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O bloco Ilê Aiyê afirmou que, em nenhum momento, oficializou a abertura para a entrada de pessoas brancas no desfile do Carnaval do ano que vem. Em nota enviada na tarde desta quinta-feira (2), o bloco afro informou que o presidente da associação, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô, não disse que a flexibilização se tratava de uma posição oficial do bloco.
“O bloco Ilê Aiyê esclarece que ao considerar tal possibilidade , que veio à tona sobretudo com a intenção de levantar a reflexão sobre um enaltecimento do bloco muitas vezes restrito ao período do Carnaval, o presidente Antônio Carlos Vovô em nenhum momento afirmou ser essa uma decisão oficial do bloco.Em 2024, o Ilê Aiyê completa 50 anos de trajetória e, mais do que nunca, esse será o momento de honrar suas conquistas”, disse o Ilê Aiyê.
Mais cedo, de acordo com o jornalista Osmar Marrom Martins, do jornal Correio, o Vovô do Ilê havia comunicado a suspensão da restrição de brancos para o desfile durante o Carnaval de 2024. A posição do bloco, inclusive, foi alvo de críticas por, supostamente, ir de encontro com as ideologias do Ilê Aiyê.
Veja a posição oficial do bloco:
A prefeitura de Feira de Santana, através do Centro de Referência de Promoção dos Direitos Humanos, está realizando um mapeamento dos espaços religiosos de matriz africana na cidade. As entidades religiosas estão sendo convocadas a colaborar.
A ação, explica o Centro de Referência, tem o "propósito o levantamento de dados que forneçam subsídios para a elaboração de políticas públicas que visam o fortalecimento e a valorização dos Povos e Comunidades Tradicionais do município". Em Feira de Santana existem mais de 200 espaços religiosos associadas à Fenacab (Federação Nacional de Culto Afrobrasileiro), entre terreiros e casa de axé.
Para participar, as lideranças dos terreiros e casas de axé deverão preencher um formulário disponibilizado pela gestão municipal (clique aqui) ou entrar em contato, pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (75) 98350-9615.
Com letras que abordam temas como autoconhecimento, amor-próprio, feminismo, ancestralidade e questões sociais, as jovens Niambi Sala e Thandiwe formam o duo nova-iorquino OSHUN. O nome vem da orixá homônina, Oxum em português, e faz referência à deusa yorubá das águas doces. Ou talvez fosse melhor dizer reverência, já que elas até pedem que se escreva o nome todo em letras maiúsculas.
A aproximação com o candomblé, inclusive, é algo que se destaca no trabalho das duas, graças à influência, primeiramente, de seus familiares, conta Niambi em entrevista ao Bahia Notícias.
"Nós descendemos de pessoas com melanina que foram roubadas de suas terras e sistemática e forçadamente excluídas de sua cultura. Mas apesar desses esforços, nossas famílias nos incutiram nossa cultura africana desde o nascimento. Nós somos pessoas africanas na América. Nós somos filhas dos orixás e sempre fomos – só precisávamos nos reconectar com nossos ancestrais para lembrar", ressalta a cantora.
Neste contexto, elas estão animadas com o show em Salvador, no Commons Studio Bar, na noite deste sábado (16). Será a primeira apresentação do duo em solo baiano – a primeira passagem pelo Brasil foi em 2017 com show apenas em São Paulo. Agora, elas integram a programação do projeto Intercenas Musicais (veja aqui), que neste Novembro Negro conta ainda com shows da nigeriana Okwei Odili e da sergipana Héloa, na sexta (15).
Para Thandiwe, a forte presença do candomblé em Salvador é inspiradora, ainda que os registros de intolerância religiosa, especialmente contra as religiões de matriz africana, sejam frequentes.
Somente este ano, de acordo com o Ministério Público do Estado (MP-BA), foram feitas 165 denúncias de racismo na Bahia. Por intolerância religiosa, foram 48 ao longo de 2019. Destas, 43 foram contra religiões de matriz africana. A maioria aconteceu nos próprios locais sagrados, como monumentos e locais de culto de diferentes crenças.
Mesmo assim, Thandiwe ressalta que a cidade "é a imagem mais vívida da resiliência dos nossos ancestrais no mundo". “Nós torcemos para que um dia todas as crianças da África encontrem um lugar onde elas tenham a liberdade de expressar com orgulho as antigas tradições daqueles que vieram antes de nós”, complementa.
Uma das melhores lembranças que a dupla tem do Brasil é justamente a visita que fizeram ao “Vale dos Orixás”, o Santuário Nacional da Umbanda, em São Paulo. Neste retorno ao país, elas também pretendem “sentar aos pés” de líderes e curandeiros da comunidade do Candomblé.
Quanto à música, Thandiwe adianta que o público que garantiu ingresso para as apresentações em Salvador e na capital paulista poderá conhecer algumas novas canções.
A dupla viaja com a turnê de seu primeiro álbum, o “Bittersweet vol.1”. Antes disso, elas lançaram alguns EPs e singles, todos marcados pela mistura de hip hop e soul dentro da estética do afrofuturismo.
“Nossas principais influências são aquelas que abriram os caminhos para vivermos no nosso propósito. Em geral, são nossos parentes e familiares, lideranças políticas como Assata Shakur e Malcom X e, musicalmente, é Fela Kuti, Bob Marley, Missy Elliot, Lauryn Hill, The Soulquarians... A lista segue", cita Thandiwe.
Do Brasil, Niambi conta que algumas de suas artistas favoritas são a cantora Tássia Reis, o cantor Hodari, a banda Tuyo e o produtor Ecologyk. "Nós estamos ansiosas para aprender mais sobre a música brasileira agora que nós estamos aqui", admitiu.
Além de conhecer um pouco da atual cena musical do Brasil, elas também têm acompanhado, mesmo que de longe, a situação social do país. Com um viés político nas próprias canções, Thandiwe compara o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ao norte-americano, Donald Trump: "Nós temos ouvido muita decepção do povo brasileiro sobre seu presidente. Nos EUA, nós lidamos com as consequências de um presidente sem educação e prejudicial, e pelo que pudemos compreender parece que muitos brasileiros se sentem da mesma forma. Nosso melhor conselho é deixar que esses desafios unam a juventude e as pessoas que não vão desistir da liberdade e igualdade. Essa dificuldade só fará o Brasil mais forte".
Os brasileiros ainda conhecem pouco de OSHUN, já que elas circulam na cena alternativa. Mas sem deméritos. O primeiro e o segundo lote promocionais para o show de Salvador, por exemplo, já esgotaram. Agora, os interessados em ouvir o duo ao vivo terão que pagar R$ 25 no ingresso, que pode ser adquirido pelo portal Sympla (veja aqui). De acordo com a assessoria do projeto, a casa de shows vai vender as entradas restantes por R$ 20 na hora do show.
A única recomendação é feita por Niambi: "venham hidratados, receptivos e prontos para se curar". A dupla sobe no palco a partir das 20h.
Durante a 4ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), realizada em Brasília, de 27 a 30 de maio, lideranças religiosas de vários estados do Brasil debateram sobre casos de violações de direitos e reivindicaram políticas públicas de proteção a terreiros, além do combate ao preconceito e intolerância. “A gente está vendo terreiros e os símbolos do candomblé, das religiões de matriz africana, sendo destruídos por fundamentalistas das mais variadas tendências religiosas. E a gente precisa que esses fundamentalistas comecem a respeitar mais a fé alheia, porque você tem direito a sua fé, tem direito até de não professar nenhuma fé”, avaliou Erivaldo Oliveira, presidente da Fundação Cultural Palmares. Segundo Oliveira, a fundação recebeu, desde 2015, cerca de 100 denúncias de violações contra terreiros em todo o país, mas diz acreditar que o número de casos que não chegam ao conhecimento da fundação pode ser ainda maior. “Isso tudo é fruto de um racismo, de um preconceito exacerbado no Brasil e também da falta de conhecimento, porque as pessoas do Brasil não se acostumaram com a cultura afro-brasileira e não entendem o que é um terreiro, a umbanda e o candomblé”, declarou. Uma das propostas levantadas durante a conferência foi o fortalecimento da Lei 10.639, que obriga as escolas a incluírem no conteúdo programático o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira. “Quando você implementa a [Lei] 10.639, você está fazendo um trabalho com uma criança para que ela se torne um adulto que vai respeitar, ela não vai ser um adulto intolerante”, defendeu a mãe de santo Tuca D´Osoguiã, integrante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR). Mãe Tuca afirmou ainda que uma das prioridades eleitas durante a conferência é a luta pelo arquivamento da ação que tramita no Supremo Tribunal Federal, contra o sacrifício de animais para fins religiosos. Os praticantes da fé de matriz africana querem manter as práticas de abate de animais destinados à alimentação nos cultos dos terreiros. “Se esta ação passar no STF, pode virar uma jurisprudência e isso acaba com nossa cultura e com a segurança alimentar do nosso povo”, disse Mãe Tuca.
O músico, repentista, escritor e poeta baiano Bule Bule lança, no dia 11 de abril, em Salvador, o livro “Bule Bule – Orixás em Cordel”. O evento de lançamento, que conta com noite de autógrafos, acontece às 18h30, no foyer do Teatro Castro Alves. Publicada pela Pinaúna Editora, com ilustração de Klévisson Viana e prefácio do compositor, cantor e instrumentista Mateus Aleluia, obra une dois elementos da cultura brasileira e nordestina, a literatura de cordel e as religiões de matriz africana. “A escolha desse tema foi uma oportunidade ao descobrir que há cento e tantos anos que o cordel circula no Brasil e, mesmo com muitos grandes mestres que conviveram com os temas variados e viveram dessa arte majestosa de criar títulos e personagens, ninguém ainda tinha escrito, levando a sério, um trabalho de matriz africana, como esse. Alguns tinham feito tipo brincadeira, gozação... Mas levando a sério, a religiosidade, ninguém tinha feito. Eu acho que vai ser um elemento mágico para abastecer essa lacuna que o mercado ainda tem”, explica Bule Bule. Além do lançamento do livro, o projeto, que contou com apoio do Governo do Estado, por meio do Fundo de Cultura, Fundação Pedro Calmon e Secretarias da Fazenda e de Cultura do Estado da Bahia, prevê ainda rodas de conversas com o autor em terreiros de Candomblé de Salvador, Lauro de Freitas e Cachoeira.
SERVIÇO
O QUÊ: Lançamento do livro “Bule Bule – Orixás em Cordel”
QUANDO: Quarta-feira, 11 de abril, às 18h30
ONDE: Foyer do Teatro Castro Alves – Salvador (BA)
VALOR: Entrada gratuita, sujeita à lotação do espaço
Através do intercâmbio de conhecimentos entre músicos das comunidades tradicionais do candomblé e pesquisadores da Uneb e demais instituições de ensino, as atividades têm como metas a valorização, popularização e difusão da música sacra de matriz negra. Com carga horária de 20h, o curso será realizado de 7 a 11 de março, das 13h às 17h, no Auditório da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) da Universidade Federal da Bahia. Serão oferecidas 12 vagas, sendo seis delas para pessoas selecionadas pelo projeto e as outras seis a serem preenchidas pelas instituições parceiras.
A seleção dos títulos para a mostra "Cinema de Santo" privilegia além da variedade destas representações ao longo da história, aqueles filmes cujo universo mágico e mítico das religiões afro-brasileiras aparece como energia motriz de narrativas, pesquisas estéticas, formas, idéias, olhares e atmosferas, independentemente do viés ideológico e do grau de adesão do cineasta e/ou do próprio discurso do filme em relação à religiosidade em questão. Entre o filmes selecionados estão "O Amuleto de Ogun" (1975), de Nelson Pereira dos Santos; "Anjo Negro" (1972), de José Umberto Dias; "As Aventuras Amorosas de um Padeiro" (1961), de Waldyr Onofre; "Copacabana, Mon Amour" (1973), de Rogério Sganzerla; "Cordão de Ouro" (1977), de Antônio Carlos Fontoura; "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" (1969), de Glauber Rocha; "Egungun" (1982), de Carlos Blajsblat; "O Fio da Memória" (1989), de Eduardo Coutinho; "O Fim da Picada" (2009), de Christian Saghaard; "Samba da Criação do Mundo" (1978), de Vera Figueiredo; "A Cidade das Mulheres" (2005), de Lázaro Faria; "Jardim das Folhas Sagradas" (2010), de Pola Ribeiro; "Devoção" (2008), de Sérgio Sanz, entre outros.
Serviço
O QUÊ: Mostra "Cinema de Santo"
ONDE: Cachoeira - Auditório da UFRB e Salvador - Sala Walter da Silveira (Barris)
QUANDO: De 7 a 13 de fevereiro, em Cachoeira; 14 a 19 de fevereiro, em Salvador
QUANTO: Gratuito
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.