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Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

caso lucas terra

Defesa dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda diz que vai recorrer das condenações
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

A defesa dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus, afirmou que irá recorrer da decisão que condenou ambos a 21 anos de reclusão pelo homicídio do garoto Lucas Terra, de 14 anos de idade, em 2001.

 

Em entrevista à imprensa, o advogado Nestor Távora Neto evitou detalhar sua avaliação da condenação, mas disse que pretende apresentar recurso no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

 

“Nós vamos ainda analisar a fundamentação que foi trazida na decisão que foi lida no plenário e, depois de uma análise, aí de fato a gente vai fazer a formulação jurídica que for pertinente”, disse Távora Neto.

 

Acusados de assassinar o garoto Lucas Terra em 2001, os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus, foram condenados nesta quinta a 21 anos de reclusão. Ao fim do júri popular, a família vibrou e gritou "assassinos" para os acusados.

“É aquela sensação de dever cumprido”, vibra promotor Davi Gallo
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

O promotor Davi Gallo, um dos responsáveis pela acusação no processo do caso Lucas Terra, comemorou o resultado do júri popular na noite desta quinta-feira (27). De acordo com ele, a pena de 21 anos de reclusão para os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda foi adequada para o crime que eles teriam cometido contra o garoto de 14 anos em 2001.

 

Gallo explicou que os condenados não serão presos imediatamente e que deverão recorrer em liberdade. Entretanto, o promotor demonstrou acreditar que ambos cumprirão a pena após o trânsito em julgado.

 

“Não vai ser imediatamente, mas eu tenho quase certeza que eles vão cumprir [a pena de prisão]. Claro que a nossa lei é falha e tem vários benefícios. São 21 anos de condenação. É uma pena razoável. Eu diria até que adequada para o que eles cometeram. Porque o crime é bárbaro. Para quem acompanhou as oitivas e todo o processo, é duro. E é satisfatório. Para mim, é aquela sensação de dever cumprido”, disse o promotor.

 

O membro do Ministério Público da Bahia (MP-BA) quis deixar claro que sua atuação no processo não tem relação com a Igreja Universal do Reino de Deus, mas sim com a vontade de fazer justiça diante da morte do adolescente Lucas Terra.

 

“É um fato que, volto a dizer, não tem nada a ver com a religião a qual eles pertencem. Foram julgados hoje não a religião deles, mas sim os acusados Joel e Fernando Aparecido. A sociedade reconheceu a culpabilidade de ambos e espero que, muito em breve, eles vão para o lugar onde eles deveriam estar. A Justiça tarda, mas não falha. Desta vez, ela não falhou”, vibrou Gallo.

 

O promotor também aproveitou para agradecer à família de Lucas Terra, que teria acreditado na Justiça o tempo inteiro e nunca deixou de lutar para que os acusados pelo crime fossem condenados, conforme diz a lei.

 

“Eu acompanhei esse processo porque acabei tomando isso como se fosse para mim. Acompanhei a vida do pai de Lucas Terra, a busca incessante dele pela justiça. Andou o mundo inteiro. Pediu, parava na porta, fazia protestos silenciosos e sempre acreditou na Justiça. Para mim, como membro do Ministério Público, nada mais satisfatório do que o dia de hoje. Eles acreditaram na Justiça e a justiça foi feita”, afirmou Gallo.

 

“Nós nos empenhamos bastante neste processo. A família nunca arredou. E uma coisa que eu sempre admirei neles: eles acreditaram na Justiça e viram que vale a pena ainda acreditar na Justiça, porque a justiça foi feita”, concluiu.

 

Acusados de assassinar o garoto Lucas Terra em 2001, os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus, foram condenados nesta quinta a 21 anos de reclusão. Ao fim do júri popular, a família vibrou e gritou "assassinos" para os acusados.

“Essa vitória é de todas as mães da Bahia”, afirma mãe de Lucas Terra sobre resultado do júri
Carlos, Marion e Felipe | Foto: Camila São José / Bahia Notícias

A mãe do garoto Lucas Terra, Marion Terra, comemorou o resultado do júri popular que condenou os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda pelo assassinato do seu filho, de apenas 14 anos de idade, em 2001. Ela aproveitou para agradecer a cobertura que a imprensa fez do caso desde o desaparecimento do adolescente.

 

“Lucas era meu filhinho. Até que enfim! Depois de 22 anos, essa justiça que eu tanto esperava. Eu queria vê-los condenados e hoje foi o dia da minha vitória. Eu quero agradecer a todos vocês da imprensa, que incansavelmente nunca se calaram, nunca foram omissos, sempre foram a nossa voz”, disse Marion.

 

Para ela, a condenação dos pastores da Igreja Universal do Reino de Deus foi uma vitória não apenas dela, mas de todas as mães da Bahia, e demonstrou que pessoas economicamente poderosas também podem se submeter à Justiça.

 

“Essa vitória não é só minha, não é só do Carlos, não é só do Lucas. Essa vitória é de todas as mães da Bahia, de todos os jornalistas, de todas as famílias, que perdem seus filhos e muitas vezes se deparam com poderosos economicamente e levam 22 anos, como nós levamos. Às vezes, nem têm direito à justiça. Mas a justiça hoje prevaleceu”, avaliou.

 

Assim como seus filhos Carlos e Felipe, Marion também deu uma demonstração de que sua fé se mantém inabalada, mesmo após o crime cruel que vitimou seu filho Lucas.

 

“Eu agradeço a Deus, porque Ele vive. Eu posso crer no amanhã, porque meu Senhor Jesus Cristo vive. Eu tenho certeza que eles vão pagar na prisão pelo que eles fizeram”, concluiu Marion.

 

Acusados de assassinar o garoto Lucas Terra em 2001, os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus, foram condenados nesta quinta a 21 anos de reclusão. Ao fim do júri popular, a família vibrou e gritou "assassinos" para os acusados.

“O ciclo de impunidade se encerrou”, diz irmão de Lucas Terra após julgamento
Carlos, Marion e Felipe | Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Carlos Terra Filho, irmão de Lucas Terra, comemorou o resultado do júri popular que se encerrou na noite desta quinta-feira (27), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Em declaração à imprensa na saída do julgamento, ele relembrou a luta do pai por justiça quanto ao assassinato do garoto de 14 anos.

 

“Tantos anos… Principalmente depois que meu pai faleceu, minha mãe sofreu muito. E hoje, o que ela sempre pediu: o ciclo de impunidade se encerrou. Aquele ciclo de impunidade do poder econômico tripudiando da sociedade. Essa impunidade não era só com a minha família, era com a sociedade, com as pessoas de bem”, disse Carlos.

 

Apesar do crime que vitimou seu irmão Lucas ter ocorrido em meio às relações religiosas dele com a Igreja Universal do Reino de Deus, Carlos demonstrou manter sua fé inabalada, agradecendo o resultado do julgamento a Deus.

 

“O que eu tenho para falar agora é agradecer, em primeiro lugar a Deus. Minha mãe sempre falava para a gente: confia, que existe um Deus que é o justo juiz. É agradecer à sociedade e à Justiça da Bahia. Meu pai sempre falou: eu não quero vingança, eu quero justiça”, finalizou Carlos.

 

Felipe Terra, outro irmão de Lucas, também vibrou com o resultado do julgamento e reforçou que a decisão do júri honrou a luta do pai para ver condenados os homens acusados de matar seu filho.

 

“Meu pai nunca se acovardou. Ele sempre apontou o dedo na cara deles e chamou eles de assassinos. Hoje eu pude soltar esse grito aqui em nome do meu pai, porque ele não está aqui, mas ele tem uma família. Lucas tem uma família, não é de um só não. E nós estamos aqui para mostrar que eles não são poderosos. A sociedade é que é poderosa. E a Justiça existe neste país. Mas a gente tem que lutar”, avaliou.

 

“Graças a Deus, a gente conseguiu a vitória hoje. A gente tinha certeza, mas foi um prazer imenso poder apontar o dedo na cara desses safados, desses assassinos, e chamá-los de bandidos, de assassinos, de monstros, que é isso que eles são”, desabafou Felipe.

 

Acusados de assassinar o garoto Lucas Terra em 2001, os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus, foram condenados nesta quinta a 21 anos de reclusão. Ao fim do júri popular, a família vibrou e gritou "assassinos" para os acusados.

Pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda são condenados a 21 anos de prisão pela morte de Lucas Terra
Foto: Reprodução/ Correio

Os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda foram condenados a 21 anos de reclusão cada um, por decisão da maioria do júri, pelo assassinato do adolescente Lucas Terra, de 14 anos, ocorrido em 2001. O julgamento teve início na terça-feira (25) e a decisão saiu nesta quinta-feira (27), com a condenação por homicídio com três qualificadoras: motivo torpe (vingança), meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima.

 

De acordo com a juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto, foram 18 anos de pena base por homicídio, mais três anos devido à impossibilidade de defesa. Tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda poderão recorrer da decisão em liberdade, por terem se apresentado sem resistência ao júri. Caso seja mantida após o trânsito em julgado, a punição será cumprida em regime fechado. O crime de ocultação de cadáver acabou excluído, porque acabou prescrevendo quatro anos após o fato.

 

Após o anúncio da condenação, o júri popular foi encerrado ao som da voz de familiares de Lucas Terra, que gritavam "assassinos" para os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda.


VEJA DETALHES DO JULGAMENTO

As sessões contaram com sete jurados, cinco homens e duas mulheres, sob a liderança da magistrada Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representaram o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que tiveram como defensores os advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

Nesta quinta, o primeiro réu a prestar depoimento foi Joel Miranda. Durante o interrogatório, Miranda alegou inocência e afirmou que não conheceu Lucas antes do desaparecimento ter sido relatado e indicou que não mantinha qualquer relação, inclusive de amizade, com o outro acusado. Segundo depoimento de Silvio Galiza, ex-pastor condenado pelo crime, o adolescente teria sido morto após flagrar Joel Miranda e Fernando Silva fazendo sexo. Foi a partir do relato de Galiza que ambos se tornaram réus. “Não sou homossexual”, frisou.

 

Segundo réu a depor, o pastor Fernando Aparecido da Silva admitiu que conhecia o adolescente mas negou ter participado do crime. Durante o julgamento, Fernando respondeu perguntas da juíza e alegou ter dado a Lucas o mesmo tratamento que tinha com outros membros. Além disso, o acusado afirmou que o pai de Lucas o procurou na igreja ao notar que o filho não havia chegado em casa.

 

A defesa dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, nesta quinta, afirmou que o assassinato do garoto Lucas Terra foi cometido apenas pelo também pastor Sílvio Galiza, já condenado pelo crime. Na ocasião, o advogado Carlos Humberto Fauaze Filho não negou a existência de um crime bárbaro, mas garantiu que tanto Fernando quanto Joel são inocentes. “Peço que vossas excelências não confundam a certeza do crime com a certeza de quem os praticou”, afirmou o defensor.

 

O promotor Davi Gallo, representante do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que buscava a condenação dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, afirmou que “trata-se do julgamento de dois pedófilos, dois homicidas que mataram um anjo”.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro de Santa Cruz, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, o que aconteceu nesta semana.

Defesa de Fernando e Joel diz que Galiza é o verdadeiro autor do homicídio de Lucas Terra
Pastor Sílvio Roberto Galiza | Foto: Antonio Queirós / Correio

A defesa dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus, afirmou, durante o júri popular na noite desta quinta-feira (27), que o assassinato do garoto Lucas Terra — ocorrido em 2001 — foi cometido apenas pelo também pastor Sílvio Galiza, já condenado pelo crime.

 

O advogado Carlos Humberto Fauaze Filho não negou a existência de um crime bárbaro, mas garantiu que tanto Fernando quanto Joel são inocentes. “Peço que vossas excelências não confundam a certeza do crime com a certeza de quem os praticou”, afirmou o defensor.

 

Como estratégia de defesa, os advogados mostraram novamente o vídeo em que Galiza delata Joel e Fernando. Para Fauaze Filho, o pastor condenado demonstra “falta de espontaneidade” nas declarações.

 

“Vossas excelências estão sendo convidadas, pela acusação, a acreditar em um homem que matou uma criança de 14 anos”, disse Fauaze. “Eles [Fernando e Joel] estão aqui porque é a forma conveniente de preencher uma lacuna”, afirmou.

 

Fauaze ainda questionou o motivo do Ministério Público da Bahia (MP-BA) não ter denunciado também o pastor Beljair, já que o mesmo era o titular da igreja da Santa Cruz e conhecia todos os envolvidos no caso.

 

“Porque esse energúmeno [Galiza] não falou o nome de Beljair. Porque, se tivesse falado, ele [Beljair] estaria aqui”, argumentou. “A convicção do Ministério Público vem do que esse energúmeno fala”, criticou Fauaze.

 

Para o advogado, não há provas concretas das supostas participações de Fernando Aparecido e Joel Miranda no crime. “Prova, eu vi contra Sílvio Galiza”, disse Fauaze, lembrando que foi Galiza quem saiu com Lucas Terra na noite do crime e também foi visto por testemunhas ao lado do garoto.

 

A tentativa de desqualificação de Galiza foi a principal estratégia de Fauaze, que se referiu ao pastor condenado, por diversas vezes, como “canalha”, “mentiroso” e “energúmeno”.

 

Para o defensor, é provável que uma terceira pessoa estivesse envolvida no crime, mas este não seria nem Joel nem Fernando. “Mas, por conta dessa investigação tresloucada, ela vai sair livre”, lamentou.

 

“A defesa entende a dor dos amigos, entende a dor de dona Marion”, disse Fauaze, que ainda ponderou. “Não é a condenação de dois inocentes que vai aplacar a dor de quem ficou. Pelo contrário, será mais uma injustiça para coroar a desgraça que esse homem já fez”, concluiu.

 

SEGUNDO DEFENSOR

No momento da sua explanação, o outro advogado dos acusados, Nestor Nerton Fernandes Távora Neto, lembrou a decisão judicial da juíza de primeiro grau, proferida em 2013, de que não havia provas suficientes para atribuir a autoria ou a participação de Fernando e de Joel no assassinato de Lucas Terra. “A denúncia pauta-se tão somente em partes do depoimento de Silvio Galiza”, disse a magistrada na época.

 

Távora Neto lembrou que Galiza apresentou cinco versões diferentes sobre o caso Lucas Terra e que o MP-BA já havia trazido dois relatos. “E, se eu não me engano, aqui no plenário hoje, o senhor [Davi Gallo] trouxe a terceira [versão]”, apontou o advogado.

 

Segundo o defensor, o MP-BA “colheu as provas às escondidas”, se referindo à gravação do vídeo de Galiza. “Isso é um depoimento? Dentro da cadeia, não é um depoimento”, argumentou Távora Neto.

 

Questionados pelo promotor Ariomar José Figueiredo da Silva de por que não arrolaram Galiza como testemunha, já que ele é tão importante para a construção da estratégia de defesa, os advogados responderam que chamaram para testemunhar apenas aqueles que falam a verdade.

 

“O Ministério Público fala na denúncia coisas que nem o Galiza falou”, disse Távora Neto, sobre a versão de que Lucas Terra teria o pastor Fernando Aparecido como uma espécie de mentor espiritual, um exemplo religioso.

 

Távora Neto ainda classificou o júri como uma inversão de valores, porque a defesa trouxe inúmeras provas para provar a inocência dos réus e o MP-BA não teria apresentado nada além do vídeo de Galiza delatando os pastores. Para ele, a acusação se apoiar apenas nisso para pedir a condenação de Fernando e Joel é uma demonstração de “desespero”.

 

O advogado disse também que, nas alegações iniciais, o MP-BA apontou como motivação do crime um possível desejo sexual dos pastores em Lucas Terra e, nas alegações finais, teria mudado a versão, alegando que o garoto foi morto porque teria flagrado Fernando e Joel em um ato sexual.

 

“Eles [Fernando e Joel] estão há 16 anos com uma espada na cabeça. Onde andam, são apontados como pedófilos, como assassinos”, concluiu Távora Neto.

Caso Lucas Terra: “Trata-se do julgamento de dois pedófilos, dois homicidas que mataram um anjo”, diz promotor
Promotor Davi Gallo | Foto: Betto Jr./ Ag. Haack / Bahia Notícias

“Trata-se do julgamento de dois pedófilos, dois homicidas que mataram um anjo”. Com essa frase, o promotor Davi Gallo definiu o júri popular que ocorre desde terça-feira (25) e dura até esta quinta (27) no Fórum Ruy Barbosa, no Centro de Salvador. O representante do Ministério Público da Bahia (MP-BA) busca a condenação dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda pelo assassinato do garoto Lucas Terra, ocorrido em 2001, quando ele tinha 14 anos de idade.

 

De acordo com o MP-BA, Fernando e Joel abusaram sexualmente de Lucas e depois o assassinaram, usando o pastor Sílvio Galiza — já condenado pelo homicídio — como intermediário.

 

Foi Galiza quem, depois de condenado, ainda em 2006, apontou os dois pastores sob julgamento nesta semana como culpados pelo crime. Em depoimento, ele afirmou ter visto Lucas Terra dentro de um caixote no carro de Fernando Aparecido.

 

“Não posso pagar por um crime que não cometi”, disse Galiza, ao afirmar que tinha sido ameaçado pelos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda para não revelar a autoria do homicídio.

 

Lucas Terra teria sido abusado sexualmente, torturado, amarrado e amordaçado pelos pastores, antes de ser queimado vivo. “Ele faleceu devido ao fogo”, sinalizou o promotor Davi Gallo, apontando a conclusão do laudo cadavérico feito pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).

 

Como argumento para comprovar o envolvimento de Fernando e Joel, o promotor apontou que o pastor Sílvio Galiza, único condenado pelo crime até o momento, não possuía carro, não sabia dirigir e não teria como conduzir o caixote com o corpo de Lucas para o local em que foi descartado, em um terreno na Avenida Vasco da Gama.

 

Segundo ele, o caixote com o corpo de Lucas Terra foi conduzido pelo carro do pastor Fernando Aparecido.

 

A LUTA DOS PAIS DE LUCAS

O promotor Ariomar José Figueiredo da Silva lembrou a luta da família de Lucas: a mãe, Marion Terra; o pai, Carlos Terra, já falecido; e os irmãos, Carlos Terra Junior e Felipe Terra. Segundo ele, a batalha deles foi fundamental para evitar que outras crianças fossem vítimas dos réus.

 

“Essa luta da senhora evitou que eles pagassem outros Lucas Terra”, disse o promotor. “Ela [Marion] não quer vingança, ela quer justiça. Seu Carlos queria justiça”, continuou Ariomar da Silva, destacando que o pai do garoto morreu sem ver os responsáveis pelo crime pagarem por seus atos.

 

O MP-BA pediu a condenação de Fernando e de Joel por homicídio, com três qualificadoras: motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima.

Igreja Universal defende pastores acusados de assassinar Lucas Terra: "Jamais foram encontradas provas"
Foto: Divulgação

A Igreja Universal do Reino de Deus se posicionou em relação ao caso de assassinato do adolescente Lucas Terra e defendeu os pastores acusados, Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. Em nota enviada nesta quinta-feira (27), a instituição religiosa afirmou que está “convicta” da inocência dos dois pastores e alegou que “não foram encontradas provas” que pudessem incriminar a dupla.

 

“A Igreja Universal do Reino de Deus esclarece que está completamente convicta quanto à inocência de Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. Jamais foi encontrado, até aqui, comportamentos, provas ou indícios que os coloquem na cena deste crime tão brutal e lamentável. A Universal reforça que continua acreditando na Justiça brasileira, e tem a convicção de que será restabelecida a justa decisão à época da Juíza de 1ª instância, de não os levarem a júri popular, por absoluta ausência de provas contra os mesmos”, disse a Universal.

 

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A instituição também criticou a imprensa e afirmou  os veículos de comunicação “condenaram” os dois pastores, os tratando já como culpados de acometer o crime de assassinato contra Lucas Terra.

 

“É lamentável e vergonhoso ver como parte da imprensa vem se referindo aos pastores, que mesmo sem qualquer prova contra eles, estão sendo tratados como ‘culpados’, ou seja, os condenando, contrariando completamente o princípio básico da Justiça. O que demonstra, mais uma vez, o tremendo preconceito com a igreja cristã e a dignidade do pastor evangélico no geral”, afirmou a Universal.

 

O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Silvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta terça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Júri do caso Lucas Terra deve ter resultado nesta quinta; relembre principais momentos
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Na última terça-feira (25) teve início, no Fórum Ruy Barbosa em Salvador, o júri popular dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados pelo assassinato do adolescente Lucas Terra de 14 anos, ocorrido em 2001. O depoimento dos réus e o debate entre acusação e defesa acontecem nesta quinta (27) e existe a expectativa do resultado do julgamento ser anunciado nas próximas horas.

 

As sessões contaram com sete jurados, cinco homens e duas mulheres, sob a liderança da juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representam o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que têm como defensores os advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

1º DIA

Ao todo, 15 testemunhas foram ouvidas, sendo cinco representando a acusação e 10 na defesa dos pastores. No primeiro dia do julgamento, o depoente Martoni, apresentado como amigo da vítima,  afirmou que o pastor Fernando Aparecido da Silva, proibiu que obreiros da Igreja Universal do Reino de Deus participassem das buscas pelo adolescente, quando ainda não havia a confirmação da morte dele.

 

Outra testemunha de acusação identificada como Tatiana S., afirmou que chegou a receber ameaças por incentivar as buscas pelo adolescente de 14 anos. Em depoimento dado ao júri na terça, Tatiana confirmou o discurso da primeira testemunha e afirmou que o pastor Fernando, acusado de participar do crime, proibiu que obreiros da Igreja Universal participassem das buscas por Lucas Terra.

 

Tatiana contou que, antes de ser expulsa da organização religiosa, chegou a receber mensagens ameaçadoras via SMS, além de ser seguida na saída de seu trabalho. A mulher afirmou que o pastor Beljair Santos também adotou um tom “ameaçador” ao desincentivar as buscas por Lucas Terra.

 

Ainda na terça, foi ouvida a primeira testemunha de defesa.  O pastor Beljair de Souza Santos, da Igreja Universal do Reino de Deus, acabou entrando em contradição, de acordo com a avaliação do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

 

No testemunho dado diante do júri, ele afirmou que, na época, morava no Parque Júlio César, acompanhado do pastor Joel Miranda, um dos acusados pelo assassinato. Entretanto, a acusação lembrou que, em um depoimento anterior, Beljair havia dito que morava em um condomínio na Av. Paralela, junto apenas à esposa.

 

Outra contradição apontada pelos procuradores do MP-BA tem a ver com a relação da testemunha com os acusados. Em depoimento dado em 2008, Beljair afirmou que conhecia os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda “apenas de vista”. Nesta terça, porém, ele disse que morava com Joel.

 

2º DIA

Na quarta (26), os demais depoentes de defesa foram ouvidos pelo júri. Presente no fórum, Carlos Terra Júnior, irmão de Lucas, falou com a reportagem do Bahia Notícias sobre o andamento do processo e a expectativa em sobre a condenação dos acusados.

 

"Em relação ao primeiro dia, eu fiquei com a sensação, nós da família, meu irmão chegou aqui no final do dia. Minha mãe, como ela é testemunha, ela não viu o que aconteceu durante o dia. Mas a sensação que nós tivemos é que eles vão sair daqui condenados, devem receber muito provavelmente uma pena muito forte, muito rígida e é isso que a gente espera, isso é o que a gente percebeu no decorrer do dia", disse.

 

3º DIA

Nesta quinta, o primeiro réu a prestar depoimento foi Joel Miranda. Durante o interrogatório, Miranda alegou inocência e afirmou que não conheceu Lucas antes do desaparecimento ter sido relatado e indicou que não matinha qualquer elação, inclusive de amizade, com o outro acusado. Segundo depoimento de Silvio Galiza, ex-pastor condenado pelo crime, o adolescente teria sido morto após flagrar Joel Miranda e Fernando Silva fazendo sexo. Foi a partir do relato de Galiza que ambos se tornaram réus. “Não sou homossexual”, frisou.

 

Segundo réu a depor, o pastor Fernando Aparecido da Silva admitiu que conhecia o adolescente mas negou ter participado do crime. Durante o julgamento, Fernando respondeu perguntas da juíza e alegou ter dado a Lucas o mesmo tratamento que tinha com outros membros. Além disso, o acusado afirmou que o pai de Lucas o procurou na igreja ao notar que o filho não havia chegado em casa.

 

Marion Terra, mãe de Lucas espera que a justiça seja feita para finalmente encerrar o “ciclo de luto”, que já dura 22 anos. “Está sendo muito difícil pra mim. Graças a Deus eu estou conseguindo dormir, porque eu conto com os dias e as horas para ver a decisão desse julgamento, que será hoje. Então eu estou um pouquinho ansiosa, porque ainda tem o dia todo para eles falarem. Mas que se feche esse ciclo de impunidade. Descansar, é o que eu quero. Fechar esse luto é o mais importante pra mim nesse momento. Poder saber que a sociedade baiana não permitiu que eles ficassem impunes”.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro de Santa Cruz, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Segundo réu a depor, pastor acusado de matar Lucas Terra admite que conhecia adolescente mas nega crime: "Jamais faríamos"
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Segundo réu a depor no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, durante julgamento do caso Lucas Terra, o pastor Fernando Aparecido da Silva admitiu que conhecia o adolescente mas negou ter participado do crime. Acusado de ter assassinado Lucas Terra em uma igreja de Salvador em 2001, ele foi ouvido nesta quinta-feira (27), terceiro dia do júri.

 

Durante o julgamento, Fernando Aparecido respondeu perguntas da juíza e alegou ter dado a Lucas o mesmo tratamento que tinha com outros membros. Além disso, o acusado afirmou que o pai de Lucas o procurou na igreja ao notar que o filho não havia chegado em casa.

 

"Ele já havia passado na igreja do Rio Vermelho, porque ele já tinha recebido uma ligação do filho, do Lucas, dizendo que ia dormir com o Galiza. Isso assustou a gente, porque não pode acontecer, é proibido", alega Fernando Aparecido.

 

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Ainda de acordo com o acusado, jovens da Santa Cruz o teriam procurado relatando ser "normal" Silvio Galiza, ex-pastor condenado pelo crime, deixar adolescentes dormirem na igreja. Fernando alega ter comunicado à direção da igreja o caso, e Galiza teria sido desligado. Além disso, Aparecido respondeu que os jovens relatavam que dormiam, e quando acordavam "Galiza estava com a mão sob o órgão genital deles".

 

Segundo depoimento de Silvio Galiza, Lucas Terra teria sido morto após flagrar Fernando e Joel Miranda, outro pastor acusado pelo crime, fazendo sexo. Foi a partir do relato de Galiza que ambos se tornaram réus. "Nenhum. Nunca houve", disse Fernando sobre a existência de relacionamento homoafetivo com Joel.

 

Fernando Aparecido confirmou a versão dada por Joel para a troca de Galiza, da Santa Cruz para o Rio Vermelho. "Tudo o que ele foi acusado, ele colocou pra cima da gente", disse sobre a acusação de Galiza. "Eu acredito que é porque fui eu e o Joel que desligamos ele", complementou obre o que teria motivado a denúncia.

 

O réu também respondeu perguntas da acusação e ao contrário de Joel, Fernando afirmou que conversou com Joel depois que eles foram acusados.

 

Durante o interrogatório, os ânimos ficaram exaltados entre a promotoria e os advogados de defesa, e a juíza precisou intervir em alguns momento. A magistrada também alertou o promotor Davi Gallo para que fizesse perguntas mais objetivas e não afirmações.

 

RELEMBRE O CASO
Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Pastor da Universal acusado de matar Lucas Terra nega participação no crime: "Sou inocente"

Um dos acusados de participar do homicídio de Lucas Terra, em 2001, o pastor Joel Miranda, da Igreja Universal do Reino de Deus, negou qualquer envolvimento com o crime. “Sou inocente”, defendeu Miranda, quando interrogado nesta quinta-feira (27), terceiro dia do julgamento do caso. O religioso é réu no processo, junto com outro pastor, Fernando Aparecido da Silva.

 

Durante o interrogatório, Miranda afirmou que não conheceu Lucas antes do desaparecimento ter sido relatado e indicou que não matinha qualquer elação, inclusive de amizade, com o outro acusado. Segundo depoimento de Silvio Galiza, ex-pastor condenado pelo crime, o adolescente teria sido morto após flagrar Joel Miranda e Fernando Silva fazendo sexo. Foi a partir do relato de Galiza que ambos se tornaram réus. “Não sou homossexual”, frisou.

 

De acordo com o acusado, na noite do crime, em março de 2001, Galiza autorizou que jovens dormissem no templo, o que não seria permitido pela igreja. No depoimento, Miranda disse que Galiza pediu autorização para ir até a antiga igreja, na Santa Cruz, pegar documentos, antes de ir até a Catedral da Fé, onde prestaria contas como pastor auxiliar, e retornaria para o Rio Vermelho, onde dormiria - seria, segundo ele, obrigação do pastor auxiliar dormir na igreja.

 

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Miranda relatou que Galiza não teria voltado para fechar a igreja, como de costume, e coube a ele cumprir essa obrigação. Então, ele teria saído do Rio Vermelho em direção à regional da Pituba, acompanhado da esposa, para prestar contas ao pastor Fernando Silva, então coordenador da área. “Depois fui pra casa, com minha esposa”, completou, confirmando que uma das testemunhas, o pastor Beljair, e a esposa dele moravam com o casal - apesar de não lembrar se ele teria ido para casa no dia.

 

CARRO VERMELHO

Uma das testemunhas revelou ter presenciado um carro vermelho saindo do Rio Vermelho quando viu Lucas pela última vez. Miranda confirmou ter um Gol na cor e indicou que o pastor Fernando tinha um veículo similar, mas cinza.

 

Durante o depoimento, o acusado apontou que não teve contato com o pai de Lucas no dia seguinte ao crime, mas que, na sexta-feira, o pastor Fernando chegou na igreja do Rio Vermelho acompanhado do pai do garoto e outras pessoas pra saber informações sobre o adolescente, pois no dia do desaparecimento o garoto informou que dormiria no templo. “A partir daquele momento o pastor Fernando soube que ele (Galiza) deixou jovens dormirem na igreja”, completou.

 

Miranda teria encontrado com Galiza no dia seguinte ao crime, dentro da igreja do Rio Vermelho “(Quando chegou na igreja) ele (Galiza) já estava lá”, antes das 7h da manhã, conforme relato do pastor.

 

PRISÃO

O religioso confirmou a transferência para o Pará quatro meses após o crime acontecer, mas negou que o caso Lucas Terra tenha sido tratado no âmbito da igreja. “A igreja não concorda, principalmente com um crime desses”, garantiu, ao afirmar que, quando autoridades da igreja (pastores, bispos) cometem crime, são expulsos. “Estaria expulso da igreja imediatamente (caso tivesse matado Lucas)”, reforçou, ao citar que o assassinato de Lucas não foi tratado na reunião semanal dos pastores, que acontece todas as quintas-feiras na Catedral da Fé.

 

Miranda também disse que não conversou sobre o desaparecimento de Lucas com Beljair ou com Fernando (também acusado), seja após a identificação do corpo do adolescente ou quando tomou conhecimento de que Galiza era o principal suspeito do crime.

 

Atualmente, o pastor continua como integrante da Igreja Universal do Reino de Deus e comanda um templo na Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ).

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Após 22 anos do crime, caso Lucas Terra pode ter fim nesta quinta; “Descansar, é o que eu quero”, diz mãe da vítima
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

O júri popular dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados pelo assassinato do garoto Lucas Terra, de 14 anos, em 2001, entra no seu terceiro dia nesta quinta-feira (27).

 

Os dois réus serão ouvidos na sessão de hoje e há a expectativa das partes que o resultado seja anunciado ainda nesta quinta. Marion Terra, mãe da vítima, disse que espera finalmente encerrar o “ciclo de luto”, que já dura 22 anos.

 

“Está sendo muito difícil pra mim. Graças a Deus eu estou conseguindo dormir, porque eu conto com os dias e as horas para ver a decisão desse julgamento, que será hoje. Então eu estou um pouquinho ansiosa, porque ainda tem o dia todo para eles falarem. Mas que se feche esse ciclo de impunidade. Descansar, é o que eu quero. Fechar esse luto é o mais importante pra mim nesse momento. Poder saber que a sociedade baiana não permitiu que eles ficassem impunes”, disse Marion em conversa com a imprensa momentos antes do júri recomeçar.

 

Ela também lamentou o fato de o pastor da Igreja Universal da Pituba, Beljair de Souza Santos, não ter sido arrolado no processo como um dos acusados. Segundo Marion, o líder religioso teria ajudado os assassinos a encobrirem o crime.

 

“Joel Miranda e Beljair estavam juntos quando aconteceu o crime. Houve cativeiro, eles colocaram o corpo foi na Igreja Universal do Rio Vermelho. Como é que pode o Beljair simplesmente estar fora do processo do que aconteceu. Ele era o titular da Igreja Universal do Rio Vermelho. Como é que eles colocam o corpo lá dentro? A reconstituição que foi feita pelo o delegado lá no início comprova que o tecido usada para amordaçar, para amarrar Lucas, foi  da cortina da igreja do Rio Vermelho. Ele ficou em cativeiro dentro da igreja e ele estava vivo. Por que que ele foi amordaçado? Por que que ele foi amarrado? Porque ele estava ainda com vida”, explanou Marion.

 

Beljair foi a primeira testemunha de defesa de Fernando e Joel, nesta terça-feira (25). Ele acabou entrando em contradição, de acordo com a avaliação do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

 

No testemunho dado diante do júri, ele afirmou que, na época, morava no Parque Júlio César, acompanhado do pastor Joel Miranda, um dos acusados pelo assassinato. Entretanto, a acusação lembrou que, em um depoimento anterior, Beljair havia dito que morava em um condomínio na Av. Paralela, junto apenas à esposa.

 

Outra contradição apontada pelos procuradores do MP-BA tem a ver com a relação da testemunha com os acusados. Em depoimento dado em 2008, Beljair afirmou que conhecia os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda “apenas de vista”. Nesta terça, porém, ele disse que morava com Joel.

 

Além disso, a acusação apontou que Beljair prestava contas da igreja do bairro da Santa Cruz à igreja regional do Rio Vermelho, liderada por Fernando. Isso impediria, na avaliação do MP-BA, que ambos se conhecessem apenas “de vista”.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Bispo da Universal defende réus e atribui morte de Lucas Terra a Silvio Galiza: "Caiu nas mãos erradas"
Foto: Antônio Queirós / Arquivo CORREIO

Jadson Santos Edington, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), foi a primeira testemunha de defesa ouvida nesta quarta-feira (26) pelo júri responsável pelo caso Lucas Terra, jovem de 14 anos assassinado em 2001 no interior de um dos templos da instituição religiosa no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Segundo o líder, os réus Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva não são os verdadeiros culpados pelo crime.

 

Edington, que foi pastor regional da Pituba antes de Fernando e teve Miranda como seu pastor auxiliar, também negou que os dois pudessem ter uma relação homoafetiva na época em que o garoto foi morto. A tese de que Lucas teria flagrado os dois pastores durante uma relação sexual é uma das versões trabalhadas pela acusação para justificar o envolvimento dos réus no assassinato. 

 

"Isso não existe. Se tomássemos conhecimento disso, no primeiro momento iríamos agir", retrucou a testemunha diante dos jurados. Para ele, seria impossível um pastor ficar sozinho com algum membro da igreja, assim como não seria possível matar alguém dentro de um templo e depois colocar o cadáver dentro de um veículo sem que alguém visse toda a movimentação.

 

De acordo com Jadson, às quartas-feiras, dia em que Lucas Terra desapareceu, as esposas das lideranças sempre estão presentes, acompanhando de perto as celebrações. "Quem frequenta a Universal sabe que as esposas nunca faltam a um culto de quarta", argumentou, justificando ainda a presença de obreiros e auxiliares.

 

A prova de que a situação seria improvável, afirmou o bispo, seria a própria estrutura do estacionamento da IURD do Rio Vermelho, que é aberto ao público, não permitindo que qualquer pessoa pudesse esconder um caixote ou um caixão.

 

"Isso foi uma tragédia, uma das piores tragedias da igreja. Um garoto puro que caiu nas mãos erradas”, disse, responsabilizando o também pastor Silvio Galiza, condenado em 2007 por envolvimento na morte do menino. Na visão dele, Galiza teria culpado os outros dois colegas por vingança. "Ele ficou com raiva tanto de Fernando tanto de Joel, por isso soltou isso", acrescentou.

 

"Me diga quem é que tem alguma coisa para falar do Fernando e do Joel nesses 20 anos?", provocou Edington. "Nós temos a plena certeza que não tem condições de uma pessoa estar em dois lugares ao mesmo tempo", argumentou, sinalizando que na noite do crime o acusado estaria na Catedral, na região do Iguatemi, prestando contas.

 

Jadson afirmou que as esposas dos pastores são responsáveis pelas atividades do escritório, como a prestação de contas. “São duas esposas nas sedes regionais, no mínimo duas, nas maiores são até 3”, disse ele, destacando que "as esposas trabalham tanto quanto os pastores" -  elas na parte administrativa e eles no campo espiritual.

 

Ele disse só ter sido informado do homicídio quando estava no Rio de Janeiro, para onde foi após deixar a regional da Pituba, e que não acha provável o envolvimento afetivo-sexual entre Joel e Fernando: "Não tem chance de pastores terem um movimento de 'homossexualismo' e nenhum membro ver".

 

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), na condição de acusação, inquiriu a testemunha sobre um dos réus ter proibido os integrantes da congregação de realizarem buscas. Ele negou tal fato, alegado pelos próprios membros da IURD na época. "Não tomei conhecimento, não estava nesse momento lá. Mas com qual finalidade eles iriam parar a busca?", questionou.

 

A liderança negou também que os obreiros envolvidos nas buscas tenham sido expulsos e que tais ocupantes costumam ser "disciplinados" quando cometem infrações. "Na verdade, nós afastamos um obreiro quando tem uma atitude que não condiz com a posição dele", pontuou. "Você acha que os outros obreiros iriam aceitar que se parasse de buscar o corpo? Os mais interessados em buscar o corpo somos nós mesmos", discorreu.

 

Questionado sobre como é feito monitoramento das atividades dos pastores, ele respondeu que os pastores regionais conseguem monitorar durante o período de trabalho na igreja, restrito aos cultos. Entretanto, Jadson admitiu que aqueles que dormem não são monitorados nesse período. "Como é que eu vou conseguir monitorar um pastor a noite inteira?".

 

Ao responder a promotoria, Jadson rechaçou categoricamente a versão de que Lucas tenha visto Fernando e Joel durante uma relação sexual: "Ele não viu doutor, isso não existiu".

 

A desconfiança de Galiza não teria sido algo novo para ele, que revelou um episódio em que o pastor foi afastado por ter levado um adolescente para a igreja e ter sido descoberto pela cúpula da IURD. "Doutor, nós não acreditamos no Galiza, nós acreditamos na justiça. Diferente do Joel e do Fernando", defendeu.

 

Na versão do bispo, a Universal nunca teria custeado a defesa de Silvio e que a quantia de R$ 1,5 mil, que recebia como ajuda de custo, foi suspensa após a condenação. "Deus inocenta um pecador, mas não defende um culpado", declamou.

 

No dia da morte de Lucas Terra, Jadson Edington estava na capital baiana, na mesma Catedral em que Fernando acusou estar. Seu retorno para o Rio de Janeiro só se deu depois do crime.

 

A aversão à possibilidade de que os réus mantinham uma relação homoafetiva foi retrucada por ele em outras oportunidades enquanto era ouvido. "Eu estou na igreja desde os 16 anos, hoje tenho 48 anos e nunca vi isso", frisou, sustentando que as companheiras dos supostos envolvidos jamais aceitariam "um negócio desse".

 

"Eu afirmo que eles não cometeram [o crime], por isso eu estou aqui", complementou Jadson, opinando que, dada a honestidade dos religiosos, a "a Justiça não vai condenar uma pessoa inocente".

"A gente começou a sentir alívio", diz irmão de Lucas Terra após primeiro dia de julgamento
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

"A sensação que nós tivemos é que eles vão sair daqui condenados". Essa foi a avaliação de Carlos Terra Júnior após o primeiro dia de júri dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados pelo assassinato de seu irmão, Lucas Terra, no ano de 2001. O julgamento continua nesta quarta-feira (26), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

 

"Em relação ao primeiro dia, eu fiquei com a sensação, nós da família, meu irmão chegou aqui no final do dia. Minha mãe, como ela é testemunha, ela não viu o que aconteceu durante o dia. Mas a sensação que nós tivemos é que eles vão sair daqui condenados, devem receber muito provavelmente uma pena muito forte, muito rígida e é isso que a gente espera, isso é o que a gente percebeu no decorrer do dia", disse Carlos Terra em entrevista ao Bahia Notícias.

 

"De todos esses anos acho que foi um dia que a gente começou sentir alívio. E eu acredito que hoje, como são as testemunhas da defesa, o último testemunho ontem, a pergunta que a defesa fazia só tinha resposta, sim, sim, senhor. Não senhor, sim senhor, não senhor. Acredito que deve continuar dessa forma. Então, pra mim deixa a família assim, uma esperança muito grande e com a certeza que na quinta, amanhã ou na sexta-feira a gente vai sair daqui com o encerramento desse ciclo de impunidade", acrescentou.

 

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Carlos também comenta que lembrar de Lucas como ele era ainda dói muito para toda a família. "Essa é uma pergunta que sinceramente eu não gosto muito de responder, o que poso dizer é que ontem nas primeiras testemunhas quando o Ministério Público pedia pra falar como era o Lucas antes do crime, aquele pequeno momento que vocês viveram com eles aqui em Salvador. Eu já começava a me emocionar porque eu vendo ali as testemunhas falando dos últimos dias dele de vida, dois dias antes ele foi me encontrar no meu trabalho, parecia que estava se despedindo", disse.

 

E quando falava também assim, quando as testemunhas souberam da notícia, é um ponto assim que fere muito a família, nos traz praquele tempo ali, reviver aquilo, os últimos dias e depois quando eles tem que relatar a crueldade do que fizeram, ficou claro e evidente aqui que houve uma negligência muito grande, não só a negligência, porque quando é negligente, a gente simplesmente não age, não foi só isso que a instituição determinou perante as pessoas da própria igreja, a instituição ficou claro ontem que ela proibiu de que membros da organização participassem das buscas e os que não obedeceram eles foram retaliados. Isso ficou claro pra todo mundo. Foram expulsos, foram ameaçados, foram intimidados, foram assediados, foram seguidos. Então, isso é uma coisa que além da tristeza do que fizeram com meu irmão, traz aquela revolta. Mas é uma coisa que a gente sempre soube. Nunca, em momento algum, ninguém chegou com a minha mãe, com meu pai: 'O que aconteceu? A gente está aqui, somos solidários, vamos fazer de tudo pra que a justiça seja feita'. Crimes pode acontecer em qualquer organização. Existe pessoas boas e não sabe o que tem na cabeça das pessoas. Agora o que fere a família e o que faz com que aumente essa sensação de querer a justiça justamente pela defesa pelo aparato de proteção que a instituição sempre investiu na defesa desses réus", finalizou.

 

RELEMBRE O CASO
Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Testemunha de defesa, pastor da Universal entra em contradição no júri do caso Lucas Terra
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

O pastor Beljair de Souza Santos, da Igreja Universal do Reino de Deus, foi arrolado como testemunha de defesa dos também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados do assassinato, em 2001, do garoto Lucas Terra, à época com 14 anos de idade. Durante depoimento no júri popular nesta terça-feira (25), realizado no Fórum Ruy Barbosa, o líder religioso acabou entrando em contradição, de acordo com a avaliação do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

 

No testemunho dado diante do júri, ele afirmou que, na época, morava no Parque Júlio César, acompanhado do pastor Joel Miranda, um dos acusados pelo assassinato. Entretanto, a acusação lembrou que, em um depoimento anterior, Beljair havia dito que morava em um condomínio na Av. Paralela, junto apenas à esposa.

 

Outra contradição apontada pelos procuradores do MP-BA tem a ver com a relação da testemunha com os acusados. Em depoimento dado em 2008, Beljair afirmou que conhecia os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda “apenas de vista”. Nesta terça, porém, ele disse que morava com Joel.

 

Além disso, a acusação apontou que Beljair prestava contas da igreja do bairro da Santa Cruz à igreja regional do Rio Vermelho, liderada por Fernando. Isso impediria, na avaliação do MP-BA, que ambos se conhecessem apenas “de vista”.

 

EM NEGAÇÃO

Beljair havia sido apontado por Martoni, uma das testemunhas de acusação, como o pastor que havia proibido que fiéis da Universal participassem das buscas pelo adolescente, que era dado como desaparecido antes do seu corpo ser encontrado carbonizado.

 

Ainda de acordo com a testemunha, Beljair também decidiu pela expulsão dela e de outros obreiros da Universal, devido à insistência em participar das buscas pelo ainda desaparecido Lucas Terra. 

 

O pastor da Universal, entretanto, afirmou que isso nunca aconteceu. “Jamais vou fazer uma coisa dessa”, disse. Segundo Beljair, ele fez uma oração na igreja e ordenou que obreiros ajudassem na procura de Lucas Terra.

 

A testemunha também negou que o pastor Sílvio Galiza, primeiro condenado pelo assassinato de Lucas Terra, tivesse sido seu auxiliar na igreja da Santa Cruz. Beljair afirmou que não o conhecia. “Ele era auxiliar da igreja do Rio Vermelho”.

 

ACUSAÇÃO

Como estratégia para descredibilizar Beljair como testemunha de defesa, os procuradores do MP-BA tentaram mostrar que o discurso do pastor poderia estar sendo manipulado pela Igreja Universal do Reino de Deus.

 

Beljair era mecânico. Hoje, sua profissão é a de pastor, que cumpre junto à Universal há 30 anos. É a sua única fonte de renda e, para o MP-BA, isso o fragiliza diante de possíveis ordens da igreja em que é empregado.

 

Questionado se seria punido caso falasse algo contra a Universal, Beljair deu respostas evasivas. “Não tenho nada para falar da igreja”, “seria chamado para conversar, mas não seria punido”, “seria chamado a atenção, orientado e chamado para conversar para saber o que estava acontecendo”, disse o pastor.

 

Pressionado pelos procuradores, o líder religioso admitiu que seguiria a determinação da igreja caso a Universal ordenasse o fim das buscas por Lucas Terra. “Ele [pastor regional ou bispo] me comunicaria que cessasse a busca, eu passaria para os obreiros, deixaria eles à vontade, e obedeceria”, concluiu.


JÚRI CONTINUA

O júri foi interrompido por volta das 20h47 desta terça (25) e será retomado às 8h30 da manhã nesta quarta (26). A expectativa é que as nove testemunhas de defesa que ainda faltam sejam ouvidas durante todo o dia, bem como os dois réus: Fernando Aparecido e Joel Miranda.



O Salão Principal do Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, tem quatro dias reservados para o júri do caso Lucas Terra. A previsão é que o julgamento, iniciado nesta terça, termine apenas na sexta (28).

Mãe de Lucas Terra diz que foi ameaçada por telefone quando buscou respostas sobre a morte do filho
Foto: Camila São José/Bahia Notícias

A quinta testemunha no júri do caso Lucas Terra foi a mãe do jovem assassinado em 2001, Marion Terra. Em seu relato, ela contou que recebeu ameaças por telefone e que existe um grupo em São Paulo que trabalha para abafar o caso. Os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda estão sendo julgados no Forum Ruy Barbosa pelo assassinato do adolescente de 14 anos no ano de 2001. 

 

“Foi até um dos motivos que me levou a falar do caso incessantemente durante 14 anos, para proteger os meus filhos”, disse Marion. “Existem equipes em São Paulo que trabalham para derrubar o caso do Lucas”, acrescentou a mãe de Lucas. 

 

Marion ainda relatou que Lucas nasceu em Salvador, no Hospital Ana Nery, que a família sempre foi cristã e que foi criado neste caminho, junto com a avó (mãe de José Carlos, sua sogra), frequentando a igreja Universal da Sete Portas. 

 

“Sempre teve aquela fé muito forte em Cristo”, disse ao lembrar que Lucas a acompanhava na igreja, ao contrário dos dois irmãos que abandonaram a igreja à medida que foram ficando mais velhos 

 

Segundo a mãe, Lucas não costumava ficar sozinho na presença de qualquer pessoa do sexo masculino, mesmo nas atividades da igreja. “Nunca deixei ele andar sozinho”, afirmou. Além da igreja, a mãe diz que Lucas gostava de se divertir como qualquer criança: ir à praia, jogar bola, andar de bicicleta, ir ao cinema

 

Marion ainda contou que tem duas irmãs que moram na Itália e decidiu buscar melhores condições de vida indo para lá. Por não terem recursos suficientes, ela e seu marido José Carlos decidiram que a família não iria toda de vez por questões financeiras. Com isso,  José Carlos viria com Lucas e Felipe para Salvador, onde Carlos (o filho mais velho) já morava. O plano era passar um período aqui antes de ir para a Itália. José Carlos e Lucas ficaram morando em uma pousada no bairro de Santa Cruz, já que Carlos morava em uma quitinete e a estadia do pai e do filho era temporária . “Quando tomei essa decisão de ir pra lá foi em dezembro de 2000”, disse. 

 

Chegando em Salvador, Lucas conheceu um jovem que congregava na Universal da Santa Cruz. “Mãe, tenho um poço de vidas para trazer pra Cristo”, lembrou da fala de Lucas que teria dito isso ao manifestar que não queria ir embora para a Itália. “Naquele período que ele ficou ali, chegou a levar 20 jovens, no evangelismo que ele fazia”, acrescentou. 

 

Marion contou que estava na Itália quando soube do desaparecimento e imediatamente retornou para Salvador. “Lucas não estava abandonado aqui em Salvador. Eu jamais iria impedir um filho de seguir o evangelho”, disse ao destacar que achava que a igreja era um lugar seguro”, disse. Ela ainda afirmou que “foi o voo mais longo da minha vida”. 

 

A morte do filho só foi contada para ela por sua irmã Regina quando ela chegou na capital baiana. “Lucas não merecia ter sido queimado vivo. Ele era uma criança doce, uma criança pura. Eu não sei porquê eles fizeram isso com o Lucas, essa crueldade”, falou. 

 

Ela ainda lembrou da dificuldade de fazer o DNA do corpo, na época, porque a Justiça baiana queria que o exame fosse feito em laboratório localizado em Coimbra. “Aí a gente constatou depois de 42 dias que era o meu menino”, disse Marion. 

 

A mãe do jovem morto, na ocasião, pontuou que, quando moravam no Rio de Janeiro, Lucas subia os morros da zona sul acompanhado de obreiras da igreja para evangelizar, o que colaborou para que ele recebesse uma carta de recomendação da Universal do Rio para ser obreiro na Itália. “Eu não queria. Queria que ele fosse uma criança mais tranquila e não ficar nesse lugar de levar gente, levar gente, levar gente”.

 

Para Marion, a única “coisa” que o teria distraído do caminho de Deus teria sido Paula, por quem Lucas se apaixonou, mas foi proibido de se relacionar porque ela era mais velha e já tinha o cargo obreira. 

 

Marion afirmou que seu filho “sempre estava atrás [de Fernando] para conseguir a gravata, que não podia sair do Brasil sem a gravata dele”, pois ele era a única pessoa que poderia ofertar a gravata consagrada. 


 

Sobre o posicionamento da família de não falar com a imprensa e não julgar de forma precipitada, no início do caso, ela disse que ela e José Carlos não queriam acusar nenhum pastor a qualquer custo e então  procuraram o líder da Universal no Brasil para conversar antes de brigar na justiça. “Tudo o que a gente queria era uma resposta deles, antes de Galiza ser condenado”, afirmou. José Carlos chegou a ir até a sede da ONU em Genebra em busca de justiça. 

 

O seu esposo faleceu em 2019.  “Ele [José Carlos] sempre me protegia pra eu não saber de detalhes”. Marion garantiu que José Carlos era o verdadeiro “dono do processo”, acompanhava tudo e sabia todos os detalhes: “o Carlos me poupava de muita coisa”. 

 

Marion ainda confirmou que Fernando proibiu todas as igrejas submetidas à regional da Pituba de procurar por Lucas. “Não tinham nem encontrado o corpo ainda”, disse. Ela repetiu a fala dita pelas outras testemunhas de que os membros não poderiam deixar a igreja por “um Luquinhas qualquer”.  

 

Sobre o apoio da igreja Universal, Marion garantiu que “em todos esses anos nunca me chamaram pra conversar”. 

 

A mãe do garoto ainda afirmou que espera sentença máxima para os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados de assassinar o adolescente de 14 anos. “A esperança na justiça, a esperança de fechar esse ciclo de impunidade e ver esses homens condenados pela justiça. Acredito que a justiça não tarda, ela vem no momento certo”, disse sobre o que a mantém forte hoje. 

 

Ainda conforme depoimento de Marion, alguém da igreja, do Rio de Janeiro, foi ao IML antes mesmo da família. 

 

“Pra mim, a despedida do meu filho é o júri popular, a condenação deles”, completou.

Testemunha define relação de Lucas Terra com Sílvio Galiza como abusiva: “Queria mandar no menino”
Foto: Camila São José/Bahia Notícias

A terceira testemunha de acusação do caso Lucas Terra, Sueli definiu a relação do garoto com Silvio Galiza, principal suspeito na época, como abusiva, durante o seu depoimento no júri onde os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados de assassinar o adolescente de 14 anos, em 2001, são julgados. Sueli ainda relatou que Lucas falou a ela umas três vezes que iria a procura de Fernando, antes do desaparecimento. Ela estava no dia do desaparecimento. 

 

No início da sua fala, na tarde desta terça-feira (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, a candidata a obreira se emocionou.  “O Lucas pra mim era uma criança, um menino muito sensível, atencioso, carinhoso, de um coração muito bom”, afirmou. 

 

De acordo com Sueli, Lucas, mesmo tendo 14 anos, já veio do Rio de Janeiro obreiro: “Lucas fazia tudo de obreiro”.  

 

Sueli ainda relatou que, no dia seguinte do desaparecimento, o pai de Lucas foi até a porta da igreja da Santa Cruz procurando pelo rapaz: “Lucas não apareceu até hoje”. E ela disse: “mas Lucas saiu com o pastor Silvio e com o pastor Luciano”. Após a resposta da candidata a obreira, o pai do garoto afirmou: “quem tem que dar conta de Lucas são eles dois”. 

 

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Ainda conforme depoimento, no início, o pastor Beljair Santos incentivou a procura que estava sendo feita por um grupo e depois mudou o comportamento, exigindo que deixasse o assunto de lado: “melhor parar de procurar” Lucas, porque “isso era coisa de peixe grande” e a corda “ia arrebentar para o lado mais fraco”.

 

Questionada pela defesa se ela sabia afirmar que Fernando é homossexual, Sueli pontuou que teve pouca convivência com ele. “Não, porque na verdade eu nem olho para a cara deles, desde aquela época”, falou.

Amiga de Lucas Terra, segunda testemunha revela ameaças após incentivar buscas: "Me senti coagida"
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Identificada como amiga da vítima, a segunda testemunha do julgamento do “Caso Lucas Terra”, Tatiana S., afirmou que chegou a receber ameaças por incentivar as buscas pelo adolescente de 14 anos. Em depoimento dado ao júri nesta terça-feira (25), Tatiana confirmou o discurso da primeira testemunha e afirmou que o pastor Fernando Aparecido da Silva, acusado de participar do crime, proibiu que obreiros da Igreja Universal do Reino de Deus participassem das buscas por Lucas Terra.

 

Tatiana contou que, antes de ser expulsa da organização religiosa, chegou a receber mensagens ameaçadoras via SMS, além de ser seguida na saída de seu trabalho. A mulher afirmou que o pastor Beljair Santos também adotou um tom “ameaçador” ao desincentivar as buscas por Lucas Terra.

 

“Eu estava morrendo de medo. Eu recebi ameaças. Na época eu fui seguida e foi uma coisa angustiante, e também nesse período eu recebi ameaças por celular. Beljair disse em tom ameaçador que tinha ‘gente grande por trás disso’ e que eu devia tomar cuidado. Me senti ameaçada, coagida”, afirmou Tatiana.

 

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A testemunha também contou que participou da formação de um grupo, junto com Paulo e Martoni, para procurar por Lucas Terra. Contudo, Tatiana afirmou que o pastor Fernando ordenou a cessação das buscas pelo adoslecente, o que também foi reforçado por Beljar.  Segundo a testemunha, o pastor teria dito que “em uma guerra, um soldado quando é ferido, os outros não podem voltar para buscar o soldado que está ferido.”

 

“Eles não deram um motivo plausível, só disseram que tinham que parar as buscas. Me diziam que o que eu  estava fazendo ‘manchava a imagem da igreja’”, disse Tatiana.

 

O DESAPARECIMENTO DE LUCAS TERRA

Tatiana relatou que Lucas contou no início da manhã de quarta-feira do dia 21 de março de 2001 que iria encontrar o pastor Fernando para “pegar sua gravata”. A testemunha afirmou que o adolescente ficou “empolgado” quando descobriu que o líder religioso estava em Salvador.

 

Contudo, Tatiana revelou que Lucas “voltou estranho” após o encontro com Fernando. A testemunha afirmou que o adolescente saiu à noite, após culto na Santa Cruz, com o pastor Galiza. 

 

"Ele foi encontrar o pastor na Pituba animado pela gravata, mas voltou retraído e estranho. Quando perguntei se conseguiu, ele voltou dizendo que tinha algo para me dizer depois porque estava acompanhado de outro rapaz no momento"

 

A ex-membra da Universal contou que ficou sabendo do desaparecimento do adolescente na noite do dia seguinte, na quinta-feira, dia 22 de março de 2001. Tatiana afirmou que, após descobrir o sumiço do jovem, foi impedida por um obreiro de entrar na igreja do Rio Vermelho para conversar com Galiza e perguntar informações do paradeiro de Lucas.

 

“O que chamou a atenção foi eles não se importarem, principalmente o pastor Fernando que conhecia Lucas” disse Tatiana sobre a reação de Joel e Fernando ao saberem da morte de Lucas.

Testemunha revela que pastor acusado "proibiu" buscas por Lucas Terra
Foto: Camila São José/ Bahia Notícias

Apresentado como amigo de Lucas Terra, a testemunha Martoni afirmou, durante depoimento no júri do caso nesta terça-feira (25), que o pastor Fernando Aparecido da Silva, acusado de participar do crime, proibiu que obreiros da Igreja Universal do Reino de Deus participassem das buscas pelo adolescente, quando ainda não havia a confirmação da morte dele. Além de Fernando da Silva, o pastor Joel Miranda também está sendo julgado.

 

De acordo com a testemunha da acusação, cujo sobrenome foi suprimido para preservar a integridade do mesmo, foram organizados grupos para procurar por Lucas. “Eram mais ou menos 50, 60 pessoas só na Santa Cruz. A gente locava vans, ônibus e éramos incentivados até pelos pastores”, detalhou.

 

Todavia, ainda conforme depoimento, o grupo teria sido proibido pelo pastor Fernando de continuar com as buscas. O grupo seguiu fazendo as buscas escondido, mas eles foram convocados pelo pastor, que disse em reunião que era pra parar imediatamente porque era “um Luquinhas qualquer que veio do Rio de Janeiro que veio para atrapalhar a nossa obra.”

 

Martoni revelou ainda que Lucas Terra conhecia o pastor da época em que morava no Rio de Janeiro. O jovem teria, segundo a testemunha, teria ficado eufórico quando soube que o pastor vinha para Salvador também. O adolescente foi apresentado como “calmo, alegre e extrovertido”, ficando o dia inteiro na igreja e muito empenhado nas atividades religiosas.

 

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Conforme relato de Martoni, no dia do crime, Lucas avisou a ele que estava indo para igreja da Pituba para encontrar com o pastor Fernando, conversar com ele e para pegar a gravata abençoada para exercer o ofício de obreiro aqui em Salvador. Porém, apesar da indicação prévia de que Lucas iria ao encontro do réu, a testemunha não fez relação inicial entre o acusado e o crime.

 

“Eu não tomava como ameaça naquela época”, disse ao afirmar na época que o comportamento dos pastores da Universal era ameaçador. A defesa dos acusados questionou porque ele não falou dessa ameaça durante os depoimentos da primeira etapa do processo. Ele disse que não falou, porque na época não foi questionado sobre uma possível participação do pastor Fernando no crime, que foi apenas questionado sobre Silvio Galiza - já condenado pelo crime. “Não passava pela minha cabeça a participação do pastor Fernando”, indicou.

 

EXPULSÃO

Martoni e outros obreiros foram expulsos da comunidade da Igreja Universal do Reino de Deus por insistirem em participar das buscas pelo ainda desaparecido Lucas Terra. A testemunha afirmou ter recebido punição por ter continuado com as buscas. Os cartazes que teria colado na rua da igreja foram arrancados e ele colocou novamente, junto com outros integrantes do grupo de buscas. Ele foi expulso do grupo de obreiros pelo pastor Beljair Santos, que disse que ele estava traindo a igreja e que outros que tivessem contato com ele teriam o mesmo destino.

 

“O pastor Beljair a princípio foi o que mais nos deu incentivo para fazer as buscas (...) e mais ou menos 8 dias depois ele mudou totalmente o tratamento conosco, chegando até a nos expulsar”, detalhou Martoni, que passou a frequentar a Igreja Batista após o episódio, apesar da própria mãe se manter na comunidade. “Uma igreja que ultrapasse o limite de preservação da vida, ela deixa de ser igreja. (...) Eles encobertaram um assassinato”, criticou.

 

No depoimento, a testemunha disse que, quando o corpo foi identificado, “a princípio a gente não acreditou no DNA”. Eles então voltaram a fazer novas buscas, pois “demorou muito pra gente aceitar”. O grupo então questionou o motivo de Silvio Galiza ter matado Lucas, já que ambos tinham uma boa relação. Segundo Martoni, após a denúncia de Silvio Galiza sobre a participação de Fernando e Joel no crime “as peças começaram a se encaixar como num quebra-cabeça”.

Caso Lucas Terra: Advogada diz que justiça será feita e que júri servirá para dar resposta à sociedade
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Advogada da família de Lucas Terra, Tuany Sande, acredita na condenação dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados de assassinarem o adolescente de 14 anos, ocorrido no ano de 2001. Os dois irão a júri popular, que acontece nesta terça-feira (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

 

“Se você se debruçar nas quase 9 mil laudas desse processo desde o início da época do Galisa, já existia indícios de materialidade de autoria apontando os dois réus. Infelizmente lá atrás, não sei porquê, eles não foram indiciados. Porém, atualmente eu acredito que temos todos os argumentos, de autoria e materialidade para que os dois sejam condenados. Mas tudo pode acontecer. Nesses dois, três, quatro dias que nós não sabemos quantos dias vão durar o julgamento, tudo pode acontecer. O que eu espero é que a justiça seja feita e que eles sejam condenados. Não vou dizer se é na pena máxima porque eu não tenho como mensurar como será a dosimetria da pena, mas espero que a condenação venha e que a justiça seja feita”, argumentou a advogada ao Bahia Notícias.

 

Em relação ao tempo do julgamento, Tuany explicou que a previsão de quatro dias se dá porque é um processo complexo, no qual serão ouvidas muitas testemunhas. “Nós não sabemos se vai durar até sexta-feira. Pode acontecer que acabe hoje, pode acontecer que acabe amanhã. Nós mensuramos um prazo de dois a três dias porque estamos tratando de um processo que é conhecido, que tem um fator midiático muito forte, a família não deixou entrar no esquecimento. Não tenho como mensurar como será a dinâmica. Mas vamos aguardar hoje como será a divisão. A gente sabe que tem que começar pela acusação. Temos o número de cinco testemunhas de acusação, que é o número que está na lei. Eles têm direito a trazer 10 testemunhas. Então esperamos que seja longo porque são 15 testemunhas para serem ouvidas, fora o interrogatório e os debates. Então, acredito que não será hoje a finalização desse júri”, explanou.

 

A advogada também defendeu a atuação no Ministério Público no processo. O parquet foi questionado por não ter inserido mais crimes na petição inicial, o que poderia aumentar a pena dos acusados.

 

“Eu não posso julgar a atuação do Ministério Público, na época, eu acho que com o que eles tinham, eles fizeram o melhor. Claro que muitas coisas podem acontecer, mas se não fosse a atuação ferrenha do Ministério Público, esse julgamento hoje não estava acontecendo hoje”, pontuou.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para as 8h desta terça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Caso Lucas Terra: Mãe de vítima espera sentença máxima para pastores acusados pelo assassinato
Marion Terra, mãe de Lucas Terra | Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Após 22 anos, o caso Lucas Terra ganha um novo capítulo e caminha para seu desfecho. Os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda serão julgados a partir desta terça-feira (25) pelo assassinato do adolescente de 14 anos, ocorrido no ano de 2001. Previsto para durar quatro dias, o júri popular acontece no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Ao Bahia Notícias, Marion Terra, mãe de Lucas, afirma que espera sentença máxima para os acusados. Ela também revela como tem reconstruído sua vida após o crime e fala da imagem que guarda do filho.

 

"Meu sentimento como mãe do Lucas é da inversão de valores que foi muito grande. O processo chegar a 22 anos sem julgamento, com todas as tentativas dos acusados que vão sentar nos bancos dos réus, de procrastinar as medidas protelatórias. Isso foi uma coisa que mais nos feriu, é como se a gente tivesse sido desamparado pela justiça baiana. Quando um processo corre tantos anos assim, muitas vezes as pessoas acabam desistindo. Mas eu e o Carlos tínhamos uma linha de pensamento igual, sempre nos colocamos como pais que o Lucas não está mais aqui, mas outras crianças e outros pais estão", disse Marion na porta do Fórum Ruy Barbosa.

 

"Então o que nós queríamos de fato é fechar o ciclo de impunidade com julgamento. Então, em nenhum momento durante essa caminhada, nós deixamos a dor, o sofrimento, tomamos uma decisão juntos que secaríamos as nossas lágrimas para poder continuar. Se a gente continuasse chorando... o Carlos se debilitou muito nessa caminhada, estava doente, não queria se tratar porque achava que se fosse cuidar da saúde dele, ele seria parado", acrescentou.

 

Para a mãe de Lucas Terra, os pastores acusados "foram protegidos e blindados" pela liberdade e diz que o sentimento é que sua família foi condenada a 22 anos para esperar por justiça.

 

"A única coisa que eu lamento hoje é a presença dele aqui, não está aqui comigo. Foi uma luta muita árdua, andamos lado a lado, eu gostaria muito que ele estivesse aqui. Mas o que eu quero de fato é que eles sejam julgados, condenados e tenham a pena máxima, porque eles foram blindados pela liberdade, foram protegidos pela liberdade. É como se a minha família fosse a culpada e foi condenada a 22 anos para esperar por justiça. Mas hoje a gente está vendo, eu quero que a sociedade baiana, pais e mães, que julguem e condenem esses homens. Eu tenho certeza disso que vai acontecer", disse Marion ao relembrar a luta por justiça ao lado do marido, José Carlos Terra, que faleceu em 2019.

 

Marion Terra também lamenta não ter dado um "fechamento de luto" com a morte do filho, por não conseguir abraçar e se despedir de Lucas. "Eu não tive o fechamento de luto, de abraçar meu filho. Quando uma família perde um ente querido, que tem a oportunidade de estar ali em um funeral, de tocar, de abraçar, e isso eles não me deram a chance. O que eles fizeram com meu filho foi brutal, foi covarde. Assassinos covardes, que pegam uma criança de 14 anos e queimam vivo, e simplesmente jogam em um terreno baldio como se fosse um lixo. Lixo são eles, assassinos são eles, pedófilos. O que eu quero de fato é a sentença", acrescenta.

 

"Meu filho está sempre comigo, eu lembro dele todos os dias, eu abraço ele todos os dias, porque ele continua presente na minha vida, mesmo não estando fisicamente. Eu tenho uma esperança que um dia vou abraçar ele na eternidade. E isso me mantém viva, é saber que não estou sozinha", finalizou.

 

O JÚRI

Serão 29 jurados, sob a liderança da juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representarão o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que serão defendidos pelos advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

Tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda são acusados do homicídio do garoto Lucas Terra, assassinado aos 14 anos de idade em 21 de março de 2001, no templo da Igreja Universal do Reino de Deus no bairro do Rio Vermelho.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h desta teça (25), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Júri do caso Lucas Terra começa nesta terça-feira; dois pastores vão a julgamento
Foto: Antônio Queirós / Arquivo CORREIO

Depois de 22 anos, os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda irão à júri popular. O julgamento começará nesta terça-feira (25), às 8h, no Salão Principal do Júri do Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

 

Conforme a assessoria do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o tribunal júri durará quatro dias, encerrando na sexta-feira (28). O julgamento será conduzido pela juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto.

 

Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representarão o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que serão defendidos pelos advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

Fernando Aparecido e Joel Miranda são acusados do homicídio do garoto Lucas Terra, assassinado aos 14 anos de idade em 21 de março de 2001, no templo da Igreja Universal do Reino de Deus no bairro do Rio Vermelho.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular.

Júri de pastores suspeitos do assassinato de Lucas Terra está mantido e deve durar quatro dias; veja detalhes
Foto: Antônio Queirós / Arquivo CORREIO

O julgamento dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus, está confirmado para começar na próxima terça-feira (25) e previsto para durar quatro dias. Havia a possibilidade de suspensão, diante de um requerimento feito pela defesa dos religiosos, mas o pedido foi negado pela Justiça.

 

O Salão Principal do Fórum Ruy Barbosa, na região do Campo da Pólvora, no Centro de Salvador, tem os dias 25, 26, 27 e 28 de abril reservados para o júri popular que decidirá o futuro dos dois pastores.

 

Serão 29 jurados, sob a liderança da juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representarão o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que serão defendidos pelos advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

Tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda são acusados do homicídio do garoto Lucas Terra, assassinado aos 14 anos de idade em 21 de março de 2001, no templo da Igreja Universal do Reino de Deus no bairro do Rio Vermelho.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h do próximo dia 25 de abril, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Após 22 anos, pastores envolvidos no caso Lucas Terra serão julgados em Salvador; saiba detalhes
Foto: Arquivo Pessoal

Os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda irão a júri popular às 8h do próximo dia 25 de abril, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Ambos são acusados do homicídio do garoto Lucas Terra, assassinado aos 14 anos de idade em 21 de março de 2001, no templo da Igreja Universal do Reino de Deus no bairro do Rio Vermelho.

 

O júri, com 29 jurados, será conduzido pela juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representarão o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores, que serão defendidos pelos advogados Nestor Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto.

 

RELEMBRE O CASO

Lucas Terra era frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, e foi encontrado morto, com o corpo carbonizado, em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama.

 

O principal suspeito do caso, na época, foi Sílvio Roberto Galiza, pastor da Universal. Ele já havia sido afastado da igreja por ter sido flagrado dormindo ao lado de adolescentes frequentadores do templo.

 

Os investigadores concluíram que Galiza abusou sexualmente de Lucas e o queimou ainda vivo, descartando o corpo para encobrir o crime. O pastor foi condenado, inicialmente, a 23 anos e 5 meses de prisão em 2004. Após recursos, a pena foi reduzida para 15 anos. Hoje, o condenado vive em liberdade.

 

Porém, em 2006, surgiu uma nova versão. Galiza delatou os também pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda. De acordo com o religioso condenado, os colegas da Igreja Universal foram flagrados pelo adolescente em um ato sexual. Segundo ele, por esse motivo, Lucas Terra teria sido assassinado.

 

Como consequência dessa delação, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que já desconfiava que Galiza não teria cometido sozinho o crime que resultou na morte de Lucas Terra, denunciou tanto Fernando Aparecido quanto Joel Miranda como corresponsáveis pelo homicídio.

 

Após diversas idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os dois pastores deveriam ir a júri popular, em um julgamento que está marcado para às 8h do próximo dia 25 de abril, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

Dois pastores acusados de matar Lucas Terra vão a júri popular
Foto: Reprodução / TV Bahia

Os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva, acusados de assassinar o adolescente Lucas Vargas Terra, em março de 2001, vão a júri popular. A decisão foi tomada pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nessa terça-feira (17).

 

Na época do crime um adolescente de 14 anos, Terra sofreu abuso e foi queimado vivo em Salvador. Agora, mais de 18 anos depois, o caso pode estar perto de ser concluído, já que não cabe mais recurso. 

 

Em novembro do ano passado, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, chegou a anular o processo contra os pastores por falta de provas, mas a 2ª Turma acolheu o recurso do MPF e decidiu pelo júri popular (saiba mais aqui). Segundo informações do G1, o promotor de Justiça Davi Gallo disse que a data do julgamento será decidida pelo Tribunal de Justiça da Bahia.

 

A mãe do menino, Marion Terra, comemorou a decisão. “Eles vão a júri popular. Acabou, gente, acabou. O Fernando Aparecido da Silva e o Joel Miranda vão sentar no banco dos réus porque a palavra final, a última palavra vem do nosso supremo juiz, o juiz dos juízes, o senhor dos senhores. Enfim a justiça, enfim esses homens vão sentar no banco dos réus. Eu estou muito emocionada, eu acho que vocês, meus amigos, que têm acompanhado essa caminhada, que estão há 18 anos perguntando se houve o júri popular, chegou ao final, eles vão ser julgados”, declarou.

 

O CRIME

Terra começou a ser agredido dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), em março de 2001, no Rio Vermelho. A Promotoria aponta que ele foi abusado sexualmente, colocado em uma caixa de madeira e queimado vivo em um terreno baldio, na Av. Vasco da Gama.

 

O pai de Lucas, José Carlos Terra, que faleceu em fevereiro deste ano, disse que o menino foi morto por ter visto os pastores Joel e Fernando fazendo sexo. De acordo com a publicação, essa versão está embasada no depoimento do terceiro acusado, o também pastor Sílvio Galiza. Ele, inclusive, é o único já condenado. Em liberdade condicional, Galiza responde por homicídio qualificado com motivo torpe e ocultação de cadáver.

Morte de Lucas Terra completa 18 anos e caberá ao STF decidir se haverá júri de pastores
Foto: Reprodução/ TV Bahia

O jurista Ruy Barbosa já dizia que "justiça tardia não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”. E esse é o sentimento que a sociedade tem sobre o assassinato do jovem Lucas Terra, que ocorreu no dia 21 de março de 2001, quando ele tinha apenas 14 anos. O corpo do adolescente foi encontrado carbonizado em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama, em Salvador. O crime completa 18 anos nesta quinta-feira (21) e permanece sem um desfecho, apesar de já haver um condenado: o pastor Silvio Galiza. Galiza foi julgado em dois júris populares: no primeiro, foi condenado a 23 anos e cinco meses de prisão. Por ter recebido uma pena superior a 20 anos, teve direito a um novo júri. No segundo, ele foi condenado a 18 anos de prisão. Recorreu, e a pena foi reduzida para 15 anos. O pastor, atualmente, está em liberdade condicional. A condenação foi por homicídio qualificado: motivo torpe, cruel, sem possibilidade de defesa da vítima, além de tentativa de ocultação de cadáver. 


De acordo com o promotor de Justiça Davi Gallo, que acompanha o caso desde o segundo júri de Galiza, apesar dos indícios, não há como cravar que houve crime sexual contra o menor. Ele conta que, em 2008, os dois pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda foram denunciados pelos mesmos crimes que Galiza: homicídio qualificado por motivo torpe, cruel, sem possibilidade de defesa da vítima, além de tentativa ocultação de cadáver. Essa denúncia foi ofertada à Justiça a partir de depoimentos do pastor condenado, em 2006. 


A ação penal, de 8 de janeiro de 2008, diz que a motivação do crime foi torpe, como vingança “decorrente da recusa da vítima em ceder aos propósitos libidinosos dos denunciados e do sentenciado Silvio Galiza”. Nos termos de declaração, Galiza diz que resolveu contar a história cinco anos depois do crime, pois foi acusado injustamente, sendo inocente, e que nunca confessou o delito, pois “não tinha nada para confessar”. Disse que seu único erro “foi omitir os fatos e os nomes das pessoas que verdadeiramente mataram Lucas Terra”. Contou que recebia da Igreja Universal do Reino de Deus na época uma ajuda de custo mensal de R$ 1,5 mil, destinada para sua família, e que foi ameaçado pelos denunciados e por isso ainda não havia contado a verdade. Afirmou que não sabia o motivo pelo qual os denunciados mataram Lucas Terra, não sabendo se houve abuso sexual do menor. Em um depoimento, dado em janeiro de 2006, Galiza afirmou que ouviu falar que o motivo da morte do garoto era pela insatisfação do pessoal da igreja “pelos golpes que o pai de Lucas Terra já vinha dando em algumas igrejas”. Em outro depoimento, dado em maio de 2008, Galiza diz que a vítima contou ter presenciado uma relação homossexual entre os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda e que Lucas não falou a ele que os pastores o tentaram molestar. 

 

Em novembro de 2013, a juíza Gelzi Almeida Souza, do 2º Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Salvador, julgou improcedente a denúncia para levar os pastores para julgamento em um júri popular. Nas palavras da magistrada, “a prova colhida é estéril”. Para a juíza, se tirar as declarações de Galiza do processo, não haveria nenhum indício contra os denunciados e a reconstituição do crime por parte do MP foi feita com base na versão das declarações do pastor condenado feitas ao Ministério Público. A juíza, na época, assinalou que muitos depoimentos, inclusive o de Galiza, se contradizem. “Outro fator importante é que a denúncia narra fato que nem as declarações de Silvio Galiza trazem, e que são imputados aos denunciados, ou seja, não têm indícios probatórios também”, diz trecho da decisão. A magistrada também destaca que o sistema processual penal brasileiro “não aceita o depoimento de corréu, quando solitário, ou seja, quando único elemento não existente nos autos, sem apoio em outros elementos probatórios”. Ela ainda classificou as declarações de Galiza como “contraditórias, inverossímeis, frágeis, e até fantasiosas”, com o propósito de “eximi-lo da responsabilidade da condenação que já lhe foi imposta”. 


O Ministério Público recorreu da decisão. No julgamento ocorrido em setembro de 2015, na 2ª Turma da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi modificada a decisão da Vara do Tribunal do Júri para levar os acusados a julgamento por homicídio por motivo torpe, cruel, sem defesa e ocultação de cadáver por ter presenciado uma relação sexual entre os denunciados. A relatora, desembargadora Nágila Britto, pontua no acórdão que os laudos “dão credibilidade” ao relato de Silvio Galiza de que o crime foi cometido por mais de uma pessoa e “não há elementos que afastem de plano a autoria dos dois acusados”. Ainda sinalizou que na época do crime, Galiza não possuía carteira de habilitação e que, diante das características da caixa em que o corpo do jovem foi transportado para um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama, a ação contou com a ajuda de mais de uma pessoa. 


A defesa dos pastores apresentou embargos de declaração, que foram julgados em dezembro de 2015. Nos embargos, a defesa afirmou que havia omissões e contradições no acórdão, por relatar fatos divergentes do contido na denúncia quanto à motivação e circunstâncias do crime, e a ocorrência de nulidade durante a sessão de julgamento, pelo fato do assistente de acusação ter apresentado uma versão inédita para o caso. A Procuradoria de Justiça, na época, se manifestou pela anulação da sessão de julgamento, pois a assistência de acusação levantou uma tese “completamente dissociada dos autos ao afirmar que a vítima possivelmente permaneceu em cárcere privado do dia 21/03/2001 até a madrugada do dia 23/03/2001, quando foi queimada viva, o que causou prejuízo à defesa dos embargantes”. A defesa destacou que a denúncia foi motivada pelo fato da vítima ter presenciado uma relação sexual entre os pastores. Os embargos, entretanto, foram rejeitados. A turma entendeu que, na verdade, a defesa tentou reabrir uma discussão de mérito do acórdão e pronunciou os réus para júri popular, usando um “jogo de palavras” para distorcer os fatos, uma vez que o acórdão “não apresenta motivação diversa, limitando-se, apenas, a transcrever as declarações prestadas pelo pastor auxiliar Sílvio Galiza”.


A defesa dos pastores manejou novos recursos. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), o pedido foi negado. O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF) e é relatado pelo ministro Ricardo Lewandowski. Em um primeiro momento, o relator negou o recurso dos acusados. Em novembro de 2018, o ministro reconsiderou sua decisão. Lewandowski anulou o acórdão do TJ-BA por considerar que faltou fundamentação para dizer quais as “circunstâncias qualificadoras descritas na denúncia”, sobretudo sobre o motivo do crime “e a utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima”. Entretanto, o ministro rejeitou os pedidos da defesa de que o acórdão teria se afastado da denúncia, “alterando substancialmente a acusação, ao considerar como verdadeira a versão apresentada pelo sentenciado Sílvio Galiza”, de que a vítima foi morta por ter presenciado uma relação entre os pastores, sendo que a denúncia indica vingança por não ceder “aos propósitos libidinosos dos denunciados”. O relator afirmou que o trecho é apenas uma referência cronológica do crime.


A partir de um novo recurso, desta vez interposto pelo Ministério Público Federal (MPF), a 2ª Turma do STF julgará se o acórdão do TJ-BA deve ser anulado ou não. O MPF afirma que não é “razoável” anular a pronúncia para júri dos acusados, e que houve apontamento dos elementos das qualificadoras descritas na denúncia. O MPF sustenta que a perícia realizada, junto com prova testemunhal, comprovou que a vítima foi imobilizada pelos algozes, torturada e queimada viva. Ainda salientou que ficou comprovado que a vítima flagrou os dois pastores acusados mantendo relação sexual, além de não ter cedido ao assédio dos três acusados. O MPF também pontua que a anulação da pronúncia para que outra decisão seja proferida “conduzirá o crime inevitavelmente à prescrição, o que se afigura inconcebível, inclusive porque criará uma situação de impunidade, injustificável sob todas as óticas”. O julgamento virtual foi iniciado no último dia 8. A ministra Cármen Lúcia pediu vista no último dia 12. A turma ainda é composta pelos ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e Edson Fachin.


Fernando Aparecido e Joel Miranda | Foto: Arquivo Correio

ACUSAÇÃO

O promotor de Justiça Davi Gallo rechaça a decisão de Lewandowski de anular o acórdão do TJ-BA. Ele afirma que o ministro criou uma nova interpretação da questão ao determinar que haja individualização das condutas dos acusados para dizer especificamente o que Joel Miranda fez e o que Fernando Aparecido fez no crime. “Esse é um tipo de recurso protelatório e eu tenho certeza que a Turma do STF não vai acompanhar o relator”, afirmou o promotor.  Gallo mantém contato frequente com a família da vítima. Em fevereiro deste ano, o pai de Lucas, José Carlos Terra, faleceu sem ver a justiça ser concretizada no caso do filho (saiba mais aqui). “A família está decepcionada com a decisão de Lewandowski. Eu procuro uma explicação para essa decisão dentro do Direito e não consigo achar”, indignou-se Gallo.

 

O promotor afirma que não há provas suficientes para denunciar os acusados por estupro, mas destaca que no julgamento será abordado que o motivo para o crime foi sim sexual. Ele relata que, desde o acontecimento do crime, o MP já sabia que mais pessoas estavam envolvidas com o delito. “Já sabíamos que tinha duas pessoas envolvidas, mas não tínhamos como saber quem eram essas pessoas. A policia investigou, mas não conseguiu identificar. Só conseguimos identificar quando Galiza resolveu dar os nomes. Nós buscamos as provas e os denunciamos. Mas eu sempre soube que havia mais gente envolvida”, afirma ao ser questionado sobre o motivo da demora em denunciar os outros dois pastores. Ele refuta que o depoimento de Galiza quase cinco anos depois do crime tenha sido motivado por vingança contra os lideres espirituais da Igreja Universal, por tê-lo expulsado da congregação. “Chegamos a pensar nessa possibilidade, mas as provas que ele indica são verdadeiras e elementares. Não estamos baseando só no depoimento dele, é com base nas provas. O depoimento dele é uma coisa só. Mas foi pelas provas que os denunciamos”, reforça.

 

O temor da sociedade é que haja prescrição do caso. Mas o promotor afirma que ela ainda está longe de ocorrer, pois tem prazo de 20 anos, contado a partir de 2008, quando a denúncia foi recebida. Mas mesmo assim, o promotor diz que na medida em que o tempo vai passando, fica a sensação de impunidade. “A Justiça deve valer para todo mundo, seja os envolvidos de uma organização poderosa ou não”, pontua.

 

DEFESA

O advogado César de Faria, que defende Joel e Fernando, refuta que utilize os recursos como protelatórios, e que, assim como a família da vítima, quer que o caso seja resolvido. Ele considera o processo como teratológico – expressão utilizada no meio jurídico para definir algo como absurdo, anormal. Ele diz que utilizou todos os recursos previstos em lei e reafirma que “não existe crime sem motivo”. Ao contrário do promotor, Faria sustenta que a condenação de Silvio Galiza foi por pedofilia e que a denúncia contra os pastores da Universal indicam que os acusados “nutriam desejos lascivos” pela vítima e, por isso, o crime teria sido cometido por motivo torpe. O advogado também nega que os acusados tiveram uma relação homoafetiva e aponta que eles são casados e com filhos.

 

César afirma que Galiza somente deu a declaração anos depois para tentar se beneficiar com alguma progressão de pena. Tanto que atualmente está em liberdade condicional. O advogado afirma que o “crime foi um absurdo”, chocando toda sociedade, inclusive a ele mesmo. “Eu não defenderia os acusados se não tivesse absoluta certeza da inocência deles”, declarou. Também disse que é “compreensível os atos da família em busca de justiça” e como o processo acabou sendo alimentado ao longo dos anos. Ele lembra que, por quase seis anos, a juíza Gelzi Almeida conduziu a instrução do processo e entendeu que a “prova era estéril” e, portanto, não poderia mandar o caso para julgamento em um júri popular.

 

Diante da impronúncia, o MP recorreu. O advogado frisa que o MP fez uma acusação de pedofilia e que, no curso do processo, o assistente de acusação da vítima mudou para vingança pelo fato do jovem ter assistido a uma cena de relação sexual entre os pastores. César, que é especialista em processo penal, pontua que uma modificação da acusação feita pelo MP é passível de nulidade. “Para ele mudar a acusação, precisa aditar a denúncia, para não comprometer o contraditório”, explica. A decisão do TJ de reformar a decisão de 1ª Grau para declarar a pronúncia de júri foi uma surpresa para a defesa, pois foi feita “sem estabelecer a fundamentação idônea”. César de Faria pontua que há um equivoco ao dizer que ora o crime foi por pedofilia, ora em dizer que o adolescente presenciou uma cena e sofreu o revés como “queima de arquivo”.

 

Ele elogia a postura do ministro Ricardo Lewandowski por reconsiderar uma decisão anterior e dar provimento em parte ao pedido da defesa dos pastores. “Eu espero que o TJ-BA tenha a mesma grandeza de Lewandowski, porque inicialmente até não admitiu o recurso quando entramos com o agravo, mas ele percebeu e corrigiu o erro dele e anulou a decisão. O que ele fez foi anular a decisão do TJ. Ele não deu uma nova decisão”, frisou. Tal feito, conforme o advogado destaca, ocorreu por não haver “nenhuma fundamentação”. “Ele pediu ao TJ que indicasse a prova do crime e o TJ não vai poder indicar porque não tem prova. Ela só existe na mídia e nas palavras de Galiza, mas nos autos não tem e ninguém vai acreditar, em sã consciência, em um corréu, seis anos depois, condenado duas vezes, apresentando versões contraditórias”, avalia. O advogado aponta alguns pontos contraditórios nos depoimentos dados pelo condenado. “Galiza diz que o jovem chorava de soluçar antes de ligar para o pai para informar que dormiria na igreja. Mas o próprio pai afirma que não percebeu nada de diferente na voz do filho ao telefone”, diz. 

 

Para César, Galiza cometeu o crime de pedofilia sozinho, mas contou com ajuda de outras pessoas na tentativa de ocultar o cadáver. “Galiza é grande e o menino era franzino. Ele é forte, ele pode ter tido ajuda na ocultação do cadáver, até mesmo por uma pessoa que não sabia o que estava fazendo. O laudo mesmo diz que ele foi queimado em uma caixa de livros, em um terreno onde hoje é o supermercado Extra, na Vasco da Gama”, conta. O desejo da defesa era que o processo fosse encerrado e arquivado com a decisão de Gelzi Almeida, no ano de 2013. Ele diz que o sofrimento da família sempre foi compreendido, apesar de sofrer muitas vezes um tratamento não cordial por ser o defensor dos pastores. “Eu sei que quem perde um filho nas condições que eles perderam querem condenar o mundo, mas o processo em aberto maltrata a família e ninguém olha para os pastores. Eles já são condenados pela opinião pública, apontados como pedófilos”, declarou. Fernando Aparecido e Joel Miranda estão em liberdade e continuam realizando atividades religiosas em igrejas na Bahia.

Pai de Lucas Terra morre quase 18 anos após assassinato do filho
Foto: Reprodução / Facebook Marion Terra

O pai do adolescente Lucas Vargas Terra, que foi morto em 2001 em Salvador, veio a óbito nessa quinta-feira (11), na capital baiana. José Carlos Terra faleceu aos 65 anos no Hospital Ernesto Simões, onde estava internado desde terça (19). A notícia foi confirmada pela esposa dele e mãe de Lucas, Marion Terra, no Facebook.

 

"Hoje o amor da minha vida, meu companheiro há 46 anos, foi vencido pelo sofrimento de busca por justiça e impunidade, as lágrimas e dor da separação e a voz de Carlos Terra se calaram", disse a viúva na publicação.

 

Segundo informações do G1, ele foi internado após sofrer uma parada respiratória em consequência de uma cirrose hepática. A doença foi descoberta no ano passado, quando o casal estava em Roma, na Itália.

 

De acordo com sua esposa, ele teve seu estado de saúde agravado em novembro, depois de saber que a decisão que indicou o envolvimento do bispo Fernando Aparecido da Silva na morte de seu filho foi anulada pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado alegou falta de provas para tomar a decisão.

 

"Foi um baque para nós, mas, mesmo assim, ele não desistiu. O tempo inteiro, ele buscava respostas. A gente não entendia porque o processo estava aqui em Salvador e ainda não tinha sido julgado. Ele só pensava nesse processo', contou Marion.

 

Na rede social, ela disse que vai prosseguir na luta por justiça. "Sua coragem foi vencida, mas a sua voz não vai se calar, continuará através da minha voz até o dia que eu partir para encontrar com ele e meu Luquinha", declarou.

 

Além da esposa, José Carlos deixa dois filhos e quatro netos. O sepultamento dele será realizado nesta sexta (22), no cemitério Bosque da Paz, às 13h30.

 

Foto: Reprodução / TV Bahia

 

ASSASSINATO DO FILHO

Lucas foi morto em março de 2001, em um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho. Com 14 anos na época, ele foi estuprado antes de ser queimado vivo. Seu corpo foi encontrado carbonizado em um terreno baldio na Av. Vasco da Gama.

 

Segundo José Carlos, seu filho foi assassinado por ter visto os pastores Joel Miranda Macedo de Souza e Fernando Aparecido da Silva fazendo sexo. Além deles dois, o pastor Silvio Roberto Galiza também foi apontado como suspeito, mas, em 2013, a juíza Gelzi Almeida inocentou os religiosos.

 

A família de Lucas recorreu e, os desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) decidiram, por unanimidade, que os religiosos fossem à júri popular. A defesa dos bispos, então, recorreu, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a decisão da corte baiana.

 

Assim, em 2012, Silvio Roberto Galiza foi condenado a 18 anos de prisão. Já Fernando e Joel aguardavam julgamento popular em liberdade até que, em 2018, o ministro do STF anulou o processo que envolvia o bispo Fernando no crime.

Caso Lucas Terra: Justiça determina marcação de julgamento de ex-pastores
Foto: Reprodução / TV Bahia

A Justiça baiana determinou nesta terça-feira (24) o agendamento do julgamento dos ex-bispos da Igreja Universal do Reino de Deus Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados de participar do assassinato do adolescente Lucas Terra, em março de 2011. Segundo informações do jornal Correio, a data da análise do caso ainda não foi marcada. “A defesa dos acusados apresentou recursos e estava aguardando que eles fossem julgados para que o júri fosse marcado. Argumentei que não havia necessidade de esperar, porque os recursos apresentados não interferem na realização do julgamento, o que foi aceito pela Justiça. Ou seja, foi dada a autorização para que o julgamento seja marcado”, afirmou o advogado da família, Daniel Keller. Quando foi morto, Lucas Terra tinha 14 anos e frequentava a Igreja Universal do Rio Vermelho, em Salvador. Segundo o ex-pastor Sílvio Roberto Galiza, o adolescente teria flagrado Fernando e Joel fazendo sexo dentro da igreja. Os três sacerdotes teriam então matado o adolescente. Lucas foi abusado sexualmente e queimado vivo – seu corpo foi encontrado carbonizado em um terreno abandonado na Avenida Vasco da Gama. Galiza já foi preso e condenado a 18 anos em regime fechado por estupro e assassinato, mas sua pena foi reduzida para 15 anos em setembro de 2008. Em julho de 2012, a Justiça aceitou seu pedido de progressão de regime semiaberto para aberto e passou a poder sair da prisão durante o dia. Já Fernando e Joel foram inocentados em novembro de 2013 pela juíza Gelzi Almeida por insuficiência de provas. A família de Lucas recorreu e o recurso de apelação foi julgado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em setembro de 2015. 

Amab repudia postura de Daniela Prata sobre comentários contra juíza do Caso Lucas Terra
Foto: Reprodução

A Associação dos Magistrados da Bahia (Amab) emitiu uma nota de repúdio contra a postura da apresentadora Daniela Prata, do programa Bom dia Bahia, da TV Aratu/SBT. Nesta quinta-feira (10), a apresentadora criticou a juíza Gelzi Maria de Almeida Souza. De acordo com a Amab, uma decisão judicial “não reflete qualquer posição pessoal de um juiz, tendo embasamento somente no que diz a lei”. Em novembro de 2013, a juíza julgou não terem sido detectados indícios suficientes de autoria ou participação dos bispos da Igreja Universal do Reino de Deus, Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda - acusados de participação no assassinato do menino Lucas Terra. “Num Estado Democrático de Direito, não se pode admitir que se desrespeite o princípio do convencimento motivado do magistrado no seu ato de julgar. A decisão proferida por qualquer juiz de direito é passível de revisão, por meio do recurso próprio, a ser apreciado pelo Tribunal de Justiça, quando as partes dela discordem”, pontua a associação. A Amab ainda explica que “é justamente por isso que existe um sistema recursal para se questionar os atos jurisdicionais, regra esta que se aplica também ao Ministério Público, no seu papel de titular da ação penal”. Para a associação, caberia à apresentadora, na situação, “conhecimento mais aprofundado para declarações pessoais sobre o assunto”. Segundo a nota, os comentários da apresentadora resultaram em uma agressão a pessoa da juíza, com alusão, inclusive, aos filhos da magistrada. “As declarações mostram-se graves pela tentativa de desestabilizar a convivência harmoniosa entre magistrados e a comunidade civil, ao tentar colocar a sociedade contra a juíza e contra o Judiciário. Mais grave ainda que, através de gestos, insinua para os telespectadores a possibilidade de corrupção por parte da magistrada, o que gerará as ações judiciais cabíveis na esfera cível e criminal”, diz o comunicado. A juíza e a Amab pedem retratação da emissora.

Caso Lucas Terra: Pastores da Igreja Universal acusados de homicídio vão a júri popular
Foto: Reprodução

Os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus Fernando Aparecido e Joel Miranda, acusados pela morte do adolescente Lucas Terra em 2001, após ter sido abusado sexualmente e queimado vivo, serão levados a júri popular. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (10) pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA). “O TJ decidiu a unanimidade. O tribunal fez justiça hoje. Cabe recursos ao tribunal e ao STF, mas se o tribunal quiser botar em pauta pode fazer [o julgamento] no mês que vem”, explicou o promotor de Justiça Davi Gallo. Em novembro de 2013, a juíza Gelzi Maria Almeida de Souza da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Salvador considerou a denúncia do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) improcedente por falta de provas. De acordo com Gallo, apesar da possibilidade de recurso, a decisão é “irrevogável”. “É complexo. Quando você pega um recurso no estadual, não é questionado o mérito da decisão. Eles tem esse recurso perante o tribunal, que pode decidir inclusive o seguimento aos tribunais superiores”, detalha.  

A família do menino Lucas Terra, assassinado em 2001, participa de uma manifestação na manhã desta quinta-feira (28), em frente ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Eles querem que aos desembargadores avaliem a decisão da juíza Gelzi Maria Almeida Souza, da 2ª Vara do Júri, de não levar ao Tribunal do Júri o bispo Fernando Aparecido da Silva e o pastor Joel Miranda, acusados pelo Ministério Público da Bahia de participação no crime. O pai de Lucas, Carlos Terra, vai recorrer da decisão e teme voltar a sofrer ameaças de morte após da decisão da magistrada.

Caso Lucas Terra: Juíza decide que dois acusados não vão a julgamento por falta de provas

A juíza Gelzi Maria Almeida Souza, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Salvador, considerou improcedente a denúncia contra os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, apontados pelo Ministério Público do Estado da Bahia como responsáveis pela morte do adolescente Lucas Terra, estuprado e queimado vivo em março de 2011. Em decisão datada desta quarta-feira (27), a magistrada decidiu impronunciar os réus, por acreditar que não há provas suficientes para apontar o envolvimento dos pastores no crime. “Neste momento processual, analiso tão somente a inexistência de indícios suficientes de autoria que possibilitem a admissibilidade da acusação que possibilitaria o julgamento do feito pelo Tribunal do Júri”, escreveu. No entendimento da juíza, a deflagração da ação penal foi embasada apenas nas declarações prestadas pelo ex-pastor Silvio Roberto Santos Galiza, já condenado pelo crime. Galiza cumpre a pena em regime aberto. “Qual o motivo de levar-se em consideração as declarações do já condenado Silvio Galiza, e não as dos denunciados, se não existem outros elementos de prova?”, questiona. A magistrada diz que os exames periciais realizados no suposto local do crime – um templo da Igreja Universal do Reino de Deus no bairro do Rio Vermelho – não encontraram nada e classifica as declarações de Galiza como “contraditórias, inverossímeis, frágeis, e até fantasiosas”, com “o firme propósito de eximí-lo da responsabilidade da condenação que já lhe foi imposta”. A juíza lembra, no entanto, que poderá ser formulada outra denúncia caso surja uma nova prova. “A defesa requer absolvição sumária, na forma do art. 415 do CPP, no entanto, entendo que, no presente caso, para aferir tal possibilidade, seria necessário a análise e confronto de provas, o que ocasionaria invasão da competência constitucional do Tribunal do Júri, o que me é vedado”, afirma. O pai do adolescente chegou a acampar em frente ao Fórum Ruy Barbosa para pressionar a Justiça a definir o destino dos acusados pelo crime.

Pais de Lucas Terra prometem protestos

Pais de Lucas Terra prometem protestos
O casal Carlos e Marion Terra, pais de Lucas Terra, promete protestar nesta segunda-feira (16), em frente à sede do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) no Centro Administrativo da Bahia (CAB), por causa da decisão da juíza, Patrícia Sobral Lopes, da Vara de Execuções Penais de Lauro de Freitas. Ela aceitou o pedido de pena em regime aberto do ex-pastor Silvio Roberto Galiza, condenado em 2005 a 18 anos de prisão pelo assassinato, em 2001, do estudante Lucas Terra, então com 14 anos. O adolescente foi abusado sexualmente e queimado vivo. "Vamos protestar com faixas, mostrando o corpo carbonizado de meu filho, para denunciar esta injustiça", afirmou o pai de Lucas. No regime aberto, o preso sai da Casa de Albergado – como são chamados tais espaços – às 7h e retorna às 19h. Informações do Correio 24horas. 

O pai do adolescente Lucas Terra, abusado sexualmente e morto em 2011, decidiu acampar em frente ao Fórum Ruy Barbosa. O protesto foi iniciado nesta segunda-feira (19) e tem como objetivo pressionar a Justiça a definir o destino dos acusados pelo crime, um ex-bispo e um ex-pastor da Igreja Universal. Carlos Terra declarou que permanecerá no local até que seja tomada uma decisão. “Eu nunca fui contra a Justiça baiana, mas eles estão sendo beneficiados. São 11 anos e mão resolve”, protestou o pai de Lucas, que na época do crime tinha 14 anos. A fase de depoimentos das testemunhas foi finalizada em novembro de 2011. Informações do Correio.

Audiência decide hoje se pastores vão a júri popular por morte de Lucas Terra
Advogado César Faria defende os acusados hoje no Fórum Ruy Barbosa
Acontece nesta sexta-feira (25) a última audiência que vai decidir se o bispo Fernando Aparecido e o pastor Joel Miranda vão a júri popular sob a acusação de matar o garoto Lucas Terra, em 2001. Testemunhas de defesa são ouvidas desde às 9 horas pela juiza Vera Lúcia Medauaer.
 
O adolescente, então com 14 anos, teria sido violentado sexualmente e queimado vivo. Seu corpo foi encontrado em um terreno abandonado na av. Vasco da Gama no dia 21 de março de 2001.
 
O pastor Silvia Galiza, único condenado até o momento pela morte do garoto, participou de uma acareação em fevereiro e, na ocasião, transferiu a culpa do ocorrido para os pastores Fernando e Joel. Ocorre que o Ministério Público não concedeu muita credibilidade à essa versão de Galiza, uma vez que ele se exime de qualquer culpa enquanto muitas provas o apontam como culpado.
 
A mãe de Lucas, Marion Terra, acompanhou a audiência, enquanto o marido, Carlos Terra, protestava na porta do Fórum. Com faixas com os nomes dos acusados e fotos de Lucas vivo, além da perícia, o pai do adolescente pedia justiça.

A última audiência de instrução do caso Lucas Terra acontece nesta quinta-feira (25). Em nota oficial, o Ministério Público da Bahia (MP) afirmou que, na audiência, deve haver acareação entre o pastor Silvio Galiza, que confessou o crime e está preso, o bispo Fernando Aparecido da Silva e o pastor Joel Miranda, também acusados, mas até agora em liberdade.

Os advogados de defesa dos acusados querem evitar a acareação, mas o promotor de Justiça David Gallo, responsável pelo caso, manteve o pedido para que a acareação fosse realizada depois de identificar contradições nos depoimentos dos religiosos da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd).

Em março de 2001, Lucas Terra foi violentado sexualmente e assassinado. O corpo do garoto foi encontrado em um terreno na Avenida Vasco da Gama. Lucas tinha 14 anos quando foi morto e, desde a época do crime, a família do garoto se dedica de modo árduo para que o caso não seja esquecido e os culpados sejam punidos.
Com informações do Jornal A Tarde

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Descobri que a Ceasa tem dono e que ninguém toma. Mas algo que ainda me surpreende é pesquisa. Imagina perder tanta noite de sono pra não crescer nem mais do que a margem de erro? Mas nem por isso o Ferragamo tem o que comemorar. O que perdeu de cabelo, ganhou de pança. Mas na política tudo que vai, volta. Que o digam os nem-nem de Serrinha: nem amigos, nem inimigos. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Luciano Simões

Luciano Simões
Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".

 

Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis. 

Podcast

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira
O deputado estadual Luciano Simões Filho (União) é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

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