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Artigos

Daniel Sampaio
Verticalização de empreendimentos maximiza os benefícios urbanos
Foto: Divulgação

Verticalização de empreendimentos maximiza os benefícios urbanos

Ao desempenhar papel decisivo no desenvolvimento e no funcionamento das cidades de maneira sustentável, o setor imobiliário e de construção civil chama a atenção para a discussão entre a verticalização e a horizontalização dos espaços urbanos e a necessidade de uma reflexão sobre o assunto.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

escravidao

Portugal reconhece escravidão e pede desculpas pelo genocídio indígena e tráfico de escravos
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O presidente de Portugal reconheceu em público crimes cometidos durante o período colonial. É a primeira vez que um líder português pede perdão por estes crimes. A admissão ocorreu na noite desta terça-feira (23), em um jantar do chefe do executivo português com correspondentes internacionais, em meio às celebrações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que findou, após 48 anos, a ditadura portuguesa.

 

Na conversa, Rebelo declarou que Portugal “assume total responsabilidade pelos danos causados” e ainda afirma: “Temos que pagar os custos. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”. No entanto, o presidente português não deu detalhes quanto a como a reparação seria feita.

 

Durante mais de quatro séculos, foram ao menos 12,5 milhões de africanos capturados e forçados a viajar longas distâncias em navios europeus para serem vendidos como escravos. Aqueles que sobrevivessem às terríveis condições da viagem iam trabalhar nas Américas, em especial no Brasil e no Caribe.

 

Portugal foi o país que mais traficou africanos na era colonial: 6 milhões, quase a metade de todas as pessoas traficadas pela europa como um todo. No entanto, em Portugal, esse período costuma ser visto como uma fonte de orgulho.

 

Em abril do ano passado, também durante a comemoração anual da Revolução dos Cravos, em solenidade de boas-vindas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rebelo afirmou que o país europeu deveria pedir desculpas e assumir um papel de maior responsabilidade. Foi a primeira vez que uma autoridade portuguesa abordou uma possível retratação.

 

“Pedir desculpas às vezes é o mais fácil de fazer. Você pede desculpas, vira as costas e o trabalho está feito”, apontou o presidente. O político também destacou que deveria assumir essa responsabilidade para a construção de um futuro melhor.

 

A declaração do presidente se dá em um momento de tensões no tangente à questão racial no país. Na última sexta-feira (19), na Suíça, organizações de mulheres negras exigiram de Portugal medidas de reparação pela escravidão durante o período colonial no Brasil.

 

Em um comunicado, seis entidades da sociedade civil, entre elas o Instituto Marielle Franco manifestaram repúdio “diante da ausência absoluta de posicionamento” de Portugal sobre “medidas concretas de reparação à população negra brasileira pelos danos profundos causados pela escravização e o tráfico transatlântico, graves crimes contra a humanidade”.

 

O Conselho da Europa, principal instituição de direitos humanos do continente europeu, apontou, em março de 2021, que Portugal precisa de mais ações afirmativas para confrontar o seu passado colonial e seu papel no tráfico de escravos, com o objetivo de combater o racismo e a discriminação.

 

Em similar situação, em dezembro de 2022, a Holanda pediu perdão oficialmente pelo papel que o país exerceu no tráfico de escravos entre os séculos XVII e XIX. De acordo com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, o governo estabelecerá um fundo para iniciativas que ajudarão a combater o legado da escravidão na Holanda e em suas ex-colônias.

Trabalhadores resgatados em situação análoga a escravidão eram pagos com pedras de crack no RS
Foto: RBS TV/Reprodução

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul identificou trabalhadores de uma pedreira clandestina que recebiam pedras de crack como pagamento.  Três pessoas foram resgatadas em situação análoga a escravidão e seis teriam sido presas durante operação realizada nesta terça-feira (16), em Taquara, na Região metropolitana de Porto Alegre.

 

De acordo com o G1, a descoberta teria ocorrido durante uma operação na área rural do município. "A investigação aponta para tráfico de drogas e trabalho análogo ao de escravidão que tinha contrapartida mediante entrega de pedras de crack para usuários que permanecem aqui", afirma o delegado Valeriano Garcia Neto, responsável pela investigação.

 

Segundo a reportagem, um indivíduo recrutava estes trabalhadores oferecendo em troca do trabalho pedras de crack. Para a RBS TV, o homem negou ter explorado aquelas pessoas. Além disso, afirmou pagar R$ 100 por dia a elas. Quando questionado se elas teriam carteira assinada, permaneceu em silêncio. "Os trabalhadores estavam em condições desumanas e degradantes, desatendendo as questões sanitária, tributária, fiscal, criminal, ambiental", disse o delegado responsável pela investigação, Garcia Neto.

MPF abre inquérito sobre papel do Banco do Brasil durante a escravidão no país
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil público para investigar a relação entre o Banco do Brasil e o tráfico de pessoas negras escravizadas no século XIX. As informações são da Agência Brasil.

 

Em notificação feita ao banco nesta quarta-feira (27), foram solicitadas informações à presidência da instituição financeira para que se manifeste em 20 dias respeito de uma série de questões, dentre elas:

 

  • a relação do banco do Brasil com o tráfico de pessoas negras escravizadas;
  • a existência de pesquisas financiadas pelo Banco do Brasil para avaliar a narrativa sobre a sua própria história;
  • informações sobre traficantes de pessoas escravizadas e a relação delas com o banco; 
  • informações sobre financiamentos realizados pelo Banco do Brasil e relação com a escravidão;
  • além de iniciativas do banco com finalidades específicas de reparação em relação a esse período.


O inquérito foi motivado por documento subscrito por 15 professores e universitários oriundos de diversas universidades brasileiras e estrangeiras, que submeteram ao MPF a necessidade de apuração e debate sobre a responsabilidade de instituições no Brasil envolvidas com a escravização ilegal de pessoas no século XIX.

 

No caso do documento apresentado, a abordagem trata especificamente do Banco do Brasil. Está marcada reunião dia 27 de outubro entre a presidência do banco e os historiadores na Procuradoria da República no Rio de Janeiro.

 

ALEGAÇÕES

Os historiadores apontam que escravidão e modernidade eram partes constituintes da instituição financeira. O primeiro Banco do Brasil, criado em 12 de outubro de 1808, teria surgido para enfrentar a escassez de crédito e de moeda no império português, porém sua atuação se reduziria ao financiamento público.

 

Dados apontados pelos historiadores indicam que o banco se valeu de recursos como a arrecadação de impostos sobre embarcações dedicadas ao tráfico de pessoas escravizadas e destacam que o capital para a formação do banco provinha da economia da época, que tinha na escravidão e no comércio negreiro um papel central.

 

“Assim, por exemplo, as subscrições para a integralização do capital do banco provinham dessas atividades, sendo que as maiores fortunas do Rio de Janeiro estavam claramente associadas ao comércio transatlântico de africanos. Em troca da integralização do capital, a Coroa concedia honrarias e títulos nobiliárquicos, como forma de ‘mobilidade, prestígio e distinção’. Outra frente estaria relacionada ao financiamento da despesa pública que viabilizasse o tráfico, postergando qualquer tentativa de sua abolição e protegendo-o contra as pressões inglesas”, escrevem os procuradores Jaime Mitropoulos, Julio José Araujo Junior e Aline Caixeta.

 

Outra evidência da relação com a escravidão é o fato de fundadores e grandes acionistas da instituição financeira serem contrabandistas de escravos, como José Bernardino de Sá, maior acionista individual do banco quando de sua refundação em 1853, que era um dos maiores traficantes de escravos do país entre 1825 e 1855.

 

“É um inquérito civil público para identificar como se deu essa relação. Isso se insere no campo da memória, verdade e justiça. Então vamos tentar revisitar esse passado, e a partir do momento em que certas questões precisam ser elucidadas, pensar em formas de reparação, como reparações simbólicas, monetárias, para que essa história não fique escondida e anulada, para que a gente possa reavivar essa história e pensar em caminhos de reparação”, disse o procurador Julio José Araujo Junior.

 

O Banco do Brasil informou que o jurídico da instituição analisará o teor do documento e prestará as informações necessárias dentro do prazo previsto.

Jogo que simulava escravidão é retirado do ar pelo Google
Foto: Reprodução/ Redes Sociais

O Google retirou de sua loja de aplicativos um jogo chamado “Simulador de Escravidão”. O game que simulava pessoas negras em estado de castigo ao longo das partidas, foi retirado do ar, nesta quarta-feira (24). 

 

A premissa do aplicativo é fazer com que o usuário simule ser um proprietário de escravos. No jogo ainda é possível selecionar duas modalidades, “ tirana” ou “ libertadora”. Na primeira modalidade, a intenção do game é impedir fugas e rebeliões e fazer lucros. Na segunda, a proposta é a abolição e a luta pela liberdade. 

 

Além das modalidades, o aplicativo tem opções de agredir e torturar o “escravo”. O jogo foi desenvolvido pela produtora Magnus Games e já teve mais de mil downloads e 70 avaliações. Na descrição do jogo, a produtora adicionou que o “ jogo foi desenvolvido para fins de entretenimento e que condena a escravidão no mundo real”. O aplicativo tem também classificação livre. 

 

Nos comentários do game, há ainda quem reclame sobre poucas possibilidades de agressão.  Mesmo os usuários não conseguindo baixar o jogo, a plataforma ainda aparece no sistema de aplicativos do Google. Porém, quem já tinha o aplicativo no celular, ainda consegue continuar jogando. 

 

Disponível desde o início da semana, a dinâmica passou a viralizar nas redes sociais nesta quarta. Depois da repercussão, o deputado federal Orlando SIlva (PCdoB - SP), apontou que iria entrar com uma representação no Ministério Público por crime de racismo. 

DPU, MPT da Bahia e resgatados de vinícolas do RS se reúnem em Salvador
Foto: Reprodução / TV Globo

Trabalhadores resgatados de situação análoga à de escravos em vinícolas de Bento Gonçalves (RS) reuniram-se, nesta sexta-feira (19), com representantes dos órgãos que atuam no caso para receber orientações e esclarecimentos. O encontro aconteceu na sede do Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT/BA), em Salvador.

 

Na reunião estavam a defensora pública federal Izabela Vieira Luz, os procuradores do MPT e servidores das Secretarias de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), e de Trabalho, Emprego e Esporte (Setre) do governo estadual.

 

Durante o encontro, foram prestados esclarecimentos sobre o acordo firmado pelo MPT com as vinícolas, o processo que tramita contra a empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda. e sobre a possibilidade de que cada trabalhador ajuize ação individual na Justiça do Trabalho.

 

"A Defensoria Pública da União pode representar os trabalhadores que não tiverem advogado privado na Justiça do Trabalho nessas ações individuais. Para isso, vamos agendar reuniões individuais com cada uma das vítimas para reunir os elementos e ingressar com as ações", explicou a defensora Izabela.

 

A procuradora Carolina Ribeiro, integrante do grupo de trabalho criado pelo MPT para atuar neste caso, esclareceu que o acordo firmado pelo MPT com as três vinícolas – Salton, Aurora e Garibaldi – “garante apenas o mínimo que cada uma das vítimas vai receber. Ele não impede que sejam movidas ações individuais pedindo valores a mais tanto pela rescisão de contrato quanto por danos morais”.

 

Segundo o MPT, R$ 2 milhões do acordo com as vinícolas foram distribuídos igualmente aos 207 trabalhadores. Além disso, R$ 1,1 milhão foram pagos pela Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda. como verbas rescisórias. A empresa está com outros R$ 3 milhões bloqueados na Justiça. Esse valor é objeto de Ação Civil Pública contra a intermediadora de mão de obra e deverá ser também destinado às vítimas.

 

Outras pessoas que trabalharam para as vinícolas, mas que não estavam no local no momento do resgate e que, por isso, não foram beneficiadas diretamente pelo acordo nem pela ação em andamento, também podem mover ações trabalhistas. Esses trabalhadores podem constituir advogado ou procurar a DPU para ingressar na Justiça.

 

Para J. S., trabalhador de 42 anos resgatado na operação em Bento Gonçalves, “essa reunião foi importante porque a gente agora está entendendo o que está acontecendo e não vai ficar mais acreditando em gente que se aproxima inventando coisas e querendo tirar vantagem da gente. Agora ficou tudo claro”, comemorou. Para E. F. S., 28 anos, “a gente tem mesmo é que agradecer o trabalho do MPT, do governo, da Defensoria, que estão nos apoiando e orientando”.

 

O resgate

 

O resgate dos 207 trabalhadores, sendo 197 vítimas baianas, ocorreu em operação no dia 22 de fevereiro em alojamentos no município gaúcho de Bento Gonçalves. Auditores-fiscais do trabalho e procuradores do MPT encontraram as pessoas contratadas pela Fênix para prestar serviços na colheita de uva para três grande vinícolas em situação degradante.

 

Após a divulgação do caso, várias pessoas alegaram também ter sofrido as mesmas humilhações, mas como não estavam no momento do resgate só poderão ter seus direitos reconhecidos mediante ação judicial individual.

Ministério do Trabalho e PF resgatam 13 trabalhadores baianos sob escravidão contemporânea no Espírito Santo
Foto: Divulgação / Ministério do Trabalho

O Ministério do Trabalho e a Polícia Federal, em operação conjunta na terça-feira (25), resgataram 13 trabalhadores que se encontravam sob condição análoga à escravidão em uma propriedade rural produtora de café, no município de Sooretama, no interior do Espírito Santo. As informações são do portal G1.

 

Segundo o Ministério do Trabalho, os trabalhadores foram aliciados no município de Itabuna, no sul da Bahia, no início de abril, para trabalhar na propriedade. Entre os resgatados, dois eram menores de idade: uma jovem de 15 anos e seu companheiro, de 17.

 

Os trabalhadores disseram que os aliciadores tinham prometido um salário alto e condições dignas de trabalho. Mas, quando chegaram no local, perceberam que tinham sido enganados. Isso porque o alojamento em que moravam era extremamente precário, bastante sujo e com goteiras. Além disso, eles tinham apenas uma privada de uso coletivo que estava em condições ruins. Muitas vezes, tinham que usar a plantação como banheiro.

 

Os auditores disseram que os próprios trabalhadores precisavam adquirir a própria comida, o que tornava o trabalho deles apenas suficiente para seu sustento.

 

"O trabalho é um pouco pesado. Eles têm que me pagar a comida e também têm que pagar a passagem que 'nós veio' (sic). Aí nesse momento nós não tá podendo ir pra casa. E também tá muito barato o café, tá 14 reais. Nas outras fazendas, pagam mais ou menos 25. E a água não é filtrada não, é da torneira", contou a adolescente de 15 anos.

 

O Ministério do Trabalho também apontou que não eram oferecidos para os trabalhadores equipamentos de proteção, como botas e luvas, nem disponibilizado locais para refeição e sanitários.

 

Em relação ao pagamento, o empregador começou pagando R$ 12 a saca, mas devido à condição ruim do cafezal, os trabalhadores colhiam pouco mais de 2 sacas por dia, valor muito inferior ao mínimo estabelecido por lei.

 

Os trabalhadores desejavam voltar para a Bahia, mas não conseguiam, porque não tinham dinheiro e o empregador também não se colocou para pagar as passagens.

 

Após o resgate, os trabalhadores foram levados para um hotel em Linhares, cidade também do norte capixaba, onde vão ficar até esta quinta-feira (27), quando será efetuado o pagamento das verbas rescisórias e disponibilizado o transporte para o retorno até suas residências. Eles devem receber um valor de aproximadamente R$ 49.450 pelos dias trabalhados e direitos rescisórios.

Ministério do Trabalho e Emprego resgata trabalhadores escravizados no Lollapalooza
Foto: Divulgação / Lollapalooza

A fiscalização feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre a última sexta-feira (24) e este domingo (26) em São Paulo, resgatou cinco trabalhadores que prestavam serviços para o festival de música Lollapalooza, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. As informações são da Agência Brasil.

 

Segundo o MTE, os cinco trabalhadores resgatados prestavam serviços de logística de bebidas para o festival e estavam em regime de informalidade, dormindo no chão ou sobre pallets (estrados} de bebidas, sem energia elétrica, colchão e sem receber equipamentos de proteção individual (EPIs).

 

Eles foram contratados como carregadores pela empresa Yellow Stripe, uma empresa terceirizada contratada pela Time For Fun, que organiza o Lollapalooza no Brasil, e receberiam R$ 130 por dia de trabalho, mas acabaram sendo vítimas de jornadas extenuantes, que chegavam a 12 horas por dia.

 

Os trabalhadores resgatados eram obrigados a dormir no local, entre os pontos de estoque de bebidas, para fazer a vigilância da carga. A empresa sequer disponibilizava papel higiênico ou sabonete para os contratados. De acordo com a fiscalização, três deles tinham colchonetes, que trouxeram de casa, e os demais dormiam sobre papelões e madeirites.

 

Após a ação de fiscalização de combate ao trabalho escravo, a empresa de serviços de alimentação Animalchef, que produz lanches veganos e forneceria lanches nos bastidores do evento, decidiu cancelar sua participação no festival em sinal de protesto.

 

Em nota publicada em suas redes sociais, a Animalchef informou que foi surpreendida com a notícia sobre trabalho escravo no Lollapalooza e que decidiu romper o contrato “por uma questão de princípios e coerência”. “A justiça social é um dos principais valores dessa transição que estamos fazendo”, escreveu a empresa.

 

“A empresa foi notificada a pagar todas as verbas salariais e rescisórias, com todos os direitos devidos, e a auditoria do trabalho emitirá a guia de seguro-desemprego do trabalhador resgatado. Além disso, os trabalhadores foram encaminhados para acolhimento e atendimento pela assistência social dos municípios de residência”, disse o auditor fiscal do trabalho Maurício Krepsky.

 

O auditor disse ainda que o perfil dos trabalhadores resgatados em operações contra o trabalho escravo costuma refletir o perfil das pessoas em situação de maior vulnerabilidade social no país.

 

“Cerca de 90% são homens, mais de 80% são negros, e a maior parte deles tem, no máximo, o quinto ano incompleto. Cerca de 10% são analfabetos. Em relação à faixa etária, eles têm entre 20 e 39 anos. São homens, negros, com baixa escolaridade e jovens”, afirmou.

 

O Lollapalooza informou que, diante dessa constatação, encerrou a relação jurídica estabelecida com a Yellow Stripe e se certificou que todos os direitos dos cinco trabalhadores fossem garantidos.

 

“A T4F considera este um fato isolado, o repudia veementemente e seguirá com uma postura forte diante de qualquer descumprimento de regras pelas empresas terceirizadas”, protestou a empresa, em nota.

 

O festival é considerado um dos maiores do mundo, atraindo cerca de 100 mil pessoas por dia. Na edição do ano passado, o evento movimentou R$ 421,8 milhões e, neste ano, levou à ocupação de 80% na rede hoteleira da cidade. Segundo o Lollapalooza, mais de 9 mil pessoas trabalham diretamente no local, e mais de 170 empresas prestadoras de serviços foram contratadas para a realização desta edição do evento.

MPT resgata mais 56 trabalhadores explorados em regime análogo à escravidão no Sul
Foto: Divulgação / Polícia Federal

O Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou, nesta sexta-feira (10), mais 56 pessoas que eram exploradas em regime análogo à escravidão. O fato ocorreu no município de Uruguaiana, no interior do Rio Grande do Sul. De acordo com o órgão, os trabalhadores são da própria região. As informações são do portal G1.

 

As condições degradantes em que os trabalhadores foram resgatados incluíam comida azeda, não fornecimento de água e caminhadas de cerca de uma hora sob o sol escaldante para chegar ao local em que desempenhavam as atividades. Segundo o auditor-fiscal do trabalho Vitor Siqueira Ferreira, os próprios órgãos de fiscalização ficaram impressionados com a situação.

 

''Nós próprios nos assustamos com a degradação do trabalho. Não é só um trabalho braçal ao sol, é esse trabalho sem fornecimento de água, sem local para guardar alimento e fazer a refeição. A comida deles azedava e eles tinham que repartir o que não azedava entre eles. Sem local de descanso, então muitas vezes tinham que dormir embaixo do ônibus, que era onde tinha sombra'', relatou o auditor-fiscal do trabalho.

 

Vitor Siqueira Ferreira conta que operação chegou ao local na hora do intervalo. Conforme ele, alguns trabalhadores dormiam em espumas e camisas que eram usadas como colchão. Os que ainda estavam almoçando, tentavam afastar as formigas que misturavam à comida.

 

''As pessoas estão sendo obrigadas a vender sua dignidade como trabalhador em troca de um valor para a sua subsistência. Elas deveriam vender sua força de trabalho por condições dignas, o que não acontecia'', avaliou Vitor.

 

Os resgatados trabalhavam fazendo o corte manual do arroz com instrumentos inapropriados – como uma faca doméstica – e a aplicação de agrotóxicos sem equipamentos de proteção. Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), eles recebiam R$ 100 diários. A comida e as ferramentas de trabalho eram por conta dos empregados. Se algum deles adoecesse, teria a remuneração descontada.

 

De acordo com a Polícia Federal (PF), entre os resgatados há dez adolescentes, com idade entre 14 e 17 anos. Conforme os relatos, um deles sofreu um acidente com um facão e ficou sem movimentos de dois dedos do pé. Eles teriam sido recrutados por um agenciador de mão de obra que atuava na Fronteira Oeste.

 

O responsável pela contratação da mão de obra foi preso em flagrante. Ele será encaminhado ao sistema penitenciário.

Deputado quer “unir esforços” na AL-BA em prol de baianos vítimas do trabalho análogo à escravidão no Sul
Foto: Divulgação

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) prometeu, nesta segunda-feira (27), unir esforços em favor dos baianos vítimas do trabalho análogo à escravidão que atuavam em vinícolas e propriedades rurais no município de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

 

Segundo Pablo, “a ideia é unir forças para que essas pessoas voltem para as suas casas e tenham toda a assistência social e psicológica, e possam recomeçar suas vidas de forma digna”.
Dos 207 resgatados, nove são gaúchos e 198 são baianos. Eles, inclusive, já estão retornando à Bahia. O parlamentar tucano utilizou as redes sociais para dizer que contatou o secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas.

 

“Providências foram adotadas pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, junto às Prefeituras de cada cidade, e já existe uma estrutura para acolher essas pessoas, bem como dar os devidos encaminhamentos”, garantiu o deputado baiano.

 

“Não podemos normalizar, muito menos esquecer, o que esses 198 baianos vivenciaram no último mês”, emendou Pablo Roberto.

 

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as vinícolas que faziam uso de mão de obra análoga à escravidão podem ter que pagar direitos trabalhistas às pessoas resgatadas durante uma operação policial na última quarta (23). Em nota, as empresas afirmaram que desconheciam as irregularidades e sempre atuaram dentro da lei.

Com 200 anos de devoção, Irmandade da Boa Morte fará celebrações online
Foto: Reprodução / Bruno Leite / Reverso Online

Completando 200 anos em 2020, a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, de Cachoeira, vai manter a tradição de louvor à Nossa Senhora por meio de uma live, em substituição às procissões que atraem pessoas de diversos países.

 

O louvor à mãe de Jesus Cristo, conforme publicou a coluna de André Santana no UOL, se dá a partir de dois dos títulos que ela possui: Nossa Senhora da Boa Morte e Nossa Senhora da Glória. Tais nomenclatura fazem referência à crença da Igreja Católica sobre o período que ela dormiu até a assunção — elevação do corpo ao céu — onde foi coroada rainha.

 

A Irmandade, além de exercer a função religiosa, é símbolo da resistência à escravidão, construção da cidadania negra no Recôncavo e do diálogo inter-religioso do Catolicismo com o Candomblé. Trinta irmãs compõem a Boa Morte atualmente - elas possuem em média 60 anos de idade. 

 

"Este ano vamos concentrar as atividades nos dias 14, 15 e 16 de agosto e toda a programação será online, transmitida pela página da Irmandade, em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)", explica o fotógrafo e assessor de Irmandade, Jomar Lima. 

 

"Esta será a primeira vez que a irmandade não irá para ruas em 200 anos de devoção, já que os historiadores apontam a data de fundação em 1820", explica Jomar. A expectativa é que elas participem utilizando suas vestes e seus acessórios característicos, como as batas, tecidos, torsos e joias. "Elas estarão unidas por meio dos computadores ou celulares, vestidas como manda a tradição", promete.

 

O ritual da festa à Nossa Senhora da Boa Morte inclui três dias de celebração. No primeiro dia de louvores as senhoras realizam uma ceia; no segundo dia, expressam o luto, em procissão pela cidade trajando vestes pretas e um véu cobrindo parte do rosto; e, no últmo dia, 15 de agosto, percorrem as ruas da cidade com panos vermelhos e joias douradas. Um almoço é servido na sede da Irmandade, no Alto da Igreja D'Ajuda, em Cachoeira, com a realização de rodas de samba.

 

Pesquisadora sobre festas, a jornalista e doutora em Antropologia Cleidiana Ramos explica que a festa é uma celebração que geralmente tem um conjunto de ritos. "São várias potencialidades desdobrando-se e interagindo. Alguns ritos são 'normatizados' e não saem do controle. Mas esse momento é um grande desafio para as festas que usam a rua", afirmou à coluna de André Santana.

 

"Como transmitir aqueles três dias de ritos diferenciados e elaborados da Boa Morte: a vigília da dormição, a ceia, a procissão do enterro, e por fim, o ápice que é a procissão da glória?". Sobre a utilização das tecnologias, ela observa que há algumas potencialidades, mas nem tudo é possível. "Veja que é uma adaptação, um modelo possível. Vai ter festa? Sim, mas uma nova festa", afirma Cleidiana.


FESTA DA BOA MORTE DE CACHOEIRA 2020
14 e 15/18, 19h - Encontro online das senhoras da Irmandade para oração
Dia 16/08, 9h - missa celebrada na Igreja matriz da cidade, sem a presença de público e transmissão online
16/08, 15h - apresentação do Grupo Gêge Nagô

Projeto de lei determina retirada de estátuas de escravocratas em espaços públicos na Bahia
Estátua do traficante de escravos Joaquim Pereira Marinho, Salvador | Foto: FGM

Diante de iniciativas semelhantes pelo mundo, um projeto de lei (PL) que determina a retirada obras com exaltação ou tributo a figuras históricas ligadas à escravidão em espaços públicos na Bahia, foi apresentado na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) pelo deputado Hilton Coelho (Psol). 

 

De acordo com o projeto, estátuas, monumentos, placas ou qualquer outra forma de homenagem a pessoas que estiveram ligadas ao comércio escravagista deverão ser removidas de “prédios, espaços públicos, ruas, rodovias, viadutos, logradouros, e de toda e qualquer obra ou bem público”, em toda Bahia. As peças, então, devem ser encaminhadas para um Museu estadual criado para este fim, também previsto no PL.

 

“O projeto prevê a criação do ‘Museu da História da Escravidão e Invenção da Liberdade’, na região portuária de Salvador, para onde serão destinadas as peças retiradas. Ele terá uma sessão educacional, com visitas guiadas para estudantes do ensino médio da rede pública estadual, onde as peças serão contextualizadas adequadamente, permitindo a compreensão sobre o tráfico de africanos e a escravização de seus descendentes. Terá espaço para intervenções artísticas que se relacionem com o objetivo do equipamento, a conscientização e reflexão sobre os males causados pelo comércio atlântico de africanos escravizados e seus impactos na sociedade brasileira contemporânea”, explica o parlamentar.


 
Antes disso, uma comissão ficará responsável por fazer um relatório com os principais personagens históricos que contribuíram para a escravidão no Brasil. A partir daí, deverá localizar as peças que se enquadram na proposta. 

Espetáculo baseado em poema, 'Navio Negreiro' reconta sofrimento dos negros em alto mar
Foto: Divulgação

Recontar o sofrimento do povo negro durante o processo do tráfico de escravos é a mensagem central do espetáculo paulistano “Navio Negreiro”, que estará em cartaz em Salvador nos dias 22, 23 e 24 de novembro. 

 

No mês dedicado a Consciência Negra, a peça baseada no mais célebre poema de Castro Alves relembra o passado do negro escravizado e tratado como mercadoria, para assim, provocar uma reflexão sobre a atual sociedade brasileira. 

 

A obra, que faz parte da Cia Teatral Ena, ficará em curta temporada no Espaço Cultural da Barroquinha. Ao longo da história, que será ambientada nos porões dos navios em alto mar, os negros e negras arrancados dos seios de suas terras serão amparados por canções de matrizes africanas tocadas ao vivo. 

 

“Navio Negreiro” é uma peça produzida e encenada pelo ator equatoriano Jarsom Wayans e conta com Gabriela Jonas na direção e dramaturgia. Após o término do espetáculo, o público contará com a apresentação do quarteto paulistano Samba Fiat Lux. O grupo irá apresentar canções autorais e outras músicas que variam dos sambas de roda baianos e as influências do clube da encruza paulistano. 

 

Os ingressos para o espetáculo “Navio Negreiro” estão custando R$ 22 (meia) e R$ 44 (inteira) e poderão ser adquiridos através do portal Sympla (clique aqui). 

 

SERVIÇO:
O QUE: Espetáculo “Navio Negreiro”
QUANDO: 22 e 23 de novembro, às 19h | 24 de novembro, às 18h
ONDE: Espaço Cultural da Barroquinha, Rua do Couro, s/ n - Barroquinha, Salvador
VALORES:
- R$ 22 (meia)
- R$ 44 (inteira)
VENDAS: Sympla (clique aqui). 

Attooxxa denuncia hotel mineiro por racismo: 'A decoração é a escravidão!'
Foto: Reprodução / Instagram

Uma das atrações da Virada Cultural de Belo Horizonte (MG), no último domingo (21), a banda baiana Attooxxa ficou indignada ao perceber que o hotel onde se hospedou na capital mineira expunha em suas paredes quadros que retratam a escravidão.


Pelas redes sociais, os integrantes da banda protestaram e acusaram o estabelecimento de racismo. "Insulto à nossa raça, é isso que está acontecendo aqui nesse hotel. A decoração é a escravidão!", disseram os músicos, através de stories no Instagram. “É pra você ficar oprimido. Pra mostrar que você é escravo... A gente está fazendo assim, tá tirando essas desgraças todas, dá vontade de dar uma bicuda”, disseram, enquanto tiravam os quadros das paredes. "A gente está colocando tudo lá fora, já ligamos pra recepção. Eles vão trocar um papo com a gente, isso é um insulto!”, acrescentaram. 

 


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Santo Amaro: Bembé do Mercado reúne mais de 40 terreiros para celebrar fim da escravidão 
Foto: Divulgação

O município de Santo Amaro, situado no Recôncavo baiano, realiza mais uma edição do Bembé do Mercado, entre os dias 13 e 19 de maio. 


Realizada há 130 anos, a tradicional festa reunirá mais de 40 terreiros de candomblé da região para celebrar a abolição da escravatura. A programação do evento inclui celebrações religiosas, atrações musicais, capoeira, dança, debates e exposição.

 

Confira a programação (clique na imagem para ampliar):

Patrimônio Imaterial da Bahia, Bembé do Mercado tem mais uma edição em Santo Amaro
Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias

Completando 129 anos de história, o Bembé do Mercado tem mais uma edição entre esta quarta-feira (9) e o domingo (13), em Santo Amaro, no Recôncavo baiano. Este ano, para a realização do evento que em 2012 foi registrado como Patrimônio Imaterial da Bahia, foi firmado um termo de cooperação e fomento entre a secretária de Cultura, Arany Santana, o secretário de Turismo, José Alves, o chefe de gabinete do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), André Reis, e Raimundo Konmannanjy, presidente da ACBANTU, que participa da organização do Bembé. “Considerando que é a Festa é patrimonializada e a sua vocação para o turismo, é muito importante firmar esta parceria junto à Setur para a sua manutenção e preservação. Isto é reconhecer também a sua importância como fato histórico, o qual nós precisamos relembrar e saudar, especialmente em tempos de intolerância como ora vivemos”, avalia Arany Santana.


Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2012, o Bembé do Mercado, que teve a sua primeira edição em 1889, é considerado o maior candomblé de rua do mundo, reunindo mais de 40 terreiros do território do recôncavo para celebrar a abolição da escravatura no barracão do Mercado de Santo Amaro. 

 

Confira a programação completa da Festa do Bembé do Mercado.
09 de maio (quarta-feira)

5h – Alvorada e Preceitos no Barracão
18h30 – Grupo de Capoeira Angola Cativeiro
20h – Grupo Afro Baluarte
21h – Celebrações religiosas no Barracão

 

10 de maio (quinta-feira)
8h – “1º Fórum de Fortalecimento do Bembé do Mercado de Santo Amaro - Processos para a construção das Diretrizes do Plano de Salvaguarda” – Teatro Dona Canô
18h30 – Grupo de Capoeira Raízes e Estilo
20h – Balé Afro do Recôncavo
21h – Celebrações religiosas no Barracão
 

11 de maio (sexta-feira)
8h – Roda de Conversa sobre Samba de Roda com Mestras e Mestres
15h – Roda de Conversa: Tradição, Histórica, Cidadania e Emancipação
18h – (Agcarba) Raízes Baianas
19h – Grupo de Maculelê, Os Gemas Po vi vá
20h – Puxada de rede e Lindroamor Grupo Acarbo
21h30 – Samba de Nicinha
23h – Samba Chula João do Boi
 

12 de maio (sábado) 
15h – Samba Criôla
19h – Grupo Gunga Capoeira
21h – Celebrações religiosas no Barracão
23h30 – Samba Chula de São Braz
 

13 de maio (domingo)
11h – Saída do presente para entrega na praia de Itapema
Almoço Festivo dos Povos de Terreiro

No Rio, Paraíso do Tuiuti mostra patos, Temer vampiro e paneleiros em desfile na avenida
Foto: Reprodução / Twitter

Com o tema "Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?", a escola de samba Paraíso do Tuiuti desfilou no Rio de Janeiro, na noite deste domingo (11), com muita irreverência e crítica social e política. Fazendo um paralelo entre o sentido literal da escravidão histórica no país e as novas formas de escravidão expressas na atualidade, a agremiação levou à avenida grandes fantoches representando manifestantes paneleiros com camisas do Brasil, patos de borracha, carteiras de trabalho queimadas e até um vampiro neoliberalista com a faixa presidencial, em referência a Michel Temer. O desfile da Tuiuti ganhou repercussão nas redes sociais. 

 

Santo Amaro: Resistência negra e abolição da escravatura são celebradas no Bembé
Foto: Divulgação

Para celebrar os 128 anos da abolição da escravatura e a resistência negra, Santo Amaro, no Recôncavo baiano, recebe mais uma edição do Bembé do Mercado desta quarta-feira (10) até o domingo (14). Além de comemorar a liberdade, o evento reúne centenas de adeptos do candomblé e vários terreiros da região, que durante cinco dias realizam grandes encontros e cerimônias em praça pública, culminando com a entrega de oferendas para Iemanjá, na praia de Itapema. Esse ano, o Bembé vai homenagear os terreiros de Umbanda e o terreiro Tumba Junsara pelos seus 98 anos, representado pela senhora, Iraildes Maria da Cunha-Mam’Eto Nkisi Mesoeji. A programação terá também palestras, debates, além de manifestações religiosas e culturais como Nêgo Fugido, Maculelê e Jogada de Rede. O evento terá ainda shows de nomes como Cortejo Afro, Ana Mametto e Rebeca Tárique. Na ocasião, a Fundação Palmares vai realizar também o lançamento da cartilha – África ao Brasil. 

Documentário 'Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil' disputa vaga no Oscar
Foto: Reprodução / TV Ao Vivo.net
Dirigido por Belisário Franca, "Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil" entrou na lista de inscritos para concorrer a uma vaga na categoria de Melhor Documentário do Oscar. A trama, que já venceu os prêmios de melhor roteiro e montagem no Cine Ceará, retrata a história de 50 meninos levados de um orfanato no Rio de Janeiro para uma fazenda no interior de São Paulo, onde seriam submetidos a trabalhos forçados e violência física. Os jovens foram escravizados por uma família que fazia parte do movimento integralista e simpatizante do nazismo, no período do Estado Novo. O filme concorre com outros 144 filmes a uma das 15 vagas selecionadas nessa primeira fase. Se passar pela triagem quando o anúncio for feito, em dezembro, "Menino 23" será um dos cinco filmes a disputar a categoria na próxima edição do prêmio.
Advogado de Kesha chama contrato da cantora com Dr Luke de escravidão
Foto: Reprodução / The Wrap
A cantora Kesha apelou contra a decisão do tribunal de Nova Iorque que a mantém vinculada a um contrato com a gravadora Kemosame Records, selo do produtor Lukasz Gottwald, o Dr. Luke, na Sony Music. Kesha acusa o produtor de abuso sexual e emocional. "Embora [o tribunal] reconheça que a 'escravidão acabou muito tempo atrás' e que 'não se pode forçar alguém a trabalhar em uma situação na qual não quer trabalhar', a decisão do tribunal, solicitando que Kesha trabalhe para as empresas de Gottwald, alegadamente sem seu envolvimento, faz justamente isto", escreveu o advogado da cantora Mark Geragos, em documento apresentado a corte, conforme informações da agência Reuters.

O contrato que Kesha tenta anular ainda prevê que a cantora mais seis álbuns com o produtor. Desde que a juíza negou o pedido de anulação, em fevereiro, artistas, fãs e simpatizantes com a causa levantaram a campanha "#FreeKesha". A Sony Music, que afirma não poder interferir na questão judicial, deve encerrar seu contrato com o produtor um ano antes do previsto.
Biblioteca Pública de Nova Iorque digitaliza imagens do Brasil Imperial
Foto: Museu Virtual Pintores do Rio
A Biblioteca Pública de Nova Iorque liberou o acesso a mais de 180 mil arquivos em seu acervo digital. Entre os documentos, há raros registros do Brasil do século XX. Com fotografias de negros no período do Brasil colonial, a escravidão é um tema recorrente nas obras. Entre os destaques, cenas do livro "The Negro In The World" (1910), de Sir Harry Johnston.

Também estão em domínio público gravuras de antigos uniformes militares e fotografias da família imperial brasileira. A biblioteca aproveitou para inaugurar ferramentas de estímulo à consulta ao acervo digital, como um jogo que permite explorar plantas de mansões do começo do século 20 e a justaposição de imagens da Quinta Avenida com registros do Google Street View.
Beyoncé planeja escrever e atuar em filme sobre mulher escrava
Foto: Divulgação
A cantora e compositora Beyoncé, que já atuou na série “Dreamgirls” em 2007, encara agora um desafio ainda maior. De acordo com informações do jornal The Mirror, a artista pretende escrever o roteiro e atuar em um longa-metragem sobre a vida de Saartje Baartman, uma mulher negra escravizada por homens escoceses, que teve que exibir seu corpo “incomum” pelo Reino Unido, com a promessa de conquistar a liberdade. Segundo a publicação, Beyoncé interpretará a protagonista do filme e teria contratado professores de teatro e roteiristas experientes para apoiá-la neste projeto, que deve contar com um elenco de peso.
Livro sobre Bembé do Mercado é lançado nesta segunda
Foto: Divulgação
O livro ‘Bembé do Mercado’, sobre a manifestação religiosa realizada todos os anos no dia 13 de maio, no município de Santo Amaro, em comemoração à abolição da escravatura, será lançado nesta segunda-feira (24), às 17h, na sala Katia Mattoso, na Biblioteca Central dos Barris. A manifestação religiosa reúne todos os anos, desde 1889, adeptos do candomblé, a comunidade de pescadores e comerciantes, que fazem oferendas em agradecimento aos orixás Iemanjá e Oxum. A cerimônia de lançamento integra a 12ª edição do ‘Conversando com a sua História’, uma iniciativa do Centro de Memória da Bahia e da Fundação Pedro Calmon, cujo objetivo é preservar e difundir a memória histórica, trazendo à comunidade discussões e abordagens atuais sobre os temas programados. O evento contará com a presença de Etelvina Rebouças, Diretora de Preservação do Patrimônio Cultural do IPAC e Roberto Pellegrino Filho, gerente de Patrimônio Imaterial do IPAC. Na ocasião, também serão debatidas políticas de salvaguarda da cultura afro-brasileira.

A publicação é o sétimo volume da coleção ‘Cadernos do IPAC’, que o Instituto vem publicando desde 2009. ’Bembé do Mercado’ trata da manifestação religiosa Bembé do Mercado, Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2012. O livro tem como base os estudos realizados pelo IPAC e que subsidiaram o registro do Bembé do Mercado. Conta com 160 páginas, mais de 170 imagens entre fotografias, mapas e infográficos e é acompanhado de um vídeo documentário de 52 minutos. Também conta com depoimentos de participantes e organizadores da festa, a exemplo de Maria Umbelina Santos Pinho, a Mãe Belinha.
 
Serviço
O QUÊ: Lançamento do livro ‘Bembé do Mercado’.
QUANDO: 24 de novembro, segunda-feira, às 17h.
ONDE: Biblioteca Central dos Barris
QUANTO: Gratuito
''Django Livre' é desrespeitoso', diz Spike Lee
O novo filme de Tarantino, “Django Livre”, que estreia nesta terça (25) nos Estados Unidos, já causa polêmica e debates antes mesmo de chegar às telas. Em entrevista ao site "Vibe", o cineasta Spike Lee criticou a forma como a temática da escravidão é tratada no filme. "Não vou assisti-lo", declarou na entrevista. "Tudo o que vou dizer é que é desrespeitoso com meus ancestrais".
 
Apesar de ter sido sucinto na entrevista, Spike Lee continuou criticando a obra por meio de sua conta no Twitter. "A escravidão norte-americana não é um 'western spaghetti' de Sergio Leone. Foi um holocausto. Meus ancestrais são escravos roubados da África. Vou honrá-los", escreveu o diretor de filmes como “Faça a Coisa Certa” e “Bad 25”.
 
"Django Livre" conta a história de um escravo liberto, interpretado por Jamie Foxx, e está previsto para estrear no Brasil no dia 18 de janeiro.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
O São João na Ilha tá rendendo até agora, e vai ter impacto nas próximas semanas. Mas no meio político também teve gente se destacando. Principalmente de forma visual. Mas nem por isso a campanha parou, pelo contrário. O Ferragamo já tá buscando um jeito de economizar, enquanto Kleber das Rosas mirou em algo mais popular. Mas ninguém muda porque é festa junina. Que o diga o barbeiro do Cacique. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Margareth Menezes

Margareth Menezes
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

"Cultura não é supérfluo".

 

Disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes após o ministro Fernando Haddad anunciar um corte histórico de R$ 25 bilhões em despesas do Governo.

Podcast

Terceiro Turno: 2 de Julho marca início de calor político e opõe grupos durante ato

Terceiro Turno: 2 de Julho marca início de calor político e opõe grupos durante ato
Foto: Feijão Almeida / Gov.Ba
Ainda mais reforçado em um ano eleitoral, o cortejo ao Dois de Julho, em Salvador, contou com a presença de diversas lideranças políticas, inclusive, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com o termômetro político buscando medir a popularidade, principalmente dos nomes que irão disputar a prefeitura da capital baiana, o povo foi às ruas mantendo a tradição e conservando os costumes. 

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