Artigos
Quarto dos Fundos
Multimídia
André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Entrevistas
"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
pt na bahia
Vitorioso nas últimas cinco eleições ao governo da Bahia, tendo o governador do estado filiado, o Partido dos Trabalhadores chega para o pleito municipal de 2024 com um número de prefeitos maior do que elegeu em 2020. Em levantamento promovido pelo Bahia Notícias, os dados apontam que o PT possui 48 prefeituras pelo estado, em quarto lugar, atrás apenas do PSD, Avante e o PP.
Com crescimento exponencial de 45% desde 2020, quando saiu das urnas com 33 cidades sob sua gestão, o PT atualmente está organizado em 394 municípios, com diretórios municipais ou comissões provisórias. “A gente já tem 110 candidaturas a prefeito validadas, 47 candidaturas a vice validadas e já estamos presentes em mais de 200 municípios, pelo menos, com chapas de vereadores e vereadoras”, disse o presidente da legenda no estado, Éden Valadares.
A legenda já vinha buscando uma expansão no comando de prefeituras da Bahia, já que o partido possui os principais cargos político. Com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, além da manutenção do comando no estado, com a vitória de Jerônimo Rodrigues ao governo, a perspectiva é de ampliar a legenda.
"A nossa expectativa é de crescimento sim, crescimento no PT, crescimento da Federação, que agora a gente vai para a primeira eleição municipal federado, nós, PCdoB e PV, ainda não tem um número cabalístico, mas a Federação deve apresentar mais de 200 candidatos a prefeito e a prefeita, e nós esperamos protagonizar o número de prefeitos na Bahia. Ou seja, o PSD está despontando como quem vai disputar bem, o Avante, talvez o União Brasil, talvez o PP, nós da Federação esperamos tá ali coladinho, senão o primeiro, o segundo, encabeçando a política na Bahia”, completou Éden.
Veja lista completa de municípios geridos pelo PT:
Abaré, Amargosa, Banzaê, Boninal, Carinhanha, Dom Macedo Costa, Fátima, Igaporã, Irará, Itacaré, Jaguarari, Lamarão, Lauro de Freitas, Mairi, Malhada, Miguel Calmon, Morpará, Mortugaba, Muquém do São Francisco, Nova Redenção, Paratinga, Pintadas, Planalto, Queimadas, Rafael Jambeiro, Ribeira do Amparo, Santa Inês, Santo Estevão, Serra Dourada, Souto Soares, Tanquinho, Alcobaça, Andorinha, Botuporã, Cachoeira, Catu, Central, Cocos, Esplanada, Ibipitanga, Jaguaquara, Lafaiete Coutinho, Pilão Arcado, Piraí do Norte, Planaltino, Presidente Jânio Quadros, Ubatã e Bom Jesus da Lapa.
O senador e líder do Governo Lula no Senado Federal, Jaques Wagner, comparou os avanços das gestões do PT na Bahia, que promoveram inúmeras melhorias, com a do grupo opositor que, após 40 anos de administração no estado, foi derrotado com sua vitória em 2006 para o Governo da Bahia. O senador declarou, em entrevista ao POD13, videocast do PT Bahia, exibida nesta segunda-feira (20), que encontrou a Bahia, no início da sua transição, com problemas críticos, resultado de uma má administração.
O senador discorda do discurso do grupo opositor, que insiste em apresentar uma imagem de bons gestores. Prova disso, disse Wagner, foram as condições em que iniciou os seus trabalhos à frente do Governo em 2007. O líder petista exemplificou problemas graves no estado, como o precário atendimento de saúde, descaso com a população mais pobre, os escassos investimentos em infraestrutura, ações insuficientes para a educação e a segurança pública sucateada.
“Eu acho até estranho porque o pessoal falava muito que eram grandes gestores, eu não consigo achar”, disse. “Eu peguei a Bahia assim: nós éramos, apesar de 15 milhões de habitantes, quarta maior população, quinto maior território nacional, estado fundador da nação brasileira, e nós éramos o maior número de analfabetos, a maior carência de água potável, saneamento, residência, uma única universidade federal, desigualdade social absurda. Então essa foi a Bahia que eu recebi dita e governada pelo grupo anterior”, contou Wagner.
O senador continuou: “Eu não considero que eram grandes gestores porque quem deixa estradas, a situação das estradas era péssima, o pessoal que andava de carro para cima e para baixo pelo país ou caminhoneiro dizia ‘aí, já sei que cheguei na Bahia, está cheia de buraco’. Hoje, eu tenho orgulho de dizer que é ao contrário. Nossos governos fizeram a Bahia avançar em todas as áreas”, disse Wagner, ao citar outras melhorias promovidas pelas gestões petistas como a construção de 20 hospitais, o programa Todos pela Alfabetização, que alfabetizou cerca de 1 milhão e quinhentas mil pessoas, o Água para Todos, maior programa de água e saneamento da história da Bahia e que foi nacionalizado pela então presidente Dilma Rousseff devido ao sucesso do programa.
“Hoje eu fico achando engraçado que o pessoal que governou isso aqui por 40 anos, que não tinha hospital, a indústria era indústria de ambulância, o prefeito jogava na ambulância, mandava para Salvador e ficava aqui nos corredores de hospitais ou o pessoal ficava morrendo de dor no interior, tomando chá, tomando remédio, algo que procurar”, disse Wagner, ao rebater as críticas da oposição sobre a regulação. “Porque no seu tempo o cara nem ia para o hospital, porque não tinha. Então ninguém joga pedra em árvore que não tem fruto”, citando que atualmente existem 20 hospitais, 24 policlínicas em diversos territórios baianos.
O Partido dos Trabalhadores pode mudar a estratégia política em Salvador para 2024, mas pensando no futuro da disputa pela capital. De acordo com apuração do Bahia Notícias com interlocutores e lideranças políticas do partido, a legenda pretende "bater na mesma tecla" para conseguir sair vitoriosa em Salvador.
A avaliação de lideranças petistas é que a estratégia tem que mudar em Salvador. A defesa seria uma "repetição" de candidaturas para conseguir alcançar êxito na capital baiana. A ideia de defender a candidatura de Robinson Almeida é, justamente, conseguir um quadro "interno" com possibilidade de permanecer na política - até galgando espaços maiores -, estando disponível para ir às urnas mais de uma vez. O entendimento também é para uma eleição complicada em 2024, porém o movimento também seria o início de um debate para 2028.
A leitura de uma liderança petista no estado é que Robinson teria um cenário favorável para o futuro. "É estadual, disputa em 2024, pode subir para federal em 2026, chegando em 2028 mais forte", indicou um deles. O passado de candidaturas "unitárias" do PT e de aliados, sem "repetição nas urnas" tem sido visto como empecilho para uma vitória na principal cidade da Bahia.
A estratégia ainda não seria uma "deliberação” interna do PT, mas algumas correntes já defenderiam a ideia abertamente. O movimento também faz parte da defesa do nome Robinson, que ainda passa pela validação da federação, composta por PCdoB e PV, e também passará pela avaliação de outros partidos aliados que ainda postulam a indicação do nome na disputa. Apesar disso, o grupo segue disposto a "unificar" ao redor de um nome.
Robinson foi o nome aprovado pelo Partido dos Trabalhadores da Bahia (PT-BA), durante o Encontro Territorial de Salvador, em conjunto com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT). No encontro, estiveram presentes no encontro dirigentes estaduais e municipais, a deputada Neusa Cadore, o deputado federal Zé Neto, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, os vereadores Thiago Ferreira, Arnando Lessa, Marta Rodrigues e Suíca.
Na capital baiana, a última vez que o PT "repetiu" um nome nas urnas foi em 2012, quando Nelson Pelegrino tentou pela quarta vez chegar ao Palácio Thomé de Souza. Desde então, o partido não lançou candidatura em 2016 e em 2020 apresentou a estreante Denice Santiago como candidata a prefeita.
No terceiro mandato como deputado federal, Jorge Solla (PT) é, hoje, o representante no Congresso de uma das pautas mais importantes e aguardadas pelo povo baiano: a retomada do Estaleiro Enseada que, no auge do seu funcionamento, chegou a empregar mais de 7 mil trabalhadores da região do Recôncavo. O empreendimento abrange municípios como Maragogipe, Salinas da Margarida, Nazaré, Santo Antônio de Jesus, Saubara, Cruz das Almas e Santo Amaro.
Após o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), assegurar que o Estaleiro Enseada, antes chamado Estaleiro Paraguaçu, sendo reativado com recursos do Novo PAC, cujo lançamento foi realizado pelo presidente Lula no último dia 11 deste mês, Solla também comentou o movimento.
Em entrevista ao Bahia Notícias, Solla explicou sobre os encaminhamentos da visita ao Estaleiro que mobilizou mais de 50 lideranças, entre elas, o presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval, deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS); secretários do governo baiano, deputados estaduais, dirigentes sindicais, prefeitos e ex-prefeitos da região do Recôncavo. Veja a entrevista completa.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.