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O Podemos em Salvador está alinhado com o grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT). A legenda, agora comandada por João Cláudio Veiga Bacelar, filho do deputado federal Bacelar (PV), deve acompanhar a candidatura apoiada pelo grupo petista em 2024.
Essa "garantia" também deve dificultar a vida de filiados que pretendam apoiar a candidatura de Bruno Reis à reeleição. Ao Bahia Notícias, Cláudio Bacelar indicou que está aguardando uma definição do governo do estado em torno de uma candidatura. "Quando houver esse direcionamento, vai ser muito dificil alguma candidatura permancer no partido que não siga essa diretriz", comentou.
"Nosso objetivo em Salvador é fortalecer o partido, agregar uma quantidade de candidatos competitivos. Que tenham trabalho, ações sociais, de maneira que possamos eleger uma bancada de vereadores influentes (...) que possamos participar efetivamente do nosso candidato a prefeito. Não cheguei a conversar pessoalmente com os veradores de mandato do Podemos, temos conversado com diversos nomes e pré-candidatos, muitos apalavrados, o que tem sido combinado é vamos fazer a escolha dos nomes em grupo", disse.
"Tanto Sidinho quanto Carolino começaram as carreiras politicas com Bacelar e por questões pessoais optaram por seguir outro caminho. A partir do momento que nosso líder, Jeronimo Rodrigues, definir uma candidatura, o Podemos irá marchar com essa candidatura e os candidatos terão que seguir essa candidatura", completou.
Recentemente, após a fusão de Podemos e PSC, houve alguns acordos entre as lideranças de ambas legendas. Ao Bahia Notícias, no início do ano, o deputado federal Raimundo Costa (Podemos) indicou que o pacto realizado entre as lideranças prevê a divisão da presidência estadual de forma igual.
O ajuste passa pela repartição em dois biênios, ficando o primeiro a cargo do PSC, que indicou Heber Santana para assumir o posto, e o segundo biênio com Raimundo, chegando para o posto a partir de 2025.
O retorno do Podemos na Bahia para a base de apoio do governo petista, desta vez com Jerônimo Rodrigues à frente, é visto como "natural da política" pelo deputado federal Raimundo Costa. Liderança da legenda no estado, Costa indicou ao Bahia Notícias que pretende levar "100%" do partido para base aliada ao governo no estado.
O parlamentar sinalizou que tem dialogado muito com o presidente estadual, Heber Santana, e a presidência nacional, a deputada federal Renata Abreu. Apesar do desejo, Raimundo comentou que não existem definições para realizar o movimento de adesão completa do Podemos ao governo, alterando o panorama atual em Salvador. "Vamos ouvir a presidente, mas aqui, o Podemos está base do governo do estado. Vamos discutir um novo momento do Podemos. A tendência natural é ir para a base do governo do estado, 100%. O meu interesse é juntar tudo em um pacote só, para estar numa unidade. O partido é nossa ferramenta", disse.
Ligado diretamente à pesca, o deputado ressaltou que tem a história política ligada ao grupo, atuando, independente de partido, pelo segmento. "A coisa é simples, só o pessoal analisar a minha origem política, como faço política a vida toda, trabalhando por um segmento. Meu mandato é voltado aos baianos e aos pescadores. Não tinha cargo nenhum no governo passado, e trabalhamos para a melhoria dos baianos", indicou.
"Me relacionava [na gestão Rui Costa] bem quando estava no PL. Não teve o espaço adequado que o governador ofereceu, quando cheguei ao Podemos estava na base de [ACM] Neto. O que Rui Costa ofereceu [como partido para concorrer] foi o MDB, Avante, e não sabia qual era a nominata. Nosso mandato foi concebido no processo de pandemia. O melhor caminho para manter o mandato, para continuidade, foi o Podemos. Não temos como discutir a linha do partido, pois já estava montado. Fui convidado para fazer parte do governo logo após o pleito, mas não largo as mãos de quem nos ajudou. Passou o processo, o projeto de Neto não deu certo, o Podemos se articulou a nível estadual e federal. Para continuar, tem que ter parceria com o governo, tendo a Car e a Bahia Pesca", revelou o deputado.
"Nossa forma de atuar é aplicando os recursos, mas não tenho nenhum cargo no governo do estado. É dessa forma que entendemos que podemos contribuir. O que se comenta é uma narrativa, não sei de quem e com intenção de que. É a política. Não posso fazer oposição sem um motivo", acrescentou.
No âmbito federal, da Pesca realizou a indicação de seu filho, Rainan Costa, que comanda a Superintendência Federal da Pesca na Bahia, sob a chancela do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Foi o partido que discutiu com o governo e nos ofereceu a superintendência. É uma pessoa capacitada e conhece o sistema, conhece a pesca e os problemas. Representa politicamente, contribuindo muito, é uma questão de ocupar espaço que a gente conhece. Ofertar serviços com maior fluidez", disse.
PODEMOS NA BAHIA
O destino do Podemos na Bahia tem se alternado. O partido passou por algumas incertezas quanto ao apoio, em razão de algumas movimentações na seara federal e a fusão com o PSC. De "cautela" ao apoio durante o pleito (reveja mais), o partido ficou no arco de apoio da candidatura do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), ao governo.
Com a alteração no comando municipal, em Salvador (veja mais), a legenda se viu "dividida" entre a gestão na capital e a adesão ao novo governo de Jerônimo Rodrigues (PT). O cenário pode ser o mesmo no pleito de 2024, já que o prefeito Bruno Reis não descarta o apoio do Podemos na sua busca pela reeleição em 2024 (relembre aqui).
Aliado recorrente da gestão de Bruno Reis (União) em Salvador, o Podemos pode não estar no mesmo lado em 2024. De acordo com o presidente estadual do partido Heber Santana possibilidade "de caminhar com Bruno Reis" é tida como "muito remota".
"Eu tenho dito que não existe prato pronto. Mas, eu trato a possibilidade de caminhar com Bruno como muito remota. Os principais agentes do estado estão com o governo. Acredito na construção de um projeto com o governo do que com Bruno. O partido não é meu, não tomo decisão sozinho. Tive uma conversa com os vereadores, uma semana, falei que iríamos ouvir todos. Que vamos chegar a uma conclusão, podendo estar todos com o mesmo foco ou não, com cada um seguindo seu caminho", comentou ao BN.
Heber tem reforçado que a partir da chegada na presidência do partido, tem "arrumando a casa e as coisas estão se encaminhando ".Quando fizemos a incorporação, a Bahia entrou como uma das prioridades para o PSC. Colocamos sobre a decisão de aproximação com o governo e não houve resistência da direção nacional. Entenderam que era um movimento para construir uma aproximação com Raimundo e com Laerte. Ambos têm conversado, dialogando e buscando se estruturar. Toda inclinação está para o governo", disse.
Apesar do cenário no estado, a situação em Salvador é diferente, já que a legenda caminha mais próxima com Bruno. "É uma relação mais próxima com o prefeito. Mas vai ser fruto de conversa", revelou.
RECORRENDO Á BRASÍLIA
As articulações políticas do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), têm chegado em Brasília. As informações obtidas pelo Bahia Notícias apontam que Bruno estaria em diálogo constante com a deputada federal e presidente nacional do Podemos, Renata Abreu. Com boa relação, Bruno estaria tentando ajustar uma estratégia para o partido para as eleições municipais.
A derrocada da federação com PSDB-Cidadania (veja mais) não deve causar muitos impactos no diretório de Salvador do Podemos. O presidente municipal da legenda, George Hora, indicou que a federação não traria muitas vantagens para o partido.
"Na minha visão, a federação dificilmente iria prosperar. Na Bahia não, a Bahia não teria dificuldade, com Adolfo [Viana] e Raimundo [Costa]. Em outros estados existe dificuldade. O PSDB embora tenha uma bancada de diminuiu, ainda tem grandes expoentes no partido. Essas pessoas ainda não estão dispostas a sair de cena", indicou.
O cenário que estava se apresentando era de um "gargalo" para a eleição dos vereadores (veja mais). "É uma federação com 8 vereadores. Não sei se os vereadores vão continuar. O partido vai fazer vereadores, do partido. Com ou sem federação. O partido vai continuar sendo forte, está em franca ascensão. O partido tem vida orgânica", comentou .
George classificou como "bobagem" a chegada "indireta" de Muniz ao Podemos, com a possibilidade de uma federação entre o PSDB e o partido. "Os vereadores do PSDB são do PSDB. Os do Podemos são do Podemos. O candidato do PSDB vai fortalecer o do Podemos? Duvido", disse.
A aproximação do Podemos com a gestão de Jerônimo Rodrigues (PT) também foi descartada no cenário de Salvador. "O partido sempre esteve junto de Bruno [Reis]. Embora os vereadores, de fato, tenham os alinhamentos individuais, o Podemos foi aliado de Bruno e [ACM] Neto. A ida de Muniz é um movimento político que ele avaliou. Bruno disse que era para esperar e Muniz tomou a decisão dele. Desejo sucesso, êxito. Vai ser bom para o PSDB", indicou ao BN.
"O partido estadual, o diretório de Heber Santana, tem um acordo com o deputado Raimundo. Está com Jerônimo, o que não quer dizer que o município esteja. Muita água vai rolar. O que a legislação mostra é o fortalecimento do partido, o partido representa a candidatura. Se os candidatos e os mandatários não tiverem esse olhar, para fortalecer o partido, não vai haver espaço para todos. São 12 a 15 nominatas para 43 vereadores, vai faltar partido. Por isso essa pressa, eu acho", finalizou.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.