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policiais civis
Um homem acusado de integrar uma quadrilha que desviou quase R$ 3,6 milhões de contribuições sindicais no Paraná foi preso nesta quarta-feira (26) em Porto Seguro, na Costa do Descobrimento. Segundo a Polícia Civil, a ação é feita em conjunto entre policiais civis do Paraná e da Bahia e já resultou na prisão de três suspeitos.
Nas investigações, a polícia apurou que o desvio foi de contribuições de funcionários da saúde de hospitais e clínicas privadas em Londrina (PR) e região. A Justiça do Paraná também bloqueou valores de contas bancárias dos investigados.
O cumprimento do mandado de prisão temporária foi realizado por equipes da Delegacia de Proteção ao Turista (Deltur) de Porto Seguro, da Coordenação de Apoio Técnico a Investigação (Cati) e do Núcleo de Inteligência da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Eunápolis). O homem segue preso à disposição da Justiça.
Um vídeo que denuncia as condições de trabalho dos policiais civis da Bahia vem chamando atenção nas redes sociais.
A peça de pouco mais de dois minutos, indica que a corporação está sucateada, sofre com baixo efetivo e que os agentes ainda precisam lidar com a falta de valorização profissional.
Outro problema abordado no vídeo é a baixa remuneração da categoria. Conforme a denúncia, a Bahia paga o pior salário do Brasil. Os problemas somados resultam na falta de interesse na carreira, já que, em média, 30% dos aprovados deixam a corporação antes de completar três anos de serviço.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpoc), Eustácio Lopes, informou que o vídeo não foi produzido pelo sindicato e sim de forma independente por um grupo de investigadores e escrivães insatisfeitos com a demora no cumprimento da pauta de reivindicações da categoria.
Por sua vez, Eustácio afirma que o diálogo com o governo Jerônimo Rodrigues está em um estágio avançado e projeta que as demandas da classe serão atendidas dentro de um curto prazo.
“Há uma ansiedade da turma porque no governo anterior não tivemos avanços. Atualmente a Polícia Civil vive um momento de fortalecimento. A gestão estadual recebeu a proposta de reajuste salarial e de valorização da categoria, e estamos em um momento de negociação”, aponta o sindicalista.
"TAMPA DO BUEIRO": Policiais civis da Bahia denunciam condições de trabalho e cobram reajuste salarial pic.twitter.com/A9P25XjUQo
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) November 18, 2023
Diante da onda de violência que ganhou o noticiário de Salvador, os policiais civis Vitor Calmon e Guto Hart, que atuam na Coordenação de Operações e Recursos Especiais (CORE) da Bahia, comentaram a situação do bairro de Alto das Pombas nesta semana. Entrevistados no Bargunça Podcast na noite desta terça-feira (5), os agentes também analisaram a disputa entre facções criminosas na capital baiana.
"Hoje em dia o Comando Vermelho tomou muita coisa porque fez muitas parcerias. Então já se sabe que as facções estão se unindo. BDM está espalhado, mais no interior inclusive. O grande problema ainda é a capital, mas está chegando no interior porque vem de lá para cá e sai daqui para lá. As nossas divisas já estão vindo o Comando Vermelho e em Salvador quase todo bairro tem confronto. Talvez estejam ainda equiparados, mas o Comando Vermelho vem do Rio, trazendo apoio, e por isso essa quantidade de confronto", disse Guto Hart.
"O policial aqui conhece muito o terreno e eles podem tentar o confronto, mas vez ou outra a gente se dá melhor que eles, como tem acontecido. Esse caso agora, eles foram para uma área que não é deles e tentaram tomar o Alto das Pombas. Além dos problemas que eles tinham com os rivais de lá, tinha uma polícia que conhece o terreno", acrescentou.
Além disso, Hart avalia que o tráfico de drogas é um ponto mais difícil de "acabar", mas garante que o número de homicídios vai reduzir com o combate feito pela polícia baiana. "O tráfico é difícil a gente acabar, eu falo isso sempre. Mas o homicídio a gente vai combater e vai diminuir muito. Porque o homicida tende a vir contra a gente em algum momento, estão armados, tendem a atirar. O traficante é preso. O homicida vai acabar morrendo", finalizou.
Questionado sobre os comentários da população de que Salvador estaria sendo tomada pela criminalidade e se aproximando da sensação de insegurança vivida no Rio de Janeiro, Vitor Calmon foi categórico: "Não vai acontecer nunca, aqui a polícia trabalha. A polícia é atuante", disse.
"Alguém diz 'é a polícia que mais mata no Brasil'. Mas não é, a criminalidade está vindo na Bahia muito forte. Eles vieram com uma doutrina, principalmente o Comando Vermelho, de enfrentamento. Eles são territorialistas, não querem perder território, nem para policia e nem para facção rival. Eles vieram para confrontar", afirma Calmon.
Ainda falando sobre o Comando Vermelho durante o bate-papo, os policiais explicam os motivos para a expansão da organização criminosa na Bahia.
"Aqui é um mercado muito bom para o tráfico de drogas, tem muito usuário, aqui é uma cidade turística com uma geografia parecida com a do Rio de Janeiro... Eu acho que os caras se sentem em casa aqui", aponta Vitor Calmon.
"O Estado grande, aqui antes era CP - um braço do CV. Nesses sete anos teve uma transição, e aí eles começaram a perceber, porque aqui quem dominava era o BDM. Aqui tinha cinco ou seis facções, se for para o interior vai falar de 30 facções. Mas o Comando Vermelho vem como rival do BDM já, porque o BDM meio que se associou uma época ao PCC, e aí percebe que consegue cooptar as outras e ganha esse mercado. Um mercado que tem um Estado grande, as outras facções menores aceitam porque o CV vem com uma coisa que aqui nunca teve tanto: fuzil. Nunca se pegou tanto fuzil", disse Guto Hart.
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