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terreiro da casa branca
O juiz federal substituto Robson Silva Mascarenhas, da 1ª Vara Cível da Seção Judiciária da Bahia, determinou, em decisão liminar, a interrupção imediata de qualquer obra em imóvel irregular construído dentro e no entorno do território do Terreiro da Casa Branca, localizado no Engenho Velho de Brotas, em Salvador. O local é o primeiro terreiro de candomblé tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na capital baiana, em 1984.
A decisão atende ação civil pública movida pela Procuradoria Federal (AGU) junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A determinação cabe recurso, mas a execução é imediata.
O juiz ordena, ainda, que o responsável pela obra, um policial militar, apresente em 30 dias um projeto de engenharia para demolição dos dois pavimentos superiores. Conforme a decisão, o projeto precisará ser submetido ao Iphan e ao município de Salvador para aprovação, “tudo sob pena de multa e de outras sanções processuais que se façam necessárias”.
Desde 2021, os membros do Terreiro da Casa Branca denunciam as invasões e a construção irregular de um imóvel, que chegou a ter cinco pavimentos e invade a privacidade do bem cultural tombado pelo patrimônio.
Segundo Isaura Genoveva Neta, ekedi e advogada do terreiro, a decisão foi recebida com muita felicidade pela comunidade, por “saber que existe um movimento de proteção para todas as comunidades tradicionais. Espero que este seja um primeiro passo para que a situação seja resolvida e que o patrimônio continue preservado”.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) já havia sinalizado a necessidade de demolição da construção irregular. Após análises e inspeções técnicas, o MP-BA recomendou à prefeitura de Salvador a derrubada do prédio (saiba mais).
O TERREIRO
O Ilê Axé Iá Nassô Ocá ou Terreiro da Casa Branca é um exemplar típico do modelo básico jeje-nagô, sendo o centro de culto religioso negro mais antigo de que se tem notícia da Bahia e do Brasil, considerado com a matriz da nação Nagô. Tombado pelo município de Salvador em 1982 e pelo Iphan em 1984, é possível ligar suas origens à Casa Imperial dos Iorubá, representando um monumento onde sobrevive riquíssima tradição de Oió e de Ketu.
Realizada anualmente na data em que é celebrado o Corpus Christi, a missa em ação de graças a São Jorge, popularmente conhecida como ‘Missa de Oxóssi’, reuniu fiéis católicos e membros do candomblé nesta quinta-feira (8), na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Salvador. A missa é reflexo do sincretismo religioso entre santos católicos e divindades do candomblé.
Na igreja, que é referência no acolhimento das comunidades tradicionais de Salvador e aliada no enfrentamento do racismo religioso, fiéis, simpatizantes do candomblé e filhos do Ilê Axé Iyá Nassô Oká – Terreiro da Casa Branca lotaram o espaço em uma grande demonstração de fé. A comunidade religiosa do terreiro é responsável pela realização da missa.
Vestidos de azul e branco, ao som de toques de atabaques e agogôs, cânticos em ação de graças foram entoados a São Jorge, santo católico que dá nome a associação do terreiro, e a Oxóssi, orixá patrono do Terreiro da Casa Branca.
Foto: Alex Sander
Com a presença de importantes autoridades políticas e religiosas, após o fim da celebração, fiéis seguiram em caravanas para o terreiro, localizado no Engenho Velho da Federação, para dar prosseguimento às obrigações religiosas, onde também no dia de hoje acontece a Festa de Oxóssi, às 20h.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Wilson Witzel
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e a Polícia Federal. No meu governo, a Polícia Civil e a Militar sempre tiveram total independência".
Disse o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, ao negar que manteve qualquer tipo de relação, seja profissional ou pessoal, com o juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo caso de Flavio Bolsonaro (PL), e jamais ofereceu qualquer tipo de auxílio a qualquer pessoa durante seu governo, após vazementos de áudios atribuidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).