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Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

gsi

Com correição no gabinete do GSI, TJ-BA dá 24 horas para direções de fóruns avaliarem segurança institucional
Foto: CNJ

Diante da correição extraordinária executada pela Corregedoria Nacional de Justiça no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) esta semana, a Corte deu o prazo de 24 horas para que juízes diretores dos fóruns e servidores que exercem a função de administradores de fóruns avaliem a segurança institucional do judiciário baiano. 

 

 

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é uma das unidades a serem correcionadas pela Corregedoria Nacional. O GSI é presidido pelo desembargador Baltazar Miranda, e ainda tem como membros os desembargadores Soraya Moradillo Pinto, Geder Luiz Rocha Gomes e Maria do Socorro Santa Rosa de Carvalho Habib; e os juízes Érico Rodrigues Vieira, Isaías Vinícius de Castro Simões, Luciana Amorim Hora e Maria Fátima Monteiro Vilas Boas.

 

O decreto publicado nesta quinta-feira (11) indica que os magistrados e servidores deverão responder aos questionamentos constantes nos formulários nomeados como “Informações de Segurança Institucional”. Os documentos serão encaminhados para o e-mail institucional e, segundo o TJ-BA, acessados “exclusivamente pelos respectivos responsáveis indicados”.

 

O prazo estabelecido começará a ser contado a partir do horário de entrega do e-mail ao destinatário.

 

A CORREIÇÃO

Na última terça-feira (9), a Corregedoria Nacional de Justiça determinou a realização da correição extraordinária  em 13 unidades administrativas e jurisdicionais do Tribunal de Justiça da Bahia diante do “estado de ineficiência grave” na gestão da Corte, constatado na inspeção ordinária feita em abril deste ano. Conforme a Corregedoria, os problemas apontados não foram resolvidos.  

 

Além do GSI também serão correcionados até esta sexta-feira (12) s gabinetes da presidência do TJ-BA e das Corregedorias Geral de Justiça e das Comarcas do Interior, além das 1ª e 2ª Varas Empresariais de Salvador; 1º e 2º Cartórios Integrados Cíveis; 3ª e 9ª Varas de Família da capital, 5ª Vara da Fazenda Pública de Salvador, Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro de Salvador; e a Secretaria de Planejamento e Orçamento. 

 

General Heleno nega participação em reuniões golpistas e diz que GSI não se envolvia com decisões políticas
Foto: Edu Mota/ Bahia Notícias

Aplaudido pela bancada de oposição ao entrar na sala da CPMI do 8 de janeiro, o general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Jair Bolsonaro (PL), disse que jamais conversou sobre assuntos políticos com seus subordinados. O general também negou que tivesse participado de qualquer reunião com a presença do então presidente na qual fosse discutido um golpe militar.

 

Augusto Heleno compareceu à CPMI munido de um habeas corpus concedido pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe deu o direito de ficar em silêncio em relação a perguntas que possam o incriminar. O general, entretanto, desde o início de sua fala e em respostas à relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), não deixou de falar ou responder a qualquer questionamento.

 

“Jamais me vali de reuniões ou palestras, ou conversas para tratar de assuntos eleitorais ou político-partidários com meus subordinados no GSI. Jamais participei de qualquer reunião para falar de golpe. Aliás, se o presidente da República por acaso pensasse em fazer um golpe, eu tiraria meu time de campo. Mas ao contrário, ele jamais jogou fora das quatro linhas", disse o general Heleno na CPMI.

 

O ex-ministro contestou declaração da relatora de que havia deixado o seu “DNA bolsonarista” entre funcionários de sua época que permaneceram com cargos Gabinete de Segurança Institucional após a mudança de governo. “Não ficou DNA bolsonarista do general Heleno, porque eu jamais tratei de política com os meus servidores”, reforçou.

 

Questionado pela relatora sobre sua participação em encontros relatados pelo tenente-coronel Mauro Cid para tratar de uma ação  golpista, Augusto Heleno disse duvidar que o presidente Bolsonaro tivesse essa intenção. 

 

"O Brasil é um país muito grande, com mais de 200 milhões de habitantes. Pra que seja possível um golpe é preciso haver uma cabeça muito preparada para realizar um plano desse tamanho em plena era da tecnologia. Um golpe que dê certo com meia dúzia de curiosos que fizeram besteiras, isso não existe", disse o general. 

 

Na sua declaração inicial, o general Heleno também negou qualquer participação do Gabinete de Segurança Institucional nos acontecimentos do dia 12 de dezembro em Brasília. Na ocasião, manifestantes bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF) após a prisão do cacique José Acácio Serere Xavante.

 

O ex-chefe do GSI disse ainda que jamais compareceu ao acampamento de militantes bolsonaristas que se instalou em frente ao quartel-general (QG) do Exército, em Brasília. O general afirmou que a manutenção do acampamento era responsabilidade do Ministério da Defesa, e não da sua pasta.

CPI 8/1: ex-secretário do GSI afirma em depoimento que “não houve facilitação” à invasão do Planalto
Foto: Eurico Eduardo/CLDF

O ex-secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Carlos José Russo Assumpção Penteado, prestou depoimento nesta segunda-feira (4) aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal que investiga os atos do dia 8 de Janeiro.

 

Na ocasião, o ex-secretário afirmou “as imagens disponibilizadas mostram claramente que não houve nenhuma facilitação” à invsão do Palácio do Planalto por vândalos que depredaram o prédio em 8 de janeiro por não concordarem com o resultado das eleições de outubro de 2022, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva presidente.

 

Nomeado pelo Comando do Exército, o general assumiu o segundo cargo mais importante da hierarquia do GSI no fim de julho de 2021, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando o GSI era chefiado pelo general Augusto Heleno.

 

Com a vitória e a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele permaneceu no cargo a convite do novo ministro Gonçalves Dias. Segundo ele, no dia 8 de janeiro, “praticamente todos” os cargos de decisão do órgão eram ocupados por remanescentes do governo Bolsonaro.

 

Na condição de secretário-executivo, Penteado era responsável por, entre outras coisas, supervisionar e coordenar as atividades dos vários órgãos subordinados ao gabinete e por assessorar seu superior, o ministro, nos assuntos referentes à solicitação do emprego das tropas das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem.

 

Apesar disso, o general assegurou aos deputados distritais que Gonçalves Dias não o informou dos alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre o risco de invasão de prédios públicos durante os atos do dia 8 de janeiro de 2023.

 

Penteado contou que só foi comunicado por volta das 14h50 do dia 8 que as barreiras montadas para proteger o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) tinham sido rompidas. Segundo ele, o então comandante militar do Planalto general Gustavo Henrique Dutra de Menezes telefonou para informar que a situação, até então sob controle, “tinha se agravado e que seria necessário o envio de mais tropas”.

 

Penteado afirma ter chegado ao Palácio do Planalto por volta das 15h20 e, mesmo acompanhado por seguranças, teve dificuldades para ingressar no Palácio, já tomado por “manifestantes” – alguns dos quais chegaram a agredi-lo, lançando pedras e outros objetos contra as forças de segurança.

 

“O Palácio do Planalto é vulnerável. Ele não tem nenhuma barreira natural ou construída que impeça os manifestantes de adentrarem o estacionamento, de chegarem rapidamente às vidraças no primeiro piso. Não há nenhum obstáculo que possa barrar manifestantes. Não houve facilitação. Os militares que ali estavam recuaram para fazer um retardamento, pois estavam sendo atacados e o número de manifestantes era realmente muito grande”, disse Penteado. Ele ainda garantiu que, no momento em que a sede do Poder Executivo foi invadida, havia ao menos 133 militares no interior do prédio.
 

G Dias reconhece na CPMI que poderia ter agido diferente no 8 de janeiro e coloca culpa na PMDF
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Em depoimento na CPMI do 8 de janeiro nesta quinta-feira (31), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Gonçalves Dias, admitiu ter feito uma avaliação errada dos riscos à segurança do patrimônio público com a manifestação de militantes bolsonaristas no dia 8 de janeiro, em Brasília. G Dias, como é conhecido, afirmou que teria recebido “informações divergentes” a respeito da natureza dos atos convocados para aquele fim de semana, e que teria tomado atitudes mais firmes no esquema de segurança se tivesse em mãos informações mais precisas sobre a intenção dos manifestantes.

 

“Olhando para trás, algumas decisões naquele dia seriam tomadas de forma diferente de eu tivesse tido acesso a informações mais precisas. Informações divergentes me foram passadas na manhã do dia 8 de janeiro e culminaram com minha decisão e iniciativa em ir pessoalmente ver como estava a situação no Palácio do Planalto. Com informações mais precisas, eu seria mais duro do que fui na repressão, faria diferente, embora sabendo que envidei todos os esforços para preservar a vida de cidadãs e cidadãos brasileiros sem derramamento de sangue”, explicou G Dias, em resposta a questionamentos da relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

 

Nas suas respostas, o ex-ministro-chefe do GSI afirmou que a Polícia Militar do Distrito Federal descumpriu as determinações do planejamento da segurança que visava controlar as manifestações programadas para a Esplanada dos Ministérios. G Dias informou aos membros da comissão que o planejamento de segurança para aquele fim de semana previa o impedimento do acesso de manifestantes e veículos à Praça dos Três Poderes, e que até o dia dos ataques, não havia indícios de manifestações violentas.

 

O general Gonçalves Dias disse que não imaginou que a manifestação teria um nível de radicalização a ponto de chegar à invasão das sedes dos três poderes. G Dias destacou que, em reuniões prévias com a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, ficou decidido que não seria permitido o acesso de pessoas e veículos à Praça dos Três Poderes, e por conta do rompimento do bloqueio, foi facilitada a ação dos vândalos e extremistas presentes na manifestação.

 

“A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal assegurava que tudo estava sob controle, que ações especiais eram desnecessárias. Aquele era o cenário no momento em que deixei o expediente do dia 6, sexta-feira. Quando eu fui para o Palácio do Planalto, no 8 de janeiro, assisti ao último bloqueio da Polícia Militar ser facilmente rompido antes que os vândalos chegassem ao Planalto. Aquilo não podia ter acontecido. Só aconteceu porque o bloqueio da Polícia Militar foi extremamente permeável”, afirmou o General, que em outro momento, chegou a dizer que ficou assustado com a dimensão de violência a que os atos levaram.

 

Em relação aos dias anteriores ao 8 de janeiro, Dias afirmou que o GSI não foi convidado para participar da reunião que discutiu o plano de operação de segurança, no dia 6, junto ao governo do Distrito Federal. Segundo ele, os alertas recebidos nos dias 6 e 7 de janeiro indicavam normalidade na preparação das manifestações.

 

“Às 16h30 do dia 6 de janeiro, o alerta de atualização das manifestações indicou o seguinte: em Brasília, foram bloqueados os acessos da Avenida do Exército, o Exército realiza operações de redisposição da estrutura do acampamento junto a manifestantes nas proximidades do QG do Exército e da Praça dos Cristais. Não foram identificadas manifestações em outros locais da capital”, leu o general.

 

G Dias compareceu à CPMI do 8 de janeiro de posse de uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, que o autorizou a permanecer em silêncio durante seu depoimento. Na decisão, Zanin afirmou que o ex-chefe do GSI não seria obrigado a se autoincriminar e produzir provas contra si próprio. Ao deferir a liminar, o ministro Cristiano Zanin garantiu a G Dias também que não fosse submetido ao compromisso de dizer a verdade. Apesar da garantia ao silêncio, o general Gonçalves Dias respondeu à maioria das perguntas que lhe foram feitas.

 

Em outro momento do depoimento, o general Gonçalves Dias respondeu a perguntas sobre o motivo de ter agido com “tranquilidade” com os vândalos. O general foi questionado pela relatora, Eliziane Gama, a respeito do porquê não teria dado ordem de prisão aos invasores do Palácio do Planalto. G Dias disse que “não adiantava sair batendo nas pessoas”.

 

“Fui treinado a minha vida toda para, em momentos de crise, em momentos difíceis da nossa vida, gerenciar as crises. A senhora não gerencia uma crise apagando fogo jogando gasolina. A senhora gerencia crise conversando com as pessoas e retirando as pessoas", respondeu G. Dias.

 

“Estávamos com 135 homens, solicitamos mais. O primeiro reforço chegou às 15h40, o segundo reforço, às 16h40, e o terceiro reforço, às 17h10. No início, não dava para fazer as prisões. Tínhamos que gerenciar aquela crise e evacuar as pessoas para que não houvesse depredações e gerenciar para que não houvesse mortos nem feridos. Não adiantava sair batendo nas pessoas”, completou o ex-ministro.
 

Abin monitorou Telegram de grupos neonazistas em atividade no Brasil
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou grupos que difundem conteúdo supremacista e neonazista para centenas de pessoas no Telegram. O informe, produzido no dia 25 de novembro de 2022, após o segundo turno da eleição presidencial, mostra como núcleos extremistas embarcaram no movimento golpista para causar instabilidade institucional.

 

A coluna de Guilherme Amado do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, teve acesso à íntegra do relatório sigiloso. O documento foi enviado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI); à Diretoria de Inteligência Policial da Polícia Federal (PF); à Diretoria de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública; à Polícia Civil de Santa Catarina; e ao Gabinete de Transição do Governo.

 

Na época do monitoramento, a Abin destacou que os “grupos neonazistas demonstram interesse em associar narrativas supremacistas a movimentos de contestação dos resultados eleitorais e adotam discursos que dialogam com pautas de outros movimentos para recrutar novos adeptos e promover ações violentas contra autoridades, instituições e agrupamentos antagônicos”.

 

“Os mesmos [grupos neonazistas] repercutiram chamamentos para contestar a legitimidade dos resultados eleitorais ou buscaram aproveitar-se das narrativas de deslegitimação para avançar teses extremistas violentas ou para fomentar movimentos de insurreição armada”, avaliou a Abin.

 

Um dos exemplos colhidos pela Abin mostrava nazistas apoiando os bloqueios que caminhoneiros fizeram em rodovias federais após a derrota de Jair Bolsonaro. “O que está acontecendo pode mudar tudo. Precisamos nos unir para aproveitar essa oportunidade”, disse um integrante do grupo. “Estou pensando em fazer uma barreira na BR da minha cidade”, respondeu outro. “Faça isso, na minha já fizemos. Ontem à noite fizemos uma reunião para discutir a logística e bloqueamos tudo”, retrucou o primeiro, que emendou com xingamentos ao Nordeste e ameaças de deixar a região sem alimentos.

 

Entre os canais monitorados, estavam grupos que reuniam até 800 pessoas no Telegram. Os nazistas se agrupavam no aplicativo de mensagens sob diversas bandeiras, como o movimento separatista da Região Sul e o ódio racial.

 

Um dos grupos separatistas, com 688 integrantes, apresentava manuais para fabricação de explosivos, técnicas de guerrilha e impressão de armas de fogo em impressoras 3D. A intenção, segundo administradores do canal, era formar um grupo armado com motivações supremacistas.

 

Outro grupo, inclinado para a propagação do ódio racial, incentivava pessoas a formarem uma “milícia digital”. Os líderes do canal diziam que o governo Lula subjugaria “o povo branco, em especial o sulista”, ao criar um Ministério da Igualdade Racial. Citações de figuras históricas do nazismo e do fascismo e manifestações antissemitas também eram publicadas no canal. À época, o conteúdo postado no grupo alcançava 813 assinantes.

 

A coluna verificou que parte dos grupos continua ativa no Telegram. Em abril, a Justiça suspendeu o uso da plataforma no país, após o aplicativo não entregar os dados completos de canais neonazistas à Polícia Federal. A corporação investigava a relação entre os grupos do Telegram e o ataque a um colégio em Aracruz, no Espírito Santo. A plataforma voltou a funcionar três dias depois, também por decisão judicial.

 

Todas as instituições que receberam o relatório da Abin foram questionadas sobre quais medidas foram tomadas para investigar e combater a existência dos grupos supremacistas e neonazistas mencionados no informe.

 

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) declarou que “nenhum dos dirigentes da nova gestão do ministério foi convidado a entrar em grupo de WhatsApp gerenciado pela ABIN para receber relatórios” e que a pasta “não tem informações sobre materiais eventualmente enviados para dirigentes que pertenciam ao governo passado”. A coluna questionou sobre a qual grupo de WhatsApp o ministério se referia, mas a pasta recuou: “O ministério não dispõe de informações referentes a grupos de WhatsApp gerenciados pela Abin”.

 

A Polícia Civil de Santa Catarina informou que fez “inúmeras operações, em Santa Catarina e em diversos estados, que resultaram na prisão de pelo menos 19 pessoas envolvidas com movimentos supremacistas”. A coluna questionou sobre a relação dos presos com os grupos citados no relatório da Abin, mas não houve resposta.

 

O GSI, a Polícia Federal e o Telegram não enviaram posicionamento até a publicação da reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações.

Ex-diretor da Abin confirma na CPMI que adulterou relatório enviado ao Congresso a pedido de G. Dias
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, confirmou aos membros da CPMI do 8 de janeiro, nesta terça-feira (1º), que retirou, a pedido do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, o nome dele de um relatório da agência enviado ao Congresso Nacional. 

 

Questionado pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), se teria cometido uma ilegalidade, o ex-diretor da Abin diz que obedeceu ordens de um superior e seguiu lei da agência, que estabelece que quem determina o encaminhamento das informações é o ministro-chefe do GSI. 

 

“Não adulterei o relatório. Nós produzimos dois relatórios. O primeiro, uma planilha que continha alertas encaminhados pela Abin a grupos que continha alertas encaminhados por mim, pessoalmente, ao ministro-chefe do GSI. Após entregar o ministro determinou que fosse retirado o nome dele do relatório. Ele determinou que fosse feito, eu obedeci a ordem, já que temos artigo da lei da Abin que quem determina as informações encaminhadas é o ministro-chefe do GSI. Eu atendi uma ordem, e não havia da minha parte nenhum interesse em esconder que o ministro recebeu informações, e ele recebeu essas informações de mim”, afirmou Saulo Moura da Cunha.

 

A adulteração dos relatórios consta no conjunto de documentos da Abin sobre o 8 de Janeiro entregues ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Os relatórios foram enviados aos parlamentares da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, que identificaram a retirada dos registros que comprovam que o general Gonçalves Dias havia sido informado dos crescentes riscos de tumulto e de invasão de prédios públicos por meio de mensagens enviadas ao seu celular.

 

O início da oitiva do ex-diretor da Abin, Saulo Moura da Cunha, começou após duas horas de discussões e debates em torno da negativa do ministro Flávio Dino em entregar imagens e sobre o vazamento de dados bancários do ex-presidente Jair Bolsonaro. Antes do depoimento, o presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), leu a decisão da ministra Rosa Weber para assegurar parcialmente o direito a ele de não responder às perguntas dos membros da CPMI. 

 

Nomeado em 1º de janeiro pelo presidente Lula, Saulo Moura da Cunha estava à frente da agência de forma interina no dia dos atos golpistas. Moura Cunha deixou a Abin em março e ocupou cargo no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) até o mês de junho. O ex-diretor da Abi disse que apesar de ter o habeas corpus em seu favor, iria responder a todas as perguntas feitas por membros da comissão. 

 

O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência revelou, ao responder perguntas da relatoria, que o órgão produziu 33 alertas de inteligência entre os dias 2 e 8 de janeiro deste ano, quando ocorreu a depredação de prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Saulo Moura da Cunha afirmou que os alertas acompanharam o aumento do fluxo de ônibus e pessoas em direção a Brasília, embora não fosse possível identificar a “qualidade” dos passageiros, se eram extremistas ou não.

 

“Em um desses alertas, nós falamos que houve detecção de risco de invasão e depredações de prédios. No próprio dia 8, nós falamos da presença de pessoas que diziam estar armadas. Posteriormente, enviamos a identificação de algumas pessoas. Em tempo real, a Abin produziu esses alertas”, detalhou.

 

Saulo Moura da Cunha disse que a inteligência da Abin atuou para resguardar as instituições democráticas de direito e enfatizou que o plano de segurança estava a cargo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que era comandada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. “A operação do dia 8 estava a cargo da secretaria de Segurança Pública, que dispõe de setor de inteligência, e para a qual também enviamos os alertas”, explicou. 

Segurança de Lula será formada por “modelo híbrido”, sob comando do GSI, confirma Rui e Dino
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), terá o comando da sua segurança pessoal coordenado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A decisão foi confirmada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, nesta quarta-feira (28), em coletiva de imprensa.

 

De acordo com o líder da Casa Civil, a configuração será híbrida e vai ser formada por militares e civis. Antes da medida, a Segurança presidencial estava sob o comando do delegado da Polícia Federal e vinculado ao gabinete pessoal do presidente desde janeiro.

 

“Conforme tinha sido previsto, de forma consensual, harmônica, o presidente arbitrou por modelo híbrido, onde todos vão trabalhar, GSI e Polícia Federal, para garantir segurança do presidente, vice-presidente e respectivos familiares”, contou  Rui a jornalistas.

 

A secretaria foi criada por Lula, prevista para funcionar por seis meses, prazo que se encerra nesta semana.

 

Na atual configuração, a maior parte da equipe de segurança é composta por policiais federais, seguindo o padrão adotado na transição de governo, no final do ano passado. 

 

Em gestões anteriores, a administração da segurança presidencial era de responsabilidade de militares, representados pelo GSI.

 

Com o anúncio da mudança, militares e a Polícia Federal ficaram em atritos, já que ambos disputavam a coordenação da segurança do presidente Lula.

Ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias admite ter enviado relatório editado para o Congresso
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, admitiu nesta quinta-feira (22), que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), produziu um relatório errado com uma citação sobre ele acerca dos ataques de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram atacadas em Brasília e, por essa razão, alterou o documento antes de enviá-lo a uma comissão do Congresso Nacional. 
 

A fala do militar aconteceu durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que investiga os atos de 8 de janeiro, bem como o 12 de dezembro do ano passado, quando houve tentativa de invasão à sede da Polícia Federal (PF). O militar disse que não participou de nenhum grupo e que não adulterou o documento. 

 

“Não adulterei nem fraudei nenhum documento. Sempre falei no GSI que todo documento que passasse por lá tinha que ser a expressão da verdade. A CCAI [Comissão de Controle das Atividades de Inteligência] solicitou ao GSI o que a Abin tinha produzido sobre os atos. A Abin fez um compilado de mensagens de aplicativos. Lá tinha três partes como ‘dia tempo, acontecido e difusão’. Esse documento tinha ‘ministro do GSI’. Eu não participei de nenhum grupo, não sou difusor. O documento não condizia com a verdade”, declarou o militar

 

De acordo com o pronunciamento do general, o documento foi enviado à CCAI, que é a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional. 

 

Gonçalves revelou também que tinha informado que a Abin fez outro relatório da mesma situação, porém, sem a citação ao ministro. 

 

“O documento enviado de forma igual ao Ministério Público Federal estava diferente na parte ‘difusão’. Não tinha GSI”.

 

Depois da declaração, o presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT), reagiu.

 

“Essa informação é muito grave. Demonstra que um órgão de Estado fraudou um documento. Precisa que as autoridades apurem a quem interessava essa fraude. Precisa ser investigada. É um órgão de inteligência. Isso é grave”, contou.

 

Sobre a acusação do documento “que não condizia com a verdade”, segundo o general. O ex-ministro não deixou claro se recebeu os alertas da Abin diretamente em seu telefone.

GSI anuncia sindicância para investigar agressão a jornalistas durante entrevista com Maduro
Foto: Reprodução/redes sociais

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) anunciou,nesta quarta-feira (31), que foi instaurada uma sindicância para investigar as agressões a jornalistas promovidas por seguranças brasileiros durante a Reunião de Presidentes dos Países da América do Sul, no Palácio do Itamaraty, na terça (30), com a presença do ditador venezuelano Nicolás Maduro.

 

Em comunicado, o gabinete lamentou a situação e se solidarizou com a jornalista da TV Globo Delis Ortiz, que relatou ter recebido um soco no peito. Assim como nas demais manifestações do governo Lula (PT), não houve menção aos demais agredidos.

 

Ao menos três jornalistas relataram agressões. O repórter Sergio Roxo, de O Globo, foi arrastado pela roupa e depois imobilizado; e uma terceira profissional, Sofia Aguiar, da Agência Estado, disse ter sido empurrada por um segurança.

 

O governo se manifestou na sequência, por meio do Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

 

O Itamaraty lamentou o episódio. Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República também repudiou a agressão.

 

Nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nem Maduro se manifestaram sobre o episódio.

Após crise das imagens do 8/1, governo Lula exonera 29 agentes do GSI
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, informou na tarde desta quarta-feira (26) que 29 agentes do órgão foram exoneradas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a divulgação das imagens que resultou na queda do general Gonçalves Dias.

 

De acordo com Cappelli, foram demitidos 3 dos 4 secretários nacionais da pasta.

 

Também nesta quarta foi publicada no Diário Oficial a exoneração do coronel José Henrique Luz Fontes, que vinha atuando como chefe de gabinete do então secretário-executivo e número 2 do GSI, general Ricardo José Nigri.

 

O governo Lula, antes das exonerações, afirmava já ter promovido a troca de 35% do efetivo do GSI, órgão que se tornou muito associado ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) nos últimos quatro anos.

Militares do GSI flagrados na invasão de 8/1 acompanharam Bolsonaro em motociatas e agendas políticas
Foto: Reprodução / CNN Brasil

Dos nove militares que atuavam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e foram flagrados por imagens das câmeras de segurança durante as invasões de 8 de janeiro, sete acompanharam o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), durante as agendas de campanha eleitoral e compromissos com chefes de estado. A presença dos militares em eventos com Bolsonaro variou entre motociatas, visita à Rússia e um encontro com a Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2022.

 

O capitão do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira, na época membro do GSI, foi um dos flagrados cumprimentando e distribuindo garrafas d’água aos invasores no dia 8 de janeiro. No caso, Natale acompanhou Bolsonaro na viagem a Juiz de Fora para o lançamento da campanha eleitoral, em agosto do ano passado. O capitão também viajou à Rússia com o ex-presidente em fevereiro de 2022, poucos dias antes da invasão na Ucrânia.

 

Segundo o Estadão, o responsável pelo “alerta laranja” na véspera da invasão em Brasília, que acabou causando a redução da defesa no Palácio do Planalto, o general Carlos Feitosa Rodrigues também estava na comitiva que foi à Rússia.

 

Outro membro do GSI que foi flagrado na sede dos Três Poderes durante a invasão, o  coronel Wanderli Baptista da Silva Júnior estava entre os seguranças enviados a Nova York para acompanhar Bolsonaro na ONU, em setembro de 2022, quando o ex-presidente defendeu o enfrentamento adotado pelo seu governo durante a pandemia da Covid-19.

 

Alexandre Santos de Amorim, André Luiz Garcia Furtado, Alex Marcos Barbosa Santos e Laércio da Costa Júnior também serviram como seguranças em viagens de Bolsonaro. O coronel André Furtado acompanhou Bolsonaro em motociata em São José do Rio Preto em 24 de fevereiro do ano passado. O tenente Alex Marcos Barbosa seguiu Bolsonaro na viagem que ele fez a Recife em 6 de agosto de 2022, também com direito a motociata.

Gonçalves Dias deixa sede da PF após quase 5 horas de depoimento
Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, deixou a sede da Polícia Federal, na Asa Norte, em Brasília, por volta das 13h34 da tarde desta sexta-feira (21), após quase cinco horas de depoimento. 

 

Conforme apurou o Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, Dias chegou por volta das 8h45 da manhã acompanhado de uma mulher e um homem não identificados.

 

O depoimento foi uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. “Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”, escreveu Moraes.

 

O então ministro do GSI pediu demissão na quarta-feira (19) após divulgação de vídeos que mostram o general circulando entre invasores do Palácio do Planalto no dia dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Ex-GSI, Gonçalves Dias chega à sede da Polícia Federal para prestar depoimento
Foto: Reprodução

O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias chegou à sede da Polícia Federal, na Asa Norte, em Brasília, por volta das 8h40 da manhã desta sexta-feira (21) (leia mais aqui, aqui e aqui). A informação é do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, na quarta-feira (19), que a Polícia Federal colha o depoimento do general a respeito de imagens veiculadas pela CNN Brasil, na qual o militar aparece circulando nas dependências do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro.

 

Naquele dia, criminosos invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes: Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).

 

“Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”, escreveu Moraes.

 

Veja o vídeo:

 

 

Segundo o novo ministro interino do, Ricardo Cappelli, esta sexta-feira também será dia de “novas reuniões no GSI”, para apurar as imagens.

 

Após a divulgação dos vídeos, Gonçalves Dias pediu demissão do cargo, na noite de quarta-feira (19). É a primeira baixa no alto escalão do governo Lula, pouco tempo depois de completar 100 dias. Nas gravações é possível ver, além de Gonçalves Dias, militares do GSI, que são responsáveis pela segurança de autoridades e do Planalto, guiando os invasores para portas de saída, em clima ameno.

PF marca depoimento de Gonçalves Dias para esta sexta-feira
Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

O depoimento do general Gonçalves Dias, que se demitiu na quarta (19) do comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, após vídeo em que aparece no Palácio do Planalto durante invasão aos Três Poderes no dia 8 de janeiro,  será nesta sexta-feira (21), na Polícia Federal.

 

Nas imagens divulgadas pela CNN Brasil, o general e funcionários do GSI circulam entre os invasores, sendo que um conversa com eles e os cumprimenta.

 

Ainda no vídeo é possível ver servidores do órgão entregando água aos vândalos.

VÍDEO: Militar do GSI é flagrado dando água e cumprimentando bolsonaristas durante invasão de 8/1
Foto: Reprodução / CNN Brasil

O capitão do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira, na época membro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foi flagrado cumprimentando bolsonaristas após a invasão à sede dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. No vídeo registrado pelas câmeras de segurança também é possível ver o militar distribuindo garrafas d’água para os invasores.

 

Pereira é formado na Academia Militar de Agulhas Negras e foi nomeado para a GSI em 2020, durante a gestão do ex-ministro, o general Augusto Heleno. De acordo com “O Globo”, o militar foi afastado do cargo após os ataques contra os poderes durante as invasões em Brasília.

 

O capitão do Exército também é um dos investigados no inquérito da Polícia Federal e na corregedoria interna do GSI, que apuram a conduta de servidores do órgão durante os ataques de 8 de janeiro. 

 

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O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou hoje a identificação de todos os agentes que aparecem nas imagens e quer saber se eles já foram ouvidos.

 

Confira as imagens divulgadas pela CNN: 

 

Moraes determina que PF ouça ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, sobre vídeos no Planalto em 8 de janeiro
Foto: Reprodução / Redes sociais

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal ouça, em até 48 horas, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, sobre os vídeos do circuito interno do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

 

Além disso, Moraes determinou que o novo chefe do GSI, Ricardo Cappelli, informe ao Supremo em 24 horas a identificação de todos os servidores que aparecem nas imagens. O documento foi assinado por Moraes nesta quarta-feira (19) e divulgado nesta quinta (20).

 

Novas imagens divulgadas pela CNN mostram o então ministro do GSI, Gonçalves Dias, e servidores do ministério caminhando entre os manifestantes golpistas nos andares do Planalto, no momento da invasão em 8 de janeiro.

Gonçalves Dias alega que Planalto já havia sido invadido e que auxiliava em prisões quando foi filmado
Foto: Reprodução/Globo News

 

O general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse à TV Globo que estava auxiliando na prisão de bolsonaristas que invadiram o Palácio do Planalto em 8 de janeiro quando foi filmado por câmeras de segurança circulando no prédio.

 

“Cheguei no Palácio quando os manifestantes tinham rompido o bloqueio militar na altura do ministério da Justiça. Aquela turma desceu e praticamente invadiu o Palácio. A maior parte do pessoal que invadiu o Palácio subiu pela rampa. Como o Palácio nos seus 360 graus é composto por vidro, as pessoas não entraram pela porta, elas quebraram o vidro. Esse vidro tem 12 milímetros, é extremamente vulnerável. Eu entrei no Palácio depois que foi invadido e estava retirando as pessoas do terceiro piso e do quarto piso para que houvesse a prisão no segundo [piso]”, disse o ex-ministro. 

 

De acordo com Dias, no momento em que ele foi filmado, foram retiradas três pessoas de uma sala ao lado do gabinete presidencial e conduzidas ao segundo andar. "Colar a minha imagem àquele major distribuindo águas aos manifestantes. Fizeram um corte específico na produção dos vídeos que vocês olharam. Aquilo é um absurdo para a minha imagem. Eu tenho 44 anos de profissão no Exército Brasileiro. Sempre pautei a minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que eu dou a mim até hoje é a honra. Então aquilo é um absurdo", disse.

 

As imagens estavam sendo usadas pelas polícias nos processos da invasão às sedes dos Três Poderes. "Não sei aonde vazou. Nós distribuímos imagens para vários processos, à Polícia Federal, ao Ministério Público, à Polícia Militar, pedido pelo Capelli [Ricardo Capelli, interventor nomeado por Lula no DF à época], e ao comando militar do Planalto (...) todo o pacote enviado às autoridades policiais tem as imagens completas daquele dia fatídico, 8 de janeiro. Isso inclui essas imagens também. De onde vazou, eu realmente não sei. Merece até ser apurado", pontuou.  

 

“Estou muito triste, coloquei o meu cargo à disposição do presidente da República, para que toda investigação seja feita”, acrescentou Dias.

General Gonçalves Dias pede demissão do GSI após aparecer em vídeo do Planalto no dia 8/1
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (19), o general Gonçalves Dias pediu demissão do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República em decorrência das investigações sobre a presença dele no Palácio do Planalto, em Brasília, durante invasões golpistas aos Três Poderes no dia 8 de janeiro. 

 

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O Gabinete de Segurança Institucional recebe críticas em relação à atuação no dia dos ataques. Imagens divulgadas pela CNN Brasil mostram o momento em que o general e servidores do GSI circulam entre os invasores no Palácio do Planalto.

 

O órgão divulgou uma nota informando que as imagens mostram a “atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto”.

 

A decisão vai ser publicada no Diário Oficial da União. 

Governo Lula tira Abin do GSI e transfere para a Casa Civil, pasta comandada por Rui Costa
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu tirar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) da responsabilidade de militares e transferir para a Casa Civil, atualmente comandada por Rui Costa (PT). A medida foi oficializada nesta quinta-feira (2), em edição do Diário Oficial da União (DOU).

 

Com a movimentação, a agência deixa de integrar a estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A Abin é responsável pelas atividades de inteligência e espionagem.

 

Durante o período de transição, integrantes da equipe de Lula manifestaram incômodo com a composição "ideologizada" que a pasta passou a ter, sob gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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