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O instrumentista Armandinho Macedo está neste domingo (19) aproveitando o Carnaval de Salvador no Expresso 2222. Em entrevista ao Bahia Notícias, o artista falou da importância das homenagens de Daniela Mercury a Dodô e Osmar, criadores do trio elétrico.
“Daniela sempre fez homenagem maravilhosa, é uma que ela fez que homenagem que consagra os inventores do trio elétrico e da guitarra baiana. Toda homenagem é bem vinda, comemoramos agora os 100 anos do velho Osmar. Esse Carnaval é especialíssimo que é a volta do grande Carnaval, as energias, a vontade, a alegria é redobrada.”, declarou.
No camarote, Armandinho se encontrou com a primeira-dama Janja Lula da Silva, que ele define como uma fã e grande amiga. “Janja é minha amiga, uma fã dos meus trabalhos, de muito tempo. É uma felicidade encontrá-la aqui, agora que ela não tem mais tempo para nada. É a primeira-dama e eu tenho o maior orgulho disso, é minha amiga. Uma pessoa que está ocupando um grande cargo no Brasil e eu tenho a maior felicidade.”, destacou.
Das fobicas aos caminhões que hoje arrastam multidões ao som de gêneros musicais dos mais ecléticos, os 70 anos do Trio Elétrico são tema do carnaval do governo da Bahia em 2020. Para contar detalhes desta história, Armandinho Macêdo conversou com o Bahia Notícias e lembrou de alguns episódios interessantes sobre a invenção de seu pai, Osmar, e do amigo Dodô.
O Trio Elétrico, que na verdade era o nome de um conjunto musical e não do equipamento, surgiu em 1950, após os criadores presenciarem um desfile de uma orquestra de frevo pernambucana pelas ruas de Salvador. “Meu pai já gostava de frevo, e quando ele viu o povo enlouquecer com aquele Vassourinha, ele: ‘olha, essa é a música que vai detonar aqui!’”, recorda Armandinho. “Meu pai tinha uma [fobica] que ele dizia que usava no começo da metalúrgica dele para carregar as ferragens dele. E aí ele abriu o fundo, ampliou, fez meio caminhonete para carregar as ferragens dele, aí ele fez isso. Disse: ‘Olha, Dodô, já tenho meu carrinho, já tem um fundo aberto, vai eu e você ali, a percussão vai andando pelo chão e a gente sai tocando’. Rapaz, o negócio fez um sucesso! Quando saiu tocando aquele cavaquinho, aquelas cornetas, o povo enlouqueceu. E ele foi para a Castro Alves porque ele sabia que ali não tinha carnaval oficial e ficava sempre uma galera fazendo batucada, tinha uma concentração de um povão mais pobre que não tinha clube, que não participava daquele corso, daquele desfile de carros alegóricos e tal. E aí ele levou pra lá”, conta o músico, lembrando ainda que a novidade provocou euforia e confusão ao encontrar o Carnaval oficial. “Foi aí que deu um problema danado, porque na frente do Carnaval vinham uns homens na cavalaria, anunciando os que iam na frente. Quando eles chegaram perto do negócio, que viram ‘terenrenren’, diz que os cavalos empinaram, um caiu, se machucou, aí veio a polícia. Prende, não prende, leva e tal, mas o povo todo ‘solta, solta!’”, conta Armandinho.
Criador da guitarra baiana, o multi-instrumentista falou com o BN sobre a evolução da festa, a inclusão dos vocais nos trios elétricos a partir de Moraes Moreira, além da importância da valorização e continuidade do “que representa a cultura baiana”, a exemplo dos blocos afro e afoxés.
Armandinho destaca ainda que considera mais do que justa a homenagem aos 70 anos do Trio Elétrico e diz que não existe tema mais democrático. “Veio uma conversa de ‘ah, é que o pessoal está querendo uma coisa mais genérica, pra não favorecer a um e a outro’. E eu ainda falei: ‘mais genérico que o trio elétrico…’ (risos). Todo mundo, é bloco afro, axé, pagode, sertanejo, está todo mundo em cima do trio elétrico. Então, tá todo mundo utilizando o veículo, o carnaval da Bahia é feito por trios elétricos”, defende o artista, que subiu pela primeira vez no trio ainda criança, aos 10 anos, e permanece até hoje, junto com seus irmãos.
No show, que tem também um aspecto teatral, o público irá conferir uma retrospectiva da carreira da artista, através de suas influências. Um dos destaques no repertório é o frevo “Tatiane”, de Osmar Macedo, que foi uma grande referência para Lan Lanh. “Quando eu era bem jovem, começando na música, eu fui conhecer o seu Osmar. Ele recebia os jovens músicos na casa dele, na Ribeira, e tocava pra gente ouvir”, lembra a artista, que na ocasião aproximou-se também de Armandinho Macêdo, com quem tocou por muito tempo. “E ai eu vou pincelando algumas músicas de alguns compositores e algumas histórias que fizeram parte desses 30 anos, além das minhas músicas autorais do último disco que lancei, que é o disco “Mi””, explica a percussionista, lembrando que o set-list tem muito do afro-jazz e do afro-samba, como a canção “O Canto de Xangô”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes. “Toco também um compositor que me inspirou muito na música, que é o Moacir Santos, um grande maestro que mexeu muito com essa coisa de orquestra e percussão afro, que também é a minha base. Minha base na percussão foi muito focada nas coisas da Bahia, principalmente na minha grande mestra, que foi a Mônica Millet. Na época que montei a Rabo de Saia eu era baterista e ela tocava percussão e veio dai o meu interesse pela percussão, porque na verdade comecei minha carreira como baterista”, revela a artista.
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Lan Lanh ao lado de Armandinho Macêdo | Foto: Arquivo
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A artista iniciou a carreira como baterista, mas hoje sua base musical é a percussão | Foto: Arquivo
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Lan Lanh acompanhou a cantora Cyndi Lauper em turnê mundial | Foto: Arquivo
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