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Ao menos R$ 12,5 milhões em emendas parlamentares foram destinados a estados e municípios para custeio de festas de São João por meio do Ministério do Turismo.
Os recursos foram repassados para bancar festejos em cidades da Bahia, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, a Bahia foi o principal destino dos recursos. Uma emenda de bancada repassou R$ 10,2 milhões para a Secretaria de Turismo do estado, que distribuiu as verbas entre 37 municípios.
A cidade que mais recebeu recursos foi Cruz das Almas, que abriga um São João tradicional do Recôncavo baiano, com R$ 1 milhão. Na sequência, aparecem Santa Brígida e Coração de Maria. Em geral, as cidades receberam recursos que variaram de R$ 200 mil e R$ 400 mil.
Coordenadora da bancada da Bahia na Câmara, a deputada federal Lídice da Mata (PSB) diz que a destinação dos recursos foi uma decisão dos deputados, diante da importância da festa para o estado. Na Bahia, cerca de 300 cidades fazem festas de São João e mais 100 celebram o São Pedro.
"O São João produz R$ 2 bilhões de receitas para a Bahia e seus municípios. É uma festa popular que tem impacto maior que o Carnaval", afirma.
Responsável pela emenda destinada a Santa Brígida, o deputado Bacelar (PV) afirma que a cidade de 14 mil habitantes abriga um São Pedro tradicional que costuma atrair romeiros de diversos estados.
"Em média, uma prefeitura investe ao menos R$ 1 milhão nas festas de São João. Como é uma cidade que sofreu com a seca, a prefeitura não poderia investir com recursos próprios", disse
Entre as emendas individuais, o deputado que mais repassou recursos para festas foi Guilherme Uchôa (PSB-PE), que destinou R$ 2,4 milhões, distribuídos por cinco cidades pernambucanas.
A maioria dos recursos foi para Caruaru, que abriga uma das maiores festas do Nordeste. Mas também houve repasses para cidades pequenas como Mirandiba, Primavera, Chã Grande e Camocim de São Félix.
O deputado afirmou que buscou valorizar a cultura popular ao destinar recursos para realização de festejos juninos nos municípios de sua base de apoio: "Às nossas emendas incrementam os eventos, fomentando milhões de reais que foram injetados nos municípios do agreste ao sertão pernambucano".
Em nota, o Ministério do Turismo disse que "os festejos juninos são um importante indutor do turismo e contribuem para a geração de emprego e renda nas cidades que realizam as festas". De acordo com estimativas da pasta, 21,6 milhões de pessoas devem participar dos festejos em 2024.
Destacou ainda que, por se tratar de emendas impositivas, a destinação das verbas é determinada pelos parlamentares e são justificadas por meio de notas técnicas.
Volta e meia o debate sobre a liberação das emendas impositivas aos deputados estaduais, em 2023, retorna aos holofotes. A pauta é alvo de insatisfação, tanto de parlamentares da base do governo, como também da bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), que é o caso do deputado Alan Sanches (União).
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Durante entrevista ao Podcast Projeto Prisma, do Bahia Notícias, nesta segunda-feira (04), o parlamentar destacou que houve promessas do governo, mas, efetivamente, nada mudou. Na teoria, cada um dos 63 deputados têm direito a empenhar R$2,3 milhões nas cidades indicadas por eles. Porém, até o momento, essas emendas não foram quitadas com quase nenhum parlamentar. “Antes da posse do governador Jerônimo, nos falamos por telefone e ele me disse que cumpriria as emendas, que são para os municípios. [...] No seu primeiro discurso na AL-BA, ele se dirigiu a mim prometendo o cumprimento. Não houve”, pontuou o líder da oposição na AL-BA.
No início do ano foi divulgado o ranking que mostra os parlamentares que mais receberam os recursos, que são revertidos em investimentos feitos pelo Governo do Estado nos municípios onde os legisladores são mais votados. Com R$ 2,3 milhões empenhados, o destaque foi para a deputada Ivana Bastos (PSD), da base aliada do governo, um dos poucos nomes “contemplados” integralmente pelas emendas.
De acordo com Alan Sanches, em 2024, já houve uma reunião com o atual chefe de Gabinete do governador Jerônimo Rodrigues (PT), Adolpho Loyola, para fazer uma programação do pagamento das emendas. Também participaram das tratativas os deputados Pedro Tavares (União) e Samuel Junior (Republicanos).
“Eu acho o seguinte, se ele [Jerônimo] não vai fazer a execução das emendas, que ele disse que faria, eu mesmo não irei mais sentar para conversar sobre isso. Já são um ano e dois meses. Daí, a gente vai para o embate. Não vamos mais confiar só em palavras do executivo. Nós queremos o cumprimento do que foi prometido e é lei”, destacou o deputado oposicionista.
QUEBRA DE CONFIANÇA
Ainda durante entrevista ao Prisma, Alan Sanches admitiu que o não cumprimento de palavra por parte do governador, termina por “arranhar” o relacionamento entre as partes. Na visão do parlamentar, falta "vontade política" na gestão para quitar o pagamento das emendas, e não tem sentido esse desgaste por algo tão “pequeno”.
“Eu acho que falta vontade política. Precisa resolver um assunto tão pequeno, ao meu ver, e que traz um desgaste para os dois lados. Quando se fala que vai ajudar o deputado de oposição, pelo amor de Deus [...]. Os deputados que representam a Bahia, são os 63, que foram escolhidos democraticamente. Como Jerônimo diz que é um homem extremamente republicano, então que se faça o cumprimento da lei, para que a gente não precise ir para a justiça. Isso é muito pequeno e o desgaste é muito grande”, disparou Alan Sanches.
Alvo de insatisfação dos deputados estaduais da base do governo e da oposição, a liberação das emendas impositivas de 2023 voltou à tona com a divulgação do ranking que mostra os parlamentares que mais receberam os recursos, que são revertidos em investimentos feitos pelo Governo do Estado nos municípios onde os legisladores são mais votados. Cada um dos 63 deputados têm direito a empenhar R$2,3 milhões nas cidades indicadas por eles.
De acordo com um levantamento feito com base nos dados da Transparência Aberta, do Governo da Bahia, a deputada Ivana Bastos (PSD) é a parlamentar que figura no topo do ranking, com R$ 2,3 milhões empenhados, sendo R$ 2,2 milhões executados pela gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Ivana Bastos é aliada do governo estadual, tendo sido a mais votada desta legislatura com 118.413 votos nas eleições de 2022.
O segundo da lista é o deputado da oposição, Marcelinho Veiga (União), que teve R$ 2,1 milhões em emendas pagas, seguido do ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Nelson Leal (PP), e do deputado Junior Muniz (PT), que conseguiram o pagamento de R$ 2 milhões, cada.
Na lanterna, ou seja, na última posição do ranking, aparece o líder do bloco da oposição, Alan Sanches (União), que teve apenas R$338 mil em emendas pagas. O ranking foi elaborado pelo Política Livre.
CONFIRA A LISTA COMPLETA:
Ivana Bastos (PSD) – R$2,2 milhões
Marcelinho Veiga (União) – R$2,1 milhões
Nelson Leal (PP) – R$2,0 milhões
Junior Muniz (PT) – R$2,0 milhões
Paulo Rangel (PT) – R$1,8 milhão
Adolfo Menezes (PSD) – R$1,8 milhão
Fátima Nunes (PT) – R$1,7 milhão
Luciano Simões Filho (PSD) – R$1,7 milhão
Olívia Santana (PCdoB) – R$1,7 milhão
Robinson Almeida (PT) – R$1,6 milhão
Vitor Bonfim (PV) – R$1,6 milhão
Robinho (União) – R$1,6 milhão
Alex da Piatã (PSD) – R$1,6 milhão
Eduardo Alencar (PSD) – R$1,6 milhão
Roberto Carlos (PV) – R$1,6 milhão
Bobô (PCdoB) – R$1,5 milhão
Maria del Carmen (PT) – R$1,5 milhão
Sandro Régis (União) – R$1,5 milhão
Marquinho Viana (PV) – R$1,5 milhão
Fabíola Mansur (PSB) – R$1,5 milhão
Kátia Oliveira (UB) – R$1,5 milhão
Laerte do Vando (PSC) – R$1,4 milhão
Euclides Fernandes (PT) – R$1,4 milhão
Jurailton Santos (REP) – R$1,3 milhão
José de Arimatéia (REP) – R$1,3 milhão
Zé Raimundo (PT) – R$1,2 milhão
Samuel Júnior (REP) – R$1,2 milhão
Tiago Correia (PSDB) – R$1,2 milhão
Rosemberg Pinto (PT) – R$1,1 milhão
Neusa Cadore (PT) – R$1,1 milhão
Fabrício Falcão (PCdoB) – R$1,08 milhão
Eduardo Salles (PP) – R$1,07 milhão
Antonio Henrique Júnior (PP) – R$1,05 milhão
Niltinho (PP) – R$860 mil
Zó (PCdoB) – R$733 mil
Hilton Coelho (PSOL) – R$560 mil
Alan Sanches (União) – R$338 mil
O pagamento das emendas impositivas dos deputados estaduais de oposição ainda segue sendo tema de debate na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, na Salvador FM 92,3, nesta sexta-feira (1), o deputado estadual Alan Sanches (União), líder da oposição, indicou que pediu um encontro com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) para debater o pagamento do ano que vem.
"Falei com Rosemberg, solicitando uma pauta com o governador, para que a gente já pudesse discutir as emendas do ano que vem. É um ano eleitoral, ano corrido, as coisas precisam acontecer. A oposição nao tem sido a de obstrução e critica, falamos aquilo que está equivocado. Mas, fizemso acordos em processos legislativos", indicou.
Alan reforçou que o comprimisso de Jerônimo foi realizar os pagamentos. "Quando ele [Jerônimo] chegou, ele veio desde o primeiro dia, antes de tomar posse, nos falamos ao telefone, ele sabia que seria líder da oposição, ele disse que iria querer fazer cumprir as emendas impositivas. No primeiro dia dele, na leitura do discurso, ele se comprometeu. Chegamos a dezembro, e existe um encaminhamento, mas, efetivamente não foi pago. Entreguei uma ambulância (...) O orçamento fecha entre 11 e 15, só abre dia 18 de janeiro e não tem como fazer o pagamento", comentou.
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Adolfo Menezes (PSD), comentou sobre o acordo para o reajuste nas emendas impositivas e contou que há conversas com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) para que as indicações tenham um reajuste escalonado nos próximos anos. Em coletiva de imprensa, Adolfo explicou que a proposta é de que o orçamento das emendas impositivas cheguem a até 1% da receita estadual. A alteração no texto foi aprovada pelos parlamentares em sessão ordinária nesta terça-feira (23).
“Qual era a emenda que se tinha, R$ 1,7 milhões, ficando apenas R$ 35 mil por município, daí o prefeito fica sem inimigo. Foi aprovado para que o governador, no próximo ano, vá aumentando aos poucos. Nesse projeto me parece passar para 0,70% em 2024, sobe em 2025, até chegar a 1% do orçamento. Hoje você depende que o governo esteja bem e queira liberar recursos para obras”, afirmou Adolfo.
De acordo com a PEC apresentada pelo deputado Marquinho Viana (PV), atualmente as emendas impositivas ocupam 0,33% do orçamento estadual, sendo uma das menores porcentagens entre as assembleias do Brasil. A Comissão de Constituição, Direito e Justiça (CCJ) da AL-BA aprovou o reajuste por unanimidade.
“Como disse, a pretensão da PEC é promover a alteração do art. 160, § 9º, I, da Constituição estadual, apenas para elevar a margem destinada às emendas individuais dos deputados, atualmente estabelecida em 0,33% da receita corrente líquida do exercício financeiro imediatamente anterior”, disse o texto.
AS EMENDAS IMPOSITIVAS
O termo "orçamento impositivo" se refere à parte do Orçamento-Geral da União definida pelos parlamentares e que não pode ser alterada pelo Poder Executivo. Se a previsão estiver no orçamento, o governo federal terá a obrigação de executar a despesa – ou seja, liberar o dinheiro.
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Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.