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Opinião: Jerônimo repete de novo e mais uma vez que Geraldo Jr. é seu candidato

Por Fernando Duarte

Opinião: Jerônimo repete de novo e mais uma vez que Geraldo Jr. é seu candidato
Foto: Fernando Vivas/GOVBA

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) teve que, de novo e mais uma vez, reiterar que o candidato do grupo dele à prefeitura de Salvador é o vice, Geraldo Jr. (MDB). A reafirmação aconteceu em um contexto envolvendo a possibilidade do candidato do PSOL, Kleber Rosa, conseguir capitalizar politicamente a insatisfação de setores da esquerda - e do PT - com a escolha de uma figura controversa como representação da oposição ao prefeito Bruno Reis (União). A fala de Jerônimo aconteceu nesta quarta-feira (26), durante um ato institucional do governo baiano.

 

Ainda faltam pouco mais de três meses para o pleito, porém Geraldo Jr. já é candidato do grupo do PT desde o final de 2023. Ou seja, em quase seis meses, ainda não foi possível incutir na cabeça de parte da militância e do eleitorado de esquerda que o vice-governador não é apenas viável para as urnas como também um legítimo representante dessa mesma esquerda. Cabe, logicamente, a ironia, pois não há quase nada de legitimidade em vestir Geraldinho de vermelho e fingir que ele consegue incorporar o espírito do PT, seja no plano estadual, seja no plano federal.

 

Não que isso não tenha sido colocado na balança quando Jerônimo bancou, ainda que a contragosto de muitos aliados, a apresentação de Geraldo Jr. como candidato único da base estadual na capital baiana. Caso essa perspectiva não tenha sido apresentada, faltou, para falar pouco, um advogado do diabo, que pudesse dizer que há limites para as imposições de cardeais partidários (que no caso do PT, principalmente, se travestem apenas de líderes democráticos). Ainda que o governador não tenha sido o único defensor do vice como candidato a prefeito, foi a face dele que acabou exposta como o responsável por bater o martelo, com os ônus e os bônus disso.

 

Se passado tanto tempo desde que Geraldo Jr. foi apresentado e ainda se faz necessário ratificar que ele é o candidato do grupo do PT quase que semanalmente, é importante que esse mesmo grupo recalcule a rota e consiga, efetivamente, colocar no jogo a competitividade esperada para enfrentar a máquina da prefeitura e um gestor bem avaliado como Bruno Reis. Como a campanha oficial é muito mais curta do que no passado até relativamente recente, acrescenta-se um quê de urgência nesse processo.

 

Possivelmente isso explica o esforço para que o vice-governador seja atrelado ao PT, ainda que tenha o peso de um MDB por trás. Geraldo Jr. é fotografado sempre que possível com o próprio Jerônimo, na linha papagaio de pirata que tantos políticos usam quando querem visibilidade, e agora com frequência maior com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerado o grande eleitor petista do Brasil. A presença de Lula no 2 de Julho pelo terceiro ano consecutivo não deixa de ser mais uma tentativa de associar a imagem dele a uma candidatura em Salvador, como se o presidente fosse capaz de carregar pelo braço e tal ato ser suficiente para transferir votos.

 

Vai ser necessário muito mais que apoio para desconstruir o Geraldo Jr., aliado de outrora e fiador de Bruno Reis, e construir o Geraldo (agora sem o Jr.) defensor de um “fazer diferente” tal qual propõem as narrativas criadas, por enquanto, para vende-lo como candidato. Inclusive, as sucessivas reiterações de Jerônimo sem parecer irritadiço ou sem paciência...