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Alvo de críticas há anos, a qualidade da malha ferroviária do estado da Bahia voltou à tona nesta segunda-feira (29), quando o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, fez duras críticas às linhas, em especial à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), a classificando como “decadente”.
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A ferrovia é o principal eixo de integração entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, possuindo cerca de 7.220 quilômetros de extensão que atravessam mais de 250 municípios. Porém, existem diversos trechos abandonados aqui na Bahia, como na região do Porto de Aratu, em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), que segue há anos com suas locomotivas paradas.
Carballal deu a entender que essa situação seria uma espécie de ‘boicote’ de controladoras - que no caso da FCA se trata da VLI Logística, subsidiária da Vale S.A - que não querem que a Bahia amplie sua atividade em mineração. As declarações foram dadas nesta segunda, durante entrevista ao Podcast Projeto Prisma, do Bahia Notícias.
“Nós temos uma malha ferroviária decadente. E a decadência dela, não foi fruto de incompetência. Ela foi feita exatamente para não funcionar. Quem hoje controla essa malha ferroviária não tem interesse que o estado da Bahia possa produzir e desenvolver uma atividade minerária de grande porte”, afirmou o presidente da CBPM.
Henrique Carballal durante entrevista ao Prisma | Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias
Carballal pontuou que a lógica utilizada pela administradora da FCA seria que, pela lei de oferta e demanda, a grande quantidade dos minérios baianos no mercado diminuiria o preço das commodities como um todo. Ele clasificou essa 'estratégia' como um “crime contra o estado da Bahia". “O que há hoje é um crime contra o estado da Bahia, que é exatamente o abandono da Ferrovia [FCA] e tudo que está sendo feito para nos prejudicar. Com absoluta certeza é algo que, nos próximos anos, o estado da Bahia terá que se posicionar porque precisamos garantir a estrutura”, disparou Carballal. Confira o trecho:
FCA
No final do ano passado, também em entrevista ao Prisma, o ex-governador da Bahia, Paulo Souto, já havia dito que a situação sobre a FCA e o Governo da Bahia era uma “novela que precisa ser resolvida”. Desde que assumiu a concessão da FCA, há quase 30 anos, a VLI Logística (braço da Vale) quase não fez investimentos de porte nos trechos baianos.
Diversas entidades denunciaram a falta de melhorias e modernização na linha principal, ligando Salvador a Corinto em Minas Gerais, além do completo abandono e sucateamento de outras linhas férreas de responsabilidade da VLI, como as que ligam Salvador a Sergipe e Alagoinhas, no Nordeste baiano, a Juazeiro, no Norte do Estado.
A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) e a Secretaria do Planejamento (Seplan) apresentam, nesta sexta-feira (15), o potencial de atração de investimentos para ampliação do transporte de cargas de alta capacidade no estado.
O evento, que ocorre às 9h, no auditório da Seplan, pretende apresentar ferrovias, portos e equipamentos logísticos que podem ser alvo de investimentos, gerando efeitos positivos para o desenvolvimento regional da Bahia.
As informações serão apresentadas pelos especialistas da Fundação Dom Cabral (FDC), com a participação do secretário do Planejamento, Cláudio Peixoto, do diretor-geral da SEI, José Acácio Ferreira, o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, e a presença de especialistas de diversos órgãos do Estado ligados ao tema da logística.
O evento é uma nova edição do projeto Pensar a Bahia, da SEI, sob o tema Logística como fator de desenvolvimento regional: ferrovias e portos da Bahia. Na oportunidade, será assinado o termo de abertura da nova etapa de estudos para subsidiar o Plano Estratégico Ferroviário do Estado.
O plano foi contratado pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e desenvolvido em 2022 pela FDC, instituição que agora é responsável pela nova etapa de estudos, contratada pela SEI.
ETAPAS
A primeira etapa identificou importantes passagens de cargas pela Bahia, estado que se destaca nacionalmente, centralizando as passagens norte-sul, ligando as regiões Nordeste e Sudeste, e leste-oeste, ligando portos à região Centro-Oeste.
As cargas, em cada direção, somam uma média de 130 milhões de TU (tonelada útil tracionada, que representa o total de carga movimentada na malha, no transporte remunerado).
Para apresentar o tema, o Pensar a Bahia convidou o professor Paulo Rezende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e pesquisador responsável pela Plataforma de Infraestrutura em Logística de Transportes da Fundação Dom Cabral, além dos professores Ramon Victor Cesar e Bernardo Cabral, também especialistas em Logística da instituição.
Serão apresentados os fluxos de grãos, minérios e cargas gerais que passam pela Bahia, gerando sobrecarga nas rodovias, representando uma potencialidade para ampliar as ferrovias de alta capacidade.
A nova etapa do projeto irá associar o transporte por rodovias com o novo sistema ferroviário proposto para criar nós logísticos nas principais cidades da Bahia. Inclui também as possibilidades de investimentos em plataformas logísticas ou centros logísticos de distribuição, que podem atrair investimentos em serviços e indústrias, além de um estudo mais detalhado sobre as condições e potencialidades dos portos da Bahia.
Os produtores culturais Laerte Santos e Simone Carrera lançaram na última segunda-feira (12), o site Filarmônica e Ferrovia, onde estão disponibilizados todos os produtos resultantes do projeto “Arquivo Deraldo Portela: Filarmônica e Ferrovia”, que tem curadoria do maestro Fred Dantas e é formado por partituras de 282 músicas de filarmônicas da Bahia, que foram catalogadas e digitalizadas, e que agora podem ser acessadas de forma gratuita por músicos, estudantes e professores de música, pesquisadores, além de maestros de todo mundo.
No site também estão disponíveis 15 composições editadas - impressas e disponibilizadas em PDF – acompanhadas das biografias dos seus compositores e com imagens ligadas ao contexto onde essas músicas foram produzidas. Estas 15 composições tiveram suas partituras revisadas, completadas no caso da falta de algum instrumento, e suas versões “tocadas” em programas de edição musical de computador podem ser acessadas, gerando um áudio guia.
Há ainda textos sobre a história que liga as filarmônicas à ferrovia na Bahia, sobre os compositores e suas obras e uma entrevista com o médico Deraldo Portela, que foi quem pacientemente, ao longo dos anos, recolheu inúmeros manuscritos musicais em velhos arquivos de filarmônicas desativadas, a maioria ligada à Viação Leste Brasileiro, e doou o acervo ao maestro Fred Dantas.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.