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paroquia santo antonio alem do carmo
A Solenidade de Pentecostes será vivenciada pela Igreja no mundo inteiro, no próximo domingo (19). Na Arquidiocese de São Salvador da Bahia, a Paróquia Santo Antônio Além do Carmo celebra com uma programação especial, realizada há 254 anos: na Festa do Divino Espírito Santo será libertado, pelo Poder Judiciário e o Ministério Público da Bahia, um preso.
De acordo com o pároco, padre Jailson Jesus, este ato de libertar uma pessoa apenada acontece desde o início da tradicional festa, há mais de dois séculos e meio. Para que isso seja possível, a Irmandade do Divino Espírito Santo e o pároco fazem contato com os órgãos responsáveis, que já preveem a libertação de alguém que cumpriu a pena. “Desde bem antes dessa festa, nós já estamos em contato com o Poder Judiciário e o Ministério Público, para que a libertação deste preso possa acontecer. Tradicionalmente, o Menino Imperador lê o decreto de libertação e toca aquele preso com o cetro, como era feito pelo Imperador”, explica o padre Jailson.
Sobre o Menino Imperador, também é uma tradição mantida pela Paróquia Santo Antônio Além do Carmo, única da Sé Primacial do Brasil que conserva a festa do mesmo modo que foi iniciada em 1770. Representando o Espírito Santo, que é o advogado, um menino é escolhido pela Irmandade do Divino Espírito Santo, coroado, recebe o cetro e as vestes de realeza. É este menino que lê o decreto de libertação e declara que aquele preso está livre.
Este ano, o Menino Imperador é Lucas Souza Santos (nas fotos). Foto: Sara Gomes/Arquidiocese de Salvador
“Nos primeiros anos da festa, o Forte do Barbalho e o Forte de Santo Antônio, próximos à Igreja, eram cadeias públicas. Como os presos pobres não tinham como pagar as fianças, a Irmandade e o Menino Imperador da Festa do Divino saíam, durante todo o ano, recolhendo esmolas e assim pagavam o valor devido de quem estava preso, que recebia a liberdade. Por isso, o Menino Imperador representa o Espírito Santo, que é o Defensor”, conta o padre Jailson, destacando que, nos próximos anos o desejo é que a pessoa que for libertada seja acompanhada pela paróquia, juntamente com a Pastoral Carcerária, para ajudá-la na ressocialização.
O ato da leitura do decreto acontecerá ao final da Santa Missa que terá início às 10h, e será presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, Dom Marco Eugênio Galrão. Antes, às 9h, a Irmandade do Divino Espírito Santo irá se dirigir até a Igreja Nossa Senhora do Boqueirão para buscar o Menino Imperador que, com vestes de realeza e acompanhado por pessoas que representam, nas vestimentas, membros da Coroa Portuguesa, caminharam de volta até a Matriz da Paróquia Santo Antônio Além do Carmo.
Neste sábado (2), a Paróquia Santo Antônio Além do Carmo acolherá o novo pároco, padre Jailson de Jesus, que sucederá o padre Ronaldo Marques Magalhães, falecido no dia 9 de julho deste ano. A Santa Missa com o rito de posse terá início às 18h, na Matriz (Largo de Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador), sob a presidência do Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha.
De acordo com o padre Jailson, embora os desafios pastorais sejam muitos, o desejo de colaborar com o pastoreio desta porção do povo de Deus é imenso. “É uma grande responsabilidade substituir o padre Ronaldo, por sua história naquele bairro; foram 20 anos na paróquia. Mas, a minha sensação é de alegria, é uma nova missão, uma nova paróquia. Eu já conheço muitas pessoas da comunidade, pois, desde a Quaresma, quando o padre Ronaldo já estava doente, eu o estava ajudando nas celebrações e nas missas. Agora que veio essa confirmação do nosso Cardeal, eu só posso agradecer a ele por essa confiança que deposita em minhas mãos e me alegro bastante com esse momento”, afirma o sacerdote.
Na Santa Missa com o rito de posse, o padre Jailson receberá as chaves da Igreja e do sacrário, o óleo dos catecúmenos e a estola roxa, simbolizando os sacramentos que serão concedidos aos fiéis, por meio da graça de Deus. “A Missa terá início com leitura da provisão, ou seja, aquele documento que o Arcebispo escreve dando ao padre o pastoreio da paróquia. Em seguida, receberei o evangeliário e proclamarei o Evangelho, pois é o pároco o responsável por pregar a Palavra de Deus na paróquia. Também receberei a estola roxa, pois o sacerdote tem o dever de administrar o sacramento da penitência. Receberei, ainda, as chaves da Igreja e do sacrário das mãos do Arcebispo, e veja como isso é simbólico: é o Arcebispo quem entrega as chaves ao pároco. Também farei a profissão de fé nas verdades católicas e o compromisso de fidelidade e de obediência ao Arcebispo da Arquidiocese”, explica.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Wilson Witzel
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e a Polícia Federal. No meu governo, a Polícia Civil e a Militar sempre tiveram total independência".
Disse o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, ao negar que manteve qualquer tipo de relação, seja profissional ou pessoal, com o juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo caso de Flavio Bolsonaro (PL), e jamais ofereceu qualquer tipo de auxílio a qualquer pessoa durante seu governo, após vazementos de áudios atribuidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).