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intolerancia religiosa
Uma mulher foi presa em flagrante acusada de intolerância religiosa em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano. A acusada, que não teve o nome informado, foi presa nesta quinta-feira (27). Segundo o Blog do Anderson, parceiro do Bahia Notícias, a vítima, identificada como Jamile Novaes, foi quem registrou um boletim de ocorrência. A denunciante é dona de uma loja e costureira de roupas de temática africana.
Conforme relato da mulher, que é adepta da umbanda, a acusada, que se diz evangélica, a xingou com palavras de baixo calão, afirmando que a crença da vítima era coisa de “demônio” e “diabo”. Para provar a situação, a costureira gravou vídeos, mostrando os ataques da vizinha evangélica.
Este é o sexto caso de intolerância religiosa registrado em Vitória da Conquista neste ano, de acordo com a delegada Gabriela Oliveira Teixeira Rigaud.
A acusada vai passar por uma audiência de custódia para saber se vai responder o caso em liberdade.
Anitta lançou nesta terça-feira (14) o clipe da música 'Aceita', que integra o álbum 'Funk Generation'. A data, um dia antes da anunciada pela artista, foi antecipada pela funkeira após a intolerância religiosa sofrida por ela nas redes sociais após divulgar imagens dos bastidores da gravação.
Gravado no terreiro frequentado pela cantora comunidade de Magé, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o clipe produzido pela GINGA Pictures aposta em uma estética preta e branca e mostra Anitta entregue à sua fé e religiosidade. Além dos rituais do candomblé, a funkeira mostra imagética de crenças cristãs, como o catolicismo e o judaísmo.
“Estou entregue nesse videoclipe. Não só por retratar um pouco da minha espiritualidade sem filtros, mas por mostrar que não há nada de errado ou a esconder sobre o que você acredita. Nós brasileiros somos um povo de vários credos e raízes”, reflete a artista.
Na letra, a cantora narra as vivências de uma entidade espiritual, que sai pelas ruas celebrando seus feitos. “Na tradição do candomblé, eu sou filha de Logun Edé, que é um orixá mega complexo. Sensível e bravo, inteligente e esperto, carinhoso e pragmático… Essa música traduz essas características pro meu universo, na minha história”, conta.
A intolerância religiosa representa um terço (33%) dos processos por racismo em tramitação nos tribunais brasileiros, segundo levantamento da startup JusRacial. A organização identificou 176 mil processos por racismo em todo o país.
No Supremo Tribunal Federal (STF), a intolerância religiosa corresponde, de acordo com o levantamento, a 43% dos 1,9 mil processos de racismo em tramitação na corte. Nos tribunais estaduais foram identificados 76,6 mil processos relacionados ao tema, sendo que 29,5 mil envolvem religião.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, com quase 6,5 mil processos, tem o maior número de casos de racismo religioso. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais tem o maior número de casos de racismo - 14,1 mil -. Desses, 6,3 mil envolvem a espiritualidade de matriz africana. Os tribunais regionais do trabalho reúnem 19,7 mil processos relacionados ao racismo religioso.
Perda de guarda
A vendedora Juliana Arcanjo perdeu a guarda da filha, na época com 11 anos, após levar a menina para receber iniciação no candomblé. “O pai dela, não muito contente com a feitura dela, foi no conselho tutelar e me denunciou por violência doméstica por causa das curas do candomblé e cárcere privado por causa do recolhimento”, conta a moradora de Campinas que chegou a enfrentar um processo criminal.
Mesmo absolvida das acusações, Juliana está há praticamente três anos sem poder ver a filha. “Eles não me concederam nenhuma visita assistida. Nada”, conta a mãe, que se sente injustiçada. “Foi preconceito puro. Porque toda mãe, todo pai tem o direito de levar seus filhos onde se cultua a religião. O crente leva o filho na igreja. O católico leva o filho na igreja e batiza a criança. Agora, o candomblecista não pode levar seus filhos ao candomblé”, reclama.
A última audiência a respeito da guarda da adolescente foi há cerca de três meses. Juliana diz que aguarda que a jovem seja ouvida por uma psicóloga para embasar a decisão do juiz sobre as visitas à filha.
Na tarde desta segunda (15), os passageiros que estavam seguindo da estação Pituaçu à Tamburugy, na linha 2 do metrô de Salvador, se depararam com uma grande confusão, aparentemente causada por intolerância religiosa.
Uma moça que estava utilizando um colar de conta, tradicional do candomblé, foi agredida verbalmente, inclusive com gritos, por um homem que se incomodou com a presença dela no vagão. Visivelmente irritado, ele começou a se aproximar da mulher e iniciou uma série de falas, inclusive usando trechos bíblicos para repreender a guia, como é conhecido o colar e a religião dela.
INTOLERÂNCIA NO METRÔ DE SALVADOR ???? Homem teria usado trechos bíblicos para agredir verbalmente uma mulher que usava um fio de contas
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) January 16, 2024
Saiba mais ?? https://t.co/NLNZjQqclw pic.twitter.com/wNX6tCU8r5
As manifestações religiosas dentro dos vagões do metrô de Salvador já são rotineiras, mesmo que não recomendadas pela empresa que administra o equipamento. Um dos passageiros que registrou as imagens, o jovem Tobias Muniz, afirmou que quando entrou no trem, a confusão já estava acontecendo e que o homem se aproximou da mulher e começou a provocar com falas intolerantes até que ela perdesse a paciência e começasse a se defender, inclusive tirando o colar para evidenciar e defender a sua religião.
Ainda segundo o rapaz, após a publicação do vídeo nas redes sociais, os seus seguidores compartilharam e ajudaram a encontrar a mulher, que juntos já estão em busca de uma solução para o caso, acionando o Ministério Público e contactando advogados.
Na publicação, Tobias repreende a falta de fiscalização e a recorrência de situações como esta. “Não é intolerância religiosa, é racismo religioso pois só religião de negro que está sendo alvo de violência. O povo de candomblé e das religiões de matriz africana não toleram mais isso dentro das dependências da empresa privada a qual somos clientes e pagamos por seus serviços diariamente”, disse.
Um caso de intolerância religiosa foi registrado em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano. Segundo o Blog do Anderson, parceiro do Bahia Notícias, o fato ocorreu durante uma festa dedicada a crianças em uma comunidade quilombola da cidade, conhecida como Beco de Dôla, no bairro Cruzeiro.
Os acusados, que fazem parte de uma igreja evangélica, foram ao local com ofensas aos moradores e diziam querer “expulsar satanás”. Ainda segundo informações, o grupo era liderado por um homem que se autointitulava pastor evangélico e teria exigido aos participantes da festa um “alvará” para a realização do evento.
O acusado usava um microfone e uma caixa de som para exigir o documento, que, na verdade, é exigido pela prefeitura. Uma guarnição da 77ª Companhia Independente de Polícia Militar foi chamada, mas os suspeitos haviam evacuado do local.
A Polícia Civil identificou os autores dos atos de racismo religioso e intolerância religiosa que foram feitos contra o Centro Cultural Alto de Xangô, localizado no centro sul baiano na cidade de Brumado em março deste ano.
A Polícia Civil em nota afirma que os autores dos crimes arrancaram fios e postes pertencentes a COELBA para prejudicar as celebrações religiosas do local.
“No inquérito ficou comprovado que os autores adentraram no Centro Cultural e furtaram a fiação e ainda tentaram arrancar e vender os postes de fiação, com propósito de prejudicar o andamento dos trabalhos religiosos no local. Os acusados foram indiciados por furto qualificado e receptação, uma vez que a fiação e os postes que atendia o centro cultural é de propriedade da Coelba. As investigações concluíram que existe intolerância religiosa dos autores e que as terras onde se encontram o Centro Cultural Alto de Xangô são públicas e de preservação e interesse público de uso sustentável da União e que ao longo dos anos vem sendo molestada a posse do Centro Cultural com furtos de imagens, destruição de pontos sagrados e invasão das terras com a finalidade de grilagem. No inquérito policial foi representado por medidas cautelares para que os autores fiquem afastados a uma distância de 500 metros do Centro Cultural do Candomblé Alto de Xangô, sob pena de prisão”, diz o delegado Cláudio Marques Pereira.
Abrindo o retorno presencial do projeto Domingo no TCA no mês da Consciência Negra, Sulivã Bispo sobe ao palco da sala principal do Teatro Castro Alves neste domingo (14), às 11h, com o espetáculo “Kaiala”. Dirigida por Thiago Romero, a montagem, que é o primeiro solo do ator, aborda temas como racismo e intolerância religiosa. Os ingressos custam R$ 1 (inteira) e R$ 0,50 (meia), vendidos apenas no dia do evento, no local, a partir das 9h, com acesso imediato à plateia do teatro.
Pensando neste momento especial de retomada, o texto da obra foi revisitado, com o acréscimo de novas cenas e músicas. A obra conta a história do assassinato de uma menina de 10 anos durante a invasão de seu terreiro por um grupo de evangélicos. A narrativa é explorada a partir de três pontos de vista: o do irmão-de-santo da garota; da avó, que ao mesmo tempo é sua ialorixá; e da evangélica que lidera o ataque ao terreiro, que também é a algoz da criança. O texto traz depoimentos e memórias dos três locutores, fazendo com que o espectador perceba na transição narrativa aspectos da religião, do crime cometido e da resistência do povo negro.
A peça apresenta a divindade Kaiala, inquice do candomblé-Angola, que é usada como metáfora para tratar de temas como a intolerância, resistência, preconceito e genocídio do povo negro. “Kaiala é um alerta do que não pode mais acontecer. É a grande força maternal, que cuida das cabeças e vem passar essa mensagem. Ela traz para a dramaturgia a visão de divindade de maneira muito bela e singela e faz um paralelo com esse momento tão triste que estamos vivendo de intolerância religiosa no país”, explica Sulivã.
SERVIÇO
O QUÊ: Sulivã Bispo em “Kaiala” - Domingo no TCA
QUANDO: Domingo, 14 de novembro, às 11h
ONDE: Sala principal do Teatro Castro Alves - Salvador (BA)
VALOR: R$ 1 (inteira) e R$ 0,50 (meia) | * Vendas somente no dia, a partir de 9h, com acesso imediato do público.
Em comemoração aos cinco anos da estreia de seu primeiro solo, o ator baiano Sulivã Bispo remonta a obra “Kalala” em uma temporada online, de 25 a 27 de fevereiro, com exibição gratuita às 20h, no canal do Na Rédea Curta no Youtube.
Gravada no Terreiro Bate Folha, a montagem é a inspiração poética para contar a história de uma menina de 10 anos assassinada, após um grupo de evangélicos invadir seu terreiro. Entre realidade e ficção, a obra discute temas como racismo, intolerância religiosa e a morte sistemática de jovens negros no Brasil.
“Surge de uma revolta minha com relação a esse tema. O surto que adentrou a periferia de preconceito racial, a migração do povo de santo para a religião evangélica. Então me vi instigado a falar sobre isso”, diz o ator, sobre a motivação para montar o espetáculo.
Após a transmissão do espetáculo, o público poderá participar de um bate-papo, ao vivo, com o artista e convidados como Onisajé (Ilê Axé Oyá L’adê Inan), Hanna (Terreiro Bate Folha) e Nildinha Fonseca. O encontro busca discutir sobre o racismo e a intolerância religiosa.
SERVIÇO
O QUÊ: KAIALA - um solo de Sulivã Bispo (exibição de solo + bate-papo)
QUANDO: 25, 26 e 27 de fevereiro de 2021, às 20h
ONDE: Youtube do Na Rédea Curta (www.youtube.com/naredeacurta)
VALOR: Grátis
Pensando sobre a questão da laicidade do Estado brasileiro e os repetidos casos de intolerância religiosa, o terreiro Unzó Maiala vai realizar, no próximo dia 21 de janeiro, a partir das 10h, a mesa de diálogo "Quais caminhos precisamos traçar para combater a Intolerância?". O debate vai acontecer na Casa d'Itália, na Avenida Sete de Setembro.
Com a participação da yalorixá, negra, mulher Trans e pedagoga Tiffany Odara, da ativista pelos direitos humanos e contra o racismo, católica e assessora de Koinonia, Camila Chagas (Advogada), da escritora, poeta e mulher preta de Axé Maiara Silva, do assistente social e presidente da Mesa de Ogãs, Junior Afikodé (Alafin Oyó), a assistente social Rosa Bonfim e do multiartista, pesquisador e descendente indígena Caboclo de Cobre/Luiz Guimarães, a mesa busca alertar acerca do problema da intolerância religiosa, visibilizar à luta pelo respeito a todas as religiões estreitar formas de combater o racismo religioso.
O evento vai acontecer na mesma data de morte de Mãe Gilda, do Axé Abassá de Ogum, vítima de diversas agressões, verbais e físicas, provocadas pelo preconceito à sua religião.
“Combater à desinformação é o primeiro caminho nesta luta pelo fim da intolerância religiosa. Por quê não dizer de racismo religioso?. Sabemos que a intolerância a nós de povo de matriz africana é também uma questão de cor de pele. Precisamos somar forcas para romper as barreiras do preconceito e assegurar a todos o livre exercício dos cultos religiosos”, descreve Mameto de Nkisi Tandü.
Um homem vandalizou o busto instalado em homenagem à líder religiosa Mãe Gilda, no início da tarde desta quarta-feira (15), nas imediações da Lagoa do Abaeté, em Itapuã. A situação foi denunciada pela ialorixá Jaciara Ribeiro, do terreiro Axé Abassa de Ogum, em um vídeo divulgado nas redes sociais e confirmada pela Polícia Militar.
No vídeo, a ialorixá conta que recebeu uma ligação da gestão do parque que administra a área em que a lagoa está inserida denunciando que um homem estava apedrejando o monumento e quebrando assentamentos sagrados feitos no local.
Segundo Jaciara Ribeiro, essa é a segunda vez que o busto é alvo de vandalismo. "Em um momento de pandemia, em um momento onde o país passa por tanta dificuldade, mais uma vez o busto de Mãe Gilda é depredado. Quebrou tudo aqui e ele disse que foi a 'mão de Deus'", desabafou, caracterizando o ato como intolerância religiosa.
Homem vandaliza busto em homenagem a Mãe Gilda em Itapuã. "Quebrou tudo aqui e disse que foi a 'mão de Deus'", denuncia ialorixá.
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) July 15, 2020
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De acordo com a assessoria da Polícia Militar, o acusado foi pego em flagrante e conduzido por prepostos da 15ª Companhia Independente de Polícia Militar (15ª CIPM/Itapuã) até a delegacia, onde o boletim de ocorrência foi registrado.
Em Salvador, somente no ano passado, mais de 120 casos de intolerância religiosa foram registrados Grupo Especial de Proteção aos Direitos Humanos e Combate à Discriminação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que acompanha as denúncias.
Alcione fez duras críticas ao posicionamento do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que em uma reunião privada afirmou que o movimento negro é “escória maldita” que abriga “vagabundos” e xingar mãe de santo de "filha da puta", "macumbeira" e "miserável" (clique aqui).
Conforme levantado pelo jornal O Dia, a cantou fez fortes declarações durante sua participação na live da sambista Teresa Cristina, nesta terça-feira (3), que tinha como tema “Umbanda e Candomblé”. “Hoje eu vi aquela matéria do zé ninguém lá da Fundação Palmares. Ainda dou na cara dele para parar de ser um sem noção”, comentou a cantora maranhense, referindo-se à fala de Camargo a respeito do movimento negro.
“A gente vê tanto sofrimento. Você vê os negros americanos naquela batalha, por causa daquele senhor que morreu com aquele filha da mãe com o joelho nele. A gente vê as coisas que acontecem no Brasil, com bala perdida e tudo. Então a gente vê uma pessoa da nossa cor falando uma besteira daquelas, tenho vontade de arrancar da televisão e encher de porrada pra virar gente”, completou Alcione.
Negro e candomblecista, o ator Sulivã Bispo partiu do desejo de se ver representado nos espetáculos da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (Ufba) para criar "Kaiala". A peça nasceu como uma cena de apenas 15 minutos até que tomou corpo e atualmente é um espetáculo completo, de 60 minutos, que será encenado de 9 a 23 novembro, sempre aos sábados e domingo, às 20h, no Teatro Sesi Rio Vermelho.
Na palco, Sulivã conta a história de uma menina de 10 anos, iniciada no candomblé, que foi assassinada em um ato de intolerância religiosa. "É um grande ataque de racismo religioso que nós, enquanto povo de santo, vivemos sofrendo e não se fala muito disso no teatro. Então, eu juntei as duas coisas e montei esse espetáculo que acho que, paralelo a qualquer coisa, é muito necessário", defende Sulivã.
A montagem atual contém novas cenas, mas o ator pontua que a essência permanece a mesma. O enredo é contado por três personagens: o irmão da menina, a avó dela, que é também sua ialorixá, e a evangélica que lidera a invasão ao terreiro, que culminou no assassinato. Ao longo do texto, Sulivã monta essas três versões de forma a apresentar ao público um pouco da religião e da resistência do povo negro.
"O espetáculo conta também a minha história e eu, como um filho de santo de Oxum, acho que não faço nada além do meu papel de reverenciar os agrados e trazer pra perto da história de Salvador que me foi contada e me fez ser resistência. Porque se eu estou aqui atuando é porque meu corpo preto resiste", destaca o artista.
Em cartaz pelos próximos três fins de semana, Kaiala deve ficar um tempo fora de cena em seguida, já que Sulivã tem se dedicado a outros trabalhos na televisão.
Foto: Andréa Magnoni / Divulgação
O ator ganhou maior notoriedade com o sucesso da web série "Na Rédea Curta", onde interpretava a personagem Mainha. Mas agora ele integra o elenco da série "Férias em Família", do Multishow. Ao BN, ele conta que passou três meses viajando pela Europa para gravar o programa. Gravada na Espanha, a segunda temporada deve ser lançada no ano que vem.
SERVIÇO
O QUÊ: Espetáculo KAIALA
QUEM: Sulivã Bispo
QUANDO: 9 A 23 de Novembro, sábados e domingos, às 20h
ONDE: Teatro SESI - R. Borges dos Reis, 9 - Rio Vermelho, Salvador - BA, 41950-600
QUANTO: R$ 30 e R$ 15 | VENDAS: Bilheteria do teatro e www.sympla.com.br
Em protesto contra a proprietária da "livraria flutuante", a empresa OM Ships International, a Frente Nacional Makota Valdina realiza seu segundo "ebó coletivo" nesta segunda-feira (4), no Terminal Marítimo de Salvador. O ato, que teve início por volta das 10h e segue até as 19h, é uma resposta à intolerância religiosa da organização, responsável pelo navio Logos Hope.
Antes do navio chegar à capital baiana, no mês passado, a empresa usou sua página no Facebook para pedir que os fiéis orassem pelos tripulantes, já que a cidade é conhecida "pela crença das pessoas em espíritos e demônios" (saiba mais aqui).
Diante desse quadro, a Frente Makota Valdina, que se constitui como um fórum de defesas das religiões de matriz africana, organizou essa mobilização. Coletivos, organizações sociais, associações e terreiros de candomblé participam do ato, que visa louvar os orixás e voduns e espantar os "males trazidos pelo navio do racismo religioso".
"Repudiamos a manifestação explícita de racismo religioso presente na postagem do navio Logos Hope. Ao associar os símbolos sagrados dos povos africanos ao mal, a publicação do navio nega o protagonismo e a existência de uma história ao povo negro, ideologia racista mesma que justificou o navio negreiro", destacou a frente na postagem de anúncio do ebó.
Dias após o caso de intolerância, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) também tomou medidas contra a proprietária do navio e anunciou a abertura de uma investigação (veja aqui).
Com a chegada do navio Logos Hope, que abriga uma "livraria flutuante", a Salvador, uma postagem preconceituosa feita pela proprietária da embarcação começou a circular nas redes sociais. No Facebook, a OM Ships International, que se denomina como uma organização cristã "dedicada a compartilhar conhecimento, apoio e esperança", atacou o sincretismo religioso de parte da população soteropolitana.
"Ore por uma partida segura e uma simples viagem de dois dias para Salvador. Ore pela proteção, força e sabedoria para os membros da tripulação durante a estadia do navio em Salvador - uma cidade conhecida pela crença das pessoas em espíritos e demônios. Ore pela equipe de eventos enquantos eles se preparam para um novo porto e que Deus possa ser glorificado através de cada um dos eventos que estão chegando", diz a organização em uma mensagem postada na manhã de terça-feira (22).
Após a publicação desta nota, às 11h40 de sexta (25), a postagem foi apagada. Mas o Bahia Notícias fez um registro antes da exclusão.
Imagem: PrintScreen / Facebook OM Ships International
Em meio a diversos comentários de pessoas dizendo "amém" ou que estão "orando", tinha também uma série de comentários de brasileiros, em português e inglês, criticando a intolerância religiosa. "Eu rezo para que vocês aprendam a respeitar a cultura, as pessoas e a cidade que você vão visitar", disse uma internauta. "Acabei de desistir de visitar vocês! Respeitem minha cidade. Conheçam as crenças. Não julguem!", escreveu outra. "É inacreditável que a página de um projeto com o objetivo de levar conhecimento seja carregada com tanta ignorância", digitou um rapaz, para citar algumas críticas.
O BN procurou a empresa que assessora o navio em Salvador, mas não obteve retorno até a publicação desta nota.
Aberto nesta sexta (25), o Logos Hope deve ficar em Salvador até o dia 5 de novembro. Auto-intitulado a "maior livraria flutuante do mundo", ele cobra R$ 5 para dar acesso aos visitantes. Além disso, crianças menores de 12 anos e adultos maiores de 60 anos possuem entrada gratuita. (Atualizada às 12h10)
A mesa será composta por Mãe Jaciara, representante do candomblé; Frei José Jorge Rocha, representante do catolicismo e coordenador da Comissão Arquidiocesana de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso; pastor Djalma Torres, representante da fé evangélica e vencedor do prêmio de Direitos Humanos, concedido pela presidente da República, Dilma Rousseff; o coordenador da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Sérgio São Bernardo, e outros líderes. Montada em agosto pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), a exposição integra o projeto #MusEuCurtoArte, de dinamização artística dos museus. “A mesa de encerramento marca o fim desta exposição, que saiu do Solar Ferrão, no Pelourinho, onde existe hoje uma resistência da Diáspora Negra, e foi para o Palacete das Artes, na Graça, atingindo um outro público”, considera Fernanda Tourinho, diretora da Funceb.
Gratuita, a mesa é aberta ao público, que ainda pode conferir a exposição do artista Cláudio Masella, em exibição até este domingo (1º). Ao todo, o "Bahia é África Também" atraiu mais de seis mil pessoas para assistir suas palestras, mostras e mesas-redondas, que evidenciavam a diversidade da produção cultural africana do século XX.
Mesa-redonda "Intolerância Religiosa"
Data: 28/10
Local: Palacete das Artes
Horário: 17h
Entrada Franca
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Margareth Menezes
"Cultura não é supérfluo".
Disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes após o ministro Fernando Haddad anunciar um corte histórico de R$ 25 bilhões em despesas do Governo.