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secretario de cultura e turismo de salvador
O secretário de cultura e turismo de Salvador, Pedro Tourinho, falou sobre a ausência do prefeito Bruno Reis na saída do Ilê Aiyê, na madrugada do sábado de Carnaval de 2024. De acordo com o líder da pasta, essa narrativa parece "forçada" e "sem sentido", já que a prefeitura está investindo mais de R$ 12 milhões na sede do bloco.
"Como é que a presença em um evento pode dar uma manchete maior, sendo que a prefeitura está presente no Ilê o ano inteiro. Eu também me pergunto, para que alimentar essa arena política em um espaço religioso e cultural da cidade? Se for transformar aquilo em uma arena de quem é vaiado politicamente e quem não é, quem perde é a cultura e o simbolismo daquele lugar", declarou o secretário.
Tourinho acrescentou também que a presença de Bruno Reis "derturparia" o momento, já que o candidato à prefeitura, apoiado pelo Governo do Estado, também estava lá. "Eu achei bom ele não ir, porque ele estando lá naquele momento ia alimentar uma narrativa de arena política para um espaço que é de cultura, de Carnaval e de religião".
"É uma questão que eu acho que não deve ser alimentada, porque a Prefeitura está ali o ano inteiro. Então, eu sou contra a gente alimentar aquele ambiente com disputa política eleitoreira. Eu sou contra ter políticos naquele lugar, acho que não deveria ter, mas entendo a importância institucional. Até por isso, eu fui", prosseguiu.
Em seguida, ele falou sobre a ausência no Filhos de Gandhy. Para o secretário, não existe motivo para "fazer uma cena disputando a varanda de um trio elétrico". "Se o Prefeito e o Governador fossem no domingo a manchete seria: 'Prefeito e Governador se encontram no Gandhy', e eu enquanto secretário de cultura não quero que a manchete seja essa. Eu quero que a manchete seja: 'O Gandhy saiu com Caetano e Gil'".
"Agora imagina ter Caetano, Gil, Prefeito, Governador, secretários e vice-governador em cima daquele trio do Gandhy. Na minha cabeça, não faz sentido alimentar essas arenas, acho que ninguém ganha com isso", pontuou.
No fim, ele listou as mudanças que serão realizadas na sede do Ilê. "Uma escola, vamos colocar ar-condicionado para climatizar toda a sede do Ilê, transformando ele em um grande Centro de Convenções negro do Brasil".
"Estou comprometido a trabalhar no plano de governo dele", foi o que disse Pedro Tourinho ao ser questionado, durante o Projeto Prisma desta segunda-feira (26), se está disposto a continuar sendo secretário de cultura e turismo de Salvador caso o prefeito Bruno Reis seja reeleito.
"Estou comprometido a continuar nesta ideia de dar permanência a essa direção e a trabalhar neste plano de governo dele dos próximos anos, caso ele se apresente, caso ele seja eleito", explicou.
Em seguida, o líder da pasta afirmou que essa ainda não era uma questão "colocada". "Eu não quero me institucionalizar nessa cadeira. Agora, quanto tempo leva para institucionalizar? Não faz parte do meu perfil profissional passar muito tempo em um lugar só. Mas eu estou aqui para deixar um legado, então farei pelo tempo que for preciso, e da forma que for preciso para que esse legado esteja assegurado. Meu objetivo é deixar tudo preparado para isso", finalizou.
Pedro Tourinho, secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), desabafou, nas redes sociais, sobre a falta de investimentos de empresas particulares nos eventos que estão sendo produzidos em Salvador, no mês de novembro. Segundo ele, a prefeitura está “apoiando tudo sozinha, pois nenhuma marca do país chegou junto dessa programação”.
“Em novembro, Salvador irá receber mais de 20 eventos produzidos por e para pessoas negras. Vamos receber através de festivais artistas internacionais do nível de Viola Davis, ngela Bassett, Victoria Monét, artistas nacionais como Alcione, Iza, Baco e Luedji Luna”, começou o secretário.
Em seguida, ele falou sobre a concentração de recursos no eixo Rio-São Paulo, onde as marcas gastam “mais em ativações em Interlagos do que em todo o resto do país”. Para Pedro, essas empresas estão controlando suas verbas e investimentos com um tipo de “miopia cultural”.
“A forma como o LAB Fantasma foi tratado no caso Balducco, a diferença de remuneração entre artistas profissionais brancos e negros, a falta de diversidade no mesa que decide, a falta de letramento e empatia dos brancos que estão com a caneta na mão, o cinismo com que distribuem gorjetas para colorir um ou outro frame para ficar bem na fita, o racismo, o racismo enraizado no cerne das decisões”, prosseguiu Tourinho.
O secretário de Salvador finalizou seu texto fazendo um convite a esses grandes empresários. “Ainda há tempo: se não dá para investir esse ano, convido os gestores de grandes verbas, de marcas que podem ter um impacto gigantesco na vida do povo desse país, a passar uns dias em Salvador e entender, sentir, ver com os próprios olhos a potência do que está acontecendo aqui.”
“Meus amigos, potencializar a diversidade é a única saída para nosso país. Venham. Serão muito bem-vindos e tudo custará muito barato diante da transformação que a cultura oferece”, disse finalizando a sequência de stories em seu Instagram.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.