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Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

planejamento

Promessa da natação, Celine Bispo altera planejamento para antecipar projeto olímpico e disputar Paris-2024
Foto: Willyam Nascimento / FBDA

Promessa da natação brasileira, a nadadora Celine Bispo pretendia disputar o primeiro Jogos Olímpicos na carreira em Los Angeles-2028. No entanto, o sonho da baiana poderá ser antecipado para a edição de Paris-2024, devido ao bom resultado alcançado no Troféu Brasil, em que foi campeã dos 50m borboleta, realizado em Recife, no início do último mês de junho.

 

"Foi do nada. Do nada assim, estamos sempre treinando e visando os melhores resultados sempre, conseguir o melhor desempenho em toda competição. Mas foi inesperado, aconteceu muito rápido. Estou agarrando essa oportunidade, vou com unhas e dentes atrás dessa vaga nas Olimpíadas. Espero que seja meu ano de estrear em 2024. Se não for, não tem problema, a gente vai em 2028. Mas se for para ser em 2024, estaremos lá!", afirmou em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Foto: Satiro Sodré / CBDA

 

A ideia inicial era preparar Celine para os Jogos de Los Angeles, como disse Luiz Pato, gerente geral do Yacht Clube da Bahia (YCB), onde a atleta treina. Segundo ele, a jovem, de 18 anos, já assimilou a possibilidade.

 

"Na natação para Celine, o que se pensava desde o início seria Los Angeles-2028. Só que o desempenho e a evolução dela têm sido tão bons. Não que sejam surpreendentes, mas tem sido bons e rápidos, a gente já começa a pensar numa possibilidade de classificação para Paris-2024. Ela já assimilou isso, o técnico já enxerga isso, embora tudo isso seja feito com muito pé no chão", falou.

 

Mas para sonhar com Paris no ano que vem, Celine vai precisar fazer algumas mudanças no planejamento. De acordo com o seu técnico Murilo Barreto, a jovem precisará antecipar algumas etapas de profissionalização, como por exemplo, realizar treinamentos especiais que faria mais para frente. Além de escolher as competições para não atrapalhar a preparação para as seletivas que levarão para a capital francesa em julho do ano que vem. 

 

"Altera primeiro na questão da profissionalização da atleta. Ela tem que realmente só viver esse momento pensando nesse índice e eu, como treinador, também. Um treinamento em altitude, que é uma forma em que podemos sair do país e ir para um centro de treinamento com menos oxigênio, porque quando ela descer para o litoral poderá ter um rendimento maior. É uma coisa que a gente pensava em fazer mais no futuro, mas vamos tentar antecipar isso para fevereiro ou final de janeiro. Aquelas competições que íamos do Norte ao Nordeste, vamos ter que selecionar um pouco mais. "Ah, virou estrela e não compete mais". Não é isso, é porque a gente tem que focar no treino. Então, tem algumas coisas que ela vai ter que abrir mão em detrimento do treinamento para essas seletivas", explicou.

 

Enquanto Murilo pensa em todo o planejamento, Celine foca nos treinamentos.

 

"A gente não faz nada extraordinário. É treino. Treino é a palavra. Óbvio que agora nosso planejamento... Existe macro e micro de treinamento. Como a gente deu uma antecipada nas coisas, vamos ter que... Isso tudo é meu técnico, que é uma cabeça de gênio. Estamos antecipando isso sim, a gente visa competições que são seletivas olímpicas, fora do Brasil. Mas assim, nada extraordinário, digamos assim. Estamos mudando o treinamento, vamos fazer isso, não. Vamos treinar. Está dando certo o que estamos fazendo e é isso. Treinar, treinar e treinar", comentou a atleta.

 

Foto: Reprodução / Instagram

 

EQUIPE DE REVEZAMENTO DA SELEÇÃO BRASILEIRA
Neste momento, Celine Bispo embarcou para o Japão, onde será disputado o Mundial de Fukuoka 2023. A competição acontece entre os dias 23 e 30 de julho. A baiana foi convocada pela seleção brasileira para a equipe de revezamento 4x100m livre feminino.

 

Além do Mundial de Fukuoka, Celine Bispo também tem outro importante evento na agenda, os Jogos Pan-Americanos 2023, cuja vaga veio com o título do Troféu Brasil. A competição continental vai acontecer entre os dias 20 de outubro e 5 de novembro, em Santiago, no Chile.

 

"Nossas competições-alvos são ela [o Pan-Americano]. Acho que vamos voltar com bons resultados de lá, se vier alguma medalha é lucro, será muito bem-vinda. Lutar por ela, a gente vai sempre, é claro. Mas espero que lá seja um divisor de águas na minha vida, com bons resultados. Que eu volte com uma medalhinha, quem sabe? Acho que volto", projetou Celine. "Estou bem tranquila, sabe? Quero viver muito as experiências, aproveitar que estarei lá. Deve ser uma experiência única, mas estou sim ansiosa para poder competir, dar o meu melhor, mas estou com o coração tranquilo", completou.

 

FUTURA "CESAR CIELO"?
Murilo Barreto rasgou elogios a Celine Bispo. Para ela, a jovem nadadora tem potencial para fazer história na natação, como Cesar Cielo. O campeão olímpico dos 50m livre de Pequim-2008 anunciou aposentadoria em abril deste ano. Além de ser hexacampeão mundial, ele ainda segue como dono do recorde dos 50m livres com 20s91.

 

"Eu não tenho dúvida. Celine é um talento. Acho que a cada década pode aparecer um talento como Ana Marcela ainda é. A gente tem que saber lapidar e é isso que a gente no Yacht está sabendo fazer isso. Cuidar da atleta, cuidar da parte mental e física para não ter desgaste e não dar um passo além do que ela realmente pode dar. Acredito que Celine pode sim ser uma finalista olímpica. Ela tem um porte atlético, tem toda característica de uma campeã", analisou. "Acredito que sim, ela pode sim. Acho que tendo apoio... Tudo isso precisa de apoio, porque a construção de um atleta, não é só força de vontade. Acho que Celine ainda tem uma limitação mental do que ela pode fazer. Isso ainda está sendo desconstruído. Às vezes ela fala: "Ah, eu posso ir até 55 [segundo]". Aí eu falo: "Não, você pode ir até 54". Essa coisa dela desconstruir alguns tempos que ela tem, ainda como se fossem inatingíveis, estamos trabalhando nisso. É um ponto que ela precisa melhorar. Quando você fala em atletas velocistas, provas de 50m, 100m livres, a quantidade de competidores que tem é muito grande. E pessoas que estão dispostas a se dedicar e clubes a investir para que esses atletas cheguem como os melhores, não são muitos. Então, acho que Celine pode ser uma diferença na natação brasileira", completou.

Celine Bispo e Murilo Barreto | Foto: Reprodução / Instagram

Do acesso à semifinal do Baianão: Itabuna começou planejamento antes de disputar a Série B de 2022
Foto: Laura Lopes / Itabuna

Geralmente quando sobe de divisão, a expectativa é que o time lute para não ser rebaixado logo no seu primeiro ano. Assim como fez o Barcelona de Ilhéus na última edição, o reestreante Itabuna não apenas evitou a queda como abocanhou uma vaga na semifinal do Baianão 2023. Após um bom início de competição, o Dragão do Sul oscilou, mas conseguiu se manter no G-4 ao final da primeira fase e terminou em quarto lugar com 15 pontos, dois a mais que o quinto. A classificação veio com a goleada sobre o Bahia por 4 a 0, na última rodada. Para o presidente Rodrigo Dantas, o feito alcançado é fruto de um trabalho que começou antes mesmo da disputa da Série B estadual de 2022.

 

"A classificação para a gente é uma coroação de um trabalho que vem sendo realizado desde o planejamento que a gente fez no retorno ano passado para a Segunda Divisão", resumiu em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Foto: Felipe Carregosa / Itabuna

 

Ainda segundo Dantas, a diretoria chegou a cogitar entrar na Série B de 2021. No entanto, a pandemia global do novo coronavírus, iniciada em 2020, obrigou a cúpula do Dragão do Sul a adiar os planos por uma temporada.

 

"Tivemos a oportunidade de voltar em 2021, mas preferimos esperar por causa da pandemia para que pudéssemos estruturar melhor e voltar com chances de realmente subir e foi o que aconteceu, acabamos sendo campeões", disse.

 

Com o título da segunda divisão do ano passado na sala de troféus, a diretoria deu sequência ao trabalho de planejamento, desta vez com foco na disputa da elite.

 

"Continuamos com o planejamento. Logo após a competição iniciamos o planejamento para o ano de 2023 na primeira divisão. Começamos os trabalhos já em novembro, com trabalho mesmo de campo, de treinamento. Permanecemos com o nosso técnico Serginho [Araújo], montamos a comissão técnica e começamos a buscar os atletas. Tudo isso com antecedência. Tudo foi planejado para que a gente pudesse conquistar os objetivos", falou o dirigente. "O primeiro objetivo era permanecer na primeira divisão. O segundo era classificar para a semifinal", continuou.

 

Rodrigo Dantas e Sérgio Araújo (no meio) | Foto: Divulgação / Itabuna

 

ADVERSÁRIO BILIONÁRIO

Na semifinal, o Itabuna vai enfrentar o Bahia. Por ter fechado a primeira fase na liderança da tabela com 21 pontos, o Tricolor terá a vantagem de decidir o confronto em casa. Rodrigo Dantas admitiu a superioridade do adversário, que recentemente recebeu um investimento bilionário com a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para o poderoso Grupo City. No entanto, o mandatário acredita que sua equipe pode surpreender em campo e avançar para a final.

 

"Vamos pegar o Bahia com toda a estrutura que tem, mas a gente também vai buscar o nosso objetivo que é classificar para a final e buscar o troféu. Dentro de campo são 11 contra 11, claro que temos que respeitar todos os adversários, inclusive o Bahia, mas vamos buscar a vitória e a classificação. Acreditamos realmente que temos essa capacidade. A competição foi muito desgastante, tivemos altos e baixos. Teremos tempo para recuperar, mais tempo ainda para treinar e enfrentar o Bahia. Acreditamos que podemos conquistar a vaga para a final. Estamos com uma estrutura muito boa, estamos dando estrutura aos atletas nos treinamentos, fazemos todo o acompanhamento tanto nutricional como com suplementos. Tudo isso para tentar igualar um pouco essa questão estrutural de montagem de equipe, né? A gente sabe que o Bahia tem todo um um know-how de primeira divisão do Campeonato Brasileiro, mas a gente tem também atletas e comissão técnica que tem a nossa confiança. Podemos surpreender sim", apostou.

 

Itabuna goleou o sub-20 do Bahia na primeira fase do Baianão | Foto: Laura Lopes / Itabuna

 

O primeiro jogo entre o Dragão do Sul e o Tricolor ficou marcado para o próximo dia 11, no outro sábado, às 16h, no Estádio Antônio Elias Ribeiro, em Camacã. Enquanto a partida de volta ficou para o sábado seguinte (18), no mesmo horário, na Arena Fonte Nova. 

 

DE OLHO NO CALENDÁRIO DE 2024

Além do sonho de brigar pelo título da elite, chegar na final representa ao Itabuna ter calendário no próximo ano. Por estar retornando à Série A estadual, a equipe profissional não terá mais compromissos no restante do ano. A menos que a Federação Bahiana de Futebol (FBF) finalmente reative a Copa Governador do Estado. O torneio não é realizado desde 2016, mas sempre aparece entre as disputas da temporada promovidas pela entidade.

 

"Nós subimos no ano passado, por causa disso a gente só tem o calendário do Campeonato Baiano do profissional. Acabou o estadual não tem mais calendário. Então, as vagas agora que estão em disputas aí serão muito importantes para que a gente possa fazer um trabalho para 2024", comentou.

 

O Baianão distribui vagas para a Série D do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Copa do Nordeste, além da fase preliminar do torneio regional. Dantas destacou que se classificar para essas competições é importante para a sequência da reestruturação do clube.

 

"Nosso trabalho tem sido de reestruturar o Itabuna para que realmente venha a se fixar entre os melhores da Bahia, do Nordeste, enfim, quanto mais a gente puder crescer. Então, vamos precisar de calendário e vamos buscar trabalhar para conseguir essas vagas, na Série D, na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste. A Pré-Copa do Nordeste já está garantida", pontuou. "Série D vamos buscar, porque são duas para o Campeonato Baiano e uma para a Copa Governador do Estado. Se não tiver a Governador do estado, a gente também já vai estar garantido. E a Copa do Brasil serão os três melhores da competição, então vamos buscar. Se conseguirmos passar, acredito que podemos passar pelo Bahia, chegar na final para garantir também a Copa do Brasil. Aí fazemos o calendário todinho", finalizou.

 

Itabuna conquistou o título da Série B estadual de 2022 | Foto: Divulgação / Itabuna

Descapitalizados, blocos afro se reinventam para superar pandemia sem shows e Carnaval
Foto: Naiara Barros / Odú Comunicação

Cidade com vocação turística, cuja cultura é um dos seus maiores atrativos, Salvador já está há cerca de dez meses sob decretos oficiais que proíbem aglomerações e grandes eventos. O objetivo é cumprir protocolos sanitários necessários para conter o avanço do novo coronavírus (clique aqui e aqui). 

 

Enquanto espera a liberação da vacina e a consequente contenção da pandemia, o setor de eventos da capital baiana vive momentos dramáticos. Se em tempos pré-Covid a esta altura do ano a cidade já fervilhava de ensaios e estava preparada para receber os visitantes para o Carnaval no mês de fevereiro - só em 2020, de acordo com dados da prefeitura, 16,5 milhões de pessoas circularam pelas ruas de Salvador neste período -, em 2021, artistas, produtores, população, turistas e até governos trabalham com a incerteza e calculam o prejuízo causado pelo cancelamento da festa. Para se ter uma ideia, a última edição da folia momesca teve um retorno divulgado de cerca de R$ 1,8 bilhão. 

 

Diante do contexto, o secretário do Turismo da Bahia, Fausto Franco, estimou a perda de mais de R$ 1 bilhão em receitas pela não realização do Carnaval (saiba mais). O número é o mesmo calculado por Jairo da Mata, atual presidente do Conselho Municipal do Carnaval de Salvador (Comcar). “Não tenho como mensurar em números exatos globalmente, mas são milhões de reais perdidos nesse sentido. Na verdade, acredito que seja quase R$ 1 bilhão, até porque existe o pré e pós-Carnaval”, diz o dirigente.

 

Jairo da Mata - Foto: Divulgação/Comcar

 

Mata destacou ainda que o impacto negativo do cancelamento da festa se estende tanto do ponto de vista econômico, quanto cultural. “A perda econômica é muito grande, pois sabemos que a cadeia produtiva é forte, já que passa por camarotes, blocos até ambulantes e cordeiros. Tudo isso envolve a economia da cidade. Além disso, temos o impacto lúdico, pois, além de ser uma festa de atrativo cultural marcante, é também o momento - sobretudo das classes menos favorecidas - de desaguar as mágoas; é como se fosse uma terapia coletiva que nos traz um certo conforto espiritual. É sem dúvida a maior festa popular do Brasil e a Bahia tem o maior Carnaval do país”, avalia, lembrando que todo o Brasil sofre com a paralisação dos grandes eventos, especialmente Salvador, por ser uma cidade de serviço. “A não realização impacta na gastronomia, hotelaria, transporte, setor musical etc”, pontua.

 

À frente da Saltur, Empresa de Turismo vinculada à prefeitura de Salvador, Isaac Edington explica que a decisão de abortar o Carnaval se dá para “preservar a vida das pessoas”, sem desmerecer a importância do evento. “Infelizmente, a nossa maior festa, tão importante para nossa cultura, nossas tradições e, sobretudo, para nossa economia, não poderá ser realizada até que tenhamos a população vacinada. Dessa forma, por consequência, todas as ações previstas estão canceladas”, disse o presidente da Saltur, descartando a possibilidade de manter os editais e apoios do Executivo municipal específicos para a realização da festa este ano. 

 

Isaac Edington - Foto: Paulo Victor Nadal/Bahia Notícias

 

“Todo esforço da prefeitura está bastante voltado para assistência à saúde, assistência social, bem como iniciativas de combate à disseminação da pandemia e, também, do retorno responsável e gradual das atividades econômicas, sobretudo retomar o calendário de eventos, com toda segurança”, explica.

 

A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), por sua vez, informou por meio de nota que “diante da suspensão da realização do Carnaval em fevereiro 2021, os apoios destinados às programações artísticas/culturais ficam interrompidas até a nova definição” e estabeleceu que “as modalidades de apoio serão definidas depois que o novo modelo da festa for decidido”.


SITUAÇÃO DOS ARTISTAS

Para driblar as adversidades, o ambiente digital acabou sendo uma das alternativas paliativas de muitos artistas em 2020, mas nem todos conseguiram atrair uma audiência suficiente para monetizar o trabalho e tampouco apoios importantes da iniciativa privada. O mesmo se reflete agora no período do Carnaval. 

 

Se, por um lado, nomes como Ivete Sangalo e Claudia Leitte, dois dos maiores expoentes comerciais da música baiana, já se uniram para apresentar um show no dia 13 de fevereiro (veja aqui), assim como Léo Santana, Harmonia do Samba e Parangolé, que repetirão o projeto “O Encontro”, focados na festa do momo (veja aqui), e Bell Marques com o evento virtual no domingo de Carnaval (veja aqui), os Filhos de Gandhy, por exemplo, ainda não sabem sequer se colocarão o bloco na rua virtualmente por falta de patrocínio. 

 

“Pra Bell, pra Ivete, pra vários, eles já têm um nome, um marketing que banca. O que é o Filhos de Gandhy? É um afoxé. E o que é um afoxé? É um candomblé, é igual a casa religiosa pra se manter. Então, se a gente não tem apoio, não tem recurso próprio para fazer. A gente está conjecturando fazer uma live no domingo ou terça de Carnaval, mas pra isso a gente precisa de pelo menos um mínimo pra poder pensar em executar. Infelizmente, bloco de matriz africana sofre muito, existe uma grande discriminação”, lamenta o presidente do bloco, Gilsoney de Oliveira.

 

Gilsoney de Oliveira - Foto: André Frutuôso/Secult

 

Em 2020 o grupo tentou fazer um evento online, mas não conseguiu apoio para custear sequer os requisitos técnicos de som, iluminação e internet. E segundo o dirigente, sem a ajuda anual do governo do estado e da prefeitura, dificilmente os blocos afro e afoxés conseguiriam desfilar nos carnavais.

 

Gilsoney conta que os meses parados por conta da pandemia atingiram em cheio o bloco, que deixou de realizar mais de uma dezena de eventos de seu calendário religioso e atualmente aguarda as orientações do poder público para se preparar - ou não - para o Carnaval, seja no segundo semestre de 2021 ou apenas em 2022.

 

“Todo mês a gente tem uma responsabilidade religiosa em paralelo ao Carnaval. E quando chega no segundo semestre aí que começamos a contatar com relação às fantasias, porque o Gandhy não tem um abadá que você coloca camisa e pronto. Ele tem uma fantasia que vai do pé à cabeça, são muitos ítens. E começa no segundo semestre a construir essa questão do Carnaval. A gente tem aí evento de Santa Luzia, Santa Bárbara, Rio Vermelho, Festa de Oxossi, tem muito evento, mas parou tudo, e aí acumulou e nós não podemos fazer nada, temos que aguardar, de fato, se restabelecer essa questão do surto”, declarou Oliveira. 

 

Ele garantiu ainda que, caso até março haja alguma definição sobre a possibilidade da festa acontecer no segundo semestre, os Filhos de Gandhy estarão à postos para desfilar. Do contrário, não haveria tempo hábil para a organização.

 

O Ilê Aiyê, por sua vez, vive um momento ainda mais delicado, já que, além de lidar com os problemas da pandemia que acomete a todos, ainda precisa sanar uma dívida trabalhista de R$ 400 mil que pode fazê-lo perder a Senzala do Barro Preto, sede do bloco localizada no bairro do Curuzu, em Salvador (clique aqui e saiba mais). 

 

Com os decretos que proíbem as aglomerações, não só as atividades artísticas do Ilê foram impactadas, mas também todo o trabalho social promovido pela entidade. “A sede está parada, não tem como arcar com salários. É a maior dificuldade um espaço daqueles com conta de água, de luz... Foram suspensas as aulas da Escola Mãe Hilda, a gente tem até proposta de curso profissionalizante, mas não pode levar nada em frente, por causa da pandemia. Mas estou esperançoso, levando muita fé que isso vai passar”, declara Antônio Carlos dos Santos (Vovô), presidente do bloco. 

 

Vovô do Ilê - Foto: André Frutuôso/Secult

 

“É um impacto muito grande em tudo, nas fantasias, nos ensaios. Também para a comunidade que vem sofrendo, as pessoas que trabalham nessa época, o porteiro, seguranças, costureiras... E a gente deixa também de arrecadar com os eventos, a Noite da Beleza Negra, os shows que fazíamos durante o ano”, acrescenta, lembrando que em 2020 o Ilê teve duas apresentações nos Estados Unidos - em Washington e Chicago - canceladas, além da suspensão de uma turnê nacional que circularia por sete capitais com patrocínio da Petrobras.

 

Esperançoso, apesar de desacreditar na possibilidade de ainda este ano ocorrer a festa momesca, Vovô contou que atualmente o Ilê prepara um festival de música virtual, com apoio da Lei Aldir Blanc, e não descarta a realização de uma live no sábado de Carnaval. 

 

Com este propósito e para outros projetos, além de pagar a dívida trabalhista, ele diz que segue em constante atividade. “Está devagar, mas caminhando, não paramos de nos movimentar aqui no Brasil e fora, para que as pessoas que têm condição, para o próprio governo e a prefeitura, façam parcerias com a gente e nos ajudem”, conta Vovô, lembrando que a campanha virtual voltada para arrecadar fundos e evitar o despejo permanece aberta para colaboradores. “Efetivamente temos muito pouco, conseguimos arrecadar R$ 150 mil até agora, mas a campanha segue e nós vamos conseguir”, disse o dirigente. 

 

Enquanto o Ilê trabalha com foco na esperança, para o Cortejo Afro a palavra é planejamento. Ainda em março de 2020, o bloco percebeu os perigos da pandemia e se preparou, mantendo um lastro que lhe permite “respirar” até meados deste ano. 

 

“Antes do Carnaval [de 2020], todos sabiam que isso [a pandemia] ia chegar no Brasil. Se em outros países da Europa estava na situação que estava, quando chegasse aqui seria um estrago, como está sendo. Porque também sabíamos que não contaríamos com um governo que fosse aliado ao povo, com relação à luta contra o Covid”, lembra o presidente do bloco, Alberto Pitta. “Mensuramos [os prejuízos da pandemia e da ausência do Carnaval], o Cortejo se organizou nessa direção, fazendo frente aos seus compromissos com os credores, grupo artístico e fornecedores, e, por isso, não devemos absolutamente nada a ninguém”, frisa. Garantiu ainda que quitou por um ano as responsabilidades mensais com internet, água, luz e aluguel do espaço onde guarda o material do bloco.

 

Destacando o “impacto emocional” além do econômico gerados pelo cancelamento do Carnaval convencional, Pitta conta que o Cortejo está preparado para todos os cenários. “Os blocos afro, que sempre têm dificuldade de fazer o Carnaval, sabem como ninguém como ir para o Carnaval, mesmo com as dificuldades. Partindo dessa premissa, estou querendo dizer que é um impacto muito grande para além do financeiro. Ele se resume a um outro compromisso que nós temos com a nossa comunidade, do trabalho que é realizado junto a crianças e adolescentes nos bairros afastados dessa cidade, através dessas organizações, e que culminam no Carnaval. Ele na verdade é uma culminância de tudo isso, das ações cotidianas”, explica, classificando como “péssimo” não ter a festa, mas também admitindo que não há “a menor condição” dela ser realizada em meio à pandemia.  

 

Alberto Pitta - Foto: Betto Jr/Secom

 

Caso as autoridades venham a dar sinal verde para a folia de rua acontecer no segundo semestre, o dirigente reitera que o bloco prontamente irá trabalhar para captar recursos e desfilar. “Estamos de olho nisso, se acontecer, o Cortejo vai, mas vai bem menor. Vai como uma cerimônia de candomblé num deslocamento estético terreiro - rua, como os antigos afoxés, com o tema Asas da Liberdade”, conta, explicando que o mote se dá pela urgência por liberdade. “É o que precisamos. Estamos em tempos de cárcere, literalmente falando. Cárceres por conta da pandemia e cárceres por conta de um Brasil sombrio no dia D e na hora H”, disse ele, ironizando uma fala do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (relembre). Por outro lado, se permanecerem os decretos que determinam a proibição das aglomerações, a alternativa será partir para o ambiente online. 

 

“O Cortejo está buscando organizar o que nós chamamos de Carnaval virtual, que é o Carnaval em tempos de ‘cárcere’. Estamos organizando, provavelmente no domingo de Carnaval, cada um em sua caverna. E as pessoas vão mandar vídeos com as fantasias do Cortejo Afro de anos anteriores. Mas também estamos trabalhando em cima de um projeto, e isso depende muito de apoio, de captação, onde cada convidado do Cortejo - e aí serão poucos - irá receber um corte do tecido e fazer em casa a sua fantasia e mandar pra nós. Vamos ver uma forma de publicizar isso”, detalha Alberto Pitta, sobre as iniciativas em audiovisual, que não serão ao vivo, mas devem sair no período que aconteceria o evento. 

 

Antes da festa momesca, o Cortejo Afro prepara uma live em homenagem à Revolta dos Malês, no dia 25 de janeiro. Paralelo a isso, o bloco executará um projeto contemplado pelo Prêmio das Artes Jorge Portugal, dentro do programa Aldir Blanc, e também foi selecionado em um edital da Sepromi, através do qual realizará a Feira da Economia do Sagrado. “São atividades online que dão essa capilaridade e garantem que as pessoas estejam atuando, trabalhando e sendo remuneradas por tal”, resume o dirigente.

 

Assim como o Cortejo, o Olodum também vem se reinventando para atravessar as turbulências. O grupo já anunciou a realização de uma live no Carnaval (clique aqui) e vem investindo no online e em parcerias para se manter em funcionamento. 

 

“As organizações [afro-brasileiras da cultura] não tinham estrutura financeira, um capital que permita investir em dois, três anos, sem voltar a ter atividades. Mesmo assim, nós fizemos alternativas de fazer várias lives durante esse período, investimos muito na música digital e estamos aguardando para ver se o Carnaval deste ano pode ser feito em julho, mas tudo indica que talvez não tenha. Então, vamos fazer uma live no Carnaval e vamos continuar brigando para existir com a música digital, com as apresentações para o mundo inteiro na forma de lives”, resume João Jorge Rodrigues, presidente da instituição.

 

João Jorge Rodrigues - Foto: Reprodução/Twitter @joaojorgeAkan

 

Para atrair o interesse do público e de investidores, o Olodum tem explorado seu acervo, oferecendo conteúdo especial sobre temas, como a história do bloco e do Carnaval, a vivência no Pelourinho, além de suas músicas. “Começamos a fazer disso um motivo de lives de debates e musicais. A do aniversário do Olodum foi um sucesso em vários lugares do mundo, depois a gente passou quase que mensalmente fazendo uma live pra contar a história da nossa música e da nossa cultura. E foi bom porque ela substituiu um pouco os shows presenciais. Assim a gente manteve o Olodum funcionando todos os dias, todos os meses, com coisas novas, com invenções de assuntos diferentes”, revela João Jorge, destacando que “vender música digital” foi essencial para o equilíbrio financeiro. 

 

“A gente tem muitos discos, músicas, muitas coisas, e também tem a questão da marca. Nós tivemos um apoio importante do TikTok para a Escola Olodum, que nos ajudou bastante. A gente foi buscando alternativas aqui e acolá, para que pudéssemos chegar agora em janeiro de 2021 com atualidade”, conta o presidente, segundo o qual, o segredo da organização é “um conjunto de coisas”, desde se adaptar ao meio digital, explorar o vasto acervo - como já citado -, até buscar apoio junto à iniciativa privada e governos, através de políticas públicas como a Lei Aldir Blanc. “Não dá pra ficar reclamando, dizendo ‘não tem apoio’, tem que ir à luta, então estamos indo à luta”, declara o gestor, que aguarda o sinal verde para que o som dos tambores e de seu samba-reggae possa voltar a soar livremente - e com segurança - nas ruas de Salvador e do mundo. 

Após ano caótico, Guerreiro quer cultura aliada à economia: 'Tirar essa história das belas artes'
Foto: Paulo Telles / Divulgação

Oito anos à frente da Fundação Gregório de Mattos (FGM) durante a gestão de ACM Neto, Fernando Guerreiro segue como integrante do time de Bruno Reis na prefeitura de Salvador. Em conversa com o Bahia Notícias, o gestor, que também é artista, detalhou o “pesadelo” vivido no ano de 2020 com a pandemia e fez um balanço das atividades realizadas pela fundação no período, com destaque para a implementação da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc.

 

“Veio esse furacão em março e a gente se deparou com uma situação totalmente inusitada. Primeiro, porque os projetos foram suspensos - a grande maioria porque eram presenciais -, os teatros foram fechados, os artistas desempregados, que é um ponto muito delicado da curva, e eu me vi numa situação complicadíssima. Eu tinha que dar um apoio a esses artistas, e ao mesmo tempo, legalmente, isso não era uma coisa simples”, lembrou o presidente da FGM, explicando que a continuidade da programação dependia do grau de reabertura autorizada pela prefeitura, de acordo com os números dos casos de Covid-19 em Salvador.

 

Passados vários meses, a situação dos trabalhadores da cultura foi ficando cada vez mais dramática, mas com a pressão da classe, da sociedade civil e de parlamentares, em junho de 2020 o governo federal sancionou a Lei Aldir Blanc, que segundo Guerreiro, “veio salvar a pátria” e ao mesmo tempo chegou “repleta de problemas” por sua complexidade e ineditismo. Apesar da importância do auxílio emergencial, o presidente da FGM faz um alerta sobre o que está por vir. “Eu acho que é um remédio temporário [a Lei Aldir Blanc], eu não tenho ilusões. A gente vai ter que partir para uma outra política o mais rápido possível, porque a gente não sabe quando é que vai poder voltar a trabalhar com normalidade”, declarou, lembrando que a pandemia “quebrou a cadeia produtiva na raiz” e que as atividades online não conseguiram monetizar. “Esse é um problema e uma grande discussão que eu estou querendo puxar na fundação neste ano de 2021”, contou.

 

Com os pés no chão, Guerreiro fala ainda sobre as perspectivas gerais para o futuro próximo, que segundo ele ainda não são favoráveis. “Eu não sou pessimista, mas não estou trabalhando com nenhuma data de libertação. Porque as pessoas pensam ‘quando tomar a vacina eu saio pela rua sem máscara, agarrando todo mundo’, tem esse frenesi da vacina, é óbvio que ela é importante, que ela vai chegar e hoje é o que a gente tem na mão, mas eu vejo 2021 muito parecido com 2020. Eu não visualizo uma normalização. Esse negócio de carnaval em julho eu acho praticamente impossível, eu nem sei se vai ter São João, estou sendo sincero. Podem dizer ‘ah, Fernando boca de caçapa’, mas não, eu estou dizendo o que penso. Se acontecer vai ser ótimo, mas eu prefiro trabalhar com a perspectiva de não acontecer, que eu me previno”, ponderou. 

 

Para atravessar mais um ano turbulento, o presidente da FGM apresenta um norte: “Cada vez mais queremos casar o artístico-cultural com o desenvolvimento, a cultura como instrumento de desenvolvimento”. Neste sentido, ele pretende ampliar os espaços Boca de Brasa convertendo-os em “polos de criação de mão de obra”, implementando atividades formativas, nas quais os alunos capacitados possam se inserir no mercado de trabalho. Outro projeto importante no horizonte é um voltado para o audiovisual. “É um dos meus sonhos, que eu tenho que botar pra rodar esse ano, chama-se Salvador Filmes. É um polo de audiovisual criado em Salvador para fomentar a produção aqui, atrair produções da Netflix, da Fox, apoiar os realizadores locais, trazer pessoas de fora, apoiar toda a cadeia produtiva do audiovisual. Isso pra mim, Salvador não é a cidade da música? Pode ser a cidade do cinema de novo”, projeta Fernando Guerreiro, que também pretende “recalibrar” a Fundação Gregório de Mattos para priorizar aspectos técnicos das obras apoiadas. 

 

“Então tem o Salvador Filmes, esse projeto do Boca de Brasa, e eu quero também, de alguma maneira, contemplar os profissionais, especificamente. Existe uma discussão muito grande hoje, que é uma corda-bamba, cultura e reparação. Essa é uma coisa que a gente vai entrar em um grande debate na fundação. Eu acho que mérito artístico tem que ser o primeiro ítem a ser considerado em um edital, depois a gente pode ir pra cota, para LGBTI+, pra uma série de questões, mas a gente não pode perder de vista que eu estou administrando uma fundação cultural e não uma secretaria da reparação. Isso é um ponto que os artistas têm discutido muito, e com razão”, explica o presidente da FGM, que diz ser favorável às cotas, mas salienta a necessidade de um “equilíbrio”. Confira a entrevista completa

FGM reorganiza agenda e estuda ferramenta online para gerar receita ao setor cultural
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Diante das incertezas no controle da pandemia do coronavírus no país, em Salvador, a Fundação Gregório de Mattos (FGM) estuda fórmulas criativas e responsáveis para administrar a crise do setor cultural, em virtude do confinamento de artistas e do público.

 

“A gente já está correndo, porque têm questões legais aí, que implicam em prorrogação. Qual é a minha grande prioridade? Não prejudicar os artistas, isso é o número um. E não prejudicar os artistas significa analisar caso a caso, porque tem cumprimento de prazo, tem questão de entrega de documento, tem projetos que estariam sendo executados agora de edital, tem pautas que foram canceladas, então a gente está tendo um trabalho violento para organizar esse ‘baba’, sem prazo, o que é pior, porque a gente não sabe quando volta”, explica Fernando Guerreiro, presidente da FGM e diretor teatral, destacando a necessidade de enquadrar as demandas extraordinárias ao ordenamento legal. “A gente tem que criar respaldo jurídico para todos esses casos. As pessoas esquecem que tem o jurídico, não é simplesmente pronto, acabou”, pontua o gestor cultural. 

 

Além de reorganizar as questões administrativas já existentes diante da interrupção da programação cultural, com o objetivo de “cumprir tudo que for possível e facilitar a vida dos artistas”, Guerreiro revelou ao Bahia Notícias que a fundação tem estudado estratégias para o enfrentamento da crise. “A gente já está pensando o que pode ser feito online, mas ainda é uma coisa que está sendo projetada. A gente não pode dizer ‘agora vai ter tal coisa’, porque tudo também passa pelo jurídico”, conta. 

 

Seriam duas as possibilidades de trabalho remoto. Uma delas, a execução online de parte de projetos que seriam presenciais, o que, segundo o presidente da FGM, “facilitaria muito o cumprimento do objeto dos editais”. A outra é a elaboração de um mecanismo inédito. Esta alternativa, no entanto, esbarra ainda em questões burocráticas, mas importantes. “O que é que pode ser feito online que gere receita? Esse dois é complicado, porque passa por todo processo de seleção e a gente tem nesse momento uma desmobilização grande, porque a prioridade hoje é o vírus. Então a gente não pode criar nada complexo”, explica Fernando Guerreiro. “Isso a gente está estudando direitinho, porque, quando as pessoas colocam essas ideias, fica todo mundo muito excitado e esquece que tem toda uma burocracia pra se fazer. Então isso está sendo estudado, mas precisa ser feito com um mínimo de organização, senão acaba virando um tiro no pé”, acrescenta, destacando que os esforços da FGM estão sendo feitos 24h por dia, “mais até do que o normal”, para sanar o cenário e “não deixar que o dia a dia burocrático baratine”, além de “tentar pensar coisas novas que não estavam previstas”, tudo passando por um processo de ordenamento jurídico e técnico.


Fernando Guerreiro lembrou ainda que a pandemia é um problema que afeta não só a cultura, mas todos os setores da sociedade, e, por isso, é preciso haver uma conscientização sobre os limites e uma ponderação a respeito das prioridades no momento. “Esse vírus, na verdade, derrubou tudo. Nós temos um caos generalizado em todos os setores, então [a cultura] é mais um setor que está sendo afetado e, obviamente, se eu estou cuidando dele e se eu pertenço a ele, eu vou tentar ajudar no que for possível. Lembrando que não é uma situação simples”, pontuou o gestor, reafirmando que o trabalho da FGM tem sido em ações nas quais o artista é o foco principal. 

 

PREJUÍZO
O tamanho do prejuízo para o setor cultural em Salvador ainda é incalculável, pois atinge, além do artista, toda uma cadeia produtiva, que vai desde a equipe envolvida nos projetos, passando pelas assessorias de comunicação, até o ambulante que vende suas mercadorias nos eventos. 

 

Até mesmo o impacto para os artistas que recebem apoio institucional da FGM é complicado de mensurar. “Essa é uma conta difícil de fazer, mas eu posso começar a tentar. Vai ser difícil lhe dizer, porque, na verdade, são muitos que entram aí. Qualquer número que eu lançar vai ser muito empírico”, afirma Guerreiro.

 

REDUÇÃO DE DANOS
O cenário é incerto e um tanto quanto caótico, mas, por enquanto, a gestão da FGM tem conseguido reduzir os danos reorganizando suas atividades. “O que a gente tinha, tudo foi transferido, então a gente ainda não teve nada cancelado. Não tendo nada cancelado, facilita muito. É torcer para que essa situação se reverta o mais rápido possível”, avalia o presidente da Fundação Gregório de Mattos. 

 

“[Ainda está mantido] tudo que a gente estava programado para o aniversário da cidade, nossas ações da fundação. Por exemplo, a gente vai lançar um grande projeto chamado ‘Rua’, que é um projeto de ocupação artística no Comércio. Todos os artistas estão com as obras prontas para instalar, não vai ser cancelado. Tem o festival ‘Origens’ que vai voltar, com black music, vai acontecer em algum momento. A gente tem agora o ‘Fábrica de Musicais’, que já estava em processo de ensaio. O processo de ensaio foi suspenso, o que significa adiamento de estreia, mas o processo está aí, ele vai voltar e vai ter uma estreia”, detalha Fernando Guerreiro. “Isso, na verdade, é que é o grande delírio para administrar, porque a gente tem uma agenda em aberto que a gente não sabe quando volta. Então, pode ser que lá na frente alguma coisa que estava programada embole”, pondera, revelando que tem sacrificado os projetos que ainda não estavam confirmados. “Tudo que eu teria ainda incerto eu estou cancelando, em função dessa demanda que vem aí feito uma pororoca. O que vem aí é um bolo de coisa que vai esbarrar no segundo semestre”, explica. 

Disney afirma que planeja filmes sobre origem de personagens de Star Wars
Foto: Reprodução
Os estúdios da Disney confirmaram a informação de que teriam interesse em criar filmes que explicassem a história de alguns personagens da série “Star Wars”. Jay Rasulo, diretor financeiro da Disney, declarou em conferência nos Estados Unidos os planos incluem a realização de uma sequência de “Star Wars” a cada dois anos e de um longa focado em personagens da franquia também a cada dois anos. Os lançamentos de um e de outro ocorrerão em anos alternados. Lembrando que o próximo filme da série, “Star Wars – Episódio 7”, deve estrear em 2015.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Descobri que a Ceasa tem dono e que ninguém toma. Mas algo que ainda me surpreende é pesquisa. Imagina perder tanta noite de sono pra não crescer nem mais do que a margem de erro? Mas nem por isso o Ferragamo tem o que comemorar. O que perdeu de cabelo, ganhou de pança. Mas na política tudo que vai, volta. Que o digam os nem-nem de Serrinha: nem amigos, nem inimigos. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Luciano Simões

Luciano Simões
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"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".

 

Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis. 

Podcast

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira

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O deputado estadual Luciano Simões Filho (União) é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

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