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Opinião: Dois de Julho em ano eleitoral e com presença de Lula foi atípico (e fraco) politicamente

Por Fernando Duarte

Opinião: Dois de Julho em ano eleitoral e com presença de Lula foi atípico (e fraco) politicamente
Foto: Dinaldo Silva/ Bahia Notícias

Apesar do peso historicamente atribuído ao Dois de Julho no processo político soteropolitano, o de 2024 foi bem discreto. Nem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o fato de estarmos em ano de disputa municipal fez com que os debates fossem quentes eleitoralmente. Os grupos políticos, cada um a seu canto e com sua estratégia, buscaram protagonismo sem grandes tensões, esvaziando a expectativa de quem gosta de ver atos cívicos transformados em rinhas para candidatos.

 

Do lado petista, a participação relâmpago de Lula, mais curta do que nos dois anos anteriores, teve mais representação simbólica pelo processo de federalização da data do que para o processo eleitoral na capital baiana. Para além das fotos e de uma única declaração em entrevista à rádio Sociedade e reproduzida no X, o endosso do presidente à candidatura de Geraldo Ir. teria passado facilmente despercebida, se não fosse a obrigação da imprensa em fazer a relação. O vice-governador se esforça para tornar a disputa um duelo nacional, na tentativa de tornar Lula um cabo eleitoral relevante, mas o próprio petismo reduz esse impacto ao desmerecer a campanha "de esquerda" do cristão-novo Geraldo Jr.

 

Outro cabo eleitoral teoricamente valoroso, o ex-governador e ministro da Casa Civil, Rui Costa, deu o tom de que, mesmo escolhido pelo grupo governista pela prefeitura, o vice-governador não terá o embarque integral se todos na campanha. Rui indicou que pode participar com vídeos e um ato aqui ou acolá, mas que será impossível estar presente no dia a dia da corrida eleitoral. Mau sinal para quem precisa de todo e qualquer esforço para se manter viável eleitoralmente, como é o caso de Geraldo Jr.

 

Bruno Reis, todavia, não chegou a concentrar todos os holofotes, ainda que tenha dito que seria o "melhor 2 de julho" da vida dele. O fato de ter tido que dividir atenções com Lula e outros grandes nomes do petismo, ainda que o adversário Geraldo Jr. tenha passado "despercebido", reduziu o impacto discursivo dessa "memória inesquecível" que ele tentou criar. Entretanto, é impossível dizer que ele saiu enfraquecido: chegou nos braços da população e não lidou com tantos momentos de rejeições, tal qual os adversários que enfrentaram vaias em alguns trechos. Ou seja, Bruno passou incólume e bem no teste de rua, algo imprescindível para quem deseja sucesso nas urnas no próximo mês de outubro.

 

Dos dois principais grupos que vivem a disputar atenções e as urnas em Salvador e na Bahia, mesmo que o PT tenha conseguido reduzir a visibilidade de Bruno Reis com a presença de Lula, o 2 de Julho não chegou a ser ruim para o prefeito. Quem ganhou mesmo foi a celebração da independência da Bahia, que, mais uma vez, foi destaque na cena nacional e passou a ser tratada como algo possível de ser "federalizado", dando efetivo valor à importância local para a consolidação do Brasil como país.