Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
/
Tag

Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

seca

Governo anuncia aporte de R$ 40 milhões para construção de cisternas em municípios afetados pela seca na Bahia
Fotos: Feijão Almeida / GOVBA

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) assinou, nesta terça-feira (30),  contratos de chamamento público com 12 entidades selecionadas, através de edital para a construção de 2.748 cisternas. Serão R$ 40 milhões aportados para a política de segurança hídrica e alimentar que beneficia, principalmente, os municípios que têm sido afetados pela seca na Bahia. A iniciativa prevê a instalação das cisternas em comunidades rurais do semiárido baiano.

 

O edital do Programa Cisternas, parceria do Governo do Estado com o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), contou com mais de 35 entidades inscritas e 12 selecionadas.

 

Jerônimo acrescentou que não é admissível ver o povo morrer por escassez de água ou por acesso à água de má qualidade. “Um povo sem água é um povo refém, é um povo de cabeça baixa, é um povo doente. Sem água limpa, sem água tratada, o povo adoece, morre de verminose. Em pleno ano de 2024, morrer de verminose é inadmissível”, frisou. 

 

Os contratos assinados contemplam a instalação de reservatórios de 16 mil litros na casa de famílias quilombolas e em situação de extrema pobreza. A educação rural também será beneficiada com mais 969 cisternas de 52 mil litros, instaladas nas escolas estaduais e municipais e espaços comunitários. Através da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) e do Programa Bahia Sem Fome, também foi autorizado o lançamento de edital de chamada pública para a construção de cinco mil cisternas de 16 mil litros, em 51 municípios do estado. Serão destinados R$ 32 milhões para a construção das cisternas.

 

BAHIA SEM FOME

No mesmo dia, o governo do estado lançou o projeto Comida no Prato, no âmbito do programa Bahia Sem Fome, que tem como objetivo viabilizar o funcionamento de unidades sociais produtoras e doadoras de alimentos para fornecer refeições a quem mais precisa. Com um investimento de mais de R$ 24 milhões, o governo irá alimentar famílias em vulnerabilidade social. 

 

 

A Iniciativa conta com a parceria de 50 organizações sociais, e irá distribuir 2,2 milhões de refeições, através de 100 cozinhas comunitárias e solidárias, inicialmente nos 14 maiores municípios da Bahia, distribuídos em 11 territórios de identidade, por 12 meses. As cidades são: Alagoinhas, Barreiras, Camaçari, Feira de Santana, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Porto Seguro, Salvador, Santo Antônio de Jesus, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista.

 

O governador celebrou a oportunidade de disponibilizar orçamento para o combate à fome e afirmou que outras etapas serão elaboradas nesse intuito. “O Bahia Sem Fome não se resume à distribuição de comida. O combate à fome é permanente, na geração de emprego e no fortalecimento das atividades econômicas, geração de renda, seja na agricultura, seja na economia solidária ou nos empreendedores, e nós teremos outras etapas”, ressaltou. 

 

Ainda na ocasião, foi publicado o Edital de Chamada Pública Comida no Prato, visando ampliar a rede de equipamentos integrados no combate à fome no estado. Além disso, recursos foram repassados para 70 municípios que integram a Rede de Segurança Alimentar e Nutricional, por meio do Alimenta Suas, após adesão ao Sistema de Segurança Alimentar e ao Programa Bahia Sem Fome.

Governo atua no combate à seca em 195 municípios baianos, com distribuição de 212 mil sacas de milho para alimentação animal
Fotos: Mateus Pereira/GOVBA

Nesta sexta-feira (2), em Retirolândia, o Governo do Estado iniciou a entrega de 212 mil sacas de milho destinadas aos 195 municípios em situação de emergência devido à seca. O governador Jerônimo Rodrigues simbolicamente distribuiu 30 mil sacas para 25 municípios dos Territórios do Sisal e Bacia do Jacuípe, como parte de um plano abrangente para enfrentar e mitigar os efeitos da estiagem na região.

 

As 212 mil sacas de milho beneficiarão mais de 21 mil famílias de agricultores familiares, assentados da Reforma Agrária, quilombolas, comunidades indígenas, de fundo e fecho de pasto, além de criadores de caprinos, ovinos e bovinos. Os critérios estabelecidos para o atendimento, como a posse de DAP/CAF, inscrição no Garantia Safra, localização em município com decreto de emergência municipal e a presença de rebanho declarado na ADAB, asseguram a distribuição justa e eficaz dos recursos.

 

"Ainda temos 200 municípios em estado de emergência pela seca. Apesar das chuvas, não foi suficiente para a produção de alimentos em determinadas localidades. Escolhemos aqui para entregar simbolicamente o milho para alimentação animal, mas vamos entregar em toda a Bahia", afirmou o governador Jerônimo Rodrigues.

 

Durante a entrega, Edivalda Oliveira,  agricultora familiar da região, expressou a importância do apoio neste momento difícil. "Essa entrega de milho é um alívio para nós, agricultores, que enfrentamos dificuldades devido à seca. Essa ajuda vai garantir alimento para nossos animais, preservando nossa subsistência", comemorou.

 

Ainda em Retirolândia, o governador visitou o galpão de armazenamento do milho, onde as sacas serão armazenadas até a distribuição. Além disso, o governador autorizou convênios com 192 municípios para locação de caminhões-pipa, um investimento de R$ 7,5 milhões, beneficiando diretamente 400 mil famílias em situação de emergência devido à seca. Jerônimo autorizou também o início das obras de construção de 620 galinheiros rústicos, beneficiando agricultores familiares em 19 municípios consorciados, no âmbito da ação "Parceria Mais Forte".

 

O secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Osni Cardoso, enfatizou a relevância da abordagem estratégica adotada pelo Governo. "Estamos trabalhando de maneira abrangente para enfrentar os desafios climáticos nos municípios baianos. A atenção às comunidades afetadas, a implementação de obras estruturais e o apoio direto aos setores mais vulneráveis da agricultura são essenciais para enfrentarmos de maneira efetiva a crise hídrica na região", afirmou o secretário.

No pacote de ações de enfrentamento à seca, governo vai investir R$ 24 milhões na perfuração de poços d’água, afirma Osni
Foto: Samuel Freitas / Bahia Notícias

Diante da forte onda de calor e intensificação da seca na Bahia, o secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Osni Cardoso, confirmou ao Bahia Notícias durante a Lavagem do Bonfim, nesta quinta-feira (11), que a pasta irá investir R$ 24 milhões na perfuração e instalação de poços de água destinados ao consumo humano e animal.

 

Já na próxima semana, a SDR deverá iniciar as ações de enfrentamento à seca e estiagem, que envolvem também o envio de caminhões-pipa e a entrega de milho para 20 mil famílias, na tentativa de manter os animais vivos. 

 

Osni classifica as iniciativas como uma espécie de “ações de socorro”. “A ideia é que a gente chegue com ações atenuantes em toda a Bahia”, garantiu. 

Maior seca em 10 anos mata milhares de peixes no Maranhão
Foto: Reprodução/TV Globo

A seca que atinge a Baixada Maranhense, região que compreende mais de 20 municípios do Maranhão, é considerada a maior dos últimos 10 anos. A situação tem causado transtornos e afetado a população local já que muitos lagos e lagoas secaram e com isso, milhares de peixes morreram.

 


A estimativa dos pescadores da área é que, nos últimos dias, pelo menos cinco toneladas de peixes tenham morrido devido a seca no Lago de Itans, em Matinha, cidade a 222 km de São Luís.

 


O lago possui uma área de 4 km² e é um dos mais importantes da Baixada Maranhense, região conhecida por grandes planícies baixas que, na estação chuvosa, formam grandes lagoas. Após seis meses de estiagem, o que era um lago se transformou em um córrego.

 


Sem água e oxigênio suficientes, associado com as altas temperaturas em Matinha, os peixes agonizam em busca de ar. Com isso, milhares de peixes acabaram morrendo e em meio ao material apodrecido, os pescadores retiram os que ainda estão vivos.

 


A seca do lago e a morte dos peixes impactam na economia e a subsistência das comunidades que vivem na área, pelo menos 10 mil pescadores dependem diretamente do Lago de Itans, em Matinha (MA). Dados apontam que, 90% da população de pescadores da área, também se alimentam do que é produzido por meio do lago.

 


Com os peixes mortos, a reprodução das espécies deve ficar comprometida. No período da piracema, que começa em novembro e vai até o fim de março, o Governo Federal dá auxílio de um salário mínimo mensal aos pescadores.

 


Os efeitos da seca se espalham pela região. Sem água, os bichos vagam pelos campos procurando algo para beber. Os búfalos, animais comuns nessas áreas alagadas, buscam refresco na lama que sobrou dos igarapés.

 


Em meio ao campo, distante de quase tudo e dos centros das cidades, a água potável para consumo das famílias também está em falta. A cisterna precisa ser abastecida com carro pipa que, por conta da distância, demora para chegar na região.

 


No açude seco, por conta da seca, a dona de casa Lúcia ainda tenta tirar água para uso doméstico. A quantidade será usada para lavar louças e roupas, já que nem sempre, é própria para o banho.
 

UPB pede Medida Provisória como ação para enfrentar drama da estiagem no interior baiano
Foto: Divulgação / UPB

Em visita a Brasília desde esta quarta-feira (13), a direção da União dos Municípios da Bahia (UPB) busca ações para minimizar os efeitos da estiagem. No estado, mais de 170 municípios já estão com decretos de emergência e já morreram mais de 200 mil animais, muitos de grande porte, com bois e vacas, segundo o presidente da UPB, Quinho (PSD), também prefeito de Belo Campo, no Sudoeste.

 

Uma das reivindicações da entidade é a proposição de uma MP (Medida Provisória) para injetar recursos nas prefeituras para o enfrentamento dos efeitos da falta de água.  Quinho estima algo em torno de R$ 500 milhões. Os repasses viriam para fornecer água potável e bruta, esta para as plantações, além de alimentação animal.

 

“As perdas são grandes e o estado vai viver um momento difícil se essa situação se prolongar e não houver uma ação rápida dos governos do estado e federal. Uma medida provisória seria importante neste momento”, disse o presidente da UPB ao Bahia Notícias.

 

O prefeito de Belo Campo também pediu a abertura de mais um galpão da Companhia Nacional de Alimentos (Conab) para escoamento da distribuição de alimentos, devido à precariedade dos locais de origem. Ainda nesta quinta-feira (14), Quinho se reúne com os ministros do Desenvolvimento Agrário e da Assistência Social e Combate à Pobreza, Paulo Teixeira e Wellington Dias, respectivamente.

 

Os encontros também vão ter na pauta o drama da estiagem. Uma das regiões mais afetadas na Bahia é o chamado Sertão Produtivo, em cidades como Guanambi e Brumado. Outros municípios do Sudoeste também têm a situação agravada, como Tremedal, Licínio de Almeida, Iuiú, Belo Campo, entre outros. 

 

Nesta sexta-feira (15), a direção da UPB tem encontro com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) em que vão tratar também de ações para o enfrentamento da estiagem.

Presidente da UPB cancela exposição em cidade baiana em que é prefeito devido à estiagem
Foto: Euro Amâncio

A exposição agropecuária de Belo Campo, no Sudoeste baiano, foi cancelada. A medida foi anunciada nesta quarta-feira (13) pelo prefeito Quinho, que também é presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB). Segundo o gestor, a medida foi tomada devido aos efeitos da estiagem que afetam a região. Fica também cancelada a festa de 62 anos de emancipação do município.

 

Em nota, a prefeitura de Belo Campo declarou que esforços e recursos devem ser empregados em ações para minimizar “os efeitos da seca, na construção de políticas públicas emergenciais e de longo prazo”. A festa de emancipação e a 4ª Exposição Agropecuária ocorreriam entre 21 e 25 de fevereiro de 2024. Apenas a programação esportiva deve ocorrer.

 

Foto: Maurício Leiro / Bahia Notícias

 

A prefeitura informou ainda que busca apoio dos governos estadual e federal para conseguir carros-pipa, cestas básicas e ração para alimentação animal.

 

“A prefeitura de Belo Campo reitera que está solidária e ao lado dos moradores da zona rural do município, colocando toda sua estrutura à disposição da população que sofre com a seca e aberta a receber as demandas para o enfrentamento das graves consequências da falta de chuvas na região”, finaliza a nota.

Deputado quer que doações do Bahia Sem Fome sejam destinadas prioritariamente para municípios castigados pela seca
Foto: Divulgação

O deputado estadual Vitor Azevedo (PL) apresentou um projeto de indicação na Assembleia Legislativa solicitando ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) que destine as doações obtidas pelo programa Bahia Sem Fome para os mais de 130 municípios com decreto de calamidade aprovado por conta da seca que castiga principalmente a região do semiárido. 

 

"Considerando a grave situação de estiagem que assola diversos municípios do Estado da Bahia, ocasionando não apenas a escassez de água, mas também a carência de alimentos para a população e para os animais, torna-se imperativo direcionar esforços e recursos para mitigar os impactos dessa crise natural. A Bahia enfrenta não apenas a seca, mas também o problema da fome, que é uma preocupação que se agrava neste momento de estiagem especialmente entre os residentes nas zonas rurais mais distantes das sedes municipais", justificou o parlamentar.

 

Vitor Azevedo sugeriu, no projeto, outras ações por parte do governo baiano, a exemplo do suporte aos agricultores e pecuaristas e o desenvolvimento de programas educacionais para orientar a população sobre práticas alimentares saudáveis, promovendo a autonomia e o uso eficiente dos recursos disponíveis, além da distribuição e captação de água. 

 

Na semana passada, a questão da seca dominou os debates nas comissões e no plenário da Assembleia. Os parlamentares da oposição e da situação cobraram uma audiência com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) para tratar do tema.

Incêndio em pastagem próxima a fabrica faz trabalhadores passarem mal e trava linha de produção
Foto: Sudoeste Hoje

O incêndio em uma pastagem acabou interferindo na saúde de diversos trabalhadores de uma fábrica de Itapetinga, no centro-sul baiano. A queimada em uma propriedade rural próxima à indústria de calçados Vulcabras/Azaleia, levou fumaça à estrutura.

Tudo aconteceu nesta noite de terça-feira (21). Segundo o Sudoeste Hoje, toda a linha de produção foi parada para o bem estar dos funcionarios.

 

Conforme o relato, muitos trabalhadores passaram mal, devido à fumaça. Antes da liberação da linha de produção, algumas das funcionárias que estavam grávidas começaram a não se sentir bem e algumas tentaram se esconder no banheiro, em busca de ar fresco.

 

 

O corpo de bombeiros já está no local tentando apagar as chamas. Outros locais da cidade também foram afetados pela fumaça da queimada que, segundo o portal local, se alastra nas fazendas próximas.

Fenômeno El Niño impulsiona seca histórica na Amazônia; entenda
Foto: Michael Dantas / Getty Images

 

 

Considerada histórica por especialistas, a atual seca registrada na Amazônia vem sendo gerada, em especial, pela ação do homem através do desmatamento. Porém, o fenômeno El Ninõ, que eleva as temperaturas do Oceano Pacífico e gera o aquecimento anormal das águas, tem contribuído com o atraso das chuvas na região.

 

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, prevê que a seca na Amazônia deve durar pelo menos até dezembro, quando o fenômeno El Niño atingirá a máxima intensidade.

 

LEIA TAMBÉM

 

Em oito Estados amazônicos, o déficit de chuvas entre julho e setembro foi o mais severo desde 1980. De acordo com uma pesquisa da revista científica PNAS (The Proceedings of the National Academy of Sciences), as secas aumentam os riscos de eventos em cascata ao ultrapassarem as capacidades adaptativas das florestas. Especialistas acreditam que a tendência é que os efeitos da nova seca devam permanecer na Floresta Amazônica por muito tempo. 

 

O bioma é responsável por reciclar a umidade que vem dos oceanos, produzindo até 50% das suas próprias chuvas. Com influência do El Niño, especialistas avaliam que rios da Bacia do Amazonas deverão ter uma subida tardia e lenta. A seca histórica na Amazônia ocorre dois anos após o Rio Negro registrar a maior cheia com 30,02 m. 

 

Para cientistas, apesar de a seca extrema ter influência do El Niño, ela está sendo agravada pelo desmatamento gerado na Amazônia ao longo dos anos. Em 1998, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou o monitoramento de incêndios florestais

 

No mês de setembro, foram 6.991 focos, segundo pior marca, perdendo somente para 2022 que teve 8.659. A qualidade do ar encontra-se em estado “péssimo”, o mais grave de todos, conforme o aplicativo de monitoramento “Selva”, da Universidade Estadual do Amazonas (UEA).

 

Com os impactos nos rios, a seca tem ameaçado a navegabilidade, o transporte de cargas em Portos e a arrecadação de municípios. A seca de 2023 é somada também às ações humanas como o desmatamento, o que ocasiona a alta de emissões de dióxido de carbono na floresta, principal causador do efeito estufa. Antes do estado de seca, o bioma já havia registrado quatro ocorrências de estiagem neste século.


 

SECA OU ESTIAGEM?

Vale lembrar que estiagem e seca são dois fenômenos diferentes. O primeiro é um período prolongado de baixa pluviosidade (chuvas), ou sua ausência, no qual a perda de umidade do solo é superior à sua reposição. No caso da seca, a situação é ainda mais grave, já que se trata de um período de tempo seco, prolongado o suficiente para que a ausência, deficiência acentuada ou fraca distribuição da chuva provoque grave desequilíbrio hidrológico.

 

Ou seja, o caso da Amazônia já está sendo tratado como seca, inclusive, o governo federal divulgou, no início de outubro, que R$ 138 milhões serão enviados para o Amazonas para dragagem dos rios Madeira e Solimões, ajuda humanitária e reforço no combate a incêndios, entre outras ações.

 

A dragagem é um procedimento de escavação que ajuda a retirar os sedimentos (terra, areia, rochas, lixo) do fundo dos rios, lagos, portos, oceano e lagoas industriais por meio de diversos métodos e tecnologias.

Em meio a agravamento de estiagem no Amazonas, Rio Negro registra nova mínima histórica
Foto: Alex Pazuello / Secom

O agravamento da estiagem que atinge o Amazonas fez o Rio Negro, um dos principais da região, atingir novo nível mínimo histórico. De acordo com o Porto de Manaus, responsável pela medição, a cota do rio chegou a 13,19 metros.

 

Desde o fim de abril deste ano, o nível tem se reduzido gradativamente. A previsão é que ele continue baixando até o início de novembro, quando termina o período de estiagem. As informações são da Agência Brasil.

 

LEIA TAMBÉM

 

Para se ter uma ideia, o recorde de alta já medida foi 30,02 metros em 16 de junho de 2021. Atualmente, alguns rios do estado parecem estradas de barro com bolsões d’água e embarcações atoladas.

 

A estiagem causa efeitos em praticamente todo o Amazonas. De acordo com o último boletim do governo estadual, divulgado nessa sexta-feira (20), 59 dos 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência. Um está em alerta e dois em normalidade. Ainda segundo o boletim, 146 mil famílias foram afetadas, o que representa 590 mil pessoas.  

 

Esta semana, a Marinha, por meio do Navio de Assistência Hospitalar Soares de Meirelles, em ação conjunta com o Exército e autoridades locais, distribuiu mais de 6 mil cestas básicas e 1,1 mil caixas de água mineral em municípios da região do Alto Solimões. A distribuição começou pelo município de Tabatinga, perto da fronteira com a Colômbia e o Peru. 

 

Segundo a Marinha, o navio é “o principal meio de transporte para distribuição de cestas básicas e suprimentos essenciais na região”. A embarcação deve percorrer 1.350 quilômetros, incluindo os municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.  

 

"A estiagem prolongada colocou diversas comunidades em situação de fragilidade, devido às dificuldades de abastecimento que estão enfrentando. Essa operação é muito importante por trazer uma resposta imediata e ajudá-los a superar esse momento de dificuldade”, disse o capitão de fragata Ricardo Sampaio Bastos, capitão dos Portos de Tabatinga. 

 

O Navio Soares Meirelles também atua no atendimento primário à saúde e distribuição de medicamentos para comunidades ribeirinhas e indígenas. 

 

Em outra ação de ajuda federal, o Ministério da Saúde anunciou, na segunda-feira (16), uma verba de R$ 225 milhões para reforçar o atendimento no Amazonas em razão da forte estiagem. Na semana passada, o ministério enviou ao Amazonas sete kits calamidade, contendo 32 medicamentos e 16 insumos, com capacidade para atender a 10,5 mil pessoas por até um mês.

 

Na quinta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, por telefone, com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Os dois chefes de Estado abordaram o tema da seca que atinge a Amazônia.  
 

Antes do coronavírus, apenas seca impediu realização do São João na Bahia, há 59 anos
Foto: Acervo/Estadão

O São João, oficialmente comemorado nesta quarta-feira (24), terá uma configuração diferente do habitual neste ano. Por conta do novo coronavírus, as festas em todo o estado da Bahia foram canceladas pelo governo estadual e por prefeituras locais. Você sabe a última vez que isto aconteceu? Os dados históricos não são claros neste sentido.

 

Contudo, estima-se que, neste atual modelo da festa, as festividades juninas só foram canceladas de forma ampla em 1961, com uma seca devastadora que atingiu o Nordeste do Brasil e ficou famosa na literatura sertaneja.

 

Esta é uma análise do historiador Clóvis Ramaiana. Ele explica que, somente após a década de 1960, o São João ganhou configurações de festa de massa. “Como é muito raro uma seca que atinge o Nordeste todo, só nos grandes cataclismos que deve ter havido suspensão geral, como a seca de 1961, que é a seca mais tenebrosa segundo pessoas que conversei”, explica, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Em 2010, outra grande seca também culminou em cancelamentos por toda a região. No entanto, nada que se compare à pandemia do novo coronavírus – ou à seca de 1961. 

 

Em relação às pandemias, o pesquisador é enfático: nenhuma cancelou o São João de forma tão intensa como a Covid-19. Principalmente pelo fato de que, nos momentos em que essas doenças aconteceram, o Nordeste não foi tão atingido – e também não havia festas juninas nos atuais moldes, com aglomerações e contornos mercadológicos. “O São João não é uma festa assim tão plurissecular. Provavelmente, a primeira pandemia que o São João pega é essa. A gripe espanhola não fez um grande estrago no sertão, e a peste bubônica na década de 1920 também não chegou forte. Teve algumas regiões que sim, como Riachão do Jacuípe, Tanquinho, que foi bem devastadora”, supõe. “Mas aí você tem um fenômeno de que o São João não era uma festa de massa, mas bem mais caseira. Provavelmente é a primeira experiência de suspensão geral do São João”, acrescenta.

 

Ainda segundo o historiador, o São João, no atual formato que conhecemos, ganhou ainda mais força a partir da década de 1990, com a chamada “carnavalização”. Neste cenário, tradicionais festas privadas e shows em praças públicas passaram a ganhar força. “O São João já foi suspenso outras vezes, mas pontualmente. Por exemplo: morre uma pessoa na cidade e aí suspende. Mas a primeira suspensão geral é essa, porque é depois que a festa também virou geral”, indica.

 

RECONFIGURAÇÃO PONTUAL
Para a jornalista e doutora em antropologia, Cleidiana Ramos, embora o poder público tenha promovido a suspensão das festas com aglomerações, a população não vai deixar de comemorar a data. Para a pesquisadora, “a própria forma ou dinâmica da festa não permite ser colocada numa camisa de força”. “O que a gente percebe é que esse sentimento de festejar é muito rebelde à norma. Então, não adianta você dizer que 2 de Julho não é 2 de Julho, porque as pessoas vão lembrar do 2 de Julho. As pessoas que, por exemplo, usam a data para celebrar um aspecto mais religioso, possivelmente vão lembrar dos caboclos e vão fazer alguma coisa naquele dia, porque para elas é 2 de Julho e acabou. Não interessa se tem decreto ou não”, opina.

 

Vale ressalta que tanto 2 de Julho quanto São João tiveram seus feriados antecipados em nove municípios baianos, numa estratégia para conter a disseminação da pandemia.

 

Ainda para Cleidiana, as mídias digitais servirão para fomentar os festejos, mesmo que eles não possam ocorrer de maneira presencial. “O que eu acho é que as pessoas vão achar as mais variadas formas, seja fazendo o ‘arraiá’, se conectando, fazendo chamada no WhatsApp. Mas é interessante porque, talvez, por muitas décadas, possivelmente a gente tenha um São João, mesmo que virtual, como era antes da espetacularização. Eu digo nessa coisa de família, de confraternizar”, pontua.

 

Já para Ramaiana, a data não terá esta configuração “pé de serra”, como ele classifica o São João das décadas pré-culturalização de massa. “Em história a gente fala de longa duração. É um fenômeno que, para ser refeito, teria que ter uma duração maior. E uma parcela significativa do pé de serra é ter gente no pé de serra. E, para usar a expressão de um velho amigo meu, 'a roça acabou'. Diminuiu a população. Boa parte das pessoas ou é muito idosa ou muito jovem. Para formar uma sociabilidade, duraria muito tempo. Só a pandemia não teria esse efeito”, argumenta.

 

IMPACTOS NO TURISMO
Segundo o turismólogo e professor do curso de Eventos da Unifacs, Ednilson Andrade, os impactos no interior do estado vão ser significativos. “O São João, tirando a festa da padroeira ou cívica do município, é o principal investimento em termos de turismo, de movimentação, de receitas, de investimentos. Isso, realmente, trouxe um grande impacto, pois não vai haver a comercialização de produtos e serviços como houve no ano passado, os grandes shows e entretenimento, e não haverá o fluxo turístico para movimentar hotéis, pousadas e negócios”, analisa.

 

Na visão de Andrade, estes impactos podem ser refletidos até no São João do próximo ano. “Até você ter pessoas no geral com confiança de sair da sua residência pra ir para uma festa de São João em um estado de um país que é o segundo do ranking mundial de Covid por falta de políticas públicas federais... Em termos do turismo de pessoas saírem de outro estado ou de outros países, é complicado”, teme.

 

Ele indica que, para além do controle epidemiológico e da retomada da confiança dos turistas, é necessário observar também as dificuldades que as empresas patrocinadoras de eventos de grande porte enfrentam durante a crise. 

 

“O São João desse ano já foi. Nesse mesmo caminho, creio que vá Natal, Revéillon, todas as festas de verão, o Carnaval também, eu acredito. Vai ser justamente o período de imunização da população e da recuperação financeira das empresas, e vamos ter outro trabalho: a recuperação da imagem do Brasil enquanto destino seguro no mundo para as pessoas poderem fazer turismo sem o risco de contaminação. Então, talvez isso ainda passe 2021 e só venha a acontecer em 2022”, desconfia. 

 

De acordo com o diretor de indicadores da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) e presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-BA), Gustavo Pessoti, não há números precisos sobre os impactos econômicos específicos em relação aos impactos da suspensão das festas de São João. Contudo, ele alerta que, em 2019, somente as festas privadas atraíram cerca de 500 mil turistas às cidades do interior da Bahia. 

 

Embora não haja dados precisos sobre o período junino, Pessoti revela que, no ano passado, todas as festas municipais no interior do estado movimentaram um montante de R$ 191 milhões. “Fiz uma avaliação nas prestações de contas dos municípios baianos com base nos relatórios disponibilizados pelo Tribunal de Contas e percebi que os gastos com todos os festejos somaram, em todos os 417 municípios, em 2019, R$ 191 milhões. Se não temos com precisão a informação única do São João, podemos dizer que esses festejos são importantes para a dinâmica municipal”, conclui.

Sertão sem estereótipos é visto em filme que será exibido neste sábado
Foto: Divulgação
A questão da água deixou de ser um tema “nordestino” e passou a ser recorrente e nacional. A escassez desse bem primordial e sua utilização com fins eleitoreiros se revelaram mais comuns do que poderíamos pensar há pouco tempo.
 
E foi justamente nesse momento que Maria Ramos voltou suas lentes para uma região que convive com a seca desde sempre. Seca mostra um sertão dotado de certa modernidade e com uma vida que flui normalmente, longe de estereótipos. O filme permite uma forte imersão pela região do Pajeú (Pernambuco), com planos dilatados e uma montagem que favorece o raciocínio, durante toda a projeção. É um recorte amplo e generoso, num filme que mistura cenas observacionais e outras nitidamente ficcionais.
 
Em "Seca", compreende-se, por exemplo, que certa prosperidade econômica verificada no país nos últimos anos chegou ao sertão e é simbolizada por um carro-pipa, que será o fio condutor do filme. Porém, o discurso político inócuo, de aproveitadores, continua o mesmo de sempre. Estamos no sertão “arcaico”, que não se mostra diferente da grande capital que é São Paulo.
 
Maria Ramos é uma das mais interessantes documentaristas em atividade e se mantém fiel ao seu estilo rigoroso, inteligente e extremamente crítico de filmar. Seca, como Juízo, Justiça e Morro dos Prazeres, além de Futuro Junho (que também será exibido no XI Panorama), revelam um desejo genuíno e generoso de compreensão da nossa sociedade atual. 

 

Serviço:
Competitiva Nacional IV
Quando: 31 de outubro, às 20h, no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha (Sala 1).
Quanto: R$ 10 / R$ 5

- Filmes:
Mar de Fogo, de Joel Pizzini (RJ)
Ifá, de Leonardo França (BA)
Seca, de Maria Augusta Ramos (RJ)
Conversa com os diretores após a sessão.
 
Em Cachoeira, o filme será exibido no dia 01/11, às 16h30, no Cine Theatro Cachoeirano. 

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Quem acompanhou a Faroeste viu o que um pseudo cônsul pode fazer. Na história de Porto Seguro, tem dois verdadeiros. Imagine o que ainda não vai render. E olha que a história nem chegou em Salvador. Mas a vida segue também fora do Judiciário. Por exemplo: o Soberano está cada vez menor, enquanto o Ferragamo está cada vez mais investindo em um perfil "pau pra toda obra" (lá ele!). Mas se o Dois de Julho não foi lá tão bonito, tem coisa ainda mais triste fora do cortejo. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Luciano Simões

Luciano Simões
Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".

 

Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis. 

Podcast

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira
O deputado estadual Luciano Simões Filho (União) é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

Mais Lidas