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A Bahia registrou um pequeno aumento no número de internações por queimaduras de fogos de artifício, entre os anos de 2021 e 2023. Os dados foram obtidos pela reportagem do Bahia Notícias, através de um levantamento da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIHSUS).
O estudo traz informações da quantidade dessas internações na rede pública estadual em cada ano e em cada mês, mas sem contar o período do São João, considerado por especialistas um dos mais incidentes. O maior número obtido foi em 2023 com 68 casos, contra 62 em 2022 e 55 em 2021. Foram registradas 13 novas internações durante este período.
Antes, no ano de 2020, foram obtidos cerca de 82 hospitalizações por queimaduras e em 2019 um total de 142. Os números, que correspondem às internações na rede SUS até o mês de março de 2024, foram atualizados no dia 08 de maio e acessados no último dia 03 de junho.
Vale lembrar que a Bahia também obteve a 3º posição no ranking de crianças e adolescentes internadas em decorrência de acidentes com queimaduras nos últimos 2 anos no Brasil, com 1.572 internações, conforme Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O estudo mostrou apenas casos graves, com indicação de acompanhamento hospitalar.
Os resultados apontaram também que crianças de 1 a 4 anos de idade são as maiores vítimas, totalizando 6,4 mil internações, entre 2022 e 2023, em todo o país. Logo em seguida, aparecem as faixas de 5 a 9 anos com 2.735 hospitalizações; de 15 a 19 anos (1.893); de 10 a 14 anos (1.825); e menores de 1 ano (1.051).
QUEIMADOS NO SÃO JOÃO
Um outro balanço da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) trouxe uma redução no número de atendimentos a vítimas de queimaduras durante o São João deste ano nas unidades estaduais de referência. A pasta informou que a quantidade de atendimentos foi inferior em comparação aos dados de 2023 (veja aqui). No geral, em 2024, houve 66 ocorrências, contra 71 do ano passado, uma redução de 7%. Os números são referentes aos atendimentos realizados entre 20 de junho até o dia 25 de junho.
Uma das unidades de referência do Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, o número de atendimentos foi exatamente o mesmo nos dois anos: 47. Destes, 32 foram por explosões de bombas e 15 por queimaduras diversas. Aproximadamente metade dos pacientes foi oriunda do interior do estado. O número preocupante é que, dos 47 pacientes, 21 eram menores de 13 anos, ou seja, 44,6%. No entanto, não houve registros de pacientes graves.
No interior do Estado, o Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus (HRSAJ), no Recôncavo, recebeu a maior parte dos pacientes e também teve uma boa redução de atendimentos. Em 2024, foram 13 ocorrências, cinco a menos que no ano passado. Quatro pacientes eram moradores de SAJ e os outros nove dos municípios de Muritiba, Governador Mangabeira, Cruz das Almas e Lauro de Freitas.
FALTA DE ORIENTAÇÃO E MAIOR ACESSO
A dermatologista Andreia Ramos da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) comentou que um dos motivos que influencia as hospitalizações por queimaduras é o maior acesso da população aos fogos de artifícios, principalmente em períodos festivos, a exemplo do São João e do Réveillon.
“As estatísticas correspondem aos casos mais graves, pois muitas pessoas não procuram atendimento, já que a maioria das situações são mais leves, queimaduras de primeiro grau que as pessoas tratam em casa mesmo. Eu acredito que seja mais pela aumento da exposição neste período”, apontou.
A especialista apontou ainda que a falta de orientação e imprudência no uso de fogos de artifício também influência para internações decorrentes de queimaduras.
“Aumenta a exposição e a imprudência. Então para evitar [acidentes] as pessoas precisam seguir as recomendações, especialmente nessas épocas especiais, em que tem uma tradição de uso de fogos, realmente aumenta muito o número [de internações]. Acontece uma maior exposição e maior imprudência no uso de fogos, falta de cuidado, pois a gente nunca acha que vai acontecer conosco”, afirmou.
A dermatologista alertou ainda para os riscos de queimaduras mais profundas.
"A partir de 10% de crianças, algumas áreas do corpo, rosto, mãos, região genital, são mais arriscadas, então precisa de atendimento médico de qualquer extensão. Crianças, idosos, patentes que têm insuficiência renal, diabetes, insuficiência cardíaca são patentes que têm mais risco, então eles precisam de um acompanhamento médico”, observou.
Cerca de 14 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) de crianças e adolescentes decorrentes de acidentes com queimaduras foram registradas nos últimos 2 anos no Brasil. O número foi constatado por um levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), via Agência Brasil.
De acordo com a publicação, em 2022 foram obtidos 6.924 casos do tipo e no ano passado em torno de 6.981 casos. Segundo a pesquisa, o SUS registra cerca de 20 internações diárias por queimaduras na faixa etária de zero a 19 anos. O estudo mostrou apenas casos graves, com indicação de acompanhamento hospitalar.
Os dados indicaram também que crianças de 1 a 4 anos de idade são as maiores vítimas, totalizando 6,4 mil internações, entre 2022 e 2023. Logo em sequência, aparecem as faixas de 5 a 9 anos com 2.735 hospitalizações; de 15 a 19 anos (1.893); de 10 a 14 anos (1.825); e menores de 1 ano (1.051).
Na lista dos estados com mais internações por queimaduras estão o Paraná com 1.730, São Paulo com 1.709, Bahia com 1.572, Rio de Janeiro (1.126) e Minas Gerais (1.006).
Já no ranking de regiões, foi obtido um aumento de hospitalizações no Norte, que aumentaram de 570, em 2022, para 575, em 2023; no Nordeste que saiu 1.899 para 2.038), no Sudeste de 2.093 para 2.124 e no Sul de 1.573 para 1.607. Somente a Região Centro-Oeste obteve uma queda nas internações no período pesquisado, de 789 para 637.
No número de óbitos por queimaduras, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde apontou que no período mais recente disponível, correspondente aos anos de 2022 e 2021, torna de 700 crianças e adolescentes foram vítimas desse tipo de acidente.
Um dos três hospitais referência nos cuidados a pacientes vítimas de queimaduras, localizado na cidade de Santo Antônio de Jesus (SAJ), no Recôncavo Baiano, recebeu a visita do governador Jerônimo Rodrigues, nesta sexta-feira (23), que acompanhou de perto o trabalho dos profissionais de saúde no município. O Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus (HRSAJ) é uma das unidades funcionando com reforço nos plantões durante o São João da Bahia 2023.
Durante a visita, o governador explicou que as ações para coibir as guerras de espada não são contra essa cultura. Mas, sim, um trabalho sério de prevenção. “É bonito, mas pode causar ferimentos e até incêndios. Houve época em que não cabia de gente nos hospitais, ou porque a oferta era pequena ou a quantidade de acidentes era muito grande”, lembrou Jerônimo.
A unidade registrou 14 casos de pessoas com queimaduras desde o dia 1° de junho, conforme a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Todos de baixa e média complexidade, sem casos graves. A titular da saúde, Roberta Santana, explicou que a pasta mobilizou 50% profissionais a mais para cuidados com a especificidade durante o período. "Hoje estamos aqui no Hospital de Santo Antônio de Jesus, que pertence à rede direta do Estado, e possui um centro de queimados. Nossa preocupação no São João é que a estrutura esteja com capacidade ampliada para garantir suporte a todos os que precisarem. Os profissionais da unidade foram ampliados em mais 50% durante esse período para garantir a demanda ampliada devido às bombas e fogos de artifício".
Para Paulo Plessim, cirurgião responsável pela unidade de tratamento de queimados do HRSAJ, a equipe multidisciplinar da unidade tem preparo de excelência para seguir o protocolo de tratamento recomendado pela Sesab. "Na unidade contamos com balneoterapia, específico para fazer um tratamento sob analgesia, sob sedação, que diminui a questão de dor e do sofrimento do paciente, principalmente o paciente da pediatria. Na equipe também temos fisioterapeutas, psicólogos e assistente social para dar todo o suporte aos atendidos".
Conforme a Sesab, em 2022 foram 215 entradas por conta de queimaduras na unidade. Deste total, 19 foram no período de 20 a 30 de junho. O hospital atende vítimas mais graves de queimaduras com o apoio de uma equipe multidisciplinar especializada no tratamento de pacientes com essa especificidade. A rede SUS da Bahia também tem o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, com estrutura para atendimentos de alta complexidade, que também atende com escalas especiais no período junino.
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) montou outros esquemas especias para reforçar o atendimento de saúde nas principais cidades do estado. Também foram instalados postos para a realização de testes rápidos que detectam HIV, sífilis e hepatites B e C; e distribuição de mais de um milhão de preservativos.
Certas brincadeiras como pular fogueira podem trazer riscos sérios à saúde. Com o São João comemorado em todo o estado aumenta as preocupações com esse tipo de prática, o alerta é do capitão Gilvan Rodrigues, especialista em Atendimento Pré-Hospitalar e coordenador do Centro de Aperfeiçoamento de Praças do Corpo de Bombeiros. O bombeiro explica que a famosa brincadeira pode representar risco e provocar graves queimaduras.
"A pessoa pode achar que conseguirá, mas pode cair no fogo e se machucar severamente", diz o profissional. Outro alerta é sobre a escolha de fogos de artifício para as crianças. Artefatos inapropriados também podem gerar machucados.
TIPOS DE QUEIMADURAS
O socorrista também ensina a identificar o grau da queimadura para o tratamento correto e eficaz. "Queimaduras de 1° grau geram uma vermelhidão e dor. Neste caso o indicado é colocar o local em água corrente e em temperatura ambiente para resfriar", frisou.
Casos mais graves devem ter outro tratamento. O que vale para queimaduras de segundo grau, que geram dor e bolhas. Nestas ocorrências, se deve resfriar a área, cobrir com um pano limpo e úmido e seguir para o hospital. "Nunca se deve romper a bolha, pois ela pode ser porta de acesso para infecções", aconselha o capitão.
O profissional também citou alguns dos itens que não devem ser colocados nas queimaduras: pasta de dente, parafina, graxa, ovo, manteiga e outros. Já as lesões de terceiro grau provocam menos dor já que atingem as terminações nervosas. Nessas situações, deve-se proteger a área e levar a vítima imediatamente ao hospital sem resfriar o local para evitar o choque térmico violento.
O oficial lembrou que a corporação estará atenta nos eventos para atender todo o público baiano. "Esperamos que nada aconteça, mas estaremos presentes para auxiliar o cidadão", finalizou.
Curtas do Poder
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Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.