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George Washington, preso pela tentativa de promover um atentado a bomba perto do Aeroporto de Brasília, escreveu cinco mensagens ao Exército pedindo e prontificando-se para ajudar em um golpe militar, inclusive com o arsenal que mantinha em sua casa. As interações ocorreram no dia 11 de dezembro do ano passado, véspera dos ataques contra a sede da Polícia Federal. Procurado, o Exército disse não conseguir dar conta do volume de mensagens que recebe.
A Polícia Civil do Distrito Federal descobriu a tentativa de comunicação ao periciar o celular de George Washington. Na primeira mensagem, o terrorista escreveu um pedido de socorro às Forças Armadas: "SOS FFAA". As informações foram publicadas pelo Metrópoles neste sábado (24).
Hora depois, George Washington compartilhou uma notícia de um blog de esquerda com o título: “PT, sindicatos, MST e MTST formarão força de segurança paralela para Lula na posse”. “Convoquem os CACs. Srs., até quando vão esperar? Convoquem e ponham em Treinamento Militar Intensivo”, escreveu em seguida, em referência aos Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs). “Tem muito fuzil à disposição, será uma honra servir a Pátria. Não nos deixe sair como bandidos nessa situação.”
George Washington disse à Polícia Federal que gastou mais de R$ 160 mil em munição e armas, entre elas um fuzil Springfield calibre .308. “Sejam rápidos, treinem os CACs. Não esperem as coisas ficarem mais sérias”, dizia a mensagem final.
Mensagens semelhantes foram enviadas ao deputado federal General Eliéser Girão, do PL do Rio Grande do Norte, e ao senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará. Ao deputado, George Washington pediu para CACs serem acionados para um golpe, afirmou ter muitos fuzis e fez um apelo: “Não nos deixe sair como bandidos”. Para o senador, o terrorista disse ter muitos “atiradores sniper” entre os CACs que poderiam agir como “força de reserva”.
Investigações mostraram que George Washington tentou fazer um curso de sniper, mas não conseguiu. O ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou que o terrorista tinha a intenção de matar Lula na posse presidencial.
A coluna procurou o Exército para saber se a Força tinha conhecimento sobre as cinco mensagens e se existe um sistema de inteligência para monitorar o conteúdo dos textos recebidos no Instagram. Em nota, o Exército informou que passou a receber uma média diária de 200 mil interações nas redes sociais, entre os meses de novembro e dezembro de 2022, e que não foi possível identificar as mensagens citadas.
“Anteriormente, essa média era de cerca de 16 mil interações por dia”, declarou o Exército. “Ressalta-se que o Exército Brasileiro permanece à disposição dos órgãos de segurança pública e demais autoridades competentes para contribuir com qualquer desdobramento necessário às investigações.”
O senador Eduardo Girão disse que tem “posicionamento firme e público contra a ampla flexibilização dos CACs e do porte de armas de fogo que se deu no governo Bolsonaro”. Sobre as mensagens de George Washington, Girão afirmou que um dos delegados da Polícia Civil disse à CPMI do 8 de Janeiro que o terrorista havia enviado mensagens para redes sociais de autoridades e que os perfis não responderam.
“Não sabia que também tinham chegado ao meu Instagram. Não visualizei e nem respondi, até porque tenho mais de 260 mil seguidores só nesta rede social. Recebo diariamente milhares de mensagens, já que posto pelo menos quatro publicações por dia”, declarou.
O deputado General Eliéser Girão disse que desconhece George Washington e que não viu nenhuma mensagem dessa natureza.
Depois de ficar calado por mais de 40 minutos na CPMI do 8 de janeiro, George Washington, condenado pela justiça por participar da trama para explodir uma bomba perto do aeroporto de Brasília, disse que jamais colocaria um artefato em um caminhão-tanque cheio de combustível. O depoente começou a falar quando citou a família e o fato de ter um filho com necessidades especiais.
George Washington disse ser casado há 33 anos, ter dois filhos, e que há 37 anos atua no setor de gás e combustíveis. O depoente disse não ser “insano”, como afirmaram na CPMI, afirmou que por conhecer o ramo de inflamáveis, não colocaria uma bomba em um caminhão com carga de combustível de aviação.
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“Há 37 anos trabalho dentro de empresas do ramo de inflamáveis. Seria uma loucura, uma insanidade, colocar algo que explodisse um caminhão-tanque. Tenho 55 anos, não estou insano como disseram aqui. Eu não seria louco de colocar artefato explosivo em cima de um caminhão, jamais em minha vida faria isso. Alegaram aqui que o caminhão iria entrar dentro do aeroporto e explodir um avião. Não é verdade, esse caminhão abasteceria caminhões menores. E esse artefato que a imprensa fala que era dinamite, até os próprios peritos falaram que era nitrato de amônia com mais alguma outra mistura, ou seja, não tinha poder de explosão”, disse George Washington.
Em outras respostas a questionamentos dos membros da CPMI, Washington afirmou que existiam “infiltrados” no acampamento mantido por bolsonaristas no QG do Exército em Brasília.
“Tinham infiltrados no acampamento, ônibus de infiltrados, e o Exército detectou isso. Pessoas que não faziam parte daquele acampamento no QG de Brasília, as próprias Forças Armadas identificaram muitos, tanto que foram retirados de dentro do acampamento todos os ambulantes que estavam vendendo lá”, disse um dos envolvidos na tentativa de explosão no dia 24 de dezembro, em Brasília.
O depoente George Washington disse ainda que jamais conheceu o jornalista Wellington Macedo, um dos que implantou o artefato explosivo no caminhão-tanque e que se encontra foragido, e que não se vê como um “terrorista”. Washington foi chamado de “covarde” e “mentiroso” por diversos membros da CPMI.
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Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
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