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O livro "Torto Arado", escrito por Itamar Vieira Júnior, ganhará uma adaptação para o teatro com texto e direção assinada pelo baiano Aldri Anunciação. A peça está prevista para ser lançada no primeiro semestre de 2024, com estreia em Salvador.
O livro, de 2019, traz a história das irmãs Bibiana e Belonísia, que têm as vidas marcadas por um acidente na infância. As duas vivem em condições de trabalho escravo contemporâneo em uma fazenda no sertão da Chapada Diamantina, na Bahia.
Autor do livro "Namíbia, Não!”, que originou o filme Medida Provisória, Aldri recebeu o prêmio Jabuti em 2013.
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Depois de protagonizar embates com o movimento negro e diversas personalidades da cultura nacional, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, agora tem como alvo uma produção baiana. Em suas redes sociais, ele atacou o longa-metragem “Medida Provisória”, dirigido por Lázaro Ramos e inspirado no texto do espetáculo teatral “Namíbia, Não!”, de autoria de Aldri Anunciação.
"O filme, bancado com recursos públicos, acusa o governo Bolsonaro do crime de racismo - deportar todos os cidadãos negros para a África por Medida Provisória. Temos dever moral de boicotá-lo nos cinemas. É pura lacração vitimista e ataque difamatório contra o nosso presidente", disse Camargo, sobre a obra, que já passou por festivais internacionais, mas ainda não tem data de estreia prevista no Brasil (clique aqui e saiba mais detalhes sobre a produção).
Após a declaração, Aldri, que também assina o roteiro do filme, junto com Lázaro, Elisio Lopes Jr e Lusa Silvestre, rebateu as críticas do presidente da Palmares, lembrando que o texto criado há uma década é sobre um futuro hipotético no qual o governo - e não uma gestão específica - implementa uma política que obriga os negros a migrar para a África.
“Escrevi em 2011, nem sabia quem era Bolsonaro naquela época”, argumentou o artista baiano. “Avalio como uma falta de compreensão do presidente da Fundação Palmares do que se é uma distopia futurística. Quando você escreve ou filma na linguagem distópica, você não acusa o presente. Você faz um prognóstico pessimista do futuro. A não ser que a ‘carapuça’ seja vestida. Aí é uma outra questão. Talvez seja uma questão de ele reavaliar a própria gestão que ele está fazendo de um órgão que na verdade deveria estar apoiando o filme. Me pergunto se ele leu o livro ou assistiu o filme. Considero uma avaliação precipitada e com aspectos de ressentimento político e talvez pessoal”, pontuou Aldri.
Sobre a fala de Camargo a respeito dos recursos públicos investidos no filme - “Medida Provisória” foi aprovado em edital da Agência Nacional do Cinema (Ancine) -, o dramaturgo baiano mais uma vez rebateu o presidente da Fundação Palmares. “Eu devolveria a pergunta: e por que não ser bancado por recursos públicos? Os recursos públicos destinados ao cinema devem ir para as mãos de quais artistas? Ele por acaso está dizendo que cinema negro e crítico não deve ter recursos públicos? Por que não?”, indagou Aldri. “Gostaria de saber do presidente da Fundação Palmares quais são as estratégias dele para estimular o cinema negro no Brasil. Adoraria que ele respondesse”, concluiu o artista.
Inspirado no espetáculo teatral “Namíbia, Não!”, do baiano Aldri Anunciação, cujo texto rendeu o Prêmio Braskem de Teatro (2011) e virou livro vencedor do Prêmio Jabuti, em 2013 (relembre), o filme “Medida Provisória” acaba de ser selecionado para o Festival SXSW, nos Estados Unidos (saiba mais).
“Pra mim foi muito gratificante, é um sinal de que valeu a pena. O projeto começou em 2012, então, quando recebi essa notícia é como se a gente tivesse dado o passo correto lá atrás. Parece uma coroação de um momento pensado, planejado lá no início. A gente tem sempre essa falsa imagem de que a arte acontece meio sem planejamento, mas essa notícia confirma que vale a pena a gente planejar, a gente traçar estratégias e um processo, inclusive, de transmutação de linguagens”, declara o dramaturgo, sobre mais um reconhecimento internacional do longa-metragem, agraciado anteriormente com o prêmio de Melhor Roteiro em Memphis, nos Estados Unidos (clique aqui).
Assim como a peça, que circulou todo o Brasil e chegou a ganhar uma versão em língua inglesa estrelada em Londres (clique aqui), o filme conta com o mesmo mote, partindo da situação hipotética de um futuro no qual o governo brasileiro decreta que todos os cidadãos de “melanina acentuada” sejam deportados para um país da África.
Outro ponto em comum é a direção de Lázaro Ramos. Junto com o autor da obra original, o artista baiano assina ainda o roteiro, que posteriormente contou com a colaboração de outros dois nomes de peso: Elísio Lopes Júnior e Lusa Silvestre. “Chega um momento, em 2014, que a gente começa a se sentir só e acha que precisava de mãos técnicas também, afinal de contas, tratava-se de dois roteiristas escrevendo seu primeiro roteiro”, lembra Aldri, que decidiu unir o trabalho de “dois marinheiros de primeira viagem” ao de outros dois roteiristas “experimentados” em “Medida Provisória”.
Aldri, na esquerda, ao lado do diretor Lázaro Ramos e Flávio Bauraqui, após encenar o espetáculo "Namíbia, Não!" | Foto: Divugação
Depois de já ter passado do teatro para a literatura, a ideia de novamente “transmutar” as linguagens artísticas, levando a história para o cinema, surgiu dentro do projeto “Melanina Acentuada”, quando “Namíbia” ainda estava no palco. “Foi numa temporada que a gente fez no Teatro Eva Herz que a gente aventou fazer uma consulta pública com os espectadores sobre a possibilidade de um filme”, lembra Aldri. Foi também nesta interação entre o público e o autor que a obra cinematográfica tomou seus primeiros contornos.
Se no teatro havia em cena apenas os primos André e Antônio - que, confinados em um apartamento por medo da absurda Medida Provisória, discutiam a situação do negro no país e questionavam as definições de identidade -, na telona foram incorporadas outras figuras mencionadas durante a peça, incluindo a que viria a ser a personagem principal. “Nesse encontro de 2012 que surge a protagonista do filme, a Capitu, que é a namorada de um dos dois primos. Nessa consulta pública, ela era a figura mais falada, todos queriam saber onde ela estava e o que teria acontecido com ela. E aí na sala de roteiro ela acaba virando a protagonista, digamos assim, dessa história”, conta Aldri, sobre a personagem interpretada por Taís Araújo no filme.
“Os primos estão ali presos no apartamento e ela [Capitu] foi esse grande mote para a gente levar o espectador para fora da sala dos primos, ou para fora do teatro. Ou seja, essa personagem determina justamente a migração da linguagem, na medida que ela está fora daquele espaço cênico que a gente tinha criado”, explica o dramaturgo, lembrando que o filme dá forma também a outras figuras mencionadas na peça. “Os personagens que estão fora da cena, no caso, com vozes gravadas, como a de Wagner Moura, que fazia o ministro da Devolução, e a socióloga feita pela Ana Paula Bouza, todas essas personagens a gente aproveitou no filme para dar corporeidade”, conta o autor.
Outro ponto forte da transposição da obra teatral para o cinema serão as cenas de ação que na peça eram apenas narradas ou apareciam em vídeos curtos. Quem assistiu a “Namíbia, Não!” viu em projeção, por exemplo, a partida para a África de Glória Maria - interpretada por Luis Miranda. Já no filme “Medida Provisória”, o público acompanhará narrativas como essa de maneira mais realista. “[O espectador] vai ver, não as mesmas figuras, mas outras, e de uma forma completamente cinematográfica. Enquanto na peça é tudo muito na oralidade, lá as coisas acontecem. Vocês vão ver essas figuras indo embora”, revela Aldri, que além de ser o autor da obra original, assinar a coprodução e roteiro, também atua no longa.
“A gente achou que ficaria demais eu ainda ser o protagonista, então eu criei uma outra personagem pra mim, que é o Ivan. Ele é uma espécie de revolucionário, que acaba criando uma espécie de ‘afrobrunkers’, começa a reunir negros na cidade e no país que não queiram se submeter à medida provisória que quer que a gente retorne”, conta o dramaturgo. “Na medida em que o retorno é compulsório, Ivan acaba sendo um subversivo. Ele quer subverter a medida provisória. Ele cria espaços subterrâneos para esconder negros que porventura não querem se submeter a essa medida, criando uma espécie de ‘neo quilombos’ por debaixo das terras. E criando possibilidade de revolução pra que essa situação se altere”, revela o artista, dando um pequeno spoiler de sua participação no filme, que, além dele e Taís Araújo, tem ainda no elenco Seu Jorge, Alfred Enoch, Adriana Esteves, Renata Sorrah, Mariana Xavier, Emicida, Hilton Cobra e Pablo Sanábio.
Lázaro Ramos com parte do elenco de "Medida Provisória" | Foto: Divulgação
Programado inicialmente para estrear em 2020, o filme ainda não tem data prevista para ser lançado no Brasil. “Tudo foi ocorrendo de acordo com o que foi programado em 2012. A passos lentos, mas programados. Agora nesse momento final - a gente acabou de filmar em 2019 -, a previsão de lançamento seria exatamente em 2020, mas é quando vem a pandemia. E desde então, ela desenha as previsões de tudo na vida”, pontua Aldri Anunciação, que condiciona a estreia à vacinação de todos os brasileiros.
“A previsão da gente é que assim que todo mundo esteja vacinado - acho que é mais prudente falar isso -, a gente vai estrear na sala de cinema, porque a ideia é que a gente estreie na sala e não vá para o streaming ainda. A gente pensa que é um filme de deslocamento, que propõe a saída dos afro brasileiros de volta para a África. É um filme que estimula essa coisa do movimento, das migrações, da identidade que vai e vem, e a gente não considera ajustado mostrar o filme agora nesse momento de confinamento. Eu acho que ele tem uma potência de linguagem muito forte, justamente nesse momento que a gente estiver mais livre por conta da vacina”, explica.
"Medida Provisória" foi produzido pelas produtoras Lereby Produções e Lata Filmes, com coprodução da Globo Filmes e distribuição da H2O. A produção executiva é assinada por Mariza Figueiredo, a direção de fotografia é de Adrian Teijido, edição de Diana Vasconcellos, direção de arte de Tiago Marques e desenho e edição de som de Waldir Xavier.
Baseado no espetáculo teatral baiano “Namíbia, Não!”, escrito por Aldri Anunciação e dirigido por Lázaro Ramos, o filme “Medida Provisória” foi selecionado para o Festival SXSW (clique aqui e veja outros indicados), que acontece em Austin, Texas, nos Estados Unidos, de 16 a 20 de março.
“Depois do prêmio de Melhor Roteiro em Memphis (EUA), nosso filme (baseado na peça Namibia, Não - Trilogia do Confinamento editado pela Editora Perspectiva ) é selecionado pro Festival SXSW com exibição em março de 2021. O filme Medida Provisória (adaptação de Namíbia, Não!) foi roteirizado a oito mãos pelos talentosos parceiros Elísio Lopes Júnior, Lusa Silvestre, Lázaro Ramos e por mim”, escreveu Aldri, em suas redes, em comemoração à conquista.
Dirigido por Lázaro, o filme, que ainda não estreou no Brasil, conta com nomes como Alfred Enoch (saiba mais), Taís Araújo, Seu Jorge, Adriana Esteves, Renata Sorrah, Mariana Xavier e Pablo Sanábio. Em 2020, "Medida Provisória" ganhou o prêmio de Melhor Roteiro na mostra competitiva do Indie Memphis Film Festival (relembre)
Com texto de Aldri Anunciação, o espetáculo “Namíbia Não” se transformará em leitura virtual para comemorar o Dia Mundial da África, na próxima sexta-feira (29). Com colaboração da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), o evento online vai acontecer a partir das 19 horas.
As transmissões vão acontecer no Youtube da produtora Melanina Acentuada (clique aqui), no Facebook da Sepromi (clique aqui), em lives nos perfis dos atores convidados e também através do Zoom, onde 100 pessoas serão selecionadas depois de enviarem um direct no perfil @boliveirando, no Instagram.
A leitura contará com os atores e diretores da peça Aldri Anunciação e Fabrício Boliveira e também terá a participação dos Gideon Rosa, Márcia Limma e Thiago Almasy. Cada um fará as transmissões diretamente de suas casas, respeitando as medidas de prevenção ao novo coronavírus.
Encenado pela primeira vez em 2010, na Sala do Coro, do Teatro Castro Alves, “Namíbia Não” conta a história de dois primos que vivem em um apartamento e em meio às discussões sobre as relações humanas no Brasil, se protegem de uma Medida Provisória ambiciosa.
SERVIÇO:
O QUE: Leitura virtual da obra “Namíbia Não”
QUANDO: 29 de maio, a partir das 19 horas
ONDE:
- Facebook da Sepromi (clique aqui)
- YouTube - Melanina Acentuada (clique aqui)
- Instagram dos atores - Aldri Anunciação, Fabrício Boliveira, Gideon Rosa, Márcia Limma e Thiago Almasy.
No ar na novela “Segundo Sol” e apresentador do programa Conexão Bahia, o ator, apresentador, diretor e dramaturgo Aldri Anunciação conquistou o troféu de "Melhor Ator" no Festival de Brasília. O artista recebeu o prêmio durante a cerimônia realizada no Cine Brasília, no último domingo (23).
Única produção baiana a concorrer nesta edição do festival, "Ilha" também venceu na categoria "Melhor Roteiro". Com direção assinada por Ary Rosa e Glenda Nicácio, o longa-metragem conta a história do jovem Emerson (Renan Motta), um morador da periferia que quer fazer um filme sobre sua vida na ilha. Mas para isso, ele sequestra o cineasta Henrique (Aldri Anunciação) e, juntos, os dois reencenam sua vida.
Mas o grande vencedor do concurso foi "Temporada", de André Novais Oliveira. O longa-metragem levou o Troféu Candango em cinco categorias, entre elas Melhor Filme, Melhor Atriz para Grace Passô, Melhor Ator Coadjuvante para Russão, Melhor Fotografia para Wilsa Esser e Melhor Direção de Arte para André Novais Oliveira. Alguns dos outros trabalhos premiados foram "A Sombra do Pai", o documentário "Bixa Travesty" e os curta-metragens "Reforma" e "Guaxuma".
O ator e dramaturgo baiano Aldri Anunciação é o convidado da próxima edição do Conversas Plugadas, que acontece na quarta-feira (9), a partir das 19h, na sala principal do Teatro Castro Alves, com entrada gratuita. Na ocasião, ele vai falar de sua trajetória artística e celebrar os sete anos de sucesso de seu espetáculo “Namíbia, Não!”, que faz uma sessão comemorativa no mesmo palco, no dia 11 de maio, às 21h. Por conta do texto desta montagem Aldri foi contemplado com o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria Ficção Juvenil. O espetáculo, dirigido por Lázaro Ramos, levou ainda o Prêmio R7 de Melhor Texto de Teatro de 2012, Prêmio Braskem de Teatro 2011 e o Prêmio Fapex 2010.
SERVIÇO
O QUÊ: Conversas Plugadas - Aldri Anunciação
QUANDO: Quarta-feira, 9 de maio, às 19h
ONDE: Sala principal do Teatro Castro Alves – Salvador (BA)
VALOR: Entrada franca
Em cartaz pela primeira vez há oito anos, o espetáculo “Namíbia, Não!” faz única apresentação no dia 11 de maio, às 21h, na sala principal do Teatro Castro Alves. Com texto de Aldri Anunciação, vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura em 2013, a montagem é dirigida por Lázaro Ramos. Com quase uma década do lançamento, o espetáculo ganhou versão em inglês encenada em Londres (clique aqui) e uma publicação e tradução para a língua alemã pela editora Fischer Verlag. Com criticidade, pitadas de ironia e humor, a peça parte de uma situação hipotética no futuro, quando o governo implementa uma Medida Provisória de “reparação”, para que os afrodescendentes – chamados de “melanina acentuada” - retornem ao continente africano. Confinados em um apartamento, os primos Antônio e André discutem temas como identidade brasileira, questões sociais e econômicas.
SERVIÇO
O QUÊ: “Namíbia, Não!”
QUANDO: Sexta-feira, 11 de maio, às 21h
ONDE: Sala principal do Teatro Castro Alves – Salvador (BA)
VALOR: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
A morte da ativista e vereador do PSOL, Mariele Franco, na noite desta quarta-feira (14), no Rio de Janeiro (clique aqui), gerou diversas manifestações de artistas de todo o país, inclusive os baianos. Caetano Veloso usou a música para homenageá-la. Em um vídeo ele tocou a canção “Estou Triste”, faixa do disco “Abraçaço”, que tem entre os versos: “Sinto o peito vazio e ainda assim farto / Estou triste, tão triste / E o lugar mais frio do rio é o meu quarto”.
O ator e apresentador Ciro Sales, que atualmente vive na cidade, foi um dos que lamentaram o ocorrido. “É triste. Revoltante. E é tão claro. Marielle milita pelos direitos humanos. Marielle é eleita vereadora. Marielle é nomeada integrante de comissão designada para acompanhar a intervenção militar no Rio de Janeiro. Mmarielle denuncia a truculência da polícia militar. Marielle é executada a tiros no centro da cidade. (pausa grávida, de indignação e de medo). Os tempos são sombrios, e os recados estão claros. O que mais vamos esperar? Amanhã, 17h, estarei caminhando da Alerj à Cinelândia junto a muitos. Se não agora, quando?”, escreveu no Facebook. O ator Danilo Ferreira, também radicado no Rio, fez uma postagem emocionada sobre o caso: “Tiraram a vida de Marielle Franco. Assassinaram uma guerreira. Por ser negra, por ser mulher e por ser guerreira. Marielle dedicou sua vida à luta contra a injustiça e a barbárie. Isso não pode ficar assim. Não podemos nos calar!”.
De Salvador, outros nomes também se manifestaram. Em uma postagem na qual a vereadora aparece em uma manifestação contra o feminicídio, o músico Jarbas Bittencourt questiona: "Quem matou Marielle Franco?". O ator e dramaturgo Aldri Anunciação postou seu manifesto e convocou a população para se mobilizar: “O que é isso? Que intervenção é essa no Rio? A barbárie não deve se tornar um procedimento de controle... não é bom pra nenhum dos lados... pois vira um jogo de ação-reação! Isso não poderia ter acontecido com a vereadora MARIELLE! Uma voz não é uma voz... Uma voz são várias vozes! E as vozes têm eco e multiplicam-se! Vamos!”.
O vocalista da banda Maglore, Teago Oliveira, que vive em São Paulo, também comentou: “Dos maiores absurdos infelizmente cotidianos. As coisas já passaram do limite. Tem tempo. Do jeito que já controlaram tudo tem que pressionar muito pra não abafarem. Que situação, velho”. E em uma nova postagem questionou o contexto da morte. "É uma absurda coincidência Marielle Franco ser relatora da CPI que investiga a intervenção militar no rio e ser executada dias depois de postar denúncias".
Luis Miranda e Seu Jorge integrarão o elenco do primeiro filme dirigido por Lázaro Ramos. A informação é da colunista Patrícia Kogut. O longa-metragem “Medida Provisória” é baseado no espetáculo teatral “Namíbia, Não!”, dirigido pelo próprio Lázaro e escrito por outro baiano, Aldri Anunciação, que em 2013 levou o prêmio Jabuti na categoria Juvenil, pelo texto da peça em um livro homônimo (clique aqui). A história de “Namíbia, Não!” parte de um futuro hipotético em que o Governo do Brasil decreta uma Medida Provisória “de reparação” para que todos os cidadãos negros – chamados de “melanina acentuada” – retornem às suas origens, na África. Presos em um apartamento, os primos André e Antônio se veem diante dos dilemas da diáspora e começam a discutir temas como identidade brasileira, questões sociais e econômicas. Com pitadas de humor e criticidade, os personagens acompanham o êxodo de personalidades como Glória Maria e Camila Pitanga, questionando inclusive até que ponto as pessoas podem ser consideradas negras ou não no país. "Namíbia, Não!" rendeu livro, agora filme e espetáculo teatral, que ganhou versões no Reino Unido e Alemanha (clique aqui e saiba mais).
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Aldri ao lado de Lázaro Ramos, diretor do espetáculo original : Foto: Divulgação / Crisna Pires
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"Namíbia, Não!" parte de um futuro hipotético no qual o Brasil passa por um revés da diáspora | Foto: Divulgação / Léo de Azevedo
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Visto que nem mesmo o estado considerado mais negro do país escapa do racismo, artistas baianos repercutiram a ausência de atores negros no Oscar e comentaram também a situação no Brasil. Para o ator e dramaturgo baiano Aldri Anunciação, autor de "Namíbia, Não!", cujo texto é vencedor dos prêmios Braskem de Teatro e Jabuti, e aborda o racismo no Brasil, a polêmica hollywoodiada é “uma questão muito delicada”. Ele, que aderiu à campanha de Spike Lee, afirmou que embora não veja a necessidade de reserva de cotas de etnias entre indicados, é preciso que os organizadores enxerguem o trabalho dos negros sem limitá-los a uma única temática. “A ausência dos negros, principalmente agora no Oscar, ao longo desses dois anos, Spike Lee é bem preciso. Dos 40 atores indicados, nenhum é negro. Eu desconfio muito dessa ausência de mérito dos trabalhos dos atores afroamericanos. Por exemplo o Will Smith, com um trabalho bastante contundente lá, que foi indicado ao Globo de Ouro, e se você for a fundo vai descobrir diversos outros trabalhos que provavelmente têm méritos que favoreçam uma indicação”, diz Aldri, analisando ainda o contexto para o reconhecimento dos negros no cinema. “Eu acho que isso tudo está mais ligado a uma questão temática. Se a gente for reparar, a última vez que a gente teve um número expressivo de negros premiados, não só indicados, no Oscar, foi quando a temática da escravidão estava ali narrada no filme, em '12 Anos de Escravidão'. Você teve roteiro, atriz, filme do ano premiado. Na época fiquei muito feliz, mas também de outro aberto pensando. Se fosse uma outra temática com aquelas mesmas qualidades de profissionais eles teriam indicado e premiado?”, questiona. “Então eu acho que essa não indicação é muito menos sinalização de que existe discriminação com atores negros, mas muito mais discriminação temática, como se quisesse colocar o artista negro em um espaço determinado e cercado”, conclui Anunciação.
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Spike Lee propõe o boicote à cerimônia do Oscar | Foto: Reprodução / Facebook
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Aldri Anunciação, primeiro à esquerda, interpreta o brasileiro Candido em "Bach in Brazil" / Foto: Divulgação
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Rodrigo Santos e Aldri Anunciação interpretam soldados inimigos em uma hipotética Terceira Guera Mundial / Foto: Ricardo Simões
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A despeito de toda a polêmica que envolve a discussão sobre a autorização prévia ou não para a publicação de biografias no país, o jornalista Mário Magalhães [confira entrevista concedida ao Bahia Notícias em dezembro do ano passado] venceu na categoria biografia com "Marighella: O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo".
Evandro Affonso Ferreira venceu a categoria romance com "O Mendigo Que Sabia de Cor os Adágios de Erasmo de Rotterdam" (Record), que segue no páreo do Prêmio São Paulo. “A vidinha do escritor é tão lerda, a gente vende tão pouco, é uma choradeira, e um prêmio é sempre um tapinha nas costas”, disse.
Serviço
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Wilson Witzel
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e a Polícia Federal. No meu governo, a Polícia Civil e a Militar sempre tiveram total independência".
Disse o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, ao negar que manteve qualquer tipo de relação, seja profissional ou pessoal, com o juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo caso de Flavio Bolsonaro (PL), e jamais ofereceu qualquer tipo de auxílio a qualquer pessoa durante seu governo, após vazementos de áudios atribuidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).