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A permanência do vereador de Salvador André Fraga no Partido Verde, para as eleições deste ano, parece estar bem encaminhada. Com um debate aquecido dentro da federação que o PV compõe - juntamente com PT e PCdoB -, a manutenção de Fraga, mesmo apoiando a reeleição do prefeito Bruno Reis (União), tem avançado.
Externando frequentemente o desejo de se manter no partido, o vereador aponta para a "relação histórica" com a sigla, integrando os quadros de gestão nacional da legenda. Apesar disso, Fraga seria visto como um "estranho no ninho" dentro da federação que majoritariamente tem vereadores e políticos de oposição à atual gestão em Salvador. Mesmo com a "pressão", um exemplo tem causado certo desconforto aos integrantes do grupo: o vereador Suíca, do PT.
Durante uma reunião da federação em Salvador, na última quarta-feira (13), um questionamento causou embaraço aos membros partidários. Segundo presentes no encontro revelaram ao Bahia Notícias, um quadro da federação questionou sobre a permanência de André Fraga no PV. Uma das fontes relatou ao BN que a saia justa fica por conta da postura de outros vereadores da Federação Brasil da Esperança com matérias apresentadas pelo Executivo Municipal. "E Suíca, que vota com [o prefeito] Bruno Reis às vezes? E Tiago Ferreira? O próprio Hélio Ferreira, do PCdoB", disse um integrante em condição de anonimato.
Os exemplos de "adesão velada" à gestão, que não passam necessariamente por votação em Plenário, foram citados à reportagem, incluindo durante reuniões conjuntas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Vereadores. Um dos casos relatados ao Bahia Notícias por vereadores é sobre a apresentação de um relatório no colegiado, presidido por Paulo Magalhães, do União Brasil. Durante a leitura de um parecer, Suíca pareceu "muito empenhado" em acompanhar o relator, mesmo com questionamentos de colegas de oposição sobre a matéria em questão. O movimento causou estranheza inclusive em seus correligionários petistas.
Anteriormente, interlocutores do PV apontaram ao BN que, mesmo com a intenção de Ivanilson Gomes, presidente dos verdes no estado, de manter Fraga na legenda para a disputa das eleições em 2024, alguns empecilhos poderiam ser determinantes para a saída. Um dos principais adversários do edil para manter a filiação era a própria Federação.
À época, a avaliação de lideranças verdes era que o grupo de vereadores do PT e PCdoB não aceitaria a permanência de Fraga com "um pé lá e outro cá". No caso, integrando um partido da base governista e apoiando a gestão do atual prefeito Bruno Reis (União), em Salvador.
Integrante tradicional do PV, Fraga integra a base de Reis, chegando a ocupar a Secretaria de Sustentabilidade na capital durante a administração do ex-prefeito ACM Neto. Recentemente, Fraga indicou ao Bahia Notícias que, mesmo compondo a base da prefeitura, não descarta um "relacionamento com o governo". O vereador indicou que, se "for bom pra cidade", estará ao lado do novo governo, podendo também tecer críticas à gestão estadual. "Se a gente achar que não está legal, nós vamos fazer o questionamento, vamos fazer o debate", pontuou.
A super federação do União Brasil, o PP e o Republicanos, não tem sido debatida na bancada de deputados federais do partido ligado à Igreja Universal. Ao Bahia Notícias, o presidente do Republicanos na Bahia, Márcio Marinho, sinalizou que existem algumas dificuldades locais para o ajuste e possui um sentimento de que "essa federação não vai vingar".
"A gente sempre tem no partido, por parte de Marcos Pereira, o cuidado ao tomar uma decisão, sempre consultar a bancada do partido e isso não aconteceu. Pelo Republicanos, só olhar as redes as sociais do presidente Marcos Pereira. Tenho ouvido o prefeito [Bruno Reis] falar, ainda hoje tem matéria na imprensa. Não tem nada de discussão dentro da bancada sobre 'super federação'. Existem vários problemas regionalizados, para dificulta uma federação dessa. Tem lugares que os partidos estão em campos opostos. Isso dificulta qualquer tipo de federação. O presidente quer manter os deputados integrados, ele não deve tomar decisão só", revelou Marinho.
Outro impecilho apontado por Marinho foi a movimentação de fusão ocorrer em um ano eleitoral. "Tem vários problemas regionalizados, municipais. Esses partidos estão em campos opostos. Boa parte do PP, boa parte na base do governo, em Salvador com Bruno Reis. Outros municipios, tem disputa entre nós e o União Brasil. O PP e o Republicanos. Faz parte da vida politica de cada municipio", completou.
Recentemente, o prefeito de Salvador, Bruno Reis comentou que as conversas estariam “bem avançadas” e a federação “praticamente certa” para acontecer. A dúvida que paira é em relação a quando o movimento será concretizado.
“Se ocorrer antes, a gente passa a ter um limitador, porque o partido sozinho ou federado lança a mesma quantidade de vereadores, que são 44 candidatos. Nós teríamos, fruto dessa federação hoje,15 vereadores e uma série de candidatos fortes. Teremos que sentar, fazer conta, para ver se era melhor deixar esses 15 para fortalecer ainda mais ou se vamos redistribuir em outros partidos”, avaliou o prefeito.
Apesar do indicativo, de acordo com informações obtidas pelo Bahia Notícias, a bancada baiana do Progressistas não teria total interesse na federação. Ao BN, algumas lideranças do PP no estado indicaram que as negociações ainda são iniciais, podendo não ocorrer em 2024. Na última quinta-feira (4), o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União) apontou que existe um grande avanço para a concretização da federação, podendo ser realizada até mesmo antes das eleições deste ano (relembre aqui).
BANCADA DE VEREADORES
Outro ponto que "travaria" a federação entre as três legendas é a formação da chapa nominal de vereadores em Salavador, após a eventual federação. Com os partidos reunidos, o novo "bloco" teria ao menos 15 vereadores eleitos em busca da renovação do mandato em 2024.
"Na verdade você imagine, juntar os vereadores do União, Republicanos e PP. Vai ser uma briga no escuro. Não só em Salvador", apontou o presidente do Republicanos.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.