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fulo de mandacaru
Com quase 50 shows na agenda, a banda Fulô de Mandacaru, formada por Armandinho, Tiago Muriê e Pingo Barros, fez um verdadeiro arrasta pé na Praça Amado Bahia, em Mata de São João, nesta sexta-feira (21). Abrindo os festejos na cidade, o trio de artistas comentou em entrevista exclusiva sobre a importância dos festejos juninos.
“A Bahia faz o maior São João do Brasil. Nós somos de Caruaru, capital do forró, mas em números de cidades a Bahia ganha disparadamente de todos os estados (…). É muito importante o São João porque mexe com toda uma cadeia produtiva econômica, não é apenas o show. Está inserida a nossa cultura, a nossa essência, mas tá no que vende a cerveja, está em quem monta a estrutura, o palco, o som, o luz, a pessoa que vende o tecido, a rede hoteleira, a rede gastronômica. A Fulô de Mandacaru tem essa compreensão”, observou Armandinho.
A logística é planejada para aumentar a presença da Fulô de Mandacaru em diversas cidades. Por isso, a maioria dos shows ocorre em municípios baianos, facilitando a locomoção.
Ainda na conversa, o grupo, que foi campeão da terceira temporada do programa SuperStar, da TV Globo, e que já está na estrada há 23 anos, explicou como se prepara para o grande número de shows que são contratados para fazer neste mês.
“Tem que ter academia, tem que correr, hoje já fui. Nós estávamos hospedados em Alagoinhas, fui atrás para a academia. A gente tem uma suplementação, a gente tem que comer bem também, proteína, creatina… E primeiramente é Deus. Tem que pedir a Deus proteção e saúde para que a gente possa levar esse show ao maior número de estados brasileiros, que é isso que a gente vem fazendo”, completou o músico.
Levando a essência nordestina para o público e fazendo uma verdadeira homenagem à região, a banda, que completa 23 anos em 2024, ainda apresentou canções como “Seis Cordas”, “É Proibido Cochilar”, “Eu Só Quero Um Xodó” e “Forrobodó”, que colocaram os forrozeiros para arrastar o pé no chão da praça.
Fulô de Mandacaru comanda abertura dos festejos juninos em Mata de São João pic.twitter.com/wwrUVRYn6y
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) June 22, 2024
Baianos e turistas se despediram do São João do Pelourinho no domingo (25) com muito forró. O Centro Histórico de Salvador contou com seis palcos, por onde passaram cerca de 60 atrações desde o último dia 22 de junho.
Quem abriu os trabalhos da última noite de festa no palco principal, no Terreiro de Jesus, foi a Fulô de Mandacaru. No repertório dor trio, clássicos da música nordestina, como Frevo Mulher, de Alceu Valença, que se apresentou no primeiro dia.
Logo em seguida, quem subiu ao palco foi Flávio José, para aquecer os corações do público. Uma das atrações mais esperadas da programação, o cantor paraibano tem como referências o Rei Luiz Gonzaga e Dominguinhos.
CIRCUITOS
O Pelourinho é um dos três circuitos oficiais do São João da Bahia em Salvador, promovido pelo Governo do Estado. Além do Centro Histórico, onde o público assistiu a shows gratuitos no Parque de Exposições e em Paripe, onde aconteceram apresentações até o sábado (24).
Na próxima sexta (30), a programação do Parque de Exposições será retomada.
A premiação “Melhores do São João”, promovido pelo portal São João na Bahia, ocorreu nesta quarta-feira (8), no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura, em Salvador. Participaram do evento nomes como Alcymar Monteiro, Flávio José, Fulô de Mandacaru, Estakazero, Zelito Miranda, Del Feliz, Jó Miranda, Trio Nordestino, Cristina Amaral, Lara Amélia, Forró do Tico e Zefa di Zeca. Flávio José foi o homenageado da noite e eleito o Melhor Artista pelo público. "Esse é um prêmio muito importante, pois é o meu primeiro depois de muitos anos tocando na Bahia. Estou muito feliz e torcendo pela renovação no forró", disse José.
A filha do cantor, Lara Amelia, ganhou o prêmio de Cantora Revelação e agradeceu o reconhecimento dos baianos. Durante o evento, Alcymar Monteiro chamou a atenção para as ameaças que o forró vem sofrendo e pediu para que os agentes públicos não deixem que a tradição junina desapareça. Os prefeitos de Amargosa, Cruz das Almas, Senhor do Bonfim, Euclides da Cunha e Itaberaba também participaram da festa, além das secretárias de Cultura de Santo Antônio de Jesus, Dene Cortes. Confira a lista completa de vencedores:
Artistas
Alcymar Monteiro – Melhor cantor eleito pelo júri e Melhor Show
Flávio José – Melhor cantor eleito pelo público e Artista Homenageado
Fulô de Mandacaru – Melhor Banda e Melhor Repertório
Estakazero – Melhor banda eleita pelo público
Del Feliz – Melhor Artista Regional
Zefa di Zeca – Melhor Banda Regional
Zelito Miranda - Melhor Disco
Forró do Tico – Banda Revelação
Lara Amélia – Cantora Revelação
Trio Nordestino – Banda Homenageada
Jó Miranda – Amigo do Forró
Eventos
Arraiá do Galinho – Melhor Evento pré São João
Forró do Piu Piu – Melhor grade de festa privada
Forró do Sfrega – Melhor festa privada eleita pelo público
Prefeituras
Cruz das Almas – Melhor Grade, Melhor Programação Cultural, Prefeito Homenageado Amargosa – Melhor decoração, Destaque Visibilidade, Prefeito Homenageado
Senhor do Bonfim – Melhor destino eleito pelo público, Destaque Visibilidade, Prefeito Homenageado
Santo Antonio de Jesus – Melhor Infraestrutura, Destaque Visibilidade
Itaberaba – Destino Revelação, Destaque Visibilidade
Euclides da Cunha – Destaque visibilidade
A banda de forró Fulô de Mandacaru completa 17 anos de carreira em junho, mas tem na sua história um marco importante: o grupo venceu a terceira edição do programa SuperStar em 2016, o que ajudou o público a conhecer o trabalho que tem a cara do Nordeste. Em conversa com o Bahia Notícias, Armandinho do Acordeon revelou a felicidade que a banda sentiu ao ganhar o reality: “Participar de um reality já te dá uma visibilidade tremenda, e você ganhar um programa que tem um caráter de concurso de bandas, foi uma quebra de paradigmas no Brasil. Nunca o forró tinha ganhado nenhum reality no Brasil. Então para a Fulô de Mandacaru é uma honra, primeiro por ser nordestino. Nós somos uma banda que tem essa caracterização forte na nossa indumentária, e a gente observa que com o programa tivemos uma oportunidade para que os outros estados conhecessem a nossa banda”. Armandinho também explicou de que maneira eles abordam o tema em suas músicas: “A gente traz um recorte histórico, através das nossas canções, do que é o povo nordestino, isso através de uma linguagem moderna, jovem e estruturada. O forró não é o mesmo da década de 1960. A gente não precisa cantar mais só sobre a seca. Hoje o Nordeste é um polo econômico, tecnológico, educacional e principalmente cultural. A Fulô vem crescendo, com a vitória teve aquele grande 'boom', mas hoje vem sendo melhor ainda”. O grupo irá lançar no final de abril um novo DVD chamado “Fulô de Mandacaru in concert” que foi gravado em Recife e conta com a participação de Elba Ramalho, Dorgival Dantas, entre outros. O integrante da banda revelou que a Fulô, antes do SuperStar, já tinha uma estrutura planejada e por isso eles conseguiam cantar com grandes artistas. Eles acreditam que as bandas de forró precisam se preparar para conseguir se destacar no Brasil, já que elas não são tão privilegiadas quanto outros gêneros musicais. “A Fulô consegue estar em shows estratégicos, de grande porte, porque a gente tem essa preocupação. Porém a gente não perde a nossa identidade cultural. Parece quase impossível, a gente dentro da Rede Globo em pleno século 21 ganhar um reality cantando forró, dizendo que é nordestino, e usando roupa de cangaceiro. Isso é muito difícil. A gente precisa se preocupar menos com os outros gêneros e focar no nosso. A gente pode ser polêmico defendendo o que é nosso, não precisando julgar o outro. Então cada um defenda o seu segmento e faça o seu trabalho”.
Fulô de Mandacaru em show | Foto: Divulgação
Perguntado se com a Lei da Zabumba - que determina que 60% das contratações feitas com o dinheiro público no São João precisam ser bandas típicas de forró - as festas irão se tornar menos diversificadas, Armandinho explica que o forró “raiz” precisa do seu espaço: “primeiro a gente precisa ver o que está sendo proposto. Quando pensamos em festejo junino estamos falando de promover um ato cultural. Cultura é um direito social, e se o direito social é financiado pelo ente público ele precisa ter essa preocupação de o que está sendo pago, como está sendo pago, é um papel com fundamentação social. A Fulô é muito eclética nesse sentido, a gente tem uma relação muito boa com todos os gêneros do Brasil: samba, rock, sertanejo... mas nossa opinião é que no festejo junino é como já está dizendo, tem uma caracterização própria, as pessoas esperam por isso o ano todo. Eu acredito que tem espaço para todo mundo, tem que ouvir o público, é importante. Acreditamos em diversificar, o segredo está em quantificar essa diversidade, para que a minoria não se torne maioria no evento. A minha opinião é que os festejos juninos tenham por maioria a contratação de artistas públicos que sejam em defesa da cultura [do forró]”.
O cantor revelou ao BN que ainda esse mês o grupo deve lançar uma música composta por Jorge de Altinho, compositor da música “Petrolina-Juazeiro”. “O Jorge é um grande parceiro e grande artista. A gente tem o maior carinho por ele, que sempre nos ajudou ao longo da carreira, abraçou a Fulô, e hoje abriu o portão da Bahia também. Ele compôs essa música que fala sobre o São João da Bahia, ela está pronta. A gente vai lançar ainda esse mês. Já estamos pensando em fazer um clipe dela, que traz os costumes, as tradições, o povo baiano, e sobre esse São João que é grandioso. Não é só na capital Salvador, mas nas cidades da Bahia como um todo: Amargosa, Irecê, Conceição do Jacuípe, Feira de Santana estaremos passando e, pode ter certeza, vai ser uma das músicas mais executadas no São João da Bahia”. No dia 26 de maio, a banda irá se apresentar no Forró da Amizade, que será realizado no Armazém Hall. Armandinho falou que o grupo ficou muito surpreso com a repercussão nas redes sociais e comentou sobre o evento: “Para a gente é um evento conceito na cidade, tradição. Será muito bacana, porque Salvador abraçou a Fulô de Mandacaru. Fiquei impressionado com o carinho do público durante o Carnaval, e vir pra cá em uma festa pré junina é uma maravilha. Vai ser um esquenta para o São João. E um dia depois, no dia 27, nós estaremos em Queimadas, na Bahia, arrastando um bloco chamado "Arrastão do Gonzagão", que já está no sétimo ano, para mais de 7 mil pessoas na rua, em um trio elétrico. Então eu digo que o São João do Fulô vai começar aqui em Salvador”.
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