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Quantidade de brasileiros sindicalizados cai de forma acentuada e chega ao menor número desde 2012

Por Edu Mota, de Brasília

Ato esvaziado de centrais sindicais no dia 1º de maio
Foto: Reprodução Youtube

Desde que a reforma trabalhista foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Michel Temer, em 2017, com a extinção da contribuição sindical obrigatória, a participação de trabalhadores brasileiros em sindicatos vem perdendo força ano a ano. Esse movimento de saída de trabalhadores de centrais sindicais se tornou ainda mais acelerado entre 2022 e 2023, e atualmente, apenas 8,4% dos 100,7 milhões de pessoas ocupadas são associadas a algum sindicato. 

 

O número de 8,4 milhões de trabalhadores que eram sindicalizados ao final de 2023 representa uma queda de 7,8%, ou de 713 mil pessoas, em relação ao ano anterior, quando havia 9,1 milhões de ocupados sindicalizados (9,2% do total). Esse percentual atual (8,4%) representa o menor patamar da série histórica que analisa a quantidade de brasileiros que está vinculada a alguma central sindical, iniciada em 2012 (16,1%).

 

Esses e outros dados fazem parte do módulo Características adicionais do mercado de trabalho da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada na manhã desta sexta-feira (21) pelo IBGE.

 

Segundo a pesquisa, em 2012 o Brasil possuía uma população formalmente empregada de 89,7 milhões de pessoas. Naquele ano, havia 14,4 milhões de trabalhadores sindicalizados, número que cresceu 1,4% no ano seguinte. 

 

Depois desse aumento e de uma variação positiva em 2015, a sindicalização enfrentou sucessivas quedas, com destaque para 2016, quando houve retração também no número de ocupados. Nos anos seguintes, mesmo com a recuperação do mercado de trabalho, o número de pessoas associadas a sindicados seguiu caindo, o que resultou na menor taxa de sindicalização da série histórica (8,4%) em 2023. 

 

De acordo com o IBGE, o grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi o terceiro que mais reduziu a sua taxa de sindicalização desde o início da série histórica da pesquisa, com queda de 10,1 pontos percentuais (de 24,5% para 14,4%). Nessa comparação, esse grupamento ficou atrás apenas dos setores de transporte, armazenagem e correio, com -12,9% (de 20,7% para 7,8%) e indústria geral, com -11,0% (de 21,3% para 10,3%).

 

A taxa de sindicalização também caiu em setores como agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, atividade que historicamente tem grande participação dos sindicatos de trabalhadores rurais. Por outro lado, o comércio, setor que absorve 18,9% do total de ocupados do país, tem taxa de sindicalização de 5,1%.

 

A Pnad Contínua do IBGE revela ainda que as regiões do país com maiores percentuais de sindicalizados continuam sendo Nordeste (9,5%) e Sul (9,4%). Essas duas regiões também se diferenciam por serem as únicas em que o percentual de mulheres sindicalizadas superava o de homens no final de 2023: 10,1% delas contra 9,1% deles no Nordeste e 9,5% delas contra 9,3% deles no Sul. 

 

Em todo o país, enquanto 8,5% dos homens ocupados eram associados a sindicatos, entre as mulheres essa proporção era de 8,2% ao final do ano passado.