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A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) relatou que o Brasil tem controlado o número de mortes na atual epidemia de dengue. A declaração dos representantes da OPAS aconteceu durante evento sobre arboviroses, nesta quinta-feira (11). A Opas é o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas.
Mesmo o país tendo alcançado em 2024 o dobro da quantidade de casos de todo o ano passado, houve uma redução proporcional no registro de óbitos.
“Esse é um ponto muito importante, ter um aumento de transmissão e não ter um aumento significativo de óbitos”, disse o especialista em arboviroses da representação da Opas no Brasil, Carlos Melo, em entrevista à Agência Brasil.
“A gente não deve olhar unicamente a questão da transmissão e do número de casos. A gente tem que ter um olhar para o óbito, que é o primeiro objetivo no controle de uma epidemia, diminuir o número de óbitos e depois diminuir casos graves”, afirmou Melo.
A declaração do representante da Opas chega após o Brasil apresentar um cenário de 3,1 milhões de casos prováveis de dengue nas 14 primeiras semanas de 2024, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (11). O dado representa 1.529 casos para cada cem mil habitantes.No ano passado foram registrados 1,6 milhão de casos totais.
Carlos Melo atribui a redução proporcional do número de mortos ao conjunto de ações coordenadas pelo Ministério da Saúde, que inclui a vacinação focada no público mais atingido por casos graves e a assistência aos pacientes.
O diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, pediu aos líderes e tomadores de decisão, através de um comunicado divulgado na última sexta-feira (9), que garantam que a saúde mental seja colocada no topo das agendas políticas e integrada a todos os setores e políticas, a fim de enfrentar o agravamento das condições de saúde mental nas Américas devido à pandemia da Covid-19.
"A saúde mental dos povos das Américas foi gravemente afetada pela pandemia e seus efeitos em nossas vidas, economias e sociedades", disse Jarbas Barbosa na coletiva de imprensa que lançou o relatório Nova Agenda para a Saúde Mental nas Américas, preparado pela Comissão de Alto Nível da OPAS sobre Saúde Mental e Covid-19.
A saúde mental é historicamente uma fonte significativa de incapacidade e mortalidade nas Américas, sendo responsável por quase um terço de todos os anos vividos com uma incapacidade. A pandemia da Covid-19 aumentou ainda mais os fatores de risco para problemas de saúde mental, incluindo desemprego, insegurança financeira, luto e perdas.
Apesar do alto nível de problemas de saúde mental na região, a grande maioria das pessoas com um problema de saúde não recebe os cuidados de que precisa. Em 2020, mais de 80% das pessoas com um problema grave de saúde mental, incluindo psicose, não receberam tratamento.
A Diretora da OPAS destacou que a falta de acesso ao cuidado se deve a uma variedade de fatores que antecedem a pandemia, incluindo: baixo investimento, apenas 3% dos orçamentos de saúde dos países são alocados para a saúde mental; dependência de hospitalização de longa permanência quando a maioria dos problemas de saúde mental pode ser resolvida na comunidade; escassez crônica de pessoal de saúde mental capacitado; e acesso reduzido a serviços para aqueles que vivem em situações de vulnerabilidade.
Para abordar essas questões, em maio de 2022, a OPAS criou a Comissão de Alto Nível sobre Saúde Mental e Covid-19. A Comissão, composta por 17 especialistas de governos, sociedade civil, academia e pessoas com experiências vivenciadas em saúde mental, produziu um relatório com orientações para a OPAS sobre como promover a saúde mental na região durante e após a pandemia.
O relatório da Comissão, Uma Nova Agenda para a Saúde Mental na Região das Américas, fornece aos países dez recomendações para melhorar a atenção à saúde mental:
- Elevar a saúde mental em nível nacional e supranacional.
- Integrar a saúde mental em todas as políticas.
- Aumentar a quantidade e melhorar a qualidade do financiamento para a saúde mental.
- Garantir os direitos humanos das pessoas que vivem com problemas de saúde mental.
- Promover e proteger a saúde mental ao longo de todo o ciclo de vida.
- Melhorar e expandir os serviços e cuidados de saúde mental baseados na comunidade.
- Fortalecer a prevenção ao suicídio.
- Adotar uma abordagem transformadora de gênero para a saúde mental.
- Abordar o racismo e a discriminação racial como um dos principais determinantes da saúde mental.
- Melhorar os dados e as pesquisas sobre saúde mental.
"Investir em saúde mental é fundamental para promover o desenvolvimento humano equitativo e sustentável para que todos possam viver com bem-estar e dignidade", disse Epsy Campbell Barr, presidente da Comissão e ex-vice-presidente da Costa Rica. "Devemos nos lembrar de que o ônus da saúde mental não é uma luta particular, mas uma crise de saúde pública que exige ação urgente e imediata.
"Hoje, não lançamos apenas um relatório; lançamos um farol de esperança, um roteiro para a mudança na forma como vemos, tratamos e priorizamos a saúde mental nas Américas. Agora está em nossas mãos mudar a forma como abordamos a saúde mental, especialmente em uma crise global que a afetou profundamente", acrescentou Nestor Mendez, co-presidente da Comissão e diretor geral adjunto da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O médico epidemiologista brasileiro Jarbas Barbosa da Silva Jr. foi nomeado pelo Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) como diretor regional para as Américas a partir do dia 1° de fevereiro. O anúncio ocorreu durante o 152º encontro do Conselho Executivo da instituição, em Genebra, na Suíça, nesta segunda-feira (31).
O epidemiologista sucede Carissa F. Etienne, da República Dominicana, que lidera a organização desde 2012. Jarbas foi eleito diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em setembro de 2022, durante a 30° Conferência Sanitária Pan-Americana em Washington, nos Estados Unidos.
Jarbas Barbosa da Silva Jr. é formado em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco e é especialista em Saúde Pública e Epidemiologia pela Fiocruz. Ele também é mestre em Ciências Médicas e doutor em Saúde Pública pela Unicamp.
Antes de se tornar diretor assistente da OPAS, Jarbas Barbosa foi diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Brasil, de 2015 a 2018.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
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