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"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
vila velha
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.
"É um povo que tem o seu DNA, na sua cultura e identidade também a independência de correntes políticas alheias. Aqui a gente realmente faz o que quer, é uma cidade e um povo que tem uma independência nesse sentido no seu DNA, na sua essência. Então esse tema desse ano é pra celebrar essa característica nossa de muito tempo e que a cada ano se afirma", disse.
Além disso, Tourinho analisou os festejos juninos realizados no Centro Histórico de Salvador e atualizou com exclusividade ao BN o andamento de obras importantes do setor cultural. Por fim, comentou a expectativa para a cidade receber o show que marca os 10 anos da carreira solo do cantor Bell Marques. Confira na íntegra aqui.
Não é novidade que a prefeitura de Salvador busca um espaço para construir um teatro municipal, especialmente após o incêndio que atingiu o Teatro Castro Alves (TCA) em janeiro do ano passado. O Executivo soteropolitano, contudo, enfrenta dificuldade para encontrar um espaço viável na capital baiana. Com isso, as conversas para tirar o equipamento do papel esfriaram e o foco da gestão Bruno Reis (União) deve ser a entrega da requalificação do Teatro Vila Velha, que completa 60 anos em 2024.
O cenário foi passado ao Bahia Notícias pelo secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho. Provocado pela reportagem sobre novidades em relação ao teatro municipal, o titular da Secult confirmou que um dos principais entraves para executar a ideia é a "falta de espaço".
De acordo com o secretário, o "grande teatro municipal de Salvador" em 2024 será o Vila Velha completamente reformado. "A gente está com duas previsões para 2024 nesse sentido, que é a Arena Multiuso, que vai ter um espaço que permite grandes apresentações, e o Vila Velha, que vai ser um investimento altíssimo", disse Tourinho.
A expectativa é que a licitação do Vila Velha, que está localizado no Passeio Público, no bairro do Campo Grande, seja aberta ainda no primeiro semestre do ano, com entrega prevista para o final de 2024. A empresa responsável pelo projeto de requalificação da casa de espetáculos teatrais já foi definida. Ainda no mês de setembro de 2023, a Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) publicou que a A+P Arquitetura e Urbanismo foi contratada por meio de inexigibilidade de licitação. O valor para a execução do projeto é de R$ 793,6 mil.
No caso do novo teatro público, o Bahia Notícias já havia evidenciado os obstáculos enfrentados pela prefeitura de Salvador em 2023. À época, a reportagem mostrou que durante os estudos de viabilidade alguns locais foram colocados em pauta de discussão e rapidamente descartados, a exemplo dos antigos Cine-Teatro Jandaia e Cine Pax, localizados na Baixa dos Sapateiros. Os dois imóveis estão localizados na Avenida José Joaquim Seabra e poucos metros os separam.
Outro local analisado e vetado foi o Centro de Convenções instalado na orla da Boca do Rio. Sem detalhar os motivos, uma das fontes ouvidas pelo BN afirmou que a negativa teria partido do próprio conglomerado francês GL Events, concessionária responsável pela administração. A ideia era que o teatro municipal se instalasse em um espaço do Centro de Convenções que atualmente não é usado para exposições, mas sim para debates e "mesas redondas".
Na semana passada, o presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro, revelou em entrevista ao Bahia Notícias que a construção de um teatro público dependeria da iniciativa do prefeito Bruno Reis.
OBRAS NO VILA VELHA
Em julho do ano passado, a prefeitura de Salvador anunciou uma parceria para requalificar e modernizar o equipamento. A obra terá como base o projeto original, elaborado pelo arquiteto alemão Carl Von Hauenschild. Foi ele quem desenhou a planta atual do teatro, que passou por uma refundação em 1998. Agora, a Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) vai atualizar o projeto, com a promessa de fazer adequações para a modernidade, como maior acessibilidade, maior número de banheiros e de áreas de segurança, e com climatização mais silenciosa.
Além do Vila Velha, a gestão municipal também vai realizar uma reforma no Passeio Público, área histórica de lazer onde o teatro está abrigado. A expectativa é que as intervenções refaçam algumas áreas de pedra portuguesa que estão desgastadas por conta do tempo e que deixam a caminhada difícil no local, e também apliquem novas normas de acessibilidade.
O teatro Vila Velha, a partir do dia 26 de junho, irá disponibilizar um acervo virtual mostrando 10 anos de memórias do grupo. A trajetória de 1994 a 2004, será disponibilizada para o público através do site teatrovilavelha.com.br/memoria.
O lançamento do site acontece no dia 26 de junho, sábado, às 16h em uma live no canal do Vila Velho no Youtube, que traz como tema “O acervo como fonte de criação”. A live contará com a participação do encenador e diretor artístico do teatro, Márcio Meirelles e do jornalista, curador e crítico de arte, Marcelo Rezende, que também foi diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, diretor artístico da 3° Bienal da Bahia e integrante do grupo de curadores da 28° Bienal de São Paulo, entre outros projetos e atividades de importante contribuição para os acervos artísticos do Brasil.
Na plataforma é possível navegar por momentos icônicos da história do Vila, acontecimentos que tiveram contribuição essencial para o desenvolvimento do teatro baiano, como a criação da Sol Movimento da Cena, a restauração da Companhia Teatro dos Novos, a consolidação do Bando de Teatro Olodum, e a criação de grupos como o Viladança, VilaVox, a Cia de Teatro Novos Novos.
“A ideia é que o site seja conciso e didático, possibilitando uma pesquisa fluida para os pesquisadores e curiosos sobre história do Teatro. As décadas estarão dispostas em uma linha do tempo horizontal, ao clicar em uma delas, os anos que a compõe se revelam em linha vertical. Dentro de cada ano haverá os documentos que registram os acontecimentos do período”, explica Victor Miranda, desenvolvedor do site.
Além disso, o conteúdo do site também compreende o surgimento e o legado de grandes atrações do Vila como o Meia Noite se Improvisa, Baila Vila, Oficinas Vila Verão, o começo das carreiras de Lázaro Ramos, Wagner Moura, Virgínia Rodrigues e outros grandes atores, e por fim, a criação o projeto Teatro de Cabo a Rabo, que aproximou a produção cênica de outros municípios, trazendo a diversidade do interior para o Vila.
SERVIÇO
O QUÊ: Lançamento do site com acervo virtual
QUANDO: 26 de junho
ONDE: Canal do YouTube do Vila Velha
VALOR: Gratuito
O Teatro Vila Velha vai exibir no formato virtual, a partir do próximo sábado (16), três encenações de espetáculos do dramaturgo inglês William Shakespeare. A iniciativa vai, a cada semana, disponibilizar uma nova obra dirigida pelo baiano Marcio Meirelles.
No primeiro dia, a peça que vai ao ar é "Romeu e Julieta". Em seguida, no dia 23 de janeiro, "Hamlet+Hamletmachine" é quem vai estar no palco virtual. Já no último dia do projeto, 30 de janeiro, as cortinas vão se abrir para "A Tempestade". As apresenações vão ser exibidas sempre a partir das 20h.
Todos os três espetáculos exibidos são montagens realizadas pela Companhia Teatro dos Novos e pela universidade LIVRE em 2016, 2015 e 2020, respectivamente. As apresentações foram gravadas e agora estarão no canal do Teatro Vila Velha no YouTube.
Fundado no Passeio Público há 55 anos, o Teatro Vila Velha lançou, na última semana, a campanha de financiamento coletivo "Amigos do Vila", com o objetivo de arrecadar recursos para expandir e dar continuidade aos projetos artísticos e culturais realizados no espaço, dentre eles festivais e residências artísticas. Os colaboradores vão ter direito a recompensas como brindes e meia-entrada.
O público poderá contribuir mensalmente com valores entre R$ 1 e R$ 250. Quanto maior o incentivo financeiro, mais benefícios o doador terá. Outras informações podem ser encontradas aqui.
Residem no Vila Velha grupos artísticos e coletivos, a exemplo do Bando de Teatro Olodum - de onde saíram atores como Lázaro Ramos, Luciana Souza e Jorge Washington - e o núcleo de produção em dança (Viladança).
Foram abertas as inscrições para a oficina da Universidade Livre do Teatro Vila Velha. O curso, que possui três anos de duração, terá sua etapa de seleção entre os dias 11 e 15 de fevereiro, das 9h até às 13h Os candidatos inscritos vão ser apresentados, neste período, ao método de trabalho, além da realização de atividades de teatro, dança e música.
O programa Livre, é um curso de formação de atores profissionais que promove não só experiência com as linguagens da artes cênicas, como também a formação direcionada à produção, gestão cultural e técnicas do espetáculo.
O curso é reconhecido pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado da Bahia (Sated-BA) para o registro profissional da DRT e tem como critérios ser maior de 18 anos e ter passado por alguma experiência teatral, mesmo que amadora.
A inscrição para a oficina de seleção da Universidade Livre do Vila Velha pode ser feita presencialmente no teatro, localizado no Passeio Público, ou através do site do Sympla (clique aqui). Para dúvidas e demais informações: (71) 3083-4600.
Além dos filmes infantis (leia aqui), as peças de teatro são uma ótima opção para quem está procurando atividades para fazer com as crianças neste feriado. Nos próximos dias, uma montagem infatil com drags no elenco, uma peça carioca de mímica que discute o vício em jogos e outra que faz um paralelo com a política brasileira através de personagens animais entram em cartaz pela cidade. Confira a programação de algumas peças infantis que ficam em cartaz neste feriado:
“Cin-DRAG-Rela” no Teatro Vila Velha
Foto: Reprodução / Youtube
“O Cordel de Maria Cin-DRAG-Rela” faz sua última apresentação do ano no Festival Vilerê, no Teatro Vila Velha. A trama, uma releitura nordestina e drag da história de Cinderela, mostra a protagonista Cindragrela escrava da sua madrasta, mas contando com a ajuda dos seus amigos animais para mudar sua vida quando o filho de um poderoso coronel da região decide fazer um forró para conhecer as moças da cidade. A peça discute temas como a misoginia junto ao público infantil. Os personagens femininos são feitos por atores homens e os masculinos por atores mulheres. O espetáculo será apresentado em sessão única nesta quinta-feira (12), às 11h. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
“ECA! Quanta Sujeira” no Teatro Martim Gonçalves
Foto: Divulgação
No Dia das Crianças, o diretor teatral Guilherme Hunder estreia o espetáculo infanto-juvenil “ECA! Quanta Sujeira” no Teatro Martim Gonçalves. À peça que discute a conservação do meio ambiente, terá sessão dupla nesta quinta-feira (12) com sessão dupla, às 11h e 16h. A montagem fica em cartaz nos dias 14, 15, 21 e 22 de outubro (sábado, 11h, e domingo, 16h e 18h). A história apresenta três animais importantes para cadeia alimentar: um rato (Douglas de Oliveira), uma barata (Genário Neto) e uma mosca (Sabrina Bispo). Os personagens partem em busca da terra prometida, o tão sonhado lixão onde a “felicidade”. Na terra tão sonhada, já habitada por toneladas de lixo, o Rato nomeia-se presidente e começa a instituir leis que proíbem a coleta seletiva. Estas ações geram uma insatisfação na população que deseja a reciclagem dos materiais orgânicos e não orgânicos. A peça faz paralelos com a política nacional. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
“Avesso” no Teatro Martim Gonçalves
Foto: Divulgação
Livremente inspirada na animação “Divertida Mente”, a montagem “Avesso”, escolhida como melhor espetáculo infanto-juvenil no prêmio Braskem de Teatro 2016, segue em cartaz neste feriado no Teatro Martim Gonçalves, localizado no bairro do Canela, nos dias 14, 15, 21 e 22 de outubro. As sessões ocorrem aos sábados, 16h, e domingo, às 11h. O valor da entrada é R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Na trama que discute política, valores e diversidade, uma cidade é dominada pelo medo e seus moradores se veem paralisados devido à força do sentimento. “Ao longo do processo criativo de ‘Avesso’, o mais instigante e valioso foi buscar artifícios para tratar deste assunto tão relevante na atualidade para o público infantojuvenil”, comenta o diretor do espetáculo, Guilherme Hunder.
“O menino que virou robô de videogame” na Caixa Cultural Salvador
Foto: Divulgação
A CAIXA Cultural Salvador apresenta uma curta temporada, durante o feriado, do espetáculo carioca “Victor James - o menino que virou robô de videogame”. A peça, que une teatro, mímica e humor, tem sessões de 12 a 15 de outubro (quinta-feira a domingo) e também nos dias 21 e 22 do mesmo mês (sábado e domingo), sempre às 15h. No dia das crianças (12) e no sábado (21), ocorrerão sessões extras, às 17h. O enredo se constrói a partir de um garoto que passa seus dias em frente a um jogo de vídeo game, negando café, almoço, jantar, banho e estudo. Sonhando com as sensações de ter os poderes dos personagens do game, Victor finalmente se transforma em um dos seus bonecos, passando a viver experiências nada agradáveis dentro da prisão que é uma tela de computador. Sentindo na própria pele o que seus bonecos virtuais sentem, ele passa a descobrir seus limites. Os ingressos são vendidos a partir das 9h do primeiro dia de apresentação, para todas as sessões de cada semana: quinta-feira (12) e sábado (21). As vendas acontecem na bilheteria da própria CAIXA Cultural Salvador, no Centro.
Fruto das inquietações de um professor e do escasso material de estudo sobre dramaturgia contemporânea na América Latina, a versão brasileira do espetáculo “A Persistência das Últimas Coisas”, dirigida por Celso Junior, estreia nesta quinta-feira (28) e segue temporada até 8 de outubro, no Teatro Vila Velha. O texto original, do jovem argentino Juan Ignacio Crespo, é sobre o fim de um romance entre dois rapazes e a dificuldade de lidar com as memórias e a perda. Tanto a temática, como a forma de contar esta história, conquistaram o brasileiro, de cara, durante uma viagem a Buenos Aires. “Eu saí com a ideia de 'eu preciso desse texto pra usar em sala de aula’, porque é um bom exemplo de dramaturgia contemporânea latino-americana”, lembrou Celso Junior. “Só pra você ter uma ideia, dos autores das peças latino-americanas que a gente estuda nas aulas, a mais recente era de 1976. Então, eu tinha um texto de 2013, 2014, que foi escrito agora e fala de temas universais, não só geograficamente, porque são questões humanas de qualquer pessoa”, revela o diretor baiano, contando que inicialmente não pensava em montar o espetáculo, mas apenas traduzir e usar em suas aulas.
A ideia de levar sua versão de “A Persistência das Últimas Coisas” aos palcos veio em 2016, por um motivo especial: a celebração de um marco em sua trajetória profissional. “Como estou comemorando 30 anos de carreira, pensei: ‘vou dirigir uma peça, vou atuar numa peça e vou fazer um recital de poesias’. Essa era minha ideia inicial. Aí, como não consegui dinheiro pra nada, eu disse: ‘vou montar a peça’. O dinheiro que eu gastaria numa festa, eu estou montando o espetáculo”, diz o diretor, aos risos. O primeiro passo foi fazer a tradução literal, com o objetivo de transpor para o português a ideia original do autor. Neste processo, Celso conta que passou por algo que chamou de uma “dificuldade ótima”. “Como o texto é muito contemporâneo, os diálogos tem muito palavrão, gíria local. Então precisei entender o que essas expressões significavam para o argentino de hoje e comecei a transpor”, explica. Dentro desta ideia, ele não mudou quase nada, exceto um ou outro termo, a exemplo de “boliche”, usado na Argentina e alguns países sul-americanos, e que no Brasil poderia ser substituído por “balada” ou “reggae”, no “baianês”. “Fiz uma tradução que se preocupa em não transliterar, mas dar ao ouvido brasileiro uma noção clara do que o texto está dizendo lá”, resumiu Celso Junior.
Celso Junior destaca que procurou "não baianizar" a peça, cuja história poderia se passar em qualquer cidade contemporânea | Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias
Para contar sua versão desta história de sentimentos universais, ele pontuou, no entanto, que se preocupou em “não baianizar” demais a peça. “Ela não se passa no Pelourinho, não se passa na Pituba. Se passa em um lugar qualquer, numa cidade qualquer, como Buenos Aires, como Salvador, como qualquer outra”. Com texto em mãos, foi o momento de escalar o elenco, que conta com três atores já conhecidos do diretor: Igor Epifânio, Vinicius Bustani e Paula Lice, esta última, conta Celso, veio logo à sua cabeça no momento em que viu o espetáculo original. “Que bonito, numa montagem brasileira, Paula Lice seria a pessoa ideal, porque ela traz uma loucura e um humor muito específico para a personagem”, lembra ele, que em seguida fez o convite. Paula viverá uma mulher sem nome, amiga e confidente de Federico, personagem principal, interpretado por Bustani. “Ele terminou um relacionamento de dez meses e não está conseguindo se livrar disso. Ele está muito apegado, e aí entra numa esfera da loucura, contrata um detetive para seguir o ex, fica muito ciumento, procura até uma cigana para fazer uma amarração para o cara voltar, quer dizer, ele está muito apegado a isso”, narra Celso Junior. “Ele se dá conta no meio do caminho, que quando eles começaram o namoro, eles inventaram para os amigos versões diferentes de como eles começaram, para glamourizar e romantizar o início. Ele não lembra mais a versão verdadeira. A peça reconta essas versões, e o que a gente vai percebendo é que ele só vai conseguir vencer essa separação quando ele se lembrar exatamente como foi que eles começaram”, explica o diretor, que de certa forma acabou traçando um paralelo para sua própria vida, apesar de já estar na casa dos 50, enquanto os personagens vivem os dilemas dos 30 anos.
Versão brasileira do espetáculo "A Persistência das Últimas Coisas" tem Igor Epifânio, Vinicius Bustani e Paula Lice no elenco | Foto: Divulgação
Neste sentido, Celso lembra que a peça fala muito sobre memória e o modo como as pessoas a acionam para reinventar sua própria história. “Apesar da peça falar especificamente de uma relação amorosa, eu acho que nesse momento eu estou falando também sobre a minha carreira, essa coisa de reinventar as pequenas histórias, as pequenas coisas, 'as últimas coisas'”, diz, sem deixar, entretanto, de diferenciar as inquietudes de cada geração, já que, para ele, essa angústia de fim de relacionamento não reflete sua atual fase. “Não passo mais por essa crise. Essa é uma crise muito das pessoas que estão se aproximando dos 30 anos, que acho que é quando elas começam a se dar conta da sua mortalidade. Então, cada final de relacionamento é como se fosse uma notícia de que você está se aproximando mais do fim da sua vida”, explica. Dito isto, ele se questionou sobre os motivos que o atraíram tanto na montagem e acabou encontrando a resposta: “Eu estou fazendo 30 anos de carreira e cada final de temporada é um final de carreira. Cada peça que termina e não volta mais a cartaz, eu me despeço dela como se fosse um relacionamento que acabou e que agora virou uma história”, conclui o diretor, que diante do momento vivido no Brasil e no mundo, para 2018 já decidiu acessar outras memórias, montando um espetáculo de Nelson Rodrigues. “É uma onda mais careta que está em momento de expansão. Ano que vem eu estava em dúvida do que fazer, mas já tomei a decisão. Vou montar uma peça que foi escrita e foi escândalo 60 anos atrás, para fazer escândalo 60 anos depois: ‘Os Sete Gatinhos’”, provoca.
SERVIÇO
O QUÊ: Espetáculo “A persistência das últimas coisas”
QUANDO: 28 de setembro a 8 de outubro. Quinta a sábado, às 20h e domingo, às 19h
ONDE: Teatro Vila Velha – Salvador (BA)
VALOR: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), nas compras até 27 de setembro, no internet (clique aqui) | R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), na bilheteria, nos dias de espetáculo
Serviço
QUANDO: 28 de janeiro, 4 de fevereiro e 11 de fevereiro, Sábado, 16hs
ONDE: Teatro Vila Velha, no Campo Grande
QUANTO: R$30 (inteira) e R$15 (meia) | A bilheteria do teatro funciona de Segunda a Sexte, das 15h às 20h. Já aos Sábados, Domingos e Feriados, ela abre somente em dias de espetáculo, até 2 horas antes do espetáculo
Serviço
Serviço
O QUE: Espetáculo "Da própria pele não há quem fuja"
QUANDO: 25 e 26 de novembro de 2016, sexta-feira e sábado, às 20h
ONDE: Teatro Vila Velha, no Campo Grande
QUANTO: R$30 (inteira) e R$15 (meia) | A bilheteria do teatro funciona de Segunda a Sexte, das 15h às 20h. Já aos Sábados, Domingos e Feriados, ela abre somente em dias de espetáculo, até 2 horas antes do espetáculo
Serviço
O quê: ‘Romeu e Julieta’
Quando: 1º à 18 de dezembro, de quinta a domingo, sempre às 19h
Onde: Teatro Vila Velha, Passeio Público
Valor: R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia)
Serviço
O quê: Encontro sobre Mediação Cultural
Quem: Mediadores, estudantes e pessoas interessadas em arte e educação
Quando: 28 de junho, terça-feira, 16h30
Onde: Cabaré dos Novos, Teatro Vila Velha - Av. Sete de Setembro, s/n - Passeio Público, Salvador
Valor: Entrada gratuita
Um ponto de vista sobre os Viewpoints
Ará Izô - Corpo que Queima
Valor: Gratuito
Serviço
Realizada na mesma data de nascimento e morte do dramaturgo inglês William Shakespeare, a cerimônia, além de homenageá-lo, também celebrou os 50 anos do Teatro Vila Velha e o ator Lázaro Ramos, pelo conjunto de sua obra. Shakespeare esteve presente nos diálogos conduzidos pelos mestres de cerimônias Jackson Costa e Margareth Menezes. "Hoje se completa os 450 anos do nascimento de um homem de teatro cujo nome se tornou uma legenda [...] Foi Shakespeare quem soube fazer o melhor teatro popular de todos os tempos", lembraram os dois. Mas além das citações, o dramaturgo se fez presente também no público, o qual até hoje garante o sucesso do teatro. “A história do teatro é também a cena da plateia”, chegou a dizer Jackson Costa. E aquela que estava na premiação fez sua parte: aplaudiu, gritou, riu, levantou, cantou e chorou.
Para celebrar o segundo homenageado da noite, o Teatro Vilha Velha, foram chamados ao palco tanto os representantes da primeira geração, quanto os da mais nova, pertencentes à Universidade Livre. Em um discurso emocionado, a atriz Sônia Robatto, uma das fundadoras, disse estar emocionada por festejar essa data, depois de 50 anos. “O Vila Velha não é um teatro, é um ente. Quero morrer no Vila, em cima do palco, com vocês”, disse, emocionada.
Quem também não conseguiu segurar a emoção foi o ator Lázaro Ramos. Aprendiz do Vila, Lázaro se tornou local e nacionalmente conhecido pelos trabalhos que fez no Bando de Teatro Olodum, grupo residente do espaço. Sua homenagem, inclusive, foi entregue pelo coreógrafo Zebrinha, que além de trabalhar com o Bando, também assina as coreografias do Balé Folclórico da Bahia – o qual durante a cerimônia apresentou diversos números do espetáculo "Herança Sagrada - A Côrte de Oxalá", em cartaz neste final de semana no TCA. “Quero lhe dar um abraço não de amigo, mas um abraço daqueles que se sentem representados por você, que te olham e sentem que podem chegar aonde você chegou”, disse Zebrinha antes da entrega da homenagem.
De acordo com o coreógrafo, foi Lázaro quem conseguiu quebrar sua convicção de que um ator só estava formado após os 45 anos. “Ele me provou o contrário e eu cheguei a dizer que ele precisava parar de ganhar tanto prêmio”, brincou. Lázaro, por sua vez, disse ter ficado muito honrado pelo reconhecimento em solo baiano. ”Eu sempre quis ganhar um Braskem. Você roda o mundo, mas quer ganhar aqui. Não é só vaidade pelo reconhecimento, mas é um encontro de energias, é olhar para os colegas, é compartilhar esse momento único. O que me define como artista é ser um ator de teatro baiano”, afirmou. Mesmo após algumas lágrimas, Lázaro dedicou a homenagem recebida à companheira do Bando de Teatro Olodum, Auristela Sá, falecida em 2012. “Quero dedicar esse prêmio a uma pessoa que viveu todas as emoções comigo, que é Auristela. Viva o teatro da Bahia”, exclamou.
Além das homenagens e do anúncio dos vencedores, outro grande momento da noite foi a apresentação do número de Iansã pelo Balé Folclórico. Executada ao vivo pelas cantoras Daniela Mercury e Margareth Menezes e pela banda comandada por Gerônimo (que também assinou a direção musical da premiação), a música “Oyá Por Nós” tirou o fôlego da plateia, que além de prestigiar o teatro, teve boas doses de música e dança.
Lista de vencedores do Prêmio Braskem de Teatro 2013 (em negrito)
Éramos Gays
Três Versões da Vida
Legal TchanTchanTchan
Ewald Hackler, por Três Versões da Vida
Fernanda Paquelet, por Barrinho
Luis Alonso, por A Conferência
Zeca de Abreu, por Destinatário Desconhecido
Kadu Veiga, por Nunca Nade Sozinho
Kátia Leal, por FicVeiFicLegal
O Amostrão Vila Verão começa no primeiro final de semana do ano, dias 4 e 5 de janeiro, quando será apresentado o espetáculo "Por que Hécuba". Segundo o autor da obra teatral, o romeno Matéi Visniec, "Por que Hécuba" é uma "peça sobre a violência, como "Hécuba" de Eurípedes.
Já "Troilus e Créssida" estará em cartaz de quinta a domingo entre os dias 9 a 26 de janeiro. O espetáculo, escrito por Shakespeare em 1602, é resultado do 28º Curso Livre de Teatro da Ufba. Com um elenco de 35 jovens, a peça mostra a impossibilidade do amor em uma sociedade sem valores durante uma guerra.
No dia 8 de fevereiro, às 20h, Cabaré da Rrrrraça reestreia no teatro. Um dos principais espetáculos do Bando de Teatro Olodum, a obra debate o racismo de modo aprofundado, apesar do humor nos personagens.
"Frankenstein", o terceiro e último espetáculo inédito do Amostrão, estreia no dia 11 de fevereiro, às 20h.O romance clássico da escritora britânica Mary Shelley (1797-1851) narra a história de uma criatura produzida em laboratório por um estudante de ciências naturais, que se tornou popular devido a primeira adaptação para o cinema do diretor inglês James Whale, em 1931.
O QUÊ: Música para Bailar
ONDE: Sala Principal do Teatro Vila Velha
QUANDO: 22 de outubro, terça-feira, 19h
O QUÊ: Palestra com Matéi Visniec
ONDE: Sala Principal do Teatro Vila Velha
QUANDO: 23 de outubro, quarta-feira, às 19h
O QUÊ: "Espelho para Cegos"
ONDE: Sala Principal do Teatro Vila Velha
QUANDO: 24 de outubro, quinta-feira, 20h
O autor assistirá a montagem de sua peça no Vila.
O curso, que ocorrerá às segundas e quartas-feiras, das 14h às 18h, será ministrado pelo figurinista, maquiador, bailarino e aderecista Luiz Santana, que possui no currículo diversas criações para montagens, grupos e projetos, como o Bando de Teatro, Núcleo Viladança, Núcleo do Teatro Castro Alves e muitas produções cinematográficas. A taxa de inscrição é R$ 100.
Serviço
O QUÊ: Oficina de Maquiagem Artística com Luiz Santana
QUANDO: 15 de julho a 7 de agosto. Segundas e quartas, das 14h - 18h
ONDE: Teatro Vila Velha (Av. Sete de Setembro, s/n - Passeio Público. Campo Grande)
QUANTO: R$ 100
Inscrições: De segunda a sexta, das 14h - 18h.
Sucesso de público, “Drácula”, obra homônima de Bram Stoker (1897), estreou em agosto de 2012 no Vila Velha e é encenado pelo Núcleo Supernova Teatro (Ciro Sales, Luisa Proserpio e Will Brandão) e pelos atores Igor Epifânio, Lis Luciddi e Rafael Medrado.
Convergindo teatro, tecnologia e novas mídias, a montagem inovadora traz no lugar do Conde Drácula uma série de projeções que percorrem a Sala Principal com imagens, palavras e sons contracenando com o elenco. Sobre este processo, o diretor, Marcio Meirelles, confessa que deseja alcançar o máximo das dimensões possíveis da obra e fazer uma coisa diferente dos chavões. “Quero que a peça fale mesmo sobre alma, sobre nossas questões com a morte, com o outro, com o desconhecido, com os monstros que nós criamos e com aqueles que são criados e nós enfrentamos”, declara.
O filme documental “Menino Joel” será exibido no Teatro Vila Velha, dia 13 de junho (quarta-feira), às 19h, com entrada franca. A exibição é uma realização do Movimento Desocupa e do próprio teatro e faz parte da série de encontros “A Cidade Que Queremos”. O filme, dirigido pelo italiano Max Gaggino, conta a história do menino Joel da Conceição Castro, assassinado aos 10 anos, em 2010, no bairro do Nordeste de Amaralina, a balas possivelmente disparadas por policiais. A triste ironia da sua morte fica por conta do fato de Joel ter protagonizado, semanas antes do assassinato, uma propaganda do Governo da Bahia. O filme, que traz depoimentos emocionantes da família do garoto - pai, mãe e irmão -, da delegada titular da 28ª Delegacia (Nordeste de Amaralina) Jussara Souza, dos vizinhos - líderes comunitários -, e de algumas autoridades baianas, foi lançado em abril na Saladearte da UFBA.
Serviço
O QUÊ: Exibição do documentário "Menino Joel"
ONDE: Teatro Vila Velha
QUANDO: 13 de julho (quarta-feira)
QUANTO: Entrada franca
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Wilson Witzel
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e a Polícia Federal. No meu governo, a Polícia Civil e a Militar sempre tiveram total independência".
Disse o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, ao negar que manteve qualquer tipo de relação, seja profissional ou pessoal, com o juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo caso de Flavio Bolsonaro (PL), e jamais ofereceu qualquer tipo de auxílio a qualquer pessoa durante seu governo, após vazementos de áudios atribuidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).