greve dos rodoviarios

O presidente do Sindicato dos Rodoviários em Feira de Santana, Alberto Nery, afirmou que os acordos previstos dos rodoviários do município e garantiu não haver possibilidade de aderir à greve junto aos trabalhadores da capital baiana.

Em entrevista ao Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, o representante da categoria reforçou que assim como os trabalhadores de Salvador, estão em acordo por reajuste salarial, e podem conseguir uma correção de salários após uma reunião realizada nesta segunda-feira (27).

“Não haverá greve em Feira de Santana, primeiro porque Salvador já fechou a proposta de acordo na tarde de ontem com 4% no salário e 5% no ticket. Nós acreditamos que possamos também fechar o nosso acordo no dia de hoje, temos uma reunião e acredito que vamos avançar um pouco mais do que Salvador, tendo em vista que há uma defasagem salarial entre Feira e Salvador e o nosso compromisso junto aos trabalhadores é buscar recuperar essa perda acumulada durante o período da pandemia”, disse.

Alberto Nery também reforçou que uma rodada de negociações com representantes das empresas Rosa e São João e da Secretaria de Mobilidade Urbana já foi realizada na última semana a fim de evitar que os rodoviários de Feira de Santana aderissem à greve.

“Participaram as empresas São João, Rosa e o secretário municipal de Mobilidade Urbana Sérgio Carneiro que também tentou de alguma forma contribuir para que possa evitar essa possível paralisação que estava decretada de Feira junto a Salvador. O que falta para negociar é que os trabalhadores tiveram uma perda salarial na pandemia e é necessário oferecer um índice para que nós possamos defender na assembleia junto aos trabalhadores. Em Salvador temos dois acordos celebrados, um de 3.70% do intermunicipal e temos o acordo do urbano que foi da ordem de 4% do salário. O que precisamos em Feira de Santana é recuperar o poder de compra do trabalhador que a perda chega a aproximadamente a 7%”.

Questionado sobre a situação atual dos trabalhadores do transporte público diante do pagamento de salários, Alberto Nery concluiu ainda que em meio a discussões e acordos com o município, todos os pagamentos e direitos trabalhistas estão sendo efetuados conforme normalidade.

A população das cidades de Madre de Deus, Candeias, Camaçari, São Francisco do Conde, Simões Filho e Santo Amaro já se prepara para possibilidade de greve dos rodoviários, conforme anunciado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários da Região Metropolitana de Salvador (Sindmetro) e o Sindicato dos Rodoviários da Bahia.   

Os sindicatos informaram, nesta segunda (13), que a paralisação terá início à 0h desta sexta-feira (17) devido ao descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho 2024.

Em comunicado enviado à Associação das Empresas de Transporte Coletivo (Abemtro), o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros do Estado da Bahia (Sintran-BA), e à Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), os sindicatos justificaram que os trabalhadores da Avanço Transportes decidiram em assembleia geral extraordinária, realizada no último dia 7 de março, pela deflagração de uma paralisação por tempo indeterminado. 

Rodoviários da Região Metropolitana de Salvador (RMS) flexibilizaram a greve e passaram a rodar com 50% da frota nas primeiras horas desta terça-feira (25). Uma liminar deferida na noite desta segunda-feira (24) obrigou os grevistas a aumentar o número de veículos nas cidades afetadas.

Ao Bahia Notícias, o diretor de imprensa do sindicato da categoria [Sindmetro], Catarino Fernandes, informou que uma reunião na tarde desta terça-feira (25) com o Ministério Público do Estado (MP-BA) vai definir os rumos da paralisação. “Vamos debater com o Ministério Público e com a categoria, acreditando que vai haver um desfecho disso mais tarde. Esperamos que a gente logre êxito”, disse ao BN. Após a reunião, o sindicato deve se reunir com a categoria para decidir se interrompe ou não a greve.

Segundo Fernandes, algumas cidades, como São Francisco do Conde, podem ter até mais de 50% da frota já em serviço, devido ao número de carros disponíveis e à menor complexidade do transporte. 

A paralisação tem como objetivo o pagamento das rescisões contratuais de 530 trabalhadores dispensados pelas empresas BTM, VSA e Linha Verde, que decretaram falência devido aos efeitos da pandemia.

Conforme o sindicato, o governo do estado deixou de pagar os trabalhadores com o recurso da chamada PEC das Empresas, aprovada para socorrer empresas de ônibus afetadas pela pandemia da Covid-19 no país. O Sindmetro afirma que o governo favoreceu o “Metrô” em vez de acertar os valores devidos dos demitidos das empresas falidas. 
 

As cidades e localidades afetadas são Lauro de Freitas, Camaçari, Simões Filho, Candeias, Madre de Deus, São Francisco do Conde, Santo Amaro, São Sebastião do Passé, Dias D'Ávila, Mata de São João, Praia do Forte, Porto de Sauípe, Subaúma, Conde, Imbassaí, Rio Real e Arembepe. (Atualizado às 9h59)

Dirigente do Sindicato dos Rodoviários, o vereador Tiago Ferreira (PT) afirmou que a categoria pode disponibilizar 30% da frota de ônibus durante uma possível greve, contando que o transporte público de Salvador seja realizado em “catraca livre”. Ao Bahia Notícias, o edil contou que o sindicato “possui disposição” para adotar a medida, mas que precisaria do amparo do Poder Judiciário.

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“Nós temos disposição de colocar 30% da frota na rua, desde que seja catraca livre. Se o Poder Judiciário acatar, nós faremos. Isso foi um pleito, inclusive, dos vereadores da base do prefeito. Nós sempre colocamos, não tem base legal, mas se o Poder Judiciário determinar, nós vamos acatar”, afirmou Tiago Ferreira.

O vereador também comentou sobre as expectativas para a próxima reunião com os empresários, agendada para a próxima terça-feira (23), às 11h, e criticou a proposta de reajuste salarial de 1,98% oferecida aos rodoviários.

“Amanhã vamos voltar para mesa, respeitando a liderança da superintendente Fátima, mas depende muito mais do setor empresarial. Abaixamos o número de pautas, mas o empresariado só avançou em uma proposta ridícula de 1,98% do reajuste salarial. A gente sempre tem uma expectativa de destravar, mas é preciso que haja uma proposta que agrade a comissão de negociação para depois levarmos à categoria”, explicou o vereador.

Presidente licenciado do Sindicato dos Rodoviários, o vereador Hélio Ferreira (PCdoB) defendeu a movimentação de “catraca livre” em eventual greve da categoria nesta semana. Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, da Salvador FM 92,3, nesta segunda-feira (15), o ato seria possível em diálogo com o prefeito Bruno Reis (União) para poder pressionar os empresários do setor.

“Nós podemos realizar se o prefeito Bruno Reis disser: ‘eu faço com o que os empresários deixem sair os ônibus e vocês rodam de graça para a população’. Eu tenho certeza que os trabalhadores vão aceitar trabalhar de graça na greve. Se por acaso houver greve, estou aqui defendendo esse modelo. Se deixar nós vamos fazer isso com o maior prazer e satisfação para garantir o direito da população e o nosso direito de greve”, disse Hélio.

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O edil afirmou que, apesar do transporte público ser gerido por empresas privadas, Bruno Reis teria o poder de evitar uma possível greve da categoria em Salvador. O vereador comentou que os rodoviários têm “carregado” o funcionamento do transporte na capital baiana e pediu por melhorias nas condições de trabalho.

“O transporte público é da área privada, mas quem decide mesmo a política de transporte é o Executivo, é o prefeito da cidade. Ele [Bruno Reis] tem toda a capacidade para evitar a greve. Temos vários pontos para resolver, como a precarização dos rodoviários, que têm segurado a mobilidade ‘no braço’, mas que precisa ser reconhecidos de fato”, afirmou Hélio.

SUBSÍDIO FEDERAL

Bruno Reis fará uma viagem à Brasília ainda nesta segunda para acertar detalhes do subsídio federal para mitigar os efeitos da crise do transporte no país (veja mais aqui). Contudo, a medida, segundo Hélio, não seria o suficiente para solucionar os problemas de mobilidade pública da capital baiana.

"O problema do transporte tem que ser feito pela raiz. A questão de subsídio vai aliviar hoje, mas amanhã continua. É preciso uma política nacional de transporte, com subsídio para garantir um transporte público livre, sem catraca. Isso traria um aumento de passageiros. Muita gente não tem condições de pagar tarifa. A política tem que se inclusiva", disse o vereador.

O Sindicato dos Rodoviários da Bahia aprovou o estado de greve em segundo turno durante a tarde desta quinta-feira (11), após assembleia geral da categoria realizada na Estação da Lapa. Agora, a instituição pode realizar a paralisação geral dos ônibus do transporte público de Salvador a partir da próxima segunda-feira (15), após o prazo de 72 horas.

O presidente em exercício do sindicato, Fábio Primo, atribuiu ao prefeito Bruno Reis (União) a responsabilidade de entrar em negociação com os empresários CSN, para que seja realizado o reajuste salarial exigido pela categoria.

“O prefeito precisa ter responsabilidade e chamar os empresários para negociar de verdade com os trabalhadores. Não dá mais para esperar em relação ao problema da CSN que se arrasta há mais de 2 anos.Também vamos em busca da manutenção dos cobradores e de nosso reajuste salarial digno com ganho real. Outra questão que precisa ser resolvida é a compensação de horas extras”, disse o presidente.

Pela manhã, o Sindicato dos Rodoviários já havia deliberado para a realização da greve geral no início da próxima semana e aprovou o estado de greve em primeiro turno.

O QUE É O ESTADO DE GREVE

O estado de greve funciona como uma “autorização” para que a categoria realize a paralisação geral, avisando aos governantes para uma possível greve. Após aprovado, a categoria pode entrar em paralisação após o prazo de 72h, ou seja, a partir da próxima segunda.

Vale ressaltar que não necessariamente os rodoviários entrarão em greve na próxima segunda. Até lá, o sindicato pode entrar em acordo com a prefeitura e não realizar o processo de paralisação do transporte.