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trafico de animais
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (27), a Operação Leari & Rosalia, com o objetivo de cumprir mandados judiciais decorrentes de investigação relativa ao tráfico internacional de animais em Salvador.
Agentes da corporação cumpriram dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária da Bahia. Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de animais, maus-tratos de animais e organização criminosa. As penas, somadas, podem chegar a 18 anos de reclusão.
A investigação teve início com a notícia da apreensão de 17 micos-leões-dourados e 12 araras-azuis-de-lear, espécies endêmicas do Brasil e ameaçadas de extinção, no dia 12 de fevereiro deste ano, após a revista em uma embarcação brasileira, realizada pela Guarda Costeira da República Togolesa.
De acordo com a PF, na ocasião, os tripulantes da embarcação, que deixou o Brasil com destino ao Benin transportando animais acompanhados de licenças CITES da Guiana inautênticas, foram presos em flagrante delito, por estarem na posse de animais protegidos pela Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), da qual o Togo é signatário.
Os animais, vítimas do tráfico internacional, foram repatriados ao Brasil, em ação conjunta do Ibama com a Polícia Federal, tendo sido encaminhados a centros de reabilitação, localizados no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em risco de extinção, as Araras-Azuis-de-Lear são apenas encontradas na região do Raso da Catarina, na Bahia. Já os micos-leões-dourados são oriundos da mata atlântica do Rio de Janeiro.
A Polícia Federal (PF), com o apoio do IBAMA, deflagrou, nesta quinta-feira (31), a Operação Sapajus, visando o cumprimento de mandado judicial decorrente de investigação relativa ao tráfico de animais. A equipe da PF identificou que um animal silvestre do gênero “Sapajus”, um macaco-prego-do-peito-amarelo, estava sendo criado em uma residência, no município de Camaçari, região metropolitana de Salvador, acobertado com documentação falsa.
Na ação, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão, expedido pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária da Bahia, tendo encaminhado o animal apreendido ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA para reabilitação e possível devolução à natureza.
Os investigados pela comercialização do animal irão responder pelos crimes de tráfico de animais e falsificação de documento público. As penas, somadas, podem chegar a sete anos de reclusão.
O tráfico de animais silvestres causa enorme prejuízo à fauna brasileira, criando graves desequilíbrios ambientais, inclusive em ecossistemas protegidos, e podendo expor determinadas espécies ao risco de extinção. A criação de animais silvestres somente é permitida quando adquiridos de criadores comerciais registrados no IBAMA, que possuam Cadastro Técnico Federal (CFT) e autorização no Sistema Nacional de Gestão de Fauna (SisFauna).
O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou o encaminhamento à unidade do Ministério Público Federal (MPF) na Bahia de representação apresentada pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) com pedido de providências para garantir a proteção da arara-azul-de-lear, espécie entre as mais raras do mundo e que estaria ameaçada de extinção por problemas como o tráfico de animais.
De acordo com a Renctas, a situação pode se agravar a partir de setembro, quando se inicia o período reprodutivo da espécie, deixando as aves ainda mais vulneráveis à ação dos traficantes.
A entidade pede que seja apurada a existência de uma rede internacional de tráfico de animais silvestres brasileiros ameaçados de extinção. Também foi requerida providências para a repatriação de 29 araras da espécie apreendidas no Suriname e outras três em Bangladesh.
A PGR explica que não é atribuição do órgão analisar o caso e adotar eventuais providências, e sim à Procuradoria da República na Bahia. O documento foi encaminhado no último dia 2, de forma imediata ao recebimento da representação.
Grupos dedicados à venda de animais exóticos no Facebook e WhatsApp se tornaram uma plataforma para o tráfico de animais silvestres ameaçados de extinção. Nas redes, são vendidos, entre outros bichos, macacos-pregos, araras-azuis e saguis, além de documentos que prometem forjar a legalização de animais, que são capturados da natureza e vendidos até sob demanda.
O Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, acompanhou grupos usados por traficantes para o comércio de animais selvagens. A maior parte dos anúncios é de venda de cobras, lagartos e aranhas. No entanto, não é difícil achar pessoas anunciando animais selvagens de origem ilegal. No grupo “Exóticos Brasil ????????”, basta uma simples busca pela palavra “macaco” e dezenas de posts anunciando a venda de saguis, macacos-mão-de-ouro e macacos-prego são facilmente encontrados.
O mesmo vale para araras-azuis e canindés, ambas ameaçadas de extinção, que têm seu comércio livremente anunciado em grupos on-line.
Os preços de macacos-pregos por exemplo, variam entre R$ 4 mil a R$ 6 mil, a depender do anúncio, que normalmente vem acompanhado da cidade onde o animal será retirado.
FACEBOOK
Em julho do ano passado, o Facebook foi multado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em R$ 10,1 milhões devido à venda ilegal de animais silvestres na plataforma.
De acordo com um auto de infração, traficantes usaram a rede social para vender ao menos 2.227 espécimes da fauna silvestre nativa sem a devida licença.
Estudo feito pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), em parceria com a Nortrhumbria Universaty, do Reino Unido, indica que dezenas de milhões de animais selvagens são comercializados todo ano no Brasil. A venda ilegal explodiu com o avanço da tecnologia, que criou redes internacionais de contatos.
Contatado pelo Metrópoles, a Meta, dona do Facebook afirmou que o grupo “Exóticos Brasil ????????” foi removido por violar as políticas da rede social
“Não permitimos conteúdo sobre compra, venda, comércio, doação ou oferta de espécies em vida selvagem, e removemos tais conteúdos quando tomamos conhecimento deles em nossa plataforma. Usamos uma combinação de tecnologia e revisão humana para aplicar essas regras, e cooperamos com autoridades locais nessa área”, disse a empresa por meio de nota enviada à reportagem.
IBAMA
Dados fornecidos pelo Ibama do Sistema de Gestão dos Centros de Triagem de Animais Silvestres (SisCetas) mostram que 191.615 animais provenientes de operações de apreensões foram recebidos pelo sistema só nos últimos 4 anos. Os dados foram contabilizados até o dia 15 de maio deste ano.
Procurado pela reportagem, o Ibama não soube informar quantos casos de tráfico de animais on-line foram registrados nos últimos anos. O órgão também não conseguiu dizer se já recebeu denúncias de casos de falsificação da origem de animais silvestres anteriormente.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.