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A Bahia terá chuvas abaixo da média neste mês de junho, o que poderá reduzir os níveis de umidade no solo e, consequentemente, a produção na safra de grãos 2023/24, em especial, o milho. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica que o cenário de baixas chuvas deve se repetir em diversos estados da região Nordeste e parte do Norte, em especial, as áreas do sistema produtivo Matopiba (região que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Considerando o prognóstico climático do Inmet para junho de 2024 e seu possível impacto na safra de grãos 2023/24, essa falta de chuva deve ser ainda mais severa em áreas dos estados do Piauí e Bahia, “ocasionando restrição hídrica para o milho segunda safra”.
De acordo com a previsão do Inmet, além do interior do Nordeste brasileiro, as regiões Centro-Oeste e Sudeste, bem como o sul da Região Norte, e oeste da Região Sul, têm previsão de chuvas próximas e abaixo da média climatológica. No entanto, o Instituto ressalta que, nesta época do ano, há uma tendência de redução das chuvas na parte central do Brasil.
Por outro lado, o mês de junho deve ter chuvas acima da média na faixa norte da Região Norte, leste da Região Nordeste, além de áreas pontuais do Maranhão, Piauí e Ceará, associadas ao aquecimento do Atlântico Tropical. Ainda de acordo com o prognóstico climático do Inmet para junho de 2024, a previsão é de chuvas acima da média na faixa norte e leste da Região Nordeste - diferente do cenário de Piauí e Bahia. Isso deve gerar bons índices de umidade no solo e, consequentemente, deve beneficiar a semeadura e o início do desenvolvimento do milho e feijão terceira safras.
TEMPERATURA
A previsão do Inmet indica que as temperaturas deverão ser acima da média em todo o país, principalmente na porção central, devido à redução das chuvas, com possibilidade de ocorrerem alguns dias de excesso de calor em algumas áreas. Nas regiões Norte e Nordeste, as temperaturas podem ultrapassar 26ºC.
Na Região Centro-Oeste e norte da Região Sudeste, as temperaturas devem variar entre 20ºC e 24ºC, enquanto a Região Sul, são previstos valores menores, inferiores a 20ºC. Já em áreas de maior altitude da região sul e sudeste, são previstas temperaturas próximas ou inferiores a 14ºC.
“Não se descartam a ocorrência de geadas em algumas localidades, especialmente aquelas de maior altitude, devido à entrada de massas de ar frio que podem provocar declínio de temperatura, o que é muito comum nesta época do ano”, completou o Inmet.
Safra baiana de grãos 2023/2024 tem previsões de aumento para soja e algodão, mas com queda do milho
A previsão de aumento na produção da soja (7,5%), algodão (2,3%) e o sorgo (12%), em comparação com a safra anterior, foi interpretada de maneira positiva pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), que faz a coleta e divulgação dos dados. Na contramão dos outros grãos, o milho, no entanto, deve recuar 15%.
A Safra 2023/2024, já iniciada no Oeste baiano, tem projeções de aumento de 7,5% da área destinada à cultura, estimada em 2 milhões de hectares. O algodão deve ocupar uma área total de 312 mil hectares, registrando aumento de 2,3%. Em detrimento ao milho, os produtores devem ampliar a área dedicada ao sorgo em 12% neste período, atingindo 190 mil hectares. Já para o milho, a área dedicada deve ser 39% menor, chegando a 135 mil hectares.
De acordo com os dados levantados pelo núcleo de Agronegócio da Aiba, até o momento, 6,5% da área total estimada para a soja já foi plantada, com as condições climáticas desempenhando um papel essencial nas últimas semanas.
A falta de chuvas tem diminuído o ritmo da semeadura e a expectativa é que o planejamento prossiga de maneira uniforme, concentrando-se nas janelas climáticas específicas entre o início e meados de novembro.
Vale lembrar que a cultura de grãos do Oeste baiano representa uma grande parcela do Produto Interno Bruto (PIB) baiano. Em 2022, 67% do Volume Bruto de Produção (VBP) da Bahia veio desse setor.
A região é a principal produtora de oleaginosas do estado, produzindo em larga escala soja, milho, algodão, café, arroz, fruticultura e feijão, destacando-se também o cacau irrigado, mas as culturas que mais se destacam são: algodão, milho e soja.
A colheita de cereais [milho, por exemplo], oleaginosas [soja, por exemplo] e leguminosas [feijão, por exemplo] na Bahia deve alcançar 12,1 milhões de toneladas. Os dados são referentes a setembro passado a partir do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo IBGE, e sistematizado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
A previsão pode representar um avanço de 6,9% ante a safra de 2022, apontada como a melhor da série histórica do levantamento para o conjunto de produtos pesquisados. O destaque deve vir do algodão [caroço e pluma] com safra estimada em 1,74 milhões de toneladas, uma expansão de 29,1% em relação ao ano passado. A área plantada com a fibra aumentou 25% para 363 mil hectares em relação à safra de 2022.
Já a soja deve representar 7,57 milhões de toneladas, alta de 4,5% ante 2022. A área plantada com a oleaginosa no estado ficou projetada em 1,9 milhão de hectares. Segundo a SEI, as duas safras anuais do milho podem alcançar 3,09 milhões de toneladas, alta de 8,9% na comparação anual.
As baixas da colheita baiana devem ficar com batata-inglesa [-6,3%], laranja [-2,9%], cana-de-açúcar [-2,3%] e feijão [-2,1%].
A Bahia deve colher 13,5 milhões de toneladas de grãos na safra 2022/2023, um aumento de 12,1% em relação ao período anterior. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (16) e faz parte do 11º Levantamento da Safra de Grãos da Conab. Antes, a previsão era de 12 milhões de grãos colhidos.
Segundo a Conab, o destaque baiano vai para a safra de mamona que pode ter mais de 100% de aumento. O produto tem quase 90% de toda a produção estadual na região de Irecê, no Centro Norte baiano. Com isso, o salto deve sair de 42,8 mil para 91,4 mil toneladas de mamona, um incremento de 113,6%. Influenciou na produção o aumento em hectare plantado que passou de 47,6 mil ha para 50,8 mil ha.
Outro destaque foi a produção de sorgo, que teve aumento da área plantada de 6,7%. A produção do cereal deve subir de 280,3 mil para 414,7 mil toneladas (+47,9%) na safra atual.
MILHO
Outro produto com destaque foi o milho. No Brasil, a segunda safra de milho deve ter o maior desempenho na série histórica, com aumento de 64,3% da área plantada. Caso seja confirmado, o volume estimado para a segunda safra de milho ultrapassa as 100 milhões de toneladas. Em todo país, a Conab prevê uma colheita de grãos de 320,1 milhões de toneladas na safra 2022/2023.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Margareth Menezes
"Cultura não é supérfluo".
Disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes após o ministro Fernando Haddad anunciar um corte histórico de R$ 25 bilhões em despesas do Governo.