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Nos bastidores da política baiana, a eleição de 2024 tem sido tratada como a porta de entrada para o pleito de 2026. Apesar de este ano o embate ser travado entre candidatos a prefeitos e vereadores, os parlamentares com atuação em Brasília estão de olho no resultado das urnas em outubro próximo, já que muito do que é feito agora pode reverberar daqui a dois anos.
Nessa toada, já é possível notar que alguns deputados estão colocando "o time em campo" como se também fossem disputar a eleição deste ano. Entre os que já admitem a movimentação, o deputado federal Leo Prates (PDT) afirma que a nova identidade visual adotada nas redes sociais passa por uma estratégia definida por sua equipe com o ano de 2026 no horizonte.
Nas últimas semanas, o parlamentar adotou novas cores a sua paleta tradicional, alterou o slogan do seu mandato e mudou sua foto "base", utilizada nos perfis das redes sociais, algo que chamou atenção nos bastidores. Ao Bahia Notícias, Prates apontou que a ideia é manter seu nome "ativo", especialmente em Salvador, onde foi o deputado mais votado em 2022.
"Esse ano também veio a eleição e assim as cores que norteiam o Samu eram azul com uma faixa, eu já tinha na camisa azul e branco. As duas são camisas bases do Samu. Como é ano de eleição, eu resolvi usar a camisa base porque eu posso fazer o que for como deputado, o povo só me chama de secretário. Foi mais para dar um movimento", justificou o deputado, que já atuou como secretário de Saúde da capital baiana.
O período também tem sido marcado pela intensificação de benfeitorias em comunidades apontadas como redutos eleitorais, com objetivo de atrelar a imagem dos federais aos vereadores. Apesar de não apontar o número de candidatos que contarão com seu apoio na disputa por vagas na Câmara de Salvador, Leo Prates deve indicar suporte a pelo menos 10 nomes.
Segundo apuração do BN, entre os vereadores de mandato que buscam reeleição na capital, Daniel Alves (PSDB), Claudio Tinoco, Marcelle Moraes e Kiki Bispo, do União Brasil, Leandro Guerrilha (Republicanos) e Sandro Bahiense (PP) devem ter as candidaturas endossadas pelo deputado federal. A manutenção das cadeiras dos dois últimos mencionados, contudo, é vista como "difícil".
Uma das grandes apostas do deputado federal para o pleito municipal é Zilton Netto (PDT), ex-diretor de Ações de Proteção e Defesa do Consumidor de Salvador. Zilton já foi chefe de gabinete de Prates na Câmara.
Em condição de anonimato, uma liderança do PDT soteropolitano também indicou que o ex-secretário de Saúde deve apoiar mais de um candidato ligado ao grupo que faz oposição a Bruno Reis (União) na Câmara, com objetivo de ser apoiado por eles em 2026.
O presidente do PL na Bahia, João Roma, revelou que pretende ser candidato a governador em 2026. Roma também mencionou a meta do PL para a eleição deste ano em Salvador, onde a sigla apoiará a reeleição do prefeito Bruno Reis (PL), e objetiva eleger pelo menos quatro vereadores para a Câmara Municipal.
"Eu tenho uma missão de estruturar nosso partido aqui na Bahia, naturalmente claro que isso culmina numa nova eleição para o Governo do Estado em 2026. Precisamos levantar essa bandeira, coordenar essas forças aqui no estado da Bahia e nós precisamos mostrar para a população, com um diálogo franco, que a Bahia tem perdido com governos sucessivos que não têm sequer tido a sensibilidade de encontrar suas potencialidades e melhorar a vida do nosso povo", disse Roma, na manhã desta sexta-feira (3).
O dirigente estadual do PL ressaltou que é necessário mostrar quais são as potencialidades da Bahia e por que elas não se concretizam no decorrer das gestões do PT. João Roma lembrou que quando assumiu a sigla no estado havia somente 30 diretórios municipais montados e atualmente são mais de 240.
O ex-ministro da Cidadania explicou o porquê de o PL não lançar candidaturas próprias em importantes cidades como Salvador e Feira de Santana, onde apoiará, respectivamente, Bruno Reis e José Ronaldo. Roma salientou que o conselho do presidente Jair Bolsonaro foi que não jogasse com vaidade em um cenário em que o PT se move buscando ocupar as maiores cidades baianas.
"Numa cidade com tudo isso que a gente encontra, talvez nós fôssemos somente um complicador para Bruno se reeleger prefeito de Salvador", disse o dirigente, ao afirmar que o jogo petista é cirúrgico, inclusive abrindo mão de cabeça de chapa em Salvador. "Dentro dessa ótica, não pode ter candidaturas para constar, mas buscar resultado eleitoral melhor para o estado da Bahia", enfatizou.
Sobre a chapa para a Câmara Municipal de Salvador, João Roma demonstrou-se otimista. "Temos uma chapa muito competitiva de vereadores: várias pessoas que fazem diferença na sociedade e precisam fazer a diferença. Acredito que podemos eleger pelo menos 4 vereadores", projetou o presidente estadual do PL. Ele destacou nomes fortes como os dos atuais vereadores Isnard Araújo e Alexandre Aleluia e as pré-candidaturas de Soldado Prisco, Cézar Leite e do ex-prefeito João Henrique.
Os bastidores da política baiana foram aquecidos nesta quinta-feira (28). Mesmo sendo ano de eleições municipais, a articulação para o futuro já vem sendo traçada. Após o Bahia Notícias publicar que o senador Angelo Coronel (PSD) poderia ter uma nova legenda para o próximo pleito, em 2026, o presidente estadual e também senador, Otto Alencar, rechaçou o movimento e garantiu: "Se lá na frente o PSD tiver o espaço para participar da majoritária, só tem um nome na majoritária, chama-se Angelo Coronel".
Em conversa com a reportagem do Bahia Notícias, Otto avaliou que o desenho seria uma "sub imbecilidade" e relembrou a história de fundação do PSD ao garantir que Coronel vai permanecer no partido. Além disso, o senador revelou que já convidou o correligionário, atual vice-presidente, para assumir o comando da sigla na Bahia em seu lugar.
"Coronel é vice-presidente do PSD estadual. E eu já convidei duas vezes para assumir a presidência, ele não quis, porque agora ele vai ser o relator da Comissão Mista de Orçamento, que é o cargo mais importante esse ano do Senado. Ele vai ser o relator da Comissão Mista, ele que vai relatar o orçamento, então ele não tem tempo. Jamais sairia do PSD, [ele é] um dos melhores amigos do Kassab. O PSD, ele fundou comigo. Como é que ele vai sair do PSD com a força que tem o PSD para ir para o PP?", comentou Otto.
"PSD, se lá na frente tiver o espaço para participar da majoritária, só tem um nome na majoritária, chama-se Angelo Coronel. Se não tiver, é consequência nossa, nós não tivemos um bom desempenho, nós não estamos bem. A avaliação é feita em 2026. A solidez foi demonstrada agora quando todo mundo fugiu porque achavam que o [ACM] Neto ia ganhar, e nós ficamos com Jerônimo [Rodrigues] o tempo inteiro. É uma aliança sólida", acrescentou.
Ainda durante a ligação, Otto se mostrou incomodado com a possibilidade de o movimento acontecer e classificou como "falta de profissionalismo político" quem defende a hipótese. "Certamente quem disse isso está dente de leite, no infantojuvenil da política, tem que tomar um curso", disparou.
POSSIBILIDADE DE MUDANÇA
Nesta quinta-feira, o Bahia Notícias publicou que Coronel já teria recebido "carta branca" do PP para ingressar no partido. Na última semana, o senador teria dialogado com lideranças do partido na Bahia, onde a possibilidade teria sido debatida. Apesar da conversa ter sido em "tom descontraído", a alternativa não estaria sendo descartada por Coronel, também já tendo a anuência nacional do partido.
O senador tem cenário desafiador na base governista, pensando na reeleição em 2026. Inclusive, o BN apurou que o grupo já teria sinalizado que Coronel não teria espaço para integrar a chapa majoritária. Com duas vagas disponíveis no próximo pleito estadual, o grupo tem como favoritos para a disputa o atual senador Jaques Wagner, que buscaria a reeleição, e o ministro da Casa Civil, o ex-governador da Bahia, Rui Costa, ambos pelo PT.
Apesar disso, para a disputa ao Senado, não necessariamente o candidato precisa estar atrelado a uma chapa majoritária, sendo permitido a "candidatura solta". O movimento seria a aposta de Coronel para 2026. Além disso, com a maior "aproximação" do PP com o governo, o período de "relação mais fria" com a gestão de Jerônimo seria superado, abrindo a disputa para que Coronel concorresse por um partido da base. E Coronel também teria suas armas.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.