Artigos
Quarto dos Fundos
Multimídia
“É uma estratégia do PT”, afirma Luciano Simões sobre a ‘pulverização’ de candidaturas em Salvador
Entrevistas
"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
ile aye
A tradicional e disputada saída do Bloco Ilê Aiyê, no bairro do Curuzu, em Salvador, teve um elemento especial neste sábado (10): a comemoração dos 50 anos do Mais Belo dos Belos em 2024. O desfile, que mistura Carnaval com rituais do candomblé e a celebração do marco, contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues e outras autoridades. Este ano, o Governo do Estado investiu R$ 1 milhão para a apoiar a entidade através do Programa Ouro Negro, que foi ampliado para atender a uma maior quantidade de grupos de matrizes africanas na capital e no interior baiano.
"50 anos de bloco afro na Bahia hoje, e estamos homenageando isso esse ano. E eu me comprometi a fazer uma agenda posterior ao Carnaval, para dar ainda mais atenção, apesar de que o Ouro Negro fez isso com propriedade. Se temos alegria, força e boa energia, é por conta dos próprios blocos afro, mas também pela parceria do Governo do Estado, em fortalecer os recursos, investindo na cultura do estado da Bahia", afirmou o governador.
Fotos: Joá Souza/GOVBA
Com mais de 3 mil associados para o Carnaval 2024, o bloco celebrou o cinquentenário com o tema “Com o axé de Mãe Hilda Jitolu, a invenção do Bloco Afro. Ah, se não fosse o Ilê Aiyê”. "Aqui tem uma representatividade toda especial. A saída do Ilê tem energia mágica, um simbolismo que marca a nossa história, da nossa cultura, do nosso povo e da nossa gente", destacou o vice-governador e coordenador do Carnaval, Geraldo Júnior, que também prestigiou a saída.
Além da comunidade do Curuzu, baianos e turistas, personalidades também participaram do momento, com destaque para o cantor e compositor Caetano Veloso. "A saída do Ilê Ayê é um dos retratos do Carnaval da Bahia, que é um verdadeiro caldeirão cultural. Nós assistimos aqui uma cerimônia religiosa, antes de um grupo de filhos de santo, negros, descendentes de escravos, desfilarem pelas avenidas dessa cidade. É isso que atrai visitantes para a Bahia. Essa efervecência cultural que só tem na Bahia", disse o secretário de turismo, Maurício Bacellar.
Após a emblemática saída do Curuzu, o Bloco Ilê Aiyê seguiu para o desfile no Campo Grande.
Joá Souza/GOVBA
O tema que irá nortear o desfile dos blocos afros no Carnaval de 2024 será “50 anos dos blocos afros: nossa energia é ancestral”. O anúncio foi feito pelo secretário de Cultura do Estado, Bruno Monteiro, na tarde desta terça-feira (09), quando, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues, ele anunciou outras ações preparadas pela pasta para enaltecer o protagonismo dos blocos de matriz africana.
Em conversa com a imprensa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), Monteiro falou que a homenagem pensada para o Carnaval visa contemplar o bloco Ilê Ayê, que este ano completa 50 anos de história, e também todos os demais blocos de afoxés. “Nós estamos fazendo, neste momento, um balanço do Carnaval do ano passado, com a ampliação do Ouro Negro, com a ampliação de projetos e, justamente, essa homenagem que ressalta o protagonismo que eles fazem, que eles têm nessa exaltação dessa energia ancestral, que é o Carnaval da Bahia”, explicou. Concebido em 2008, o edital Ouro Negro concede apoio financeiro às entidades de matrizes africanas como blocos afro, afoxés, samba, reggae e blocos de índio para a realização dos seus desfiles carnavalescos.
Bruno Monteiro destacou que a Secretaria da Cultura está comprometida em atender às reivindicações das entidades, sendo a principal delas o apoio permanente da pasta para que este não se restrinja, somente, ao período do Carnaval. “Nós assumimos o compromisso no ano passado, o Ouro Negro já traz isso: ampliar o apoio para as lavagens, para as festas populares, para micareta de Feira de Santana, para os Carnavais do interior, mas nós estamos estudando também, a partir dos recursos da Lei Aldir Blanc, um apoio continuado a essas entidades. O nosso entendimento é que elas não fazem só Carnaval, elas fazem cultura e a cultura é o ano todo”, frisou.
O restaurante onde teria acontecido o racismo denunciado por músicos da banda Ilê Ayê divulgou uma nota nesta sexta-feira (1) com sua versão dos fatos. A reclamação dos artistas foi publicada nas redes sociais do grupo na quinta-feira (30).
Conforme a nota, o Bistrot Trapiche afirma que “repudia e abomina qualquer ato racista ou discriminatório”. “Nos sentimos honrados em receber membros do Ilê Ayê que encantaram a todos realizando uma belíssima apresentação no encerramento de um evento”, agradeceu.
O problema entre a banda e o local teve início por causa da falta de um camarim para os músicos colocarem as vestes artísticas. “Eles informaram que o contratante tinha se comprometido a disponibilizar um camarim, no entanto, por se tratar de um restaurante, infelizmente não dispomos desse espaço”, alega o restaurante.
A publicação do Ilê fala sobre a necessidade do espaço: "Foi nos indicado uma sala no espaço, para que pudéssemos nos arrumar para o evento. Após um tempo já nessa sala, eis que surge uma senhora, desesperada, pedindo que saíssemos daquele local, que não era para estarmos ali, pois naquele local tinha coisas de valor".
O restaurante contradiz a informação: “Foi mencionado um salão que teria sido disponibilizado para troca do figurino, contudo, não pertence ao restaurante, situando-se fora do estabelecimento. Trata-se de um imóvel externo, que não é de nossa propriedade, razão pela qual não temos nenhuma autonomia para conceder a utilização do mencionado espaço. Na ocasião tivemos o cuidado de disponibilizar os nossos banheiros e assegurar uso exclusivo com o propósito de salvaguardar toda privacidade necessária!”, exclama.
A reação da proprietária fez com que banda reafirmasse que cor da pele não tem ligação com nenhum tipo de crime. "Fomos tratados como ladrões e não artistas que estavam ali para realizar um trabalho. É claro que a primeira intenção foi sair do local e não realizar a apresentação, mas fomos convencidos pelo contratante a fazer tal apresentação. É inadmissível que esse tipo de coisa continue acontecendo na nossa cidade. Alguns brancos e brancas dessa cidade precisam entender que ser negro ou negra não é sinônimo de ser ladrão ou ladra”, criticou.
Em contrapartida, o Trapiche Bistrô ter sido palco para a campanha antiracismo do governo do Estado em 20/11/2023. “Viviane Mendonça [dona do local] reforça o compromisso de combater qualquer ato racista e discriminatório”, conclui.
CONFIRA A NOTA
Desde a sua fundação, na década de 1970, o Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Carnaval do Brasil, só permite a entrada de pessoas pretas em seus desfiles. Essa restrição, no entanto, tende a mudar a partir do próximo ano.
Conforme publicou o jornalista Osmar Marrom Martins, do jornal Correio, a informação foi confirmada pelo próprio presidente da agremiação da Senzala do Barro Preto, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô.
A mudança acontece no mesmo ano em que é celebrado o aniversário de 50 anos do Ilê. A expectativa do dirigente, apurou Marrom, é de que mais pessoas possam apoiar a iniciativa - não apenas durante a folia mas durante todo o ano.
A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) divulgou no Diário Oficial do Estado, neste sábado (11), o resultado final das atrações selecionadas para participar dos projetos de Carnaval do Pelô e Carnaval Pipoca 2017. Entre as atrações classificadas estão: Magary Lord, Márcia Castro, Ifá, Ilê Aye, Xangai e Reflexus. São contempladas as seguintes modalidades: projeto 3 artistas, show em palcos do Pelô, bandas de sopro e percussão, bandinhas de percussão, bandinha de corda e percussão, bandão e performances e bailes infantis, microtrios e nanotrios. (confira publicação)
SERVIÇO
O quê: 8ª Quitanda do Saber – Alaíde do Feijão 2012
Quando: Sábado, 10 de março, 13h
Onde: Largo Tereza Batista, Pelourinho
Quanto: R$ 50 (camisa)
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.