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Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

marion terra

Pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda são condenados a 21 anos de prisão pela morte de Lucas Terra
Foto: Reprodução/ Correio

Os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda foram condenados a 21 anos de reclusão cada um, por decisão da maioria do júri, pelo assassinato do adolescente Lucas Terra, de 14 anos, ocorrido em 2001. O julgamento teve início na terça-feira (25) e a decisão saiu nesta quinta-feira (27), com a condenação por homicídio com três qualificadoras: motivo torpe (vingança), meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima.

 

De acordo com a juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto, foram 18 anos de pena base por homicídio, mais três anos devido à impossibilidade de defesa. Tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda poderão recorrer da decisão em liberdade, por terem se apresentado sem resistência ao júri. Caso seja mantida após o trânsito em julgado, a punição será cumprida em regime fechado. O crime de ocultação de cadáver acabou excluído, porque acabou prescrevendo quatro anos após o fato.

 

Após o anúncio da condenação, o júri popular foi encerrado ao som da voz de familiares de Lucas Terra, que gritavam "assassinos" para os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda.


VEJA DETALHES DO JULGAMENTO

As sessões contaram com sete jurados, cinco homens e duas mulheres, sob a liderança da magistrada Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representaram o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que tiveram como defensores os advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

Nesta quinta, o primeiro réu a prestar depoimento foi Joel Miranda. Durante o interrogatório, Miranda alegou inocência e afirmou que não conheceu Lucas antes do desaparecimento ter sido relatado e indicou que não mantinha qualquer relação, inclusive de amizade, com o outro acusado. Segundo depoimento de Silvio Galiza, ex-pastor condenado pelo crime, o adolescente teria sido morto após flagrar Joel Miranda e Fernando Silva fazendo sexo. Foi a partir do relato de Galiza que ambos se tornaram réus. “Não sou homossexual”, frisou.

 

Segundo réu a depor, o pastor Fernando Aparecido da Silva admitiu que conhecia o adolescente mas negou ter participado do crime. Durante o julgamento, Fernando respondeu perguntas da juíza e alegou ter dado a Lucas o mesmo tratamento que tinha com outros membros. Além disso, o acusado afirmou que o pai de Lucas o procurou na igreja ao notar que o filho não havia chegado em casa.

 

A defesa dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, nesta quinta, afirmou que o assassinato do garoto Lucas Terra foi cometido apenas pelo também pastor Sílvio Galiza, já condenado pelo crime. Na ocasião, o advogado Carlos Humberto Fauaze Filho não negou a existência de um crime bárbaro, mas garantiu que tanto Fernando quanto Joel são inocentes. “Peço que vossas excelências não confundam a certeza do crime com a certeza de quem os praticou”, afirmou o defensor.

 

O promotor Davi Gallo, representante do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que buscava a condenação dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, afirmou que “trata-se do julgamento de dois pedófilos, dois homicidas que mataram um anjo”.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro de Santa Cruz, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, o que aconteceu nesta semana.

Júri do caso Lucas Terra deve ter resultado nesta quinta; relembre principais momentos
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Na última terça-feira (25) teve início, no Fórum Ruy Barbosa em Salvador, o júri popular dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados pelo assassinato do adolescente Lucas Terra de 14 anos, ocorrido em 2001. O depoimento dos réus e o debate entre acusação e defesa acontecem nesta quinta (27) e existe a expectativa do resultado do julgamento ser anunciado nas próximas horas.

 

As sessões contaram com sete jurados, cinco homens e duas mulheres, sob a liderança da juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representam o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que têm como defensores os advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

1º DIA

Ao todo, 15 testemunhas foram ouvidas, sendo cinco representando a acusação e 10 na defesa dos pastores. No primeiro dia do julgamento, o depoente Martoni, apresentado como amigo da vítima,  afirmou que o pastor Fernando Aparecido da Silva, proibiu que obreiros da Igreja Universal do Reino de Deus participassem das buscas pelo adolescente, quando ainda não havia a confirmação da morte dele.

 

Outra testemunha de acusação identificada como Tatiana S., afirmou que chegou a receber ameaças por incentivar as buscas pelo adolescente de 14 anos. Em depoimento dado ao júri na terça, Tatiana confirmou o discurso da primeira testemunha e afirmou que o pastor Fernando, acusado de participar do crime, proibiu que obreiros da Igreja Universal participassem das buscas por Lucas Terra.

 

Tatiana contou que, antes de ser expulsa da organização religiosa, chegou a receber mensagens ameaçadoras via SMS, além de ser seguida na saída de seu trabalho. A mulher afirmou que o pastor Beljair Santos também adotou um tom “ameaçador” ao desincentivar as buscas por Lucas Terra.

 

Ainda na terça, foi ouvida a primeira testemunha de defesa.  O pastor Beljair de Souza Santos, da Igreja Universal do Reino de Deus, acabou entrando em contradição, de acordo com a avaliação do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

 

No testemunho dado diante do júri, ele afirmou que, na época, morava no Parque Júlio César, acompanhado do pastor Joel Miranda, um dos acusados pelo assassinato. Entretanto, a acusação lembrou que, em um depoimento anterior, Beljair havia dito que morava em um condomínio na Av. Paralela, junto apenas à esposa.

 

Outra contradição apontada pelos procuradores do MP-BA tem a ver com a relação da testemunha com os acusados. Em depoimento dado em 2008, Beljair afirmou que conhecia os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda “apenas de vista”. Nesta terça, porém, ele disse que morava com Joel.

 

2º DIA

Na quarta (26), os demais depoentes de defesa foram ouvidos pelo júri. Presente no fórum, Carlos Terra Júnior, irmão de Lucas, falou com a reportagem do Bahia Notícias sobre o andamento do processo e a expectativa em sobre a condenação dos acusados.

 

"Em relação ao primeiro dia, eu fiquei com a sensação, nós da família, meu irmão chegou aqui no final do dia. Minha mãe, como ela é testemunha, ela não viu o que aconteceu durante o dia. Mas a sensação que nós tivemos é que eles vão sair daqui condenados, devem receber muito provavelmente uma pena muito forte, muito rígida e é isso que a gente espera, isso é o que a gente percebeu no decorrer do dia", disse.

 

3º DIA

Nesta quinta, o primeiro réu a prestar depoimento foi Joel Miranda. Durante o interrogatório, Miranda alegou inocência e afirmou que não conheceu Lucas antes do desaparecimento ter sido relatado e indicou que não matinha qualquer elação, inclusive de amizade, com o outro acusado. Segundo depoimento de Silvio Galiza, ex-pastor condenado pelo crime, o adolescente teria sido morto após flagrar Joel Miranda e Fernando Silva fazendo sexo. Foi a partir do relato de Galiza que ambos se tornaram réus. “Não sou homossexual”, frisou.

 

Segundo réu a depor, o pastor Fernando Aparecido da Silva admitiu que conhecia o adolescente mas negou ter participado do crime. Durante o julgamento, Fernando respondeu perguntas da juíza e alegou ter dado a Lucas o mesmo tratamento que tinha com outros membros. Além disso, o acusado afirmou que o pai de Lucas o procurou na igreja ao notar que o filho não havia chegado em casa.

 

Marion Terra, mãe de Lucas espera que a justiça seja feita para finalmente encerrar o “ciclo de luto”, que já dura 22 anos. “Está sendo muito difícil pra mim. Graças a Deus eu estou conseguindo dormir, porque eu conto com os dias e as horas para ver a decisão desse julgamento, que será hoje. Então eu estou um pouquinho ansiosa, porque ainda tem o dia todo para eles falarem. Mas que se feche esse ciclo de impunidade. Descansar, é o que eu quero. Fechar esse luto é o mais importante pra mim nesse momento. Poder saber que a sociedade baiana não permitiu que eles ficassem impunes”.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro de Santa Cruz, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Após 22 anos do crime, caso Lucas Terra pode ter fim nesta quinta; “Descansar, é o que eu quero”, diz mãe da vítima
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

O júri popular dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados pelo assassinato do garoto Lucas Terra, de 14 anos, em 2001, entra no seu terceiro dia nesta quinta-feira (27).

 

Os dois réus serão ouvidos na sessão de hoje e há a expectativa das partes que o resultado seja anunciado ainda nesta quinta. Marion Terra, mãe da vítima, disse que espera finalmente encerrar o “ciclo de luto”, que já dura 22 anos.

 

“Está sendo muito difícil pra mim. Graças a Deus eu estou conseguindo dormir, porque eu conto com os dias e as horas para ver a decisão desse julgamento, que será hoje. Então eu estou um pouquinho ansiosa, porque ainda tem o dia todo para eles falarem. Mas que se feche esse ciclo de impunidade. Descansar, é o que eu quero. Fechar esse luto é o mais importante pra mim nesse momento. Poder saber que a sociedade baiana não permitiu que eles ficassem impunes”, disse Marion em conversa com a imprensa momentos antes do júri recomeçar.

 

Ela também lamentou o fato de o pastor da Igreja Universal da Pituba, Beljair de Souza Santos, não ter sido arrolado no processo como um dos acusados. Segundo Marion, o líder religioso teria ajudado os assassinos a encobrirem o crime.

 

“Joel Miranda e Beljair estavam juntos quando aconteceu o crime. Houve cativeiro, eles colocaram o corpo foi na Igreja Universal do Rio Vermelho. Como é que pode o Beljair simplesmente estar fora do processo do que aconteceu. Ele era o titular da Igreja Universal do Rio Vermelho. Como é que eles colocam o corpo lá dentro? A reconstituição que foi feita pelo o delegado lá no início comprova que o tecido usada para amordaçar, para amarrar Lucas, foi  da cortina da igreja do Rio Vermelho. Ele ficou em cativeiro dentro da igreja e ele estava vivo. Por que que ele foi amordaçado? Por que que ele foi amarrado? Porque ele estava ainda com vida”, explanou Marion.

 

Beljair foi a primeira testemunha de defesa de Fernando e Joel, nesta terça-feira (25). Ele acabou entrando em contradição, de acordo com a avaliação do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

 

No testemunho dado diante do júri, ele afirmou que, na época, morava no Parque Júlio César, acompanhado do pastor Joel Miranda, um dos acusados pelo assassinato. Entretanto, a acusação lembrou que, em um depoimento anterior, Beljair havia dito que morava em um condomínio na Av. Paralela, junto apenas à esposa.

 

Outra contradição apontada pelos procuradores do MP-BA tem a ver com a relação da testemunha com os acusados. Em depoimento dado em 2008, Beljair afirmou que conhecia os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda “apenas de vista”. Nesta terça, porém, ele disse que morava com Joel.

 

Além disso, a acusação apontou que Beljair prestava contas da igreja do bairro da Santa Cruz à igreja regional do Rio Vermelho, liderada por Fernando. Isso impediria, na avaliação do MP-BA, que ambos se conhecessem apenas “de vista”.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

"A gente começou a sentir alívio", diz irmão de Lucas Terra após primeiro dia de julgamento
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

"A sensação que nós tivemos é que eles vão sair daqui condenados". Essa foi a avaliação de Carlos Terra Júnior após o primeiro dia de júri dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados pelo assassinato de seu irmão, Lucas Terra, no ano de 2001. O julgamento continua nesta quarta-feira (26), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

 

"Em relação ao primeiro dia, eu fiquei com a sensação, nós da família, meu irmão chegou aqui no final do dia. Minha mãe, como ela é testemunha, ela não viu o que aconteceu durante o dia. Mas a sensação que nós tivemos é que eles vão sair daqui condenados, devem receber muito provavelmente uma pena muito forte, muito rígida e é isso que a gente espera, isso é o que a gente percebeu no decorrer do dia", disse Carlos Terra em entrevista ao Bahia Notícias.

 

"De todos esses anos acho que foi um dia que a gente começou sentir alívio. E eu acredito que hoje, como são as testemunhas da defesa, o último testemunho ontem, a pergunta que a defesa fazia só tinha resposta, sim, sim, senhor. Não senhor, sim senhor, não senhor. Acredito que deve continuar dessa forma. Então, pra mim deixa a família assim, uma esperança muito grande e com a certeza que na quinta, amanhã ou na sexta-feira a gente vai sair daqui com o encerramento desse ciclo de impunidade", acrescentou.

 

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Carlos também comenta que lembrar de Lucas como ele era ainda dói muito para toda a família. "Essa é uma pergunta que sinceramente eu não gosto muito de responder, o que poso dizer é que ontem nas primeiras testemunhas quando o Ministério Público pedia pra falar como era o Lucas antes do crime, aquele pequeno momento que vocês viveram com eles aqui em Salvador. Eu já começava a me emocionar porque eu vendo ali as testemunhas falando dos últimos dias dele de vida, dois dias antes ele foi me encontrar no meu trabalho, parecia que estava se despedindo", disse.

 

E quando falava também assim, quando as testemunhas souberam da notícia, é um ponto assim que fere muito a família, nos traz praquele tempo ali, reviver aquilo, os últimos dias e depois quando eles tem que relatar a crueldade do que fizeram, ficou claro e evidente aqui que houve uma negligência muito grande, não só a negligência, porque quando é negligente, a gente simplesmente não age, não foi só isso que a instituição determinou perante as pessoas da própria igreja, a instituição ficou claro ontem que ela proibiu de que membros da organização participassem das buscas e os que não obedeceram eles foram retaliados. Isso ficou claro pra todo mundo. Foram expulsos, foram ameaçados, foram intimidados, foram assediados, foram seguidos. Então, isso é uma coisa que além da tristeza do que fizeram com meu irmão, traz aquela revolta. Mas é uma coisa que a gente sempre soube. Nunca, em momento algum, ninguém chegou com a minha mãe, com meu pai: 'O que aconteceu? A gente está aqui, somos solidários, vamos fazer de tudo pra que a justiça seja feita'. Crimes pode acontecer em qualquer organização. Existe pessoas boas e não sabe o que tem na cabeça das pessoas. Agora o que fere a família e o que faz com que aumente essa sensação de querer a justiça justamente pela defesa pelo aparato de proteção que a instituição sempre investiu na defesa desses réus", finalizou.

 

RELEMBRE O CASO
Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Caso Lucas Terra: Mãe de vítima espera sentença máxima para pastores acusados pelo assassinato
Marion Terra, mãe de Lucas Terra | Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Após 22 anos, o caso Lucas Terra ganha um novo capítulo e caminha para seu desfecho. Os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda serão julgados a partir desta terça-feira (25) pelo assassinato do adolescente de 14 anos, ocorrido no ano de 2001. Previsto para durar quatro dias, o júri popular acontece no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Ao Bahia Notícias, Marion Terra, mãe de Lucas, afirma que espera sentença máxima para os acusados. Ela também revela como tem reconstruído sua vida após o crime e fala da imagem que guarda do filho.

 

"Meu sentimento como mãe do Lucas é da inversão de valores que foi muito grande. O processo chegar a 22 anos sem julgamento, com todas as tentativas dos acusados que vão sentar nos bancos dos réus, de procrastinar as medidas protelatórias. Isso foi uma coisa que mais nos feriu, é como se a gente tivesse sido desamparado pela justiça baiana. Quando um processo corre tantos anos assim, muitas vezes as pessoas acabam desistindo. Mas eu e o Carlos tínhamos uma linha de pensamento igual, sempre nos colocamos como pais que o Lucas não está mais aqui, mas outras crianças e outros pais estão", disse Marion na porta do Fórum Ruy Barbosa.

 

"Então o que nós queríamos de fato é fechar o ciclo de impunidade com julgamento. Então, em nenhum momento durante essa caminhada, nós deixamos a dor, o sofrimento, tomamos uma decisão juntos que secaríamos as nossas lágrimas para poder continuar. Se a gente continuasse chorando... o Carlos se debilitou muito nessa caminhada, estava doente, não queria se tratar porque achava que se fosse cuidar da saúde dele, ele seria parado", acrescentou.

 

Para a mãe de Lucas Terra, os pastores acusados "foram protegidos e blindados" pela liberdade e diz que o sentimento é que sua família foi condenada a 22 anos para esperar por justiça.

 

"A única coisa que eu lamento hoje é a presença dele aqui, não está aqui comigo. Foi uma luta muita árdua, andamos lado a lado, eu gostaria muito que ele estivesse aqui. Mas o que eu quero de fato é que eles sejam julgados, condenados e tenham a pena máxima, porque eles foram blindados pela liberdade, foram protegidos pela liberdade. É como se a minha família fosse a culpada e foi condenada a 22 anos para esperar por justiça. Mas hoje a gente está vendo, eu quero que a sociedade baiana, pais e mães, que julguem e condenem esses homens. Eu tenho certeza disso que vai acontecer", disse Marion ao relembrar a luta por justiça ao lado do marido, José Carlos Terra, que faleceu em 2019.

 

Marion Terra também lamenta não ter dado um "fechamento de luto" com a morte do filho, por não conseguir abraçar e se despedir de Lucas. "Eu não tive o fechamento de luto, de abraçar meu filho. Quando uma família perde um ente querido, que tem a oportunidade de estar ali em um funeral, de tocar, de abraçar, e isso eles não me deram a chance. O que eles fizeram com meu filho foi brutal, foi covarde. Assassinos covardes, que pegam uma criança de 14 anos e queimam vivo, e simplesmente jogam em um terreno baldio como se fosse um lixo. Lixo são eles, assassinos são eles, pedófilos. O que eu quero de fato é a sentença", acrescenta.

 

"Meu filho está sempre comigo, eu lembro dele todos os dias, eu abraço ele todos os dias, porque ele continua presente na minha vida, mesmo não estando fisicamente. Eu tenho uma esperança que um dia vou abraçar ele na eternidade. E isso me mantém viva, é saber que não estou sozinha", finalizou.

 

O JÚRI

Serão 29 jurados, sob a liderança da juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representarão o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que serão defendidos pelos advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

Tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda são acusados do homicídio do garoto Lucas Terra, assassinado aos 14 anos de idade em 21 de março de 2001, no templo da Igreja Universal do Reino de Deus no bairro do Rio Vermelho.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Descobri que a Ceasa tem dono e que ninguém toma. Mas algo que ainda me surpreende é pesquisa. Imagina perder tanta noite de sono pra não crescer nem mais do que a margem de erro? Mas nem por isso o Ferragamo tem o que comemorar. O que perdeu de cabelo, ganhou de pança. Mas na política tudo que vai, volta. Que o digam os nem-nem de Serrinha: nem amigos, nem inimigos. Saiba mais!
Marca Metropoles

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Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".

 

Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis. 

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Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira

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O deputado estadual Luciano Simões Filho (União) é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

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