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Aposentada compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), a ex- juíza Ludmila Lins Grilo utilizou as redes sociais para anunciar que está “exilada” nos Estados Unidos há dois anos.
Aposentada pelo TJ-MG diz estar exilada: “Oficialmente, uma juíza brasileira em asilo político nos EUA”
— BN Justiça (@bnjustica) January 4, 2024
Veja ?? pic.twitter.com/9dxP3VIdch
“Deixei meu amado Brasil em 2022. Mantive tudo em segredo por mais de um ano”, escreveu na plataforma Locals. A ex-juíza disse ter escolhido a “terra da liberdade” para viver desde então, devido à “ditadura que, miseravelmente, se instalou no meu país”.
Grilo foi afastada do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e aposentada compulsoriamente pelo TJ-MG em maio de 2023, após publicações polêmicas em redes sociais.
A ex-juíza ficou conhecida em janeiro de 2021 por defender no antigo Twitter – rede onde tinha mais de 130 mil seguidores – a “aglomeração de pessoas nas praias e festas do litoral brasileiro”, em meio à pandemia de Covid-19, com a hashtag #AglomeraBrasil. Ela também foi alvo de investigação devido a ataques aos ministros do STF.
No comunicado publicado nesta quarta-feira (3), Ludmila Lins Grilo afirma ser “oficialmente, uma juíza brasileira em asilo político nos Estados Unidos”. Em terras norte-americanas, a ex-magistrada confirmou ter seguido com o trabalho por videoconferência, “cumprindo toda a agenda diária da vara criminal”. Ela ainda disse ter sofrido “calada todo tipo de difamação” quanto à sua conduta profissional.
“Toda essa trama envolvendo os atos persecutórios praticados pelo STF, mais especificamente por Alexandre de Moraes, assim como pelo CNJ e TJMG foi detalhadamente documentada e entregue às autoridades americanas”, declarou.
Segundo Ludmila, o STF, CNJ e TJ-MG agiram com “desprezo” em relação à sua segurança física e se utilizaram “maliciosamente” da sua “situação de risco” para “atacar” a sua “honra”. “Já estou em contato com juristas e jornalistas americanos. Espero, daqui de fora, fazer o que vocês não podem mais fazer daí”, cravou.
“Cada conta de rede social que for bloqueada, cada ataque do STF, cada lawfare, cada ameaça, ainda que virtual, serão utilizados em meus processos nos EUA, e também serão entregues aos profissionais da mídia e da justiça estrangeiros que acompanham meu caso”, reclamou.
Apesar de ter sido excluída das redes sociais por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), Ludmila Lins Grilo criou um novo perfil e em um vídeo publicado em inglês pediu a ajuda das autoridades norte-americanas.
Caetano Veloso recorreu à Justiça após ser acusado de receber “ muito dinheiro” público em virtude do período em que ficou exilado na ditadura militar.
De acordo com informações da coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, o cantor e compositor apresentou uma interpelação judicial junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra o ator, que é casado com Andréa Sorvetão.
A queixa de Caetano se dá após uma entrevista dada por Conrado em 5 de outubro, na qual disse que o músico baiano “recebeu dinheiro por ter sido exilado”. “O país dava um dinheiro para eles [músicos de esquerda] como recompensa disso, durante anos e anos e anos recebendo, entendeu?", declarou o marido de Sorvetão, na ocasião.
Agora os advogados do músico querem que Conrado se explique sobre a afirmação e, caso ele mantenha a versão, exigem uma retratação pública.
Na década de 1970, enquanto o Brasil atravessava uma ditadura militar que impedia famílias inteiras de viverem em plena liberdade, do outro lado do Atlântico Moçambique alcançava a sua independência política, implementando mudanças sociais significativas. Esse é o pano de fundo de "Lila em Moçambique", livro que marca a estreia da escritora Andreia Prestes na literatura infantil.
Publicado pela editora Quase Oito, o livro conta a história de Lila, uma criança brasileira que viveu a infância com os pais e os irmãos em Moçambique. Nele estão as memórias afetivas da escritora, que é neta dos ativistas Luis Carlos Prestes e João Massena e nasceu no exílio de seus pais.
As memórias estavam adormecidas e despertaram em 2017, quando ela decidiu visitar Moçambique, 30 anos depois do seu retorno definitivo ao Brasil. Após rever a escola onde aprendeu a escrever as primeiras palavras em português, o Mercado Municipal onde seus pais compravam frutas como a massala e a tsintsiva e o prédio “33 andares”, onde morou com a família, surgiu a necessidade de contar para as crianças algumas histórias daquele período, para que possam desde cedo, perceber que o melhor presente que se pode ter na vida é a liberdade.
“A literatura nos ajuda a entender melhor o mundo em que vivemos, a nos colocarmos no lugar do outro, termos mais empatia e viajarmos sem sair de casa. Moçambique nos ensinou muito e gostaria de passar essa experiência para quem não conhece esse país africano”, diz Andreia Prestes.
A obra conta com ilustrações do Camilo Martins, que refletem a alegria da cidade africana de Maputo. O lançamento estava programado para acontecer em abril, mas por conta da pandemia e da impossibilidade de realizar encontros presenciais, a autora criou um perfil no Instagram, onde conversa com outros escritores sobre memórias afetivas e como elas influenciam a criação de novas obras. Para Andreia, a literatura tem um papel importante nesse momento de isolamento social, ela possibilita o encontro com a arte, com a imaginação.
Baiana de Santo Amaro, no Recôncavo baiano, Maria Bethânia, assim como o irmão Caetano Veloso, não escondem suas origens e, mais do que isso, costumam exaltar sua terra por meio de canções.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Bethânia, que pouco se manifesta publicamente sobre política, comentou a conversa vazada do presidente Jair Bolsonaro (PSL), na qual ele se referia aos nordestinos como “paraíba” e dizia que o pior era o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), a quem deveria vetar recursos (clique aqui e saiba mais).
“Como nordestina, me dói, não gosto que falem mal de minha terra e das minhas pessoas. Um austríaco não vai gostar se falarem que o Tirol é uma merda”, disse a cantora baiana. “O Brasil é um país. Se você o preside, preside o país inteiro. Mas eu tenho a maior honra de ser chamada de ‘paraíba’”, destacou.
Maria Bethânia criticou ainda a declaração dada por Bolsonaro ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz (clique aqui e entenda). “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele”, atacou o presidente, gerando reações contrárias até de aliados como o governador de São Paulo, João Dória (clique aqui).
“Eu tive irmão exilado [Caetano Veloso], amigos meus foram embora, alguns desapareceram. É difícil ouvir isso como uma coisa simples, como se não fosse nada. Muito duro. Fico preocupada. Estou preocupada”, comentou Bethânia, cuja preocupação se estende também aos conflitos recentes como a morte de um cacique waiãpi, no Amapá — cujo assassinato foi desacreditado por Bolsonaro —, e a rebelião em penitenciária no Pará, que resultou em ao menos 58 detentos mortos. “A crueldade está muito grande. É preciso jogar água fria. Não sei como fazer isso. Vou cantando, me expressando, reagindo. As coisas têm que acontecer. É isso ou morrer”, declarou a cantora. “A vida exige coragem sempre. É preciso coragem para chegar a uma situação que traga alegria”, acrescentou.
A filósofa e ex-candidata a governadora do Rio de Janeiro, Marcia Tiburi (PT), revelou que além de ter sofrido ameaças de morte (clique aqui), decidiu deixar o Brasil após ter sua casa invadida no fim de 2018.
De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, ela estava em Buenos Aires, na Argentina, quando recebeu a notícia de que sua irmã havia encontrado as portas da casa arrombadas. “Todas as gavetas escancaradas”, contou Tiburi. “Eu tinha medo inclusive de ficar em casa”, lembra ela, que à época já sofria ameaças de morte na internet e nas ruas.
Ainda segundo a publicação, Marcia Tiburi está nos Estados Unidos e pretende viver em Paris, onde o marido fará um pós-doutorado.
A cantora Rosanah, sucesso nos anos 1980 e dona de hits como “O Amor e o Poder” (Como uma deusa) e "Nem Um Toque", decidiu abandonar de vez o Brasil e ir morar na Europa, em dezembro de 2017. De acordo com informações do Extra, a artista que hoje se divide entre Alemanha e Suíça, resolveu fazer as malas após o fim de um relacionamento amoroso mantido no Rio de Janeiro. Mas, segundo a publicação, a desilusão da cantora não foi apenas afetiva, ela também estaria insatisfeita com o atual cenário da música nacional. Em uma publicação no Instagram Rosanah afirma que a "música brasileira está muito malcuidada" e que “os brasileiros merecem música com mais qualidade".
Confira vídeo de divulgação do projeto de financiamento coletivo para a publicação do livro:
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"Cultura não é supérfluo".
Disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes após o ministro Fernando Haddad anunciar um corte histórico de R$ 25 bilhões em despesas do Governo.