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Escolas públicas e particulares de Salvador registraram movimento abaixo do normal de estudantes na manhã desta quinta-feira (20). O principal motivo que pode explicar a ausência dos alunos é um boato que alardeava sobre a possibilidade de ataques coordenados contra unidades de ensino na data de hoje.
Para o Bahia Notícias, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Educação da Bahia (APLB-BA) Rui Oliveira, disse que as escolas públicas estão abertas, mas com poucos alunos. “A frequência hoje foi baixa por causa do boato e também por conta do feriadão”, conta o sindicalista que ainda fez visitas a escolas do Centro da capital.
Nas instituições de ensino particulares o cenário era parecido. “Algumas famílias ficaram com receio e muitos alunos deixaram de ir para as aulas hoje”, diz o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado (Sinepe-BA), Jorge Tadeu.
O dirigente acrescenta que as ausências foram maiores nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio. Ainda de acordo com Tadeu, várias escolas promoveram ações em prol da paz e da conscientização para o cuidado com a saúde mental do corpo estudantil.
GOVERNADOR FAZ ALERTA
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), fez um apelo aos pais e responsáveis que fiquem atentos a "qualquer comportamento anormal" apresentado pelas crianças em casa. Além disso, o gestor estadual mandou um recado ao povo baiano contra a divulgação de fake news sobre as ameaças e eventuais ataques em escolas baianas.
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"A gente vem trabalhando desde os dias que começaram as informações de algum tipo de tentativa de ataque e até alguns ataques em escolas. Nós temos a importância da escola, o papel na vida das famílias, é um ambiente sagrado, que nós quando enviamos os filhos e ficamos tranquilos. Lá não pode ser um ambiente que ameace a vida dos nossos filhos, mas a gente também pode entender que a escola não é uma ilha. Se acontece as coisas na escola é porque a sociedade está de certa forma comprometida com algum assunto, ela pode estar adoecida e levando isso para a escola", disse durante bate-papo com a imprensa nesta quarta-feira (19).
Na manhã de ontem, o governador instalou e apresentou a proposta de trabalho do Comitê Estadual Intersetorial de Segurança nas Escolas e nos Espaços Educacionais da Bahia (Cise), durante reunião realizada no auditório do Centro de Operações e Inteligência (COI) da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em Salvador. O Cise tem o objetivo de integrar órgãos, entidades da administração pública, e representantes da sociedade civil, para uma atuação conjunta de políticas de segurança em unidades escolares.
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe-BA) emitiu um comunicado com orientações de ações a serem tomadas em eventuais ataques contra as instituições de ensino. Em carta enviada na última terça-feira (11), a entidade também fez alerta sobre o debate em torno da saúde mental dos alunos nas escolas, e pregou que o assunto seja discutido no interior das instituições.
“Nesta sociedade, na qual a competitividade, a performance e o espetáculo são crescentemente valorizados, muitos indivíduos com fatores ambientais e predisposição genética, entram em surto psicótico. Como escola, precisamos ficar mais atentos a humores atípicos de pessoas da comunidade escolar. Precisamos falar sobre saúde mental no interior das escolas e ficar mais atentos a coisas estranhas”, disse o Sinepe em carta assinada pelo presidente da instituição, Jorge Tadeu Pinheiro Coelho.
Veja as orientações da Sinepe para eventuais ataques:
- Tenha em mãos os números da Samu (192), da Polícia Militar (190), Ronda Escolar e Corpo de Bombeiros (193);
- Identificação daqueles que entram na instituição de ensino (pais, prestadores de serviços e todos os demais);
- Manter os portões fechados no estabelecimento de ensino;
- Converse com o pessoal da portaria, alerte a prestar atenção à alterações comportamentais de qualquer pessoa que esteja entrando na escola, bem como, a prestar atenção nos objetos que ela carrega;
- Solicite aos professores que comuniquem às respectivas coordenações e direções situações de comportamentos atípicos de alunos , bem como, a suspeita de pertences que possam ferir outras pessoas;
- Reúna o pessoal que trabalha nos pátios, nas áreas de recreação que fiquem atentos a comportamentos atípicos dos alunos e de qualquer pessoa do interior da escola, bem como, os objetos portados, esquecidos na instituição de ensino;
- Se julgar necessário, estabeleça um plano emergencial de saída da escola para encaminhar as crianças e colaboradores para o lugar seguro mais próximo;
- Não confronte uma pessoa em surto;
- Em caso de diálogo com pessoas em surto, utilize uma voz calma e serena para que a descompensação aguda emocional não seja exacerbada. Além disso, busque um psiquiatra rapidamente.
DENÚNCIA DE ATAQUE
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) comunicou que casos de ameaças devem ser comunicados para a direção da unidade escolar, que registra o boato junto ao órgão de polícia. Pais ou educadores que tiverem acesso a tais informações também podem denunciar de forma direta, seja presencialmente, numa delegacia, ou por meio da plataforma Delegacia Virtual. A recomendação é a mesma para estudantes da rede pública ou privada de ensino (veja mais detalhes aqui).
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Wilson Witzel
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e a Polícia Federal. No meu governo, a Polícia Civil e a Militar sempre tiveram total independência".
Disse o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, ao negar que manteve qualquer tipo de relação, seja profissional ou pessoal, com o juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo caso de Flavio Bolsonaro (PL), e jamais ofereceu qualquer tipo de auxílio a qualquer pessoa durante seu governo, após vazementos de áudios atribuidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).