Artigos
Verticalização de empreendimentos maximiza os benefícios urbanos
Multimídia
André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Entrevistas
"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
joao jorge
A atriz, ativista, produtora, filantropa e escritora Viola Davis já está em solo baiano. Ela participa nesta sexta-feira (3) do Festival Internacional Liberatum Brasil, em Salvador, ao lado do seu esposo, Julius Tennon, da empreendedora criativa Melanie Clark e da atriz brasileira Taís Araújo.
Viola posou em foto ao lado do presidente da Fundação Palmares e ex-presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues.
“Com Viola Davis afro americana em Salvador que emoção”, escreveu Rodrigues em publicação no Instagram na noite desta quarta-feira (1º).
O evento desta sexta acontecerá no Centro de Convenções da Boca do Rio e a mesa terá como tema “Contos da Afrodiaspórica”. No mesmo dia, Viola Davis e demais convidados do festival participarão de um jantar em homenagem à cantora maranhense Alcione, no restaurante Amado, e incluirá o desfile de moda artesanal "Bahia Ancestral e Contemporânea" (saiba mais).
A situação dos quilombolas na capital baiana foi o mote da reunião ocorrida na quarta-feira (14) entre a titular da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), Ivete Sacramento, e o presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, na sede da Semur, no Centro. Também estiveram presentes na ocasião os representantes de comunidades quilombolas de Salvador.
A pauta foi solicitada pela pasta municipal, com a finalidade de iniciar um diálogo com a instituição para escutar as principais demandas e solicitações das comunidades existentes da capital. “Esse é o primeiro diálogo de outros que virão, e foi muito positivo. Temos muito a caminhar ainda, mas gradativamente vemos a gestão municipal fortalecer essas políticas públicas efetivas e ações afirmativas”, disse Ivete Sacramento.
Na ocasião, o presidente da Fundação Palmares reafirmou o fortalecimento da instituição com as prefeituras em prol da comunidade brasileira, especialmente as quilombolas e de matrizes africanas de todo o país. “Esse é o primeiro encontro de todo o país. Salvador é o berço de toda nossa negritude e da luta pela resistência. Momentos entos como esse só acontecem com a participação popular, que é de extrema importância para mobilizar e pressionar para que as coisas aconteçam”, disse.
Oriunda da comunidade quilombola Bananeiras, remanescente da Ilha de Maré, Marizélia Lopes, de 52 anos, avaliou de forma positiva a iniciativa. Para ela, a Semur tem o papel fundamental na articulação e fomentação de políticas públicas para quilombolas na cidade. “Esperamos que sejam avançadas ainda mais as garantias de políticas para nosso povo e que a reparação necessária aconteça”.
Representando a comunidade quilombola Alto do Tororó, Maria de Fátima Ferreira, de 64 anos, disse ter grandes expectativas para os próximos passos das ações em prol deste público. “Foi um momento produtivo. Hoje, estamos tendo a oportunidade de conversar sobre nossas causas e acredito que todas as comunidades terão acesso pleno às políticas públicas”.
Atualmente, Salvador possui sete comunidades certificadas como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares. São elas: Alto do Tororó, Bananeiras, Maracanã, Praia Grande, Passa Cavalo, Martelo e Ponta Grossa. Através da Semur, a cidade possui o Programa Salvador Quilombola, que tem como objetivo fortalecer as políticas sociais na cidade, a fim de consolidar marcos da política municipal para as áreas quilombolas. O programa é inspirado no projeto Brasil Quilombola, do Governo Federal.
O baiano João Jorge Rodrigues foi oficializado como novo presidente da Fundação Cultural Palmares. O ato foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (21). João Jorge é militante do negro, advogado, produtor cultural e presidente do bloco afro Olodum.
A ministra da Cultura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Margareth Menezes, anunciou João Jorge ainda em 22 de dezembro do ano passado. Na palavras dela, ele teria a função de recuperar a Fundação Palmares, após a polêmica gestão de Sérgio Camargo, durante o governo Bolsonaro.
João Jorge tem história em campanhas nacionais e internacionais de defesa e promoção do povo negro brasileiro e de combate ao racismo.
Desde que foi indicado para a presidência da Fundação Palmares, em janeiro deste ano, João Jorge tem alertado para o estado de abandono deixado pelos gestores anteriores, da administração de Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao Bahia Notícias durante o carnaval de Salvador, o novo presidente do órgão detalhou como está a sede da instituição, em Brasília, e enumerou o que precisa ser feito para a recuperação dos trabalhos.
De acordo com João Jorge, o abandono da Fundação Palmares na gestão de Sérgio Camargo não se deu apenas com o encerramento de projetos de apoio à população negra do Brasil, mas também com o descuido com as instalações da instituição, sediada na capital federal.
“A Fundação Palmares está no chão, na lama. Está funcionando na Asa Norte em Brasília em um ambiente muito ruim, sem ar condicionado, sem lugar para estacionamento, com as paredes caindo e sem projetos. Agora, nós estamos retomando os projetos”, afirmou João Jorge.
Ex-presidente do bloco afro Olodum, João Jorge também afirmou que a fundação retomará o orixá Xangô, oriundo das tradições religiosas iorubás, como o seu principal símbolo, algo que havia sido desconstruído pela gestão anterior.
Além disso, a Palmares deverá voltar a dar atenção à memória do povo negro e da escravidão no Brasil, retomando os cuidados com o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, e com o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, no interior de Alagoas.
“Há muita coisa para fazer. Vamos estabelecer editais com mais recursos para aqueles artistas brasileiros que não têm acesso, para o indivíduo que não é bloco afro, não é escola de samba ou terreiro. Vamos montar uma cooperação internacional forte com África, com Caribe, com Estados Unidos, via apoio do Itamaraty”, contou João Jorge, relembrando que todo o continente americano recebeu muitos povos africanos durante o período de colonização e exploração do trabalho escravo.
Advogado de formação, João Jorge também demonstrou preocupação com a mudança da educação no país. Segundo ele, o Brasil precisa aplicar de fato o ensino da História da África e dos Afro-Brasileiros, abandonando de vez o eurocentrismo que ainda domina a produção de conhecimento nos ambientes acadêmicos.
João Jorge relembrou ainda o projeto A Cor da Cultura, que tinha o apoio da Petrobras e da Fundação Roberto Marinho, mas foi paralisado durante as gestões bolsonaristas. Segundo ele, o programa - que tem o objetivo de valorizar a cultura afro-brasileira através da educação - deve ser reativado pela Palmares durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Tem uma coisa bem simples que se precisa fazer: fazer com que cumpra-se a lei no país inteiro. Municípios, estados e governo federal. Outra coisa: precisamos juntar a TV Brasil, a TVE, a Fundação Roberto Marinho, todos os sistemas de audiovisual do país, para a gente projetar esse modelo de educação. E terceiro, produzir um conteúdo que seja fácil de explicar o que é a educação da História da África e dos Afro-Brasileiros. Isso era uma responsabilidade da Fundação Palmares e não foi feito. Estava abandonada”, criticou.
“As universidades brasileiras precisam tratar de conhecimento. Conhecimento é universal. Se você ficar apenas no que Estados Unidos faz e Europa faz, não é universidade”, complementou o futuro presidente da Palmares.
Por fim, João Jorge enumerou os caminhos prioritários do seu trabalho de recuperação da Fundação Palmares.
“Primeiro, organizando a gestão das várias entidades afro-brasileiras, mostrando como captar recursos, prestar contas e estar habilitada para os vários editais pelo país inteiro. Segundo, ajudando a mudar as políticas públicas de cultura que tem em cada estado, em cada município e também no Ministério da Cultura. E terceiro, gerando um ambiente de oferta maior de recursos para os afro-brasileiros produzirem cultura. Se pudermos estimular um ambiente sadio e amplo, nós começaremos a mudar isso”, finalizou.
Com a posse como presidente da Fundação Palmares prevista pra março, João Jorge se prepara para deixar as funções administrativas do Olodum. A despedida do Carnaval, por exemplo, acontecerá nesta terça-feira (21). Mas os planos para reconstruir a instituição federal já estão a todo vapor.
A ideia, segundo ele, é "iluminar a Fundação Palmares e fazer coisas criativas e novas", buscando parcerias com empresas, estatais e privadas, nacionais e internacionais, para financiar a cultura afrobrasileira. Para João Jorge, que esteve nesta segunda-feira (20) no Camarote Brahma, apesar da Fundação ter um orçamento maior este ano, ainda não é o suficiente: "O ideal é R$ 250 milhões, nós temos R$ 24 milhões".
A situação se complica por causa do desmonte sofrido durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, que avaliava como exagero muitas pautas defendidas no órgão. "Na Fundação Palmares, a situação é pior. Porque a instituição que todo governo anterior atacou diariamente. Foi uma tentativa de sepultar uma experiência prazerosa dos afrobrasileiros. Então agora Margareth, eu, Zulu [Araújo] e outros vamos ter que reconstruir o sistema", avaliou o futuro presidente.
"A Palmares é importante porque é uma instituição criada em 1988 para cuidar de quilombos, terreiros de candomblé, patrimônio afro-religioso, e também ter uma noção de civilização. Nós precisamos ser civilizados. O que a gestão anterior fez: apagar nomes de personalidades como Gil, Leci Brandão, Milton Nascimento; trocar o símbolo da Fundação... Não fez nenhum projeto interessante. Ou seja: foram quatro anos perdidos", reforçou.
O presidente do Olodum falou ainda sobre a discussão da dificuldade de financiamento dos blocos afro na Bahia. "A queixa tem recorrência histórica e apenas algumas empresas ajudaram no Carnaval. Então fica o ônus pra prefeitura e pro governo do Estado muito duro. Fora o Olodum, o Ilê e o Gandhy, a maioria dos blocos afro não teve patrocínio. E eles são parte desse sistema. Aliás, a parte mais interessante desse sistema. É preciso corrigir isso, que é uma distorção do Carnaval de Salvador, do Rio, de Belo Horizonte...".
O presidente do Olodum, João Jorge, lança seu segundo livro no dia 17 de agosto, a partir das 19h, na Casa do Olodum. Intitulada, “Fala Negão, o discurso sobre a igualdade”, a obra é uma coletânea de textos e discursos escritos por ele nos últimos anos.
O livro tem a proposta de ampliar o debate sobre o racismo institucional e os caminhos necessários para a busca da igualdade. Neste sentido, a partir da ótica de João Jorge, a publicação explora o tema da igualdade de direitos e a própria história do Olodum.
João Jorge é Mestre em Direito Público pela UNB, advogado, presidente do Olodum, ex-diretor da Fundação Gregório de Mattos, produtor cultural, poeta e escritor. Ele é também o idealizador e um dos fundadores do SOS RACISMO – Bahia em 1990. Foi articulador da luta por políticas afirmativas em Salvador, através da campanha de “reparação já” e um dos mobilizadores do capitulo do negro na Constituição da Bahia de 1989, que trata dos direitos da comunidade negra e da cultura e do ambiente do Estado da Bahia.
O presidente do Olodum, João Jorge, e o cantor Lazaro Araújo Muniz dos Santos, mais conhecido como Lazinho, serão homenageados nesta terça-feira (12) na Câmara Municipal de Salvador (CMS). O primeiro vai receber a medalha Thomé de Souza e o segundo, a Zumbi dos Palmares.
Ambas as honrarias foram propostas pelo vereador Luiz Carlos Suíca (PT). As medalhas serão entregues em cerimônia programada para 19h no plenário Cosme de Farias, no prédio da CMS, com a presença de membros do movimento negro e de diferentes setores da sociedade soteropolitana.
Tanto João Jorge quanto Lazinho atuam na promoção da igualdade racial, no desenvolvimento das culturas e das comunidades periféricas da capital. “São nomes da cultura popular brasileira. Antes de tudo, os dois atuam em frentes para a promoção da igualdade racial, são negros e sabem da luta diária que semelhante nosso enfrenta no cotidiano, em meio a uma sociedade com grupos racistas e preconceituosos. Lazinho é do tempo que quem praticou alguma arte era subversivo”, avalia Suíca.
Ele destaca o quanto os dois merecem as honrarias pelo "envolvimento direto" na luta por igualdade social, das minorias, das mulheres.
Além de presidir o Olodum, João Jorge é advogado, mestre em Direito público, bolsista da Fundação Ford, membro da rede dos advogados sociais da América Latina e fundador do Grupo Negro da UCSal. Ele também é autor do livro ‘Olodum Estrada da Paixão’. Já ‘Lazinho’, o edil ressalta, tem dedicado a vida na luta pela desigualdade social, contra a intolerância religiosa e, sobretudo, contra o preconceito e o racismo.
Diante da morte do babalorixá Martins Lopes, que foi um dos fundadores e conselheiros do Olodum, toda a banda deve estar presente no enterro dele, nesta quinta-feira (11). O sepultamento está marcado para às 15h, no Cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas, em Salvador.
"Nós vamos homenagear ele do ponto de vista de estar presente na despedida, no adeus e vamos homenageá-lo com a ação do Olodum presente lá", confirmou o músico João Jorge, acrescentando que como ele era um “morador importante” do Maciel, rua onde fica a sede do Olodum, a expectativa é ter "toda uma comunidade lá se despedindo do grande senhor do Pelourinho".
Martins Lopes era proprietário da casa número 11, na Rua Santa Isabel, e cedeu o imóvel para a fundação do Olodum, em 25 de abril de 1979. Assim, ele foi um dos homenageados pelo grupo, em abril deste ano, com a inauguração de uma placa com o nome de todos os fundadores no local. Martins, claro, esteve presente.
"Ele acompanhou até o último ensaio que nós fizemos agora em setembro. Ele é um dos símbolos do Olodum, de presença alegre, em enorme Carnaval", declarou o presidente. De acordo com João Jorge, o babalorixá não deixou de acompanhar o bloco, na folia momesca deste ano.
O Olodum lançará um cartão de crédito ligado à banda como parte das comemorações dos 38 anos do grupo, na próxima terça-feira (25). A novidade foi divulgada pelo presidente do Olodum, João Jorge, em conversa com o Bahia Notícias, e será apresentada durante um evento organizado a partir das 15 horas, na Casa do Olodum. “É um cartão de afinidade. Um cartão de crédito que dará uma série de vantagens ao consumidor”, explicou o presidente. O cartão, que será pré-pago, terá o MasterCard como bandeira. Entre as atividades programadas para a comemoração da criação do grupo, fundado em 25 de abril de 1979, estão previstas também uma oficina de formação de liderança para ex-alunos da Escola Olodum e roda de bate-papo. Mas como é tradição, o grupo irá comemorar o aniversário com uma festa marcada para 7 de maio no Pelourinho. O show inicia às 14 horas na Praça Tereza Batista e trará convidados. No aniversário, o dia começa com a celebração da campanha “Paz Absoluta” na Casa do Olodum. No período da tarde, acontece a assinatura do convênio digital de documentação e memória Olodum. “A assinatura acontece simbolicamente, a empresa já está contratada”, explicou João Jorge. Após o ato, o grupo fará um desfile cívico até a Casa do Olodum. Na próxima terça, também serão comemorados os 30 anos da música Eu Falei Faraó e os 26 anos da Casa do Olodum.?
O Diário Oficial divulgou neste sábado (25) o resultado de uma licitação para a implantação do Centro de Documentação e de Memória do Olodum. Com um montante superior a R$ 225 mil, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) irá contratar a empresa LPG Soluções Eireli EPP para prestação de serviços técnicos nas áreas de biblioteconomia, arquivologia e gestão eletrônica de arquivos do bloco afro. De acordo com o presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues, o centro existe desde dezembro de 2015. “A licitação vai permitir que a Bahia tenha o primeiro Centro de Documentação Digital da cultura afro-brasileira contemporânea”, explica. E as ideias não são modestas: JJ, como é conhecido, quer um Centro imponente e que seja comparado a alguns dos melhores memoriais do mundo. “Estamos correndo atrás de recursos para fazer esse centro funcionar no nível de institutos internacionais, como Martin Luther King tem e outros”, admitiu. O representante acredita que o centro se tornará um grande espaço para pesquisas: “A documentação vai estar disponível em formato digital e também permitirá que as pessoas vão ao centro fazer pesquisas de lá. Ele vai democratizar esse acesso”. No local, estarão presentes depoimentos de personalidades como Caetano Veloso, Jorge Amado e Nelson Mandela. João Jorge, que foi informado sobre o resultado da licitação pelo Bahia Notícias, disse que recebeu a notícia com felicidade e reforçou a importância do bloco afro, que é “uma marca baiana que anda pelo mundo”. “É importante ter meios para permitir que essa cultura seja repassada com dignidade e profissionalismo, passando os conceitos do Olodum” concluiu.
Faltando cerca de dois meses para a folia de momo em 2016, João Jorge contou também os planos de seu bloco para a festa. “E num momento desse de crise, buscar uma alternativa é a melhor solução. Não tem cidade do samba, do futebol, da música? Criar isso pro Carnaval seria muito bom. Enquanto não sai, o Olodum vai indo aí, na terça sairemos sem cordas, no Domingo com o bloco tradicional. Nós estamos ainda fazendo a captação do verão, com todos os tipos de possibilidades. Desfilar sem cordas, alguém tem que pagar. Uma parte o estado paga, outra empresa privada, outra a gente vai conseguindo... tem que ser assim”, finalizou ele.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Margareth Menezes
"Cultura não é supérfluo".
Disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes após o ministro Fernando Haddad anunciar um corte histórico de R$ 25 bilhões em despesas do Governo.