R$ 30 (meia-entrada)
Vendas: https://www.sympla.com.br/salada-das-frutas-em-ssa__72628
De acordo com o site TV Foco, em 2015, o produtor Kevin Feige já havia adiantado a ideia de surgirem personagens gays nos filmes da editora. O site Marvel Wikia já lista 129 personagens homossexuais existentes nos quadrinhos. "Há uma filosofia na Marvel, que o sucesso faz correr riscos ser algo mais fácil. Existem muitas ideias pouco convencionais em Guerra Civil em termos de expectativas sobre um filme de super-heróis, mas acho que conseguimos fazer isso porque O Soldado Invernal funcionou e a Marvel tem funcionado de um modo geral, então tem muito mais ousadia em termos do que você pode fazer e até onde consegue ir. Acho que isso é muito esperançoso para nós continuarmos cada vez mais ousados nas nossas escolhas", completou Russo.
Endereçada a presidente Cheryl Boone Isaacs, o CEO Dawn Hudson e os produtores da edição Reginald Hudlind e David Hill, a carta pede "medidas concretas para impedir que esse preconceito ou racismo inconsciente aconteça em relação a qualquer outro grupo nas futuras transmissões do Oscar". "Quando aquela esquete surgiu no meio do Oscar, nós ficamos tipo 'o quê?'", afirmou David Magdael, que também assinou o documento. "Houve um coletivo 'isso não aconteceu'. Encontramos várias pessoas que afirmaram não estarem mais dispostas a aceitar esse tipo de piada, especialmente logo depois do discurso de Chryl Boone Isaacs sobre diversidade", frisou. A Academia ainda não se pronunciou diante do protesto.
Neiva criou o código com base nas três cores primárias. "Sempre vi o design mais do que uma arte para criar soluções capazes de potenciar o consumo de produtos. Assim, após oito anos de investigação, desenvolvimento e dedicação, logo percebi que tinha em mãos um ambicioso e bonito desafio que estava disposto a iniciar", revelou. A partir da associação das três cores primárias com os símbolos gráficos, o portador de daltonismo pode identificar toda a paleta de cores. "O sistema vai estar presente não só nos bilhetes diários, para que os fãs possam associar cada dia de evento à respectiva cor, como também nas pulseiras de acesso à área VIP, pulseiras que atestam a maioridade e sinalética associada à separação do lixo", explica o designer.
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O lançamento foi capa da revista Time | Foto: Kenji Aoki/ Time
São ao todos 33 novas bonecas com sete tons de pele, 22 cores de olhos e 24 penteados diferentes, de acordo com a Time. Os rostos também não mantêm os traços da primeira versão - branca, traços finos e olhos azuis. Há narizes maiores e menores, lábios mais finos e mais grossos. Atenta às tendências, algumas versões também deixam o salto alto e usam botas ou sandálias. Em comunicado, a empresa explica que o objetivo é proporcionar às crianças "um leque de escolhas que melhor reflete o mundo real como elas o veem hoje". "Estamos muito felizes por oferecer estas novas bonecas. A variedade de tipos de corpos, tons de pele e estilos permitirá às meninas encontrarem uma boneca que fale com elas", explicou Evelyn. As novas Barbie já podem ser encomendadas a partir desta quinta-feira (28) na MattelShop nos Estados Unidos e na Amazon para todo o mundo.
Rock tem recebido pedidos para não comparecer ao Oscar em decorrência da falta de diversidade entre os representantes indicados. "Vocês devem esperar piadas com #OscarSoWhite", declarou Hudlin. "E sim, a Academia está pronta para que ele faça isso. Eles estão animados para que ele faça isso. Eles sabem que é o que precisamos. Eles sabem que é o que o público quer e nós entregamos o que o público quer", acrescentou, em entrevista ao ET. Pelo segundo ano consecutivo, todos os indicados à premiação são brancos. Diante disso, o diretor Spike Lee e o casal de atores Will Smith e Jada Pinketh-Smith declararam que não vão comparecer à cerimônia (veja aqui), que acontece no dia 28 de fevereiro.
"Eu fui indicado duas vezes pela Academia e nunca perdi para um branco. Da primeira vez, perdi para Denzel [Washington] e da segunda para Forrest Whitaker", acrescentou. Com Idris Elba de "Beasts of no Nation" e Michael B. Jordan de "Creed", Smith, astro de "Um homem entre gigantes", integra a lista de atores afrodescendentes ignorados pela Academia neste ano. "Quando vejo essa lista e a série de indicações que surge... Todos estão fantásticos e essa é a complexidade do tema, todos estão lindos e merecem e isso é fantástico, mas tenho a sensação de que estamos indo na direção errada", avaliou.
![](https://www.bahianoticias.com.br/ckfinder/userfiles/images/spikelee.jpg)
Foto: Reprodução/ Instagram Spike Lee
Pelo segundo ano seguido, a falta de indicações para pessoas e filmes relacionados à cultura negra se destaca na premiação. Em 2015, usuários do Twitter compartilharam a hashtag "#OscarSoWhite" quando foram anunciados os concorrentes e, na última quinta (14), quando houve o anúncio desse ano, a hashtag voltou a aparecer no Trending Topics da rede social.
A Academia se defende sob a justificativa de que tem se esforçado para encorajar a diversidade ao convidar mais de 300 novos membros para a equipe de votantes. "Um trabalho muito importante já foi realizado este ano e vamos seguir em frente, não vamos parar. Vamos continuar com essa conversa e essas ações", declarou Cheryl ao USA Today. "E isso tem que acontecer não apenas na Academia, mas em toda a indústria do cinema: nutrir, cultivar e promover talentos, na frente e atrás das câmeras", acrescentou.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.