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Alunos de um colégio estadual de Candiba, no Sertão Produtivo, Sudoeste baiano, desenvolvem um creme dental orgânico à base da casca de juazeiro, árvore comum na caatinga, e folhas de hortelã. Késia dos Santos, Marina Alves e Osvaldino de Souza estudam no Colégio Estadual Antônio Batista e são orientados pelo professor William Oliveira.
A escolha do extrato do juazeiro e da hortelã, segundo Késia dos Santos, é um meio de preservar a tradição a partir de conhecimentos ancestrais. Além disso, o custo é baixo e o material desenvolvido tem menos química, o que torna o produto uma opção sustentável.
“O juá tem características antissépticas, antimicrobianas, anti-inflamatórias, além de ser um clareador natural. Já a hortelã tem propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias e é um ótimo antifúngico. Ao produzir o creme dental, foi necessário extrair os componentes principais do juazeiro e da hortelã”, relata Késia.
A falta de cuidado odontológico pode causar problemas graves de saúde bucal. Segundo o IBGE, apenas 15% da população cuida da higiene oral com regularidade.
O projeto é desenvolvido no Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação (SEC), com apoio do programa Bahia Faz Ciência, da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).
Alunos de uma escola estadual de Barreiras, no Extremo Oeste, desenvolvem um repelente à base de jatobá, planta encontrada no cerrado, bioma predominante na região. Bruna Santos e Victor Lopes, estudantes do Colégio Estadual Herculano Faria, iniciaram os estudos em busca de um potencial repelente a partir de extratos de jatobá, a fim de explorar a produção sustentável.
Elas são orientadas pela professora Aline Alves, e o estudo foi apresentado em uma feira de ciências da escola, com o intuito de valorizar o Cerrado. “Através de pesquisas, eles conheceram plantas do nosso bioma local e interessaram-se em estudar mais sobre o jatobá, uma planta significativa para a nossa região, em especial para Barreiras”, disse a docente.
Segundo a secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a fabricação do produto foi pensada a partir de uma metodologia acessível, garantindo que a comercialização seja de baixo custo.
“Para a análise, preparamos extratos aquosos das folhas e frutos do jatobá. Já durante o teste de repelente, adaptamos a metodologia utilizando pedaços de alimentos pulverizados com extrato das folhas e extrato dos frutos, dispostos em diferentes ambientes do domicílio”, completa Aline.
Além de propriedades medicinais, a casca e as folhas do jatobá contêm substâncias como terpenos, taninos e glicosídeos, o que permite o uso do produto como fungicida e repelente contra algumas pragas agrícolas.
“O repelente pode ser utilizado de modo preventivo em comunidades rurais por pequenos produtores agrícolas, já que possui baixo custo e fácil manejo. O resultado disso é uma possível contribuição no direcionamento de medidas sustentáveis contra patologias causadas por insetos”, diz. Ainda em fase de desenvolvimento, a pesquisa estimula jovens cientistas a estudarem novas possibilidades de utilização.
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