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Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

abin

Abin paralela: Áudios de Ramagem registram discussão de Bolsonaro sobre intervenção na investigação de Flávio
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A transcrição de um áudio gravado por Alexandre Ramagem durante uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indicam que o então gestor do executivo tentou buscar, em órgãos oficiais, dados sobre investigação contra o senador do PL. O áudio foi divulgado, nesta segunda-feira (15), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar o sigilo da gravação, que faz parte do caso “Abin paralela”. 

 

Segundo os registros, também estavam presentes na reunião o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e advogadas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na gravação, a advogada Luciana Pires fala sobre buscar dados de funcionários da Receita. A PF investiga a possibilidade de que Bolsonaro teria buscado os responsáveis pela investigação na Receita, para interferir no processo. As informações são do G1. 

 

"Olha, em tese, com um clique você consegue saber se um funcionário da Receita [inaudível] esses acessos lá", afirma a advogada. 

 

O general Augusto Heleno, por sua vez, afirma: "Tentar alertar ele que, ele tem que manter esse troço fechadíssimo. Pegar gente de confiança dele. Se vazar [inaudível]".

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro diz: "Tá certo. E, deixar bem claro, a gente nunca sabe se alguém tá gravando alguma coisa. Que não estamos procurando favorecimento de ninguém".

 

O áudio é citado na quarta fase da operação Última Milha. A PF investiga que Ramagem teria dito que era preciso tomar medidas para anular a investigação que atingia Flávio Bolsonaro, esquema que envolveria desmoralizar e afastar os auditores da Receita Federal.

 

Os servidores da Receita levantaram movimentações de Flávio Bolsonaro a partir de levantamento do Coaf, mostrando incompatibilidade com a renda do senador.

Ex-Abin aciona a PGR contra Alexandre Ramagem: "Me fez ter crise psiquiátrica"
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa uma representação protocolada por um ex-servidor da Agência Brasileira de Inteligência contra o deputado Alexandre Ramagem (PL). Demitido da Abin após um procedimento administrativo disciplinar (PAD) instaurado na gestão Ramagem, Cristiano Ribeiro acusa o parlamentar do crime de denunciação caluniosa.

 

Ribeiro afirma que teve crises psiquiátricas e foi acometido de doenças mentais após perder o emprego. Ele alega que o PAD foi aberto tendo como base um "documento falso" que teria sido produzido "a mando de Ramagem" quando o bolsonarista chefiava a Abin. As informações são do Metrópoles.

 

Cristiano Ribeiro foi demitido em fevereiro deste ano após a corregedoria da agência apontá-lo como o autor do vazamento de informações para uma reportagem do site Intercept Brasil sobre a existência de uma suposta “Abin paralela” no governo Bolsonaro. A matéria municiou a abertura de um inquérito no STF que apura as atuações tanto do ex-presidente quanto de Ramagem.

 

Ribeiro nega ter sido o autor do vazamento, que incluiu organograma com cargos e funções de servidores da agência. Após a demissão, Ribeiro foi inocentado na esfera judicial, uma vez que a perícia da Polícia Federal anotou ser impossível apontar o responsável pelo envio do arquivo.

Dilma relatou a Lula suspeita de espionagem da Abin na noite da posse de Moraes, diz coluna
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ex-presidente Dilma Rousseff relatou a Lula, durante a campanha de 2022, fatos que indicavam que ela vinha sendo espionada. O episódio que despertou a suspeita de Dilma ocorreu na noite de 16 de agosto de 2022, em Brasília, após a posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As informações são da coluna de Guilherme Amado do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.


Naquele dia, após participar da posse no TSE, Dilma foi jantar com amigos no restaurante italiano Villa Tevere, na Asa Sul, bairro nobre de Brasília. Ao chegar ao estabelecimento, a segurança da ex-presidente foi informada de que “seguranças do GSI” já haviam passado pelo local, em referência ao Gabinete de Segurança Institucional.


A informação causou estranheza na equipe de seguranças de Dilma, porque o local onde todos jantariam havia sido combinado por telefone horas antes, sem que qualquer outra equipe tivesse sido acionada. E não foi o único fato que chamou a atenção de Dilma naquela noite.

Ao longo do jantar, a ex-presidente, mesmo acostumada com ambientes públicos, estranhou a atitude de outros três clientes, sentados a uma mesa no mesmo andar que a sua. Dilma havia pedido uma mesa no segundo andar, exatamente por ser mais discreto.


A informação relatada por Dilma na época ganhou importância em meio à revelação de que o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, havia pedido a infiltração de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas presidenciais. No vídeo da reunião de 5 de julho de 2022, Heleno disse ter conversado com o então diretor-geral da Abin sobre o plano. O general tentava explicar o assunto, mas acabou interrompido por Bolsonaro.


Disse Heleno: “Conversei ontem o Victor (Carneiro), novo diretor da Abin. Nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados estão fazendo. O problema todo disso é se vazar qualquer coisa aí… Muita gente se conhece nesse meio. E, se houver qualquer acusação e infiltração desses elementos da Abin em qualquer dos lados…”


Antes de concluir a frase, Heleno foi interrompido por Bolsonaro: “General, eu peço que o senhor não fale, por favor. Peço que o senhor não prossiga mais na sua observação. Se a gente começar a falar ‘não vazar’, esquece, pode vazar. Então, a gente conversa particular na nossa sala sobre esse assunto”.

Agente da Abin é demitido após vazar dados do caso Flávio Bolsonaro
Foto: Reprodução / Metropóles

Agente da Abin, Cristiano Ribeiro acaba de ser demitido do serviço secreto pelo governo federal. Uma apuração interna apontou que ele vazou dados sigilosos que municiaram reportagem sobre um servidor do órgão que, segundo a matéria, teria atuado para “blindar” Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas. 

 

De acordo com o colunista Fábio Cappelli, do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, Ribeiro fotografou a tela de seu computador na Abin e enviou para pessoas que não pertenciam à Agência Brasileira de Inteligência. O episódio ocorreu ainda durante o governo Bolsonaro. Antes de ser demitido, o agente foi alvo de operação de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), que devassou seus aparelhos eletrônicos.

 

A imagem vazada pelo agente continha o organograma do Centro de Inteligência Nacional da Abin, com fotos e nomes dos servidores titulares de cada coordenação e seus respectivos substitutos. O CNI tem a atribuição de acompanhar “assuntos de inteligência estratégica”. A apuração interna da Abin apontou que o material foi usado em uma reportagem do site “Intercept Brasil” publicada em dezembro de 2020.

 

Os jornalistas ouviram uma fonte da agência que, sob reserva, afirmou que tanto ela quanto seus colegas “desconfiavam” de que o policial federal Marcelo Bormevet, à época lotado na Abin, teria produzido relatórios para blindar Flávio no caso das rachadinhas.Na ocasião, Bormevet ocupava um posto-chave no CNI. Era coordenador-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa.

 

Delegado de carreira da PF, ele atuou, até sexta-feira passada (26), como assessor da Subchefia Adjunta de Infraestrutura da Casa Civil da Presidência. Marcelo Bormevet só foi dispensado do cargo após Alexandre de Moraes determinar seu afastamento por ser investigado no âmbito da suposta “Abin paralela” que teria existido no governo Bolsonaro. Ao autorizar uma das operações da PF, o ministro do STF citou a referida reportagem do “Intercept Brasil“.

 

Ou seja, Bormevet entrou no radar da investigação após uma reportagem municiada pelo agora ex-agente da Abin Cristiano Ribeiro. E, ironicamente, Ribeiro foi demitido da agência pelo governo Lula. Não que o presidente da República pudesse fazer algo para segurá-lo no cargo.

 

A demissão foi oficializada após a conclusão de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) aberto ainda em 2021. O relatório pontuou que o agente infringiu o Regime Jurídico dos Servidores Públicos. A apuração apontou o cometimento de duas irregularidades: “revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo” e “improbidade administrativa”. Sendo assim, o governo Lula apenas cumpriu o rito formal ao demitir Cristiano Ribeiro.

 Pacheco pede ao STF lista de deputados e senadores que podem ter sido monitorados ilegalmente pela Abin
Foto: Lula Marques / Agência Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), encaminhou pedido formal de esclarecimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitando informações sobre os nome dos parlamentares espionados pela 'Abin paralela', estrutura montada na Agência Brasileira de Inteligência, sob o comando do ex-diretor-geral Alexandre Ramagem, hoje, deputado federal pelo PL do Rio do Janeiro.

 

Em operação deflagrada nesta segunda-feira (29), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e também no gabinete dele na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A PF aponta que, na gestão de Ramagem, diversos políticos tiveram os celulares monitorados ilegalmente através da ferramenta de geolocalização FirstMile. 

 

No ofício enviado hoje, ao qual o Bahia Notícias teve acesso, Pacheco fundamenta que as acusações constituem “uma grave violação dos direitos e garantias individuais assegurados pela Constituição Federal, em particular, os artigos 5º, X, XII e LXXIX, que resguardam a privacidade, o sigilo das comunicações e os dados pessoais”. Ele ainda complementa que, se comprovado, “o monitoramento ilegal de Deputados Federais e Senadores da República, as ações constituem também afronta às prerrogativas parlamentares, especialmente quanto à garantia de livre exercício do mandato e do sigilo de suas fontes”. 

 

O senador já havia dito, na segunda-feira, que enviaria o ofício ao STF. De acordo com o UOL, ele se reuniu na tarde de hoje com integrantes da oposição para discutir as últimas operações da Polícia Federal contra parlamentares, tanto no caso da Abin quanto no âmbito do inquérito do 8 de janeiro, do qual foi alvo o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) recentemente. 

Nº 2 da Abin é demitido após PF afirmar que agência prejudicou investigações
Foto: Luiz Silveira/ Agência CNJ

O governo decidiu fazer mudanças na cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e demitiu o diretor adjunto da agência, Alessandro Moretti.


A troca acontece após mais uma fase da operação da Polícia Federal que investiga a suposta espionagem ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Depois da ação, o ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, levantou o sigilo da decisão que autorizou as ações e revelou as afirmações da PF sobre a atuação da cúpula da agência nomeada pelo presidente Lula.


Substituto

Moretti será substituído por Marco Cepik, que hoje comanda a Escola de Inteligência da Abin. Cepik é cientista político e já foi diretor-executivo do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS). Os diretores de sete departamentos da agência também serão substituídos, o que mostra uma ampla reestruturação do órgão de inteligência.

A avaliação é de que apesar de não haver uma denúncia concreta contra Moretti, houve um processo de desgaste, principalmente com a desconfiança por parte do governo federal sobre a relação do agora ex-diretor com Anderson Torres.


Com isso, a situação ficou insustentável e a mudança foi efetivada para pacificar, inclusive a própria agência. A escolha de alguém de carreira para o segundo cargo mais importante do órgão tem também o objetivo de contemplar os quadros da agência de inteligência.


Ao mesmo tempo, a mudança estrutural na Abin garante a permanência do atual diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Correia, que também estava sendo criticado, inclusive por integrantes da Polícia Federal, instituição à qual ele pertence e já comandou no segundo governo Lula.
 

Lula decide exonerar 02 da Abin, mas mantém o chefe
Foto: Pedro França / Agência Senado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bateu o martelo e decidiu exonerar Alessandro Moretti, diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência. Contudo, optou por manter Luiz Fernando Corrêa na chefia da Abin. 

 

De acordo com a coluna de Igor Gadelha do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, a avaliação de Lula é que, até o momento, a suspeita que acomete servidores da Abin ainda não respingou em Corrêa, que é delegado da Polícia Federal e comanda a agência desde maio de 2023.

 

Também delegado, Alessandro Moretti foi diretor de Informação e Inovação da PF no governo Bolsonaro e, por isso, era visto com desconfiança por integrantes do governo Lula.

 

A permanência de Moretti ficou insustentável após as suspeitas de que a cúpula da agência atuou para dificultar as investigações da PF sobre uma suposta “Abin paralela” no governo Bolsonaro.

 

A PF avalia que a Abin dificultou o acesso a dados sobre o software First Mile, que teria sido usado para espionar ilegalmente adversários do ex-presidente.

 

Outro ponto que gera desconfiança é o fato de nenhum integrante da atual cúpula da Abin ter alertado Lula sobre as irregularidades detectadas, na agência, pela Polícia Federal.

 Assessora de Carlos Bolsonaro pediu ajuda da Abin sobre investigações contra família
Foto: Renan Olaz / Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Os desdobramentos da operação da Polícia Federal (PF) que teve como alvo o vereador Carlos Bolsonaro acaba de ganhar mais um capítulo, nesta segunda-feira (29), com a divulgação de uma troca de mensagens de uma assessora do vereador com uma assessora do então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem. 

 

De acordo com a comentarista Julia Duailibi, da Globo News, na mensagem, a assessora de Carlos Bolsonaro diz que está precisando muito de uma ajuda e envia dois números de inquéritos que, segundo a mensagem, envolvem o presidente da República e 3 de seus filhos. Além desse episódio, as investigações descobriram que, em fevereiro de 2020, Ramagem imprimiu informações de inquéritos eleitorais da PF que tinham como alvo políticos do Rio de Janeiro – base política de Carlos Bolsonaro.

 

Segundo o ministro do STF Alexandre de Moraes, as provas colhidas pela PF mostram que os suspeitos usaram a Abin contra adversários e para "'fiscalizar' indevidamente o andamento de investigações em face de aliados políticos".

 

A operação desta segunda-feira (29) é um desdobramento da realizada na quinta-feira (25), que teve Ramagem como alvo.

 

Carlos Bolsonaro e as assessoras Luciana Paula Garcia da Silva Almeida e Priscilla Pereira e Silva são apontadas como integrantes do "núcleo político" que, sob o comando de Ramagem, "monitorou indevidamente “inimigos políticos” e buscou informações acerca da existência de investigações relacionadas aos filhos" de Bolsonaro durante o mandato do ex-presidente.

 

"A solicitação de realização de ‘ajuda’ relacionada à Inquérito Policial Federal em andamento em unidades sensíveis da Polícia Federal indica que o NÚCLEO POLÍTICO possivelmente se valia do Del. ALEXANDRE RAMAGEM para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas" , escreveu Moraes. 

 

 

Print da conversa de assessora compilada em inquérito da PF sobre Carlos Bolsonaro  / Foto: Divulgação PGR

Currículo de promotora do caso Marielle foi impresso no computador do diretor da Abin
Foto: Divulgação / MP-RJ

O currículo da promotora de Justiça do Rio de Janeiro, Simone Sibilio, responsável pela investigação do homicídio da vereadora Marielle Franco, foi impresso no computador do então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ). O fato foi descoberto pela Controladoria-Geral da União (CGU). 

 

De acordo com informações do O Globo, a CGU encontrou o currículo em meio a uma série de documentos impressos pela “estrutura paralela” da Abin. Todo o material resgatado ainda inclui a produção de relatórios sem a logomarca da agência sobre pessoas que não tinham qualquer relação com as atribuições da agência ou que não eram alvos de trabalhos em curso. Conforme o jornal, parte desses documentos foram elaborados pelos policiais federais levados para atuar na agência por Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal e alvo da operação da PF.

 

Os documentos ajudaram a embasar a investigação da Polícia Federal sobre o suposto esquema de espionagem ilegal no órgão. A investigação sobre a Abin teve início com a apuração sobre a utilização do FirstMile, em março do ano passado. Na época, a pasta solicitou acesso a uma sindicância da Abin sobre a ferramenta israelense que permitia monitorar a localização de pessoas por meio de dados de celulares.

 

No desenrolar da força-tarefa, a CGU descobriu que impressões feitas na Abin geravam o chamado “log”, espécie de registro no sistema que mostra a identidade do usuário do equipamento, e por isso deixavam um rastro. Foi assim que 120 gigabytes (GB) de documentos foram recuperados e compartilhados com a Polícia Federal – incluindo o currículo de Simone Sibilio. 

 

A CGU confirma ter identificado no servidor de Ramagem o resumo do currículo dela. A promotora coordenava o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e atuou na força-tarefa do inquérito sobre o assassinato da parlamentar, ocorrido em 2018. Sibilio deixou o caso em 2021.

 

No relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal aponta que o documento “tem a mesma ausência de identidade visual nos moldes dos Relatórios apócrifos da estrutura paralela”.

Correção: Polícia Federal apreende computador da Abin com ex-assessor de Alexandre Ramagem
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) apreendeu um computador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em um endereço do militar Giancarlo Gomes Rodrigues, também alvo da operação e ex-assessor do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou a Abin. 

 

Na manhã desta segunda-feira (29) veiculamos a informação de que um computador da Abin teria sido encontrado entre os pertences do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A informação está incorreta, e o post original foi apagado.

 

São cumpridos mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira (29) mirando o núcleo político beneficiado pela chamada “Abin paralela” de Bolsonaro. As buscas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

 

Entre os endereços visitados pela PF, estão a residência de Carlos Bolsonaro e o gabinete do vereador na Câmara do Rio de Janeiro, além da casa de praia da família Bolsonaro em Angra dos Reis.

 

Os alvos da fase da operação desta segunda são o vereador Carlos Bolsonaro e pessoas ligadas a ele. Há mandados de busca para endereços da assessora de Carlos, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida; da assessora de Alexandre Ramagem, Priscila Pereira e Silva; e do militar do Exército cedido para a Abin na gestão de Ramagem, Giancarlo Gomes Rodrigues.

PF cumpre mandados de busca e apreensão contra Carlos Bolsonaro em operação sobre “Abin paralela”
Foto: Caio César / Câmara do Rio

A Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão contra o filho do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), e assessores dele no âmbito em nova fase da operação sobre a “Abin paralela” do governo Bolsonaro nesta segunda-feira (29).  


Mandados de busca e apreensão são cumpridos na casa de Carlos Bolsonaro e também no gabinete dele na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.


A operação é desdobramento de investigação da PF sobre um esquema ilegal de espionagem durante o governo de Jair Bolsonaro.


Segundo as investigações, a Abin foi utilizada para espionar adversários. Políticos e até de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) teriam sido espionados com o uso do software FirstMile.

Governo Lula analisa demitir cúpula da Abin; decisão deve ser tomada por Rui Costa
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O Governo Federal analisa a possibilidade de demitir a cúpula da Abin depois das investigações da Polícia Federal, que indicaram uma “combinação” da atual gestão para blindar os diretores da organização do esquema de espionagem ilegal. De acordo com a jornalista Andréia Sadi, investigadores da PF têm considerado a permanência de membros do comando da empresa como “insustentável”. Uma ala da entidade defende a demissão do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, e do diretor Alessandro Moretti.  

 

Em uma Operação realizada nesta quinta-feira (25), agentes apreenderam quatro computadores, seis celulares e 20 pendrives em endereços do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da agência no governo Bolsonaro. Segundo a TV Globo, um computador e um celular da Abin foram apreendidos na ação. 

 

A decisão será tomada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Corrêa goza da confiança de Rui Costa, ministro da Casa Civil, a quem cabe bater o martelo sobre as demissões. A Abin ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Alexandre Ramagem diz que operação da PF é ‘falácia’ e classifica acusações como ‘salada de narrativas’
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), deputado federal Alexandre Ramagem (PL), negou ter atuado em favor dos filhos do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, conforme aponta a Polícia Federal (PF) em relatório que embasou a operação realizada nesta quinta (25) em seu gabinete, na Câmara dos Deputados.

 

Ele é acusado de ter utilizado a estrutura da Abin para produzir relatórios para a defesa do senador Flávio Bolsonaro no esquema das “rachadinhas”; e de ter ajudado Jair Renan num suposto caso de lobby envolvendo uma empresa de mineração.

 

Em entrevista ao programa Globo News Mais, na tarde de hoje, Ramagem foi confrontado com informações sobre a apreensão de um computador, um celular e documentos, que pertencem a Abin, em seu gabinete. Aos jornalistas, ele justificou se tratar de “equipamentos antigos e sem utilização há anos” e que não recordava o motivo de não ter efetuado a devolução dos itens ao deixar o cargo. Ele foi diretor da Abin de julho de 2019 a julho de 2022. 

 

Outra acusação negada por Ramagem é a espionagem ilegal de autoridades, através do programa de geolocalização FirstMile, que tem a capacidade de monitorar até 10 mil celulares, num período de 12 meses, por meio do número de telefone do usuário. “O que nós estamos vendo é muita falácia e uma salada de narrativas”, se esquivou. 

 

Ele ainda completou que não teve acesso aos autos que desencadearam o mandado de busca e apreensão em sua casa e no gabinete institucional. “Eu perguntei ao delegado e à escrivã sobre o interrogatório e o delegado me respondeu que nenhum interrogatório seria realizado”, pontuou. 

Pacheco, chamado de "frouxo" e "omisso", diz que Valdemar Costa Neto é incapaz de organizar a oposição
Foto: Montagem/ Bahia Notícias

Chamado de “frouxo” e “omisso” pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em sua conta na rede X (antigo Twitter), reagiu às críticas por não impedir operações da Polícia Federal no Congresso. Sem citar o nome de Valdemar, Pacheco disse ser difícil manter diálogo com quem faz da política um exercício para ampliar e obter ganhos com fundo eleitoral.

 

“Difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF”, afirmou o presidente do Senado.

 

No início da manhã desta quinta-feira (25), Valdemar Costa Neto, após saber da operação da Polícia Federal no gabinete do deputado federal Alexandre Ramagem (PL), disse que era mais uma perseguição à oposição por conta do ex-presidente Bolsonaro. 

 

“Esse negócio de ficar entrando nos gabinetes é uma falta de autoridade do Congresso Nacional. Rodrigo Pacheco deveria reagir e tomar providências”, afirmou Valdemar. 

 

Pacheco completou sua resposta ao presidente do PL afirmando que ele “ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema”.

 

Na tréplica de Valdemar Costa Neto, publicada na rede X no meio da tarde, o presidente do PL, após reclamar que atualmente o que se vê no Brasil é o “sequestro das instituições e uso para fins políticos”, afirmou que passou  a vida toda defendendo a isonomia dos três Poderes. 

 

“Nunca fui covarde de mim calar quando um poder não respeita o outro, isso vale pra todos os lados. Sigo indignado com a falta de pulso para defender a imunidade de um parlamentar. Se o Senado tivesse um presidente comprometido, não perderia tempo pra reclamação do presidente de partido”, rebateu Valdemar Costa Neto.
 

Rui Costa teria se incomodado com operação da PF contra Abin, diz coluna
Foto: Vinícius Schmidt / Metrópoles

O ex-governador da Bahia e ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), não escondeu o incômodo com a operação da Polícia Federal (PF) que culminou com a prisão de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). 

 

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O motivo se dá pelo fato da Abin ser subordinada à pasta de Rui Costa, que esperava uma investida menos incisiva da PF no órgão do governo. O ministro não gostou de a própria sede da Abin ter sido alvo da operação. As informações são da coluna de Paulo Capelli, do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

Já na PF a avaliação é que as queixas mostram que o trabalho da corporação é apolítico. Afinal, numa mesma semana as investigações tocadas pela Polícia Federal foram alvo de reclamações de Rui Costa e de aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

 

No caso envolvendo Tarcísio, a queixa foi sobre o fato de a PF apurar se um suposto atentado contra o então candidato em 2022 foi forjado para impulsioná-lo eleitoralmente

Em 2008, Lula afastou cúpula da Abin por grampos ilegais em ministros do STF e anunciou medidas que não se concretizaram
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Na última terça-feira (24), o governo federal exonerou o secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência, Maurício Fortunato Pinto, investigado pela Polícia Federal sobre uso de programa espião pelo órgão. Pinto, considerado o número 3 na hierarquia da agência, figura entre os principais envolvidos no monitoramento ilegal de jornalistas, advogados, políticos e adversários do governo Bolsonaro.

 

A Operação Última Milha da Polícia Federal, que veio a público na última sexta (20), investiga o uso ilegal de um sistema secreto de monitoramento da localização de pessoas por meio dos sinais de celular. Esse monitoramento, realizado por meio de uma ferramenta chamada “FirstMile” comprada por R$ 5,7 milhões de reais sem licitação no governo Temer, foi utilizada durante os três primeiros anos do governo Bolsonaro. Segundo a PF, ministros do Supremo Tribunal Federal também teriam sido vigiados pelo sistema.

 

Escândalos sobre atividades ilegais de agentes da Abin não são novidade em governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No segundo mandato de Lula, no início de setembro de 2008, o então presidente determinou o afastamento da cúpula da Abin, inclusive do diretor Paulo Lacerda, por envolvimento em investigações sobre grampo ilegal feito nos telefones de ministros do STF.

 

Na ocasião, a Presidência da República explicou que o afastamento da direção da Abin foi determinada para assegurar a transparência do inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar a responsabilidade pelos grampos ilegais. Lula também determinou ao Ministério da Justiça a elaboração de projeto de lei para agravar a punição administrativa e penal aos agentes públicos responsáveis por interceptações telefônicas ilegais. O projeto não chegou a avançar na Câmara.

 

Outra medida anunciada na época por Lula foi a de pedir urgência ao Congresso Nacional para a aprovação do Projeto de Lei 3.272/08, de autoria do Poder Executivo, que tinha por objetivo modificar as regras de escutas telefônicas. O projeto, entretanto, se perdeu em meio a pedidos de apensamento a outras proposições, e jamais foi votado.

 

Na época em que veio à tona o escândalo dos grampos da Abin, três ministros do STF cobraram uma resposta enérgica do governo Lula contra as escutas ilegais feitas no tribunal. O monitoramento foi feito inclusive nos telefones do então presidente do STF, Gilmar Mendes. 

 

Em reunião naquele mesmo dia em que Lula exonerou a cúpula da Abin, os ministros do STF se reuniram afirmaram que seria preciso buscar “uma solução definitiva para o problema de escutas, vazamentos e outras ações típicas de um Estado Policial”.

 

As escutas ilegais foram denunciadas em edição da revista Veja no final de agosto de 2008. Logo após a exoneração da diretoria da Abin, os ministros do STF afirmaram que não seria possível aceitar apenas o anúncio de investigações profundas “sem que haja soluções concretas para coibir as ações ilegais”.

 

Como foram sendo abandonadas aos poucos as medidas para buscar a “solução definitiva para o problema de escutas”, o governo Lula vive novamente uma crise por conta de monitoramentos ilegais por parte da Abin. Neste caso recente, assim como no anterior, Lula demitiu o número 3 da hierarquia da agência e mais dois diretores do órgão. Os dois servidores da agência presos pela PF, Eduardo Arthur Izycki e Rodrigo Colli, foram demitidos.

 

Desta vez, ao contrário de 2008, o Palácio do Planalto não anunciou iniciativas políticas para impedir o monitoramento ilegal sobre autoridades, jornalistas ou mesmo cidadãos comuns.
 

Ministros atuam para tentar mitigar guerra entre Abin e PF, diz coluna
Foto: Agência Brasil

Ministros do Palácio do Planalto vêm atuando, nos bastidores, para mitigar a guerra velada entre as atuais cúpulas da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e da Polícia Federal.



De acordo com a coluna de Igor Gadelha do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, a disputa se intensificou na semana passada, após a PF realizar uma operação contra servidores da Abin para investigar o uso de um sistema de espionagem ilegal de celulares por meio de geolocalização.


A operação cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes da agência. Um dos alvos das buscas foi a própria sede da Abin, em Brasília, o que irritou muito a cúpula do órgão.

 

Depois da operação, integrantes da Casa Civil, pasta à qual a Abin está subordinada, detectaram uma nova investida da atual cúpula da PF para tentar derrubar integrantes da direção da agência.


ALVOS DA PF

O principal alvo seria o diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, escolhido para o cargo pelo chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa. Ambos são delegados da PF, mas de grupos diferentes da atual cúpula da corporação.


Moretti já tinha sido alvo de ofensiva em março, quando foi nomeado para a Abin. O principal argumento para tentar derrubá-lo era o de que seria próximo de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.


O delegado foi braço-direito de Torres na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele ocupou o cargo de secretário-executivo na primeira gestão de Torres à frente da pasta, entre 2019 e 2021.


Diante da pressão detectada, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, avisou nos últimos dias que não pretende demitir nem Luiz Fernando, nome escolhido diretamente por Lula, nem Moretti.


O único “sacrificado” foi Paulo Maurício Fortunato, então número 3 da Abin. Afastado do cargo pelo STF no mesmo dia da operação da PF, Fortunato foi demitido pelo Planalto.

Indícios de obstrução na Abin são encontrados pela PF após início de investigação
Foto: Divulgação / Governo Federal

A Polícia Federal (PF) confirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apagou os dados dos 30 mil monitoramentos alvos da Operação Última Milha após o início do inquérito sobre o uso do sistema First Mile, reforçando a suspeita de que houve uma tentativa de obstruir a investigação.

 

Os arquivos apagados já foram restaurados, segundo fontes a par da investigação, e a PF tenta agora descobrir quem foi o usuário da Abin responsável pela tentativa de eliminar as provas. As informações são do Jornal O Globo.

 

O pedido da PF para fazer uma busca e apreensão na última sexta-feira (20/10) veio justamente porque se suspeitava que agentes da Abin estavam atuando para obstruir a investigação. Em várias ocasiões, a Abin negou pedidos da PF de acesso aos arquivos e às máquinas em que era usado o First Mile.

 

A suspeita de que a cúpula da Abin estava tentando obstruir a investigação vem desde o primeiro semestre, quando o caso veio à tona.

 

Em março, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pediu a abertura de um inquérito para apurar o caso após uma reportagem de Metrópoles mostrar que o First Mile pode ter sido usado para monitorar pessoas de maneira ilegal.

 

Em seguida, logo após a instauração do inquérito, a Abin pediu que o caso não tramitasse em primeira instância, alegando que a investigação envolvia informações sensíveis de segurança nacional. O ministro Alexandre de Moraes acatou o pedido e o inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Nesse contexto, a Abin sustentava também que o uso irregular do First Mile já estava sendo investigado em uma sindicância interna e, por isso, não haveria necessidade de envolver a PF.

 

Recentemente, a Controladoria-Geral da União (CGU) convocou essa sindicância, temendo não haver isenção na condução da investigação dentro da Abin. A medida da CGU alertou os investigadores da PF de que seria importante realizar a busca e apreensão para garantir a integridade das provas.

 

Segundo fontes da PF, os 20 depoimentos de agentes da Abin na última sexta-feira demonstram como os servidores não estavam se sentindo à vontade de colaborar com a investigação interna, pois são muito mais detalhados e completos do que os testemunhos feitos no âmbito da sindicância da Abin.

 

Algo que pode ter desincentivado servidores a colaborarem com a investigação interna, na avaliação da PF, é que um dos responsáveis pela aquisição do sistema, Paulo Maurício Fortunato, era número 3 da agência na atual gestão. Ele foi alvo de busca e apreensão na sexta-feira.

Governo anuncia demissão de servidores da Abin presos em operação da PF sobre rastreamento ilegal de celulares
Foto: Divulgação

O governo federal demitiu nesta sexta-feira (20) dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) presos em operação da Polícia Federal que investiga o uso de sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial.

 

O anúncio das despensas de Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Izycki foram publicadas em edição extra do "Diário Oficial da União" e foram assinadas pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

 

Segundo o Diário Oficial, a dupla foi demitida do cargo de oficial de inteligência da Abin por participarem de gerência ou administração de sociedade privada, exercerem o comércio e por improbidade administrativa.


Logo após o publicação dos cortes, a Casa Civil divulgou uma nota, na qual explica que tomou as medidas após "constatada a participação [de Rodrigo e Eduardo], na condição de sócios representantes da empresa ICCIBER/CERBERO, de pregão aberto pelo Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro".

 

A nota detalha que os servidores cometeram três infrações administrativas; Violação de proibição contida expressamente em lei, que impede a atuação em gerência e administração de sociedade empresária; Improbidade administrativa, por violação de dever mediante conduta tipificada em lei como conflito de interesse; Violação do regime de dedicação exclusiva a que se submetem todos os ocupantes do cargo de Oficial de Inteligência da Abin.

PF apreende US$ 171 mil em dinheiro com diretor afastado da Abin e dois servidores em operação
Foto: Divulgação PF

A Polícia Federal realizou uma operação na manhã desta sexta-feira (20) e cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva. A operação desta sexta-feira investiga o uso irregular de um sistema secreto de monitoramento de geolocalização de celulares pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). 

 

O caso teria ocorrido durante o governo do ex-presidente, entre 2019 e 2022. Dos mandados de busca e apreensão, dois aconteceram no estado de São Paulo, três em Santa Catarina, dois no Paraná; 17  no Distrito Federal e um em Goiás. 

 

Dois servidores suspeitos de coerção foram presos. Segundo publicação da Folha de São Paulo,  foram detidos Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.

 

Após a operação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou o afastamento de Paulo Maurício Fortunato Pinto, o atual número 3 da direção da agência e de outros quatro servidores.  

 

A PF teria apurado que o software teria sido utilizado contra jornalistas, políticos e adversários de Bolsonaro. Os alvos da operação ainda não se pronunciaram sobre o caso.

 

A Abin disse em nota que os servidores que estão no alvo da operação foram afastados de forma cautelar e que o sistema secreto de monitoramento deixou de ser utilizado desde maio de 2021. 

 

A PF disse que a suspeita é que esses servidores da agência teriam usado o software de geolocalização para invadir "reiteradas vezes" a rede de telefonia e acessar os dados de localização dos alvos.

 

Paulo Maurício Fortunato Pinto trabalhou durante o governo Bolsonaro como diretor de Operações de Inteligência da agência. O setor era responsável por adquirir e manusear o software de monitoramento dos celulares.

 

Fortunato foi nomeado como secretário de Planejamento e Gestão, o terceiro cargo mais alto da Abin. A nomeação foi feita pelo atual chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa, quando ainda não era investigado pelas suspeitas do uso do software.

Abin monitora ameaças ao desfile de 7 de Setembro
Foto: Agência Brasil

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) já informou que irá atuar de maneira preventiva na identificação de ameaças e de possíveis incidentes que coloquem em risco a segurança do público e das autoridades que participarão do desfile do 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.


Segundo a Abin, será montado um centro de monitoramento para "prover consciência situacional acerca dos eventos", contando com outros órgãos de segurança da Presidência da República e do governo do Distrito Federal (GDF).


Além disso, as superintendências estaduais da agência também vão trabalhar nos eventos cívicos em outras capitais.


Na avaliação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a expectativa é que o desfile ocorra em clima de "tranquilidade" e "concórdia". Ele destacou que o esquema de segurança estará reforçado.


"Não há, até agora, nenhuma indicação objetiva de que o 7 de Setembro seja marcado por algum tipo de ataque. Infelizmente há, daqui, de acolá, cards na internet, isso demanda um acompanhamento. No que se refere à capital do país, demandei ao governo do Distrito Federal um cuidado especial. A governadora em exercício [Celina Leão] esteve conosco e nos demandou apoio da Força Nacional, e há mobilização própria das Forças Armadas", afirmou o ministro, nesta segunda-feira (4), durante evento de lançamento do Programa de Ação na Segurança (PAS) e do o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2), em Vitória.


Dino acrescentou que protestos pacíficos serão tolerados. "Pode haver alguém que eventualmente resolva protestar, e a gente frisa que a liberdade de expressão protege a manifestação pacífica. Se houver uma pessoa que proteste pacificamente, é claro que ela está no exercício regular do direito. Mas nós não vamos permitir que haja repetição dos terríveis atos de 8 de janeiro", destacou, se referindo aos atos golpistas que destruíram as sedes dos Três Poderes, no início do ano.

Abin monitorou Telegram de grupos neonazistas em atividade no Brasil
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou grupos que difundem conteúdo supremacista e neonazista para centenas de pessoas no Telegram. O informe, produzido no dia 25 de novembro de 2022, após o segundo turno da eleição presidencial, mostra como núcleos extremistas embarcaram no movimento golpista para causar instabilidade institucional.

 

A coluna de Guilherme Amado do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, teve acesso à íntegra do relatório sigiloso. O documento foi enviado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI); à Diretoria de Inteligência Policial da Polícia Federal (PF); à Diretoria de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública; à Polícia Civil de Santa Catarina; e ao Gabinete de Transição do Governo.

 

Na época do monitoramento, a Abin destacou que os “grupos neonazistas demonstram interesse em associar narrativas supremacistas a movimentos de contestação dos resultados eleitorais e adotam discursos que dialogam com pautas de outros movimentos para recrutar novos adeptos e promover ações violentas contra autoridades, instituições e agrupamentos antagônicos”.

 

“Os mesmos [grupos neonazistas] repercutiram chamamentos para contestar a legitimidade dos resultados eleitorais ou buscaram aproveitar-se das narrativas de deslegitimação para avançar teses extremistas violentas ou para fomentar movimentos de insurreição armada”, avaliou a Abin.

 

Um dos exemplos colhidos pela Abin mostrava nazistas apoiando os bloqueios que caminhoneiros fizeram em rodovias federais após a derrota de Jair Bolsonaro. “O que está acontecendo pode mudar tudo. Precisamos nos unir para aproveitar essa oportunidade”, disse um integrante do grupo. “Estou pensando em fazer uma barreira na BR da minha cidade”, respondeu outro. “Faça isso, na minha já fizemos. Ontem à noite fizemos uma reunião para discutir a logística e bloqueamos tudo”, retrucou o primeiro, que emendou com xingamentos ao Nordeste e ameaças de deixar a região sem alimentos.

 

Entre os canais monitorados, estavam grupos que reuniam até 800 pessoas no Telegram. Os nazistas se agrupavam no aplicativo de mensagens sob diversas bandeiras, como o movimento separatista da Região Sul e o ódio racial.

 

Um dos grupos separatistas, com 688 integrantes, apresentava manuais para fabricação de explosivos, técnicas de guerrilha e impressão de armas de fogo em impressoras 3D. A intenção, segundo administradores do canal, era formar um grupo armado com motivações supremacistas.

 

Outro grupo, inclinado para a propagação do ódio racial, incentivava pessoas a formarem uma “milícia digital”. Os líderes do canal diziam que o governo Lula subjugaria “o povo branco, em especial o sulista”, ao criar um Ministério da Igualdade Racial. Citações de figuras históricas do nazismo e do fascismo e manifestações antissemitas também eram publicadas no canal. À época, o conteúdo postado no grupo alcançava 813 assinantes.

 

A coluna verificou que parte dos grupos continua ativa no Telegram. Em abril, a Justiça suspendeu o uso da plataforma no país, após o aplicativo não entregar os dados completos de canais neonazistas à Polícia Federal. A corporação investigava a relação entre os grupos do Telegram e o ataque a um colégio em Aracruz, no Espírito Santo. A plataforma voltou a funcionar três dias depois, também por decisão judicial.

 

Todas as instituições que receberam o relatório da Abin foram questionadas sobre quais medidas foram tomadas para investigar e combater a existência dos grupos supremacistas e neonazistas mencionados no informe.

 

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) declarou que “nenhum dos dirigentes da nova gestão do ministério foi convidado a entrar em grupo de WhatsApp gerenciado pela ABIN para receber relatórios” e que a pasta “não tem informações sobre materiais eventualmente enviados para dirigentes que pertenciam ao governo passado”. A coluna questionou sobre a qual grupo de WhatsApp o ministério se referia, mas a pasta recuou: “O ministério não dispõe de informações referentes a grupos de WhatsApp gerenciados pela Abin”.

 

A Polícia Civil de Santa Catarina informou que fez “inúmeras operações, em Santa Catarina e em diversos estados, que resultaram na prisão de pelo menos 19 pessoas envolvidas com movimentos supremacistas”. A coluna questionou sobre a relação dos presos com os grupos citados no relatório da Abin, mas não houve resposta.

 

O GSI, a Polícia Federal e o Telegram não enviaram posicionamento até a publicação da reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações.

PRF recebeu alerta da Abin sobre bloqueios três dias antes da eleição
Foto: Agência Brasil

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviou um relatório à Polícia Rodoviária Federal (PRF), no dia 27 de outubro do ano passado, com o alerta de que caminhoneiros poderiam obstruir estradas diante da derrota de Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição, em 30 de outubro. Estradas federais foram bloqueadas horas após a vitória de Lula no pleito.

 

A informação consta de um relatório sigiloso da Abin que avaliava ameaças de conflitos institucionais entre os dias 29 de outubro e 4 de novembro. A íntegra do documento foi obtida pela coluna de Guilherme Amado do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

A Abin também enviou o relatório ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ao Ministério da Defesa, ao Ministério da Justiça, à Polícia Federal, ao STF, ao TSE e à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

 

A agência identificou, naquela época, a existência de “chamamentos para que os caminhoneiros parem à beira de rodovias, visando uma eventual paralisação, em caso de derrota do atual Presidente da República”. A ameaça foi considerada de médio risco pela Abin.

 

Na época, a PRF era comandada por Silvinei Vasques, preso pela Polícia Federal por suspeita de interferência no segundo turno da eleição. Vasques é acusado de planejar as blitze que dificultaram a locomoção de eleitores no dia do segundo turno, sobretudo no Nordeste.

 

No dia 25 de novembro de 2022, Vasques prestou depoimento à PF e afirmou que “não tinha previsão de bloqueio nas rodovias” após o segundo turno e que “a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Abin, a Polícia Federal e o GSI não conseguiram prever o bloqueio nas rodovias”.

 

O relatório da Abin contradiz Vasques. O documento informava que existiam convocações para caminhoneiros organizarem bloqueios na beira de rodovias e em bases de apoio. “Atos pontuais tendem a ocorrer, especialmente após a divulgação dos resultados, com possível participação de empresas de transporte e de caminhoneiros ligados ao agronegócio”, dizia a agência.

 

“Nesse cenário, a atuação de indivíduos ou de pequenos grupos, ainda que de forma espontânea e descoordenada, tem potencial para impactar as rodovias, com consequências para a circulação de pessoas, bens e serviços. Ademais, o sucesso inicial de pequenos bloqueios tem potencial para incentivar ações similares em outras regiões do país, devido à rapidez com que grupos de caminhoneiros se comunicam por meio de aplicativos de mensageria, ampliando os impactos e o potencial de crise”, informava a Abin.

 

A agência, no entanto, disse não ter identificado “articulações efetivas para movimentos paredistas coordenados nacionalmente” e que caminhoneiros apresentavam “dificuldade de coordenar ações e organizar eventual paralisação a nível nacional”. Apesar de a ameaça ser considerada de risco médio, a agência avaliou, naquele momento, que era baixa a perspectiva de adesão às paralisações.

 

Os primeiros bloqueios ocorreram em rodovias da Região Sul, horas depois da vitória de Lula. As paralisações se espalharam rapidamente pelo país, o que levou o ministro do STF Alexandre de Moraes a determinar ação imediata da PRF para desobstruir as estradas. A própria PRF divulgou, no dia 1º de novembro, que havia bloqueios em 227 rodovias federais. A corporação aplicou R$ 21 milhões em multas para liberar o tráfego nas estradas.

Em mensagem, ex-diretor da Abin citou "corpo mole" da PMDF e chamou a tropa de "Turma do Bozo"
Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

Um dia antes das invasões do 8 de Janeiro, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) registrou temor de “corpo mole” da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) por conta da “volta da turma do Bozo“. A informação é do site Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias. Segundo a publicação, na véspera dos ataques, o então chefe da agência, Saulo Moura da Cunha, enviou a seu sub, Leonardo Singer, mensagens no celular solicitando atenção às manifestações que ocorreriam no dia seguinte.

 

Na mensagem do dia 7 de janeiro, Saulo Moura pediu a Singer o contato de Marília Ferreira Alencar, então subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Em seguida, escreveu:

 

“É só para abrir o canal. Mas você continua falando e passando nosso material [relatórios], ok? Já há um temor de que as forças do GDF farão corpo mole em função da volta da turma do bozo”, escreveu o então diretor da Abin, referindo-se ao policiamento que seria feito pela Polícia Militar.

 

Na ocasião, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, acabara de reassumir o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

 

A coluna questionou Saulo sobre se, além de seu sub na Abin, ele havia alertado outros órgãos do governo federal sobre o risco de “corpo mole” da PM. O ex-diretor da agência preferiu não comentar o episódio.

 

Desde a noite da sexta-feira (5/1), a Abin enviou 12 alertas a autoridades públicas, dos governos federal e do DF, que compunham um grupo de WhatsApp. Entre elas, servidores da Polícia Militar.

 

Os relatórios apontavam para o risco de “atos violentos”, mas não mencionaram atuação da PMDF. Procurada, a Abin disse não ter informações sobre se a agência chegou a externar preocupação com “corpo mole” da Polícia Militar.

 

Nesta quinta-feira (17/8), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que a PMDF tinha “profunda contaminação ideológica”. Os sete oficiais investigados foram presos na manhã desta sexta-feira; entre eles, o atual comandante-geral da corporação, coronel Klepter Rosa Gonçalves.

 

A coluna revelou, em julho, que a PGR investigava a influência de Bolsonaro sobre a PMDF. Chamou a atenção o fato de o comando da corporação colocar policiais de sobreaviso no 8 de Janeiro, quando o correto, na visão de investigadores, seria colocá-los de prontidão ante as ameaças detectadas.

Ex-diretor da Abin confirma na CPMI que adulterou relatório enviado ao Congresso a pedido de G. Dias
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, confirmou aos membros da CPMI do 8 de janeiro, nesta terça-feira (1º), que retirou, a pedido do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, o nome dele de um relatório da agência enviado ao Congresso Nacional. 

 

Questionado pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), se teria cometido uma ilegalidade, o ex-diretor da Abin diz que obedeceu ordens de um superior e seguiu lei da agência, que estabelece que quem determina o encaminhamento das informações é o ministro-chefe do GSI. 

 

“Não adulterei o relatório. Nós produzimos dois relatórios. O primeiro, uma planilha que continha alertas encaminhados pela Abin a grupos que continha alertas encaminhados por mim, pessoalmente, ao ministro-chefe do GSI. Após entregar o ministro determinou que fosse retirado o nome dele do relatório. Ele determinou que fosse feito, eu obedeci a ordem, já que temos artigo da lei da Abin que quem determina as informações encaminhadas é o ministro-chefe do GSI. Eu atendi uma ordem, e não havia da minha parte nenhum interesse em esconder que o ministro recebeu informações, e ele recebeu essas informações de mim”, afirmou Saulo Moura da Cunha.

 

A adulteração dos relatórios consta no conjunto de documentos da Abin sobre o 8 de Janeiro entregues ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Os relatórios foram enviados aos parlamentares da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, que identificaram a retirada dos registros que comprovam que o general Gonçalves Dias havia sido informado dos crescentes riscos de tumulto e de invasão de prédios públicos por meio de mensagens enviadas ao seu celular.

 

O início da oitiva do ex-diretor da Abin, Saulo Moura da Cunha, começou após duas horas de discussões e debates em torno da negativa do ministro Flávio Dino em entregar imagens e sobre o vazamento de dados bancários do ex-presidente Jair Bolsonaro. Antes do depoimento, o presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), leu a decisão da ministra Rosa Weber para assegurar parcialmente o direito a ele de não responder às perguntas dos membros da CPMI. 

 

Nomeado em 1º de janeiro pelo presidente Lula, Saulo Moura da Cunha estava à frente da agência de forma interina no dia dos atos golpistas. Moura Cunha deixou a Abin em março e ocupou cargo no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) até o mês de junho. O ex-diretor da Abi disse que apesar de ter o habeas corpus em seu favor, iria responder a todas as perguntas feitas por membros da comissão. 

 

O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência revelou, ao responder perguntas da relatoria, que o órgão produziu 33 alertas de inteligência entre os dias 2 e 8 de janeiro deste ano, quando ocorreu a depredação de prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Saulo Moura da Cunha afirmou que os alertas acompanharam o aumento do fluxo de ônibus e pessoas em direção a Brasília, embora não fosse possível identificar a “qualidade” dos passageiros, se eram extremistas ou não.

 

“Em um desses alertas, nós falamos que houve detecção de risco de invasão e depredações de prédios. No próprio dia 8, nós falamos da presença de pessoas que diziam estar armadas. Posteriormente, enviamos a identificação de algumas pessoas. Em tempo real, a Abin produziu esses alertas”, detalhou.

 

Saulo Moura da Cunha disse que a inteligência da Abin atuou para resguardar as instituições democráticas de direito e enfatizou que o plano de segurança estava a cargo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que era comandada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. “A operação do dia 8 estava a cargo da secretaria de Segurança Pública, que dispõe de setor de inteligência, e para a qual também enviamos os alertas”, explicou. 

CPMI: governistas rifam ex-ministro de Lula em troca de Anderson Torres
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

Parlamentares governistas que integram a CPMI do 8 de Janeiro decidiram rifar o general Gonçalves Dias, o G. Dias, ex-ministro do GSI de Lula, em troca do depoimento de Anderson Torres. 

 

A ideia de deputados e senadores da base do governo é concordar com o pedido de bolsonaristas para ouvir G. Dias, mas, em troca, pedir que a oposição aceite marcar a oitiva de Torres. As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias. 

 

“Vamos concordar com o depoimento do Saulo e do G. Dias. Em troca, a situação vai pedir o Anderson Torres”, explicou à coluna um deputado governista. 

 

O Saulo em questão é Saulo Moura da Cunha, ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele era o responsável pelo órgão no dia dos ataques do 8 de Janeiro.

 

O depoimento do ex-diretor acontecerá na terça-feira (1°/8), dia em que a CPMI retoma os trabalhos após o recesso. De acordo com a coluna de Igor Gadelha, Saulo será a primeira testemunha ouvida pela comissão a pedido dos bolsonaristas. 

Arthur Maia afirma que ex-diretor da Abin será o primeiro a ser ouvido pela CPMI do 8 de janeiro na volta do recesso
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O deputado federal Arthur Maia (União-BA), em postagem nas suas redes sociais nesta quarta-feira (26), comunicou que na primeira reunião da CPMI após o recesso, na próxima semana, será ouvido o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha. Arthur Maia disse que o ex-diretor da Abin deverá falar aos membros da comissão sobre as diferentes versões apresentadas em relatórios da agência referentes aos episódios do dia 8 de janeiro em Brasília. O dia da reunião ainda não foi agendado.

 

A convocação do ex-diretor Saulo Moura da Cunha atende aos requerimentos apresentados pelos senadores Magno Malta e Izalci Lucas e deputados Marco Feliciano, André Fernandes, Nikolas Ferreira e Delegado Ramagem, todos de oposição. Esses requerimentos foram aprovados na reunião administrativa realizada no dia 20 de junho. 

 

Os parlamentares da CPMI alegam que a Abin produziu diversos alertas sobre riscos de um ataque a prédios públicos de Brasília, inclusive na véspera das invasões e depredação de patrimônio público realizadas no dia 8 de janeiro, na capital federal. Os alertas foram enviados para o Sistema Brasileiro de Inteligência, que reúne 48 órgãos do governo.

 

Um dos documentos mencionados pelos membros da comissão revela um aviso emitido no sábado, 7 de janeiro, no qual a Abin teria mencionado o aumento do número de fretamentos de ônibus com destino a Brasília naquele final de semana em que ocorreram os atos de vandalismo. O comunicado da agência teria alertado para a chegada em Brasília de um total de 105 ônibus, com cerca de 3.900 passageiros. 

 

Saulo Moura da Cunha foi nomeado pelo presidente Lula como diretor adjunto da Abin no dia 1º de janeiro deste ano, e estava no cargo no dia dos acontecimentos em Brasília. Cunha permaneceria no posto como adjunto até a sua aprovação em sabatina no Senado Federal. Saulo Moura Cunha é servidor de carreira, tendo ingressado na Abin em 1989. Ele foi exonerado do cargo em março e, em abril, escolhido para chefiar a assessoria especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

 

Moura assumiu as novas funções no GSI em 13 de abril. No dia 19, uma semana depois, foram divulgadas imagens do então ministro-chefe do GSI, Gonçalves Dias, dentro do Palácio do Planalto durante a invasão do 8 de janeiro, fato que provocou a sua exoneração. Em 02 de junho, o presidente Lula exonerou Saulo Cunha da chefia da assessoria especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos do GSI.

 

Na Abin, Saulo foi adido de Inteligência no Japão, diretor do Departamento de Contraterrorismo, diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) e coordenador das ações de inteligência dos grandes eventos no país, como os Jogos Olímpicos Rio 2016 e a Copa do Mundo de 2014. Ele integrou ainda o Grupo Técnico de Inteligência Estratégica do gabinete de transição governamental. 
 

Abin identifica novas tentativas de ataques golpistas e vê atuação de transportadoras no dia 8 de janeiro
Foto: Joedson Alves / Agencia Brasil

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) compartilhou com a CPI dos Atos Golpistas, que apura os ataques de 8 de janeiro, onze novos relatórios de inteligência que identificaram diferentes grupos de organização da invasão dos prédios dos Três Poderes. 

 

Onze documentos acessados foram entregues à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista, que funcionam como uma espécie de roteiro da tentativa de golpe.

 

Nos documentos, o órgão encontra os suspeitos de financiar e divulgar os atos e também indica como eles se organizaram por nas redes sociais, além do plano de ataque a torres de energia e sistemas de controle que foi construído pelos golpistas. 

 

Segundo infomrações da TV Globo, os relatórios analisam desde empresários que contrataram ônibus para transportar os golpistas, até a participação de executivos do garimpo no financiamento dos atos golpistas. Além disso, empresas transportadoras que deram suporte às ações violentas e ameaças de novos atos a exemplo de identificação de explosivos em locais públicos e sabotagem de sistemas de controle industriais também estão sendo apurados pela Abin. 

Ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias admite ter enviado relatório editado para o Congresso
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, admitiu nesta quinta-feira (22), que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), produziu um relatório errado com uma citação sobre ele acerca dos ataques de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram atacadas em Brasília e, por essa razão, alterou o documento antes de enviá-lo a uma comissão do Congresso Nacional. 
 

A fala do militar aconteceu durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que investiga os atos de 8 de janeiro, bem como o 12 de dezembro do ano passado, quando houve tentativa de invasão à sede da Polícia Federal (PF). O militar disse que não participou de nenhum grupo e que não adulterou o documento. 

 

“Não adulterei nem fraudei nenhum documento. Sempre falei no GSI que todo documento que passasse por lá tinha que ser a expressão da verdade. A CCAI [Comissão de Controle das Atividades de Inteligência] solicitou ao GSI o que a Abin tinha produzido sobre os atos. A Abin fez um compilado de mensagens de aplicativos. Lá tinha três partes como ‘dia tempo, acontecido e difusão’. Esse documento tinha ‘ministro do GSI’. Eu não participei de nenhum grupo, não sou difusor. O documento não condizia com a verdade”, declarou o militar

 

De acordo com o pronunciamento do general, o documento foi enviado à CCAI, que é a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional. 

 

Gonçalves revelou também que tinha informado que a Abin fez outro relatório da mesma situação, porém, sem a citação ao ministro. 

 

“O documento enviado de forma igual ao Ministério Público Federal estava diferente na parte ‘difusão’. Não tinha GSI”.

 

Depois da declaração, o presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT), reagiu.

 

“Essa informação é muito grave. Demonstra que um órgão de Estado fraudou um documento. Precisa que as autoridades apurem a quem interessava essa fraude. Precisa ser investigada. É um órgão de inteligência. Isso é grave”, contou.

 

Sobre a acusação do documento “que não condizia com a verdade”, segundo o general. O ex-ministro não deixou claro se recebeu os alertas da Abin diretamente em seu telefone.

Arthur Maia se diz “constrangido” por CPMI rejeitar convocação de Flávio Dino, GDias e ex-Abin
Foto: Pedro França / Agência Senado

O deputado federal Arthur Maia (União), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas ocorridos contra os prédios dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro, se disse “constrangido” pela rejeição da convocação de membros do governo para prestar depoimento.

 

“Foi constrangedor ver a maioria do colegiado da CPMI do 8 de janeiro rejeitar requerimentos de convocação de personagens centrais nessa investigação, como é o caso do GDias, ex-GSI, do Saulo Moura da Cunha, ex-Abin, e do ministro da Justiça, Flávio Dino”, escreveu em sua conta do Twitter.

 

Na postagem, o parlamentar baiano prometeu se engajar para a aprovação de requerimentos que ouçam todos os lados do episódio que abalou a democracia brasileira.

 

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“Na próxima sessão, me comprometo a pautar os requerimentos representados e o farei quantas vezes forem necessárias. Espero que possamos aprovar todos os nomes, sem distinção, para garantir que todos sejam ouvidos a fim de que se chegue na verdade” .

 

“Confio na consciência daqueles deputados que têm compromisso com a opinião pública e acredito que a gente consiga mudar essa realidade. É inaceitável ouvir apenas um lado”.

 

Rui Costa afirma que vai reformular toda diretoria da Abin
Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), após denúncias de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) fazia o monitoramento da localização de pessoas, de forma ilegal, durante os três primeiros anos do governo Jair Bolsonaro (PL),  disse que vai reformular toda a diretoria do órgão.

 

“Se algo foi feito no passado, no outro governo, que não tem conformidade com a lei, isso será levado a quem [seja] responsável; à CGU [Controladoria-Geral da União], aos órgãos de justiça, para que as providências cabíveis, a responsabilização devida, seja feita a quem praticou esses atos no passado”, afirmou Rui nesta quarta-feira (14).

 

O ministro afirmou que a diretoria da Abin vai ser reformulada assim que o novo presidente for aprovado pelo Senado.“O nome para a Abin já foi indicado ao Senado, ainda não foi aprovado. E nós, assim que tivermos a nova direção da Abin, vamos reformulá-la. E posso dizer que sob nova direção, toda lei será respeitada no trabalho da Abin”, acrescentou.

 

O governo do presidente Luiz Iniácio Lula da Silva (PT) indicou para o comando da Abin Luiz Fernando Corrêa, que foi diretor da Polícia Federal durante o segundo mandato do Presidente Lula. Para assumir a direção da agência, Corrêa precisa passar por uma sabatina e uma aprovação na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. Ele também deve ser aprovado no plenário da Casa.

Governo Lula tira Abin do GSI e transfere para a Casa Civil, pasta comandada por Rui Costa
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu tirar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) da responsabilidade de militares e transferir para a Casa Civil, atualmente comandada por Rui Costa (PT). A medida foi oficializada nesta quinta-feira (2), em edição do Diário Oficial da União (DOU).

 

Com a movimentação, a agência deixa de integrar a estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A Abin é responsável pelas atividades de inteligência e espionagem.

 

Durante o período de transição, integrantes da equipe de Lula manifestaram incômodo com a composição "ideologizada" que a pasta passou a ter, sob gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Quem acompanhou a Faroeste viu o que um pseudo cônsul pode fazer. Na história de Porto Seguro, tem dois verdadeiros. Imagine o que ainda não vai render. E olha que a história nem chegou em Salvador. Mas a vida segue também fora do Judiciário. Por exemplo: o Soberano está cada vez menor, enquanto o Ferragamo está cada vez mais investindo em um perfil "pau pra toda obra" (lá ele!). Mas se o Dois de Julho não foi lá tão bonito, tem coisa ainda mais triste fora do cortejo. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Luciano Simões

Luciano Simões
Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".

 

Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis. 

Podcast

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira

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O deputado estadual Luciano Simões Filho (União) é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

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