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O Ministério da Educação (MEC) implementou uma mudança importante que afeta diretamente os estudantes universitários brasileiros, a partir de julho deste ano, os diplomas de graduação não serão mais emitidos em papel. A decisão segue a portaria n° 70, assinada pelo ministro Camilo Santana. Vale explicar que os impressos emitidos antes de julho continuam válidos.
Agora, o diploma será exclusivamente digital, contando com assinatura eletrônica e um carimbo digital que registra a data e o horário exato da emissão. O objetivo do MEC é tornar o processo mais rápido, seguro e menos sujeito a fraudes, eliminando, por exemplo, a necessidade de assinaturas presenciais.
Para facilitar a consulta e a validação, o diploma digital incluirá mecanismos como um código de validação e um QR Code. Mesmo sendo a única versão com validade jurídica, os formandos poderão imprimir o documento, mas essa cópia terá apenas valor simbólico.
E A BAHIA?
Isso significa que a partir das datas limite estabelecidas, julho de 2025 para graduação e 2 de janeiro de 2026 para pós-graduação stricto sensu e Residência em Saúde), todas as universidades, centros universitários e faculdades federais, estaduais e privadas que fazem parte do Sistema Federal de Ensino deverão estar aptas a emitir seus documentos nesse formato.
Na Bahia, isso inclui instituições como a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), além de faculdades e centros universitários privados.
Imagem de cópias quase identificas a diplomas originais de papel | Foto ilustrativa: Reprodução / PF
E OS DIPLOMAS ANTIGOS?
Para quem já possui um diploma impresso, emitido antes de julho de 2025, não há com o que se preocupar: esses documentos continuam totalmente válidos. A mudança afeta apenas os novos diplomas emitidos a partir da data de obrigatoriedade.
Algumas universidades já haviam adotado o sistema digital de forma antecipada desde 2021. Agora, a emissão digital é uma regra para todas as instituições de ensino superior no Brasil. A digitalização dos diplomas também será estendida aos cursos de pós-graduação. Segundo o MEC, a obrigatoriedade para essa modalidade de ensino começará a valer a partir de janeiro de 2026.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio do Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR), e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) desenvolveram um caminhão-laboratório. A ideia é levar um centro de pesquisa pela estrada para analisar as vias e prever acidentes.
O caminhão conta com tecnologia embarcada para testes como a viga Benkelman e o FWD (Falling Weight Deflectometer), um equipamento que aplica cargas dinâmicas no pavimento para medir sua deflexão, avaliando a capacidade de suporte e auxiliando na manutenção.
Imagem de cima do veículo | Foto: Divulgação
Além disso, o novo veículo está equipado para o controle de qualidade de obras, permitindo ensaios de densidade de camadas e a compactação de amostras de solos e misturas asfálticas para análise no laboratório central da UFRB. O caminhão é completo, possuindo estufa, frigobar, banheiro feminino para pesquisadoras, ar-condicionado, energia própria com placas fotovoltaicas, gerador e internet via satélite.
Mario Sergio de Souza Almeida, analista em Infraestrutura de Transportes do DNIT e professor da UFRB, destaca a importância do caminhão para o programa PRO-MeDiNa na Bahia, que monitora 15 segmentos experimentais.
Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, diretor de Planejamento e Pesquisas do DNIT, avalia que a parceria entre as instituições contribui para a evolução dos projetos de infraestrutura. "Este novo equipamento vai permitir um enorme avanço nos trabalhos realizados pela autarquia, capaz de fornecer resultados com mais precisão e consistência", afirma Mello.
A colaboração entre DNIT e UFRB começou ainda em 2015, com a criação do Laboratório de Pavimentação da UFRB (PaveLab_UFRB) e a cessão de equipamentos pelo DNIT.
Em reunião com os reitores das universidades federais nesta terça-feira (27), o governo Lula, por meio do Ministério da Educação (MEC), anunciou uma recomposição orçamentária para as instituições federais de ensino superior. Com as medidas, um adicional de R$ 400 milhões foi liberado. Mas, mesmo com esse acréscimo, o orçamento discricionário — aquele destinado a despesas essenciais — ainda é o menor desde a gestão Temer em 2018, e permanece abaixo dos níveis observados nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), antes da pandemia.
Outro anúncio foi a mudança no limite anual de orçamento para universidades e Institutos Federais. A partir de junho, o repasse voltará a ser de um doze avos (1/12) do total previsto para o ano na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. Essa medida substitui a restrição adotada em março, que limitava o uso do orçamento a 1/18 do total.
A medida vem logo após um decreto assinado pelo presidente Lula em 30 de abril ser criticado por entidades da área da educação. Ele trata da programação orçamentária e financeira, estabelecendo o cronograma de execução mensal de desembolso do Poder Executivo federal para o exercício de 2025.
O texto original limitava a execução orçamentária das despesas discricionárias mensais das universidades e previa que parte do orçamento seria liberada somente em dezembro. Além do decreto, outra medida que sufocou o orçamento das universidades foi um corte de R$ 340 milhões na Lei Orçamentária Anual (LOA) aprovada pelo Congresso.
Em resposta, a União Nacional dos Estudantes (UNE) convocou manifestações após o decreto em favor de um maior orçamento nas instituições de ensino para esta quinta-feira (29), já a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), presente na reunião comemorou a medida do acréscimo e retratou a reunião com o governo com ponto de diálogo.
"Foram feitos anúncios importantes, sobretudo, na questão orçamentária. […] Aguardamos ainda por novas medidas, que estão sendo estudadas nesse momento. A reunião foi um aumento de diálogo [com o governo], mas é importante nossas universidades apresentarem suas principais necessidades e seus principais projetos para contribuir com nosso país", declarou o presidente da Andifes José Diniz Melo.
Momento da Reunião com os reitores | Foto: Reprodução / Luis Fortes - MEC
Um levantamento revelado pela Folha de S.Paulo, com base em dados do centro de estudos SoU Ciência, revela que o gasto da União com universidades federais em 2024 foi de R$ 5,04 bilhões. Esse valor é inferior aos R$ 5,2 bilhões executados em 2023 e também abaixo do patamar de 2016 e 2019, mesmo com o aumento no número de matrículas e a expansão da rede federal de ensino. Veja abaixo:
Para contextualizar, a SoU Ciência detalha os orçamentos discricionários desde o governo Fernando Henrique Cardoso. O maior investimento ocorreu em 2013, durante o governo Dilma Rousseff, atingindo R$ 7,51 bilhões. Nos últimos seis anos, que abrangem o final do governo Temer, o governo Bolsonaro e o atual governo Lula, o maior valor foi de R$ 5,52 bilhões em 2019 (governo Bolsonaro).
Embora o governo Lula tenha superado os valores de Bolsonaro e da pandemia nos últimos dois anos, ainda não alcançou o pico de investimento da gestão Dilma. Em 2024, no atual governo, o valor foi de R$ 5,04 bilhões, ficando abaixo do patamar de 2019.
O Ministério da Educação (MEC), por sua vez, atribui a situação à redução de verbas dos anos anteriores. Em nota à Folha, o MEC afirmou que "na gestão atual, os recursos destinados às instituições tiveram um aumento de 22%". Complementou ainda que está "trabalhando para garantir a recomposição do orçamento em 2025 destinado às instituições federais de ensino superior, que foi reduzido a partir de aprovação da Lei Orçamentária Anual no Congresso Nacional".
Imagem de entrada da UFBA em Salvador | Reprodução: Ronne Oliveira / Bahia Notícias
AS REALIDADES DAS FEDERAIS BAIANAS
Na Bahia, a situação se repete em 5 universidades bem avaliadas em ranking's de educação. A Universidade Federal da Bahia (UFBA), a maior do estado e uma das maiores do Nordeste, informou em nota recente que, apesar de esforços de readequação interna, o orçamento atual não é suficiente para garantir o funcionamento pleno de suas atividades.
Obras importantes, como a requalificação de prédios antigos nos campi de Salvador, Vitória da Conquista e Camaçari, seguem sem previsão de conclusão. Além disso, a universidade determinou limitações no uso de recursos, como desligamento de ar-condicionados e elevadores a fim de evitar gastos de energia.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o reitor Roque Albuquerque da UNILAB (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira), com campus no interior baiano como em São Francisco do Conde, comentou sobre os anúncios. Para ele, a medida mais positiva foi a adoção dos pagamentos de 1/12, pois isso permite controlar as despesas estudantis mais emergenciais.
"O governo anunciou que vai devolver os 259 milhões que foram cortados pelo Congresso, ou seja, foi uma correção. Mas a melhor notícia foi a devolução imediata dos próximos 3 dias do orçamento de 5/12 alvos. O Ministro Haddad confirmou a retirada, a gente volta até 1/12 alvos ao invés de 1/18, isso é uma boa notícia. Vamos pagar o que está atrasado, como os serviços essenciais, como em manter bolsas estudantis e restaurantes", explica o gestor.
O reitor destacou, ainda, que mesmo com os desafios, o ministro Camilo Santana se mostra mais comprometido com o diálogo, contudo criticou a ausência do MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos). No entanto, Albuquerque ressaltou que seriam necessários mais R$ 2 bilhões para os investimentos retornarem aos maiores índices, como os da gestão Dilma Rousseff em 2014.
"Temos que lembrar que de 2014 até 2025, o orçamento discricionário caiu de 12,6 bi para 7,3 bi. Quase que pela metade. Desde o governo Dilma, nós vimos recebendo cortes no decorrer desses anos, com exceção dos anos da pandemia. O orçamento previsto para esse ano era menor, isso nos assustou. E acrescento: temos que ir para cima do MGI, não podemos cobrar só o MEC. Quando o MGI trata com o 1/18 alvos, você tá vendo a floresta, mas não tá entrando [na floresta] para [entender] o que nós, reitores, passamos", cobra o reitor.
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), por sua vez, operava em regime de contingenciamento desde abril de 2025. A reitoria alertou sobre dificuldades para manter contratos de segurança e limpeza, e confirmou a paralisação de investimentos em equipamentos laboratoriais, o que pode comprometer o calendário acadêmico do segundo semestre.
A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), por sua vez, operava em regime de contingenciamento desde abril de 2025. A reitoria alertou sobre dificuldades para manter contratos de segurança e limpeza, e confirmou a paralisação de investimentos em equipamentos laboratoriais, o que pode comprometer o calendário acadêmico do segundo semestre.
No Oeste baiano, a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) também relatou impactos do decreto presidencial nº 12.448, de abril de 2025, que fragmentou o repasse do orçamento discricionário em 18 partes, das quais somente 11 devem ser liberadas até novembro de 2025. A instituição afirma que está sem recursos para realizar a manutenção predial necessária em unidades dos campi de Barreiras, Santa Maria da Vitória e Bom Jesus da Lapa.
"A medida é fundamental para atender ao que foi planejado com base na PLOA. É importante destacar que reconhecemos o esforço do MEC na busca pela superação do declínio orçamentário ocorrido nos últimos anos e pela abertura ao diálogo necessário para compreensão das demandas da Educação Superior. Contudo, mantemos a posição de defesa em relação à necessidade de garantias do financiamento das universidades aos níveis vivenciados em 2014", ressalta o reitor da UFOB em resposta oficial.
O Ministério da Educação (MEC) afirma que, desde 2023, tem se esforçado na recomposição que o orçamento geral da pasta subiu 38% nos últimos três anos. Ainda assim, os reitores baianos aguardam com expectativa o desenrolar das ações do governo, especialmente após a reunião desta terça-feira (27), para a liberação de verbas retidas e o restabelecimento do repasse mensal integral — equivalente a 1/12 do orçamento anual.
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), com sede em Cruz das Almas, foi reconhecida como a "universidade jovem" mais bem classificada da Bahia no ranking internacional AD Scientific Index, divulgado na nova atualização desta sexta-feira (25). A instituição ficou em 26º lugar entre as universidades jovens da América Latina e em 17º lugar no Brasil, ficando no top 100 das melhores da América Latina entre mais de 2 mil avaliadas.
Com presença em cidades como Cruz das Almas, Santo Amaro, Amargosa, Cachoeira, Feira de Santana e Santo Antônio de Jesus, a UFRB tem ampliado o acesso ao ensino superior público e gratuito no interior baiano, contribuindo para o desenvolvimento regional e a formação de novas gerações de pesquisadores e profissionais. Veja os locais do campus pelo estado:
Segundo o AD Scientific Index, ‘universidades jovens’ — aquelas com menos de 30 anos de fundação — são essenciais para o avanço da ciência, por estarem mais abertas à inovação e por desenvolverem pesquisas com potencial de grande impacto. A UFRB, por exemplo, promove ações voltadas à inclusão de meninas e mulheres nas áreas de ciências exatas, contribuindo para maior diversidade na ciência.
Com apenas 19 anos de existência, a UFRB se destaca entre as 46 universidades brasileiras presentes do top 100 ranking latino-americano. O reconhecimento reforça a qualidade da produção acadêmica da instituição, que tem se consolidado como referência em ensino, pesquisa e extensão no interior da Bahia.
Outras instituições baianas que aparecem na lista são a Unifacs (Universidade Salvador) e a UFOB (Universidade Federal do Oeste da Bahia) no município de Barreiras, ambas também dentro do grupo das 100 universidades jovens mais bem colocadas da América Latina, embora em posições menores.
O ranking considera o impacto das pesquisas científicas a partir do número de citações do índice H, que os trabalhos dos pesquisadores recebem em publicações acadêmicas internacionais — um dos principais indicadores de relevância científica no mundo. Pontuando proporcionalmente pesquisas de maior ou menor peso.
No Nordeste, além da UFRB, instituições como o Instituto Federal do Ceará (IFCE) e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), em Pernambuco, também se destacaram entre as mais bem colocadas. No panorama latino-americano, a UFABC, de São Paulo, liderou o ranking. Já no cenário global, a primeira posição foi ocupada pela Google Inc. Foundation, dos Estados Unidos.
No ranking geral, Bahia Notícias já revelou que a UFBA foi a melhor baiana na classificação do mesmo ranking, com a Uefs foram as universidades com mais pesquisadores do estado citados em diferentes partes pelo mundo A Universidade de São Paulo (USP) foi a melhor do Brasil, e a segunda mais citada de todo mundo.
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) está à frente do projeto Biocombustíveis para um Futuro Sustentável: Inspirando Meninas e Mulheres na Ciência (BIOFEMME), uma iniciativa transformadora que visa fomentar a inclusão e o protagonismo feminino nos campos da Ciência, Tecnologia e Sustentabilidade.
Com atuação direta em sete escolas públicas de Ensino Básico na Bahia, o BIOFEMME busca desmistificar conceitos complexos de matemática, Química, Física e Biologia, conectando-os com a realidade das estudantes do Ensino fundamental e médio. Atualmente, o projeto oferece 35 bolsas de Iniciação Científica Júnior (ICJ) para as alunas, proporcionando imersão no universo da pesquisa científica por oficinas interativas, palestras inspiradoras e experimentos práticos em laboratório.
Mente por trás do projeto, a professora Carine Alves, do curso de Engenharia de Energias (CETENS) da UFRB e coordenadora do projeto, enfatiza a visão do BIOFEMME: "Ao abordar um tema de relevância global como os biocombustíveis, o BIOFEMME almeja não somente acender o interesse das alunas pelas ciências exatas, engenharias e computação, mas também evidenciar o papel crucial dessas áreas na construção de um futuro com bases mais sustentáveis".
O projeto foi aprovado na Chamada CNPq — 'Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação', o projeto começou suas atividades neste semestre letivo E pretende despertar a curiosidade científica e cultivar a consciência ambiental nas jovens participantes através do aprendizado prático da produção de biocombustíveis, analisando seu impacto ambiental e viabilidade econômica.
Em entrevista ao Bahia Notícias a professora destaca que a expertise da equipe em pesquisa sobre biocombustíveis facilitou a integração das ações do projeto: "Essa expertise prévia permitiu que o projeto convergisse excelência científica com um forte compromisso social, criando um ambiente propício para o florescimento de futuras cientistas e profissionais", explica a coordenadora com entusiasmo.
O BIOFEMME se apoia em sua abrangência, caráter inovador e colaboração interinstitucional, envolvendo a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI CIMATEC). "Essa sinergia entre as instituições tem se mostrado fundamental para a implementação de ações integradas e com um alcance significativo em todo o estado", avalia a professora Carine.
Adicionalmente, o BIOFEMME disponibiliza sete bolsas de apoio técnico destinadas às professoras orientadoras, bem como bolsas para alunas da graduação das instituições parceiras. O contato direto com cientistas e profissionais renomados da área serve como fonte de inspiração e abre novas perspectivas acadêmicas e profissionais para as jovens participantes.
Para a estudante Tainá Bispo, do Colégio Estadual Santa Bernadete no município de Amargosa, o c entusiasmo é a chave do projeto: "Ainda estamos nas etapas iniciais, mas a quantidade de conhecimento que já adquiri é imensa, e estou ansiosa para aprender ainda mais. Minha meta é permanecer no projeto até o final e, quem sabe, compartilhar essa experiência enriquecedora com outras pessoas", conta a estudante.
Diversas escolas que também integram a rede do BIOFEMME incluem o Centro Estadual de Educação Profissional Áureo de Oliveira Filho (Feira de Santana), o Centro Territorial de Educação Profissional de Araci (CETEP — Araci), o Colégio Estadual Teotônio Vilela (Feira de Santana), o Colégio Estadual Teofilândia (Teofilândia), o Colégio Estadual Senhor do Bonfim (Cansanção) e o Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães (Itabuna).
Para o professor Jorge Menezes, docente de Química da UFRB e membro ativo da equipe do BIOFEMME ao projeto demonstra uma força maior sobre o uso da tecnologia no interior do estado.
"Esta iniciativa é crucial para o fortalecimento do ecossistema científico e tecnológico da Bahia, pavimentando o caminho para um futuro mais equitativo e próspero para todos. Ao combater as desigualdades de gênero e étnico-raciais, estamos promovendo ativamente a inclusão social e o desenvolvimento regional", conta o professor em entrevista ao Bahia Notícias.
O professor também aponta para a crescente demanda global por fontes renováveis de energia e por profissionais altamente qualificados nesse setor como fatores determinantes que devem motivar a inclusão da diversidade nas carreiras científicas e tecnológicas.
Veja um pouco mais sobre as visitas e ações do projeto:
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), sediada em Cruz das Almas, manifestou publicamente sua solidariedade à Universidade Federal da Bahia (UFBA) nesta quinta-feira (10) após uma decisão judicial anular a contratação de uma professora negra, Irma Ferreira Santos, que havia sido aprovada em concurso para professor substituto na área de "Canto Lírico" através do sistema de cotas raciais.
A decisão, proferida pela 10ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária da Bahia, determinou o cancelamento da convocação e contratação de Irma e a nomeação de outra candidata para a vaga. A UFBA já havia anunciado que irá recorrer da decisão, por discordar "veementemente" do entendimento judicial
A universidade baiana argumenta que a aplicação da reserva de vagas no conjunto total do edital respeita a legislação vigente, que reserva 20% das vagas em concursos públicos para pessoas negras, e que o entendimento do juiz contraria tanto a lei quanto a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que já reconheceu a constitucionalidade da política de cotas
"A UFRB se une à UFBA na defesa da legalidade e da legitimidade das cotas, apoiando a posição da universidade de que não há ilegalidade na aplicação dessas políticas, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF)", diz a nota da reitoria.
ENTENDA O CASO
Em setembro de 2024, a UFBA realizou um processo seletivo simplificado para a contratação temporária de professores substitutos, com um total de 83 vagas distribuídas em 26 unidades acadêmicas. Segundo a Lei de Cotas, 16 dessas vagas foram destinadas a candidatos autodeclarados negros.
Na área de "Canto Lírico", vinculada à Escola de Música, Irma Ferreira Santos foi aprovada nas vagas reservadas e chegou a assumir o cargo. No entanto, uma candidata que não foi convocada ingressou com uma ação judicial questionando a contratação, alegando que a reserva de vagas deveria ser aplicada dentro de cada área específica do concurso, e não sobre o total de vagas ofertadas no edital.
Inicialmente, a Justiça concedeu uma liminar determinando a reserva da vaga para a autora da ação. Em dezembro de 2024, o juiz proferiu a sentença definitiva, acolhendo os argumentos da autora e ordenando sua nomeação. Em março de 2025, a UFBA comunicou a decisão à professora Irma, garantindo que está recorrendo da sentença e defendendo a legalidade da metodologia de aplicação das cotas, utilizada desde 2018 e já validada em outros concursos e instituições. O Ministério Público Federal (MPF) também manifestou apoio à metodologia adotada pela UFBA.
A UFRB, em sua nota de solidariedade, reforçou a importância das cotas como ferramenta essencial para combater as desigualdades históricas e promover a diversidade no ensino superior, unindo-se à UFBA na defesa da legalidade e legitimidade dessas políticas.
Leia a nota na íntegra:
"A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) vem a público expressar sua mais profunda solidariedade à Universidade Federal da Bahia (UFBA) em relação ao recente caso envolvendo a aplicação da lei de cotas em um concurso para professores(as) substitutos(as). A decisão judicial que determinou o cancelamento da convocação e contratação de uma professora aprovada por meio de cotas é vista por nós como um retrocesso significativo nas políticas de inclusão e igualdade racial no ensino superior. A UFRB defende firmemente a importância das cotas como uma ferramenta essencial para combater as desigualdades históricas e promover a diversidade nas instituições de ensino superior.
A UFRB entende que a aplicação das cotas é uma medida necessária para garantir que grupos historicamente excluídos tenham acesso igualitário às oportunidades educacionais e profissionais. A decisão da Justiça, nesse contexto, representa um desafio à autonomia universitária e à implementação de políticas afirmativas que visam promover a inclusão e a justiça social. A UFRB se une à UFBA na defesa da legalidade e da legitimidade das cotas, apoiando a posição da universidade de que não há ilegalidade na aplicação dessas políticas, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).
A UFRB manifesta seu apoio incondicional à comunidade acadêmica da UFBA, especialmente à professora Irma Ferreira Santos, que teve seu contrato rescindido em decorrência da decisão judicial. Acreditamos que a continuidade dessas políticas é fundamental para o avanço da educação inclusiva no Brasil. A UFRB se compromete a continuar lutando pela manutenção e fortalecimento das políticas de cotas, garantindo que as instituições de ensino superior permaneçam comprometidas com a promoção da igualdade e da justiça social.
Cruz das Almas, 10 de abril de 2025".
Reitoria da UFRB
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) sediada em Cruz das Almas, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR), abriu inscrições para o processo seletivo da oficina "Axé nas Redes". A iniciativa oferece formação audiovisual para 30 jovens entre 18 a 29 anos, pertencentes a povos e comunidades tradicionais de terreiro e de matriz africana, de todas as regiões do Brasil.
A oficina será realizada online, com encontros virtuais, totalizando 40 horas de carga horária. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até 26 de março de 2025, no site oficial acessível por aqui.
O processo seletivo consiste em preenchimento de formulário de inscrição, análise documental e análise de vídeo de apresentação. Serão oferecidas 6 vagas para cada região do Brasil. Os participantes receberão auxílio de R$ 600,00 para custear o acesso à internet, pago em três parcelas durante a oficina. É necessário comprovar o vínculo com povos e comunidades tradicionais de terreiro e de matriz africana, mediante declaração assinada pela liderança responsável.
A oficina "Axé nas Redes" integra o projeto "Encruza: fortalecimento e valorização das comunidades quilombolas, povos de terreiro e ciganos", do Ministério da Igualdade Racial. O projeto visa ampliar as políticas afirmativas para esses povos e comunidades, promovendo seus direitos, valorização cultural e fortalecimento de identidades.
A vereadora Luana Carvalho, do Partido dos Trabalhadores (PT) informou que entrará com uma ação na justiça contra o Projeto de Lei 006/2025, aprovado pela Câmara de Vereadores do município de Santo Amaro, que reverteu a doação de um terreno à UFRB para a rede de supermercado.
Segundo a vereadora, a aprovação desrespeitou o regimento interno da Casa. Ela teve acesso ao projeto de lei somente no momento da votação, enquanto a norma da Câmara exige antecedência de 24 horas para sessões extraordinárias.
Vale a pena lembrar que vereadora foi o único voto contrario a reversão que o seu partido elegeu 2 nomes na casa. O partido alega que o presidente Lula já havia destinado R$ 1,2 milhão para o projeto arquitetônico do novo campus no terreno, onde funcionava a antiga Siderúrgica Fundição Tarzan, visando atender mais de 500 estudantes.
Com a mudança, a UFRB de Santo Amaro funcionará em uma escola municipal sem estrutura e espaço adequados, segundo a parlamentar.
"Para receber esse Atacadão, por que colocar em um terreno que já foi feito um grande investimento do Governo Federal para o projeto arquitetônico do campus universitário se há outros diversos terrenos na cidade?", questionou Luana Carvalho.
A vereadora lamentou a aprovação do projeto, destacando que o PT não se opõe à instalação da rede de supermercado, mas sim à retirada do terreno cedido à UFRB. "Somos todos a favor da vinda do Atacadão para a geração de emprego e renda para o nosso povo e a fomentação do comércio. O que não aceitamos é a retirada do terreno que já havia sido cedido à UFRB, [sendo] fruto, inclusive, de uma demanda da população, para a rede de supermercado porque há inúmeras outras opções de locais", acrescentou a deputada.
A Câmara de Vereadores de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, aprovou a reversão da doação de um terreno cedido à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A decisão, tomada em sessão extraordinária na quarta-feira (12), contou com o apoio de 13 dos 15 vereadores. O espaço, com área de 60,3 mil m², seria destinado à construção de um novo campus universitário, mas a falta de recursos federais inviabilizou o projeto.
A votação gerou debates acalorados entre os vereadores, como um único voto contra da vereadora Luana Carvalho (PT), que discursou em defesa da UFRB e foi vaiada em meio a galeria, classificou como "um crime a educação pública de Santo Amaro, peço desculpas a UFRB". "A luta só está começando".
Os favoráveis à medida defenderam que a destinação do terreno para a iniciativa privada trará geração de empregos e renda à cidade. Já a comunidade acadêmica se posiciona contra a reversão e alega que a decisão compromete o futuro do ensino superior na região, como afirma a representante sindical Renata Gomes em entrevista ao Bahia Notícias.
"É o mesmo grupo político, um grupo de direita. A maioria dos vereadores são de direita e não tem simpatia pela universidade pública. Eles criam uma falsa oposição para colocar a população de Santo Amaro, que é a maior beneficiada pela universidade, contra a própria universidade, como se para a geração de emprego, seja a instalação de uma fábrica, seja a instalação de uma [rede supermercado], fosse preciso escolher entre uma coisa ou outra, ou botar a UFRB. Na verdade, o território de Santo Amaro é imenso e há lugar para outras empresas privadas", declarou a doutora Góes.
A Reitoria da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) também se manifestou nesta quinta-feira (13), demonstrando "profunda indignação" com a decisão da Câmara de Vereadores, e alegou que vai buscar recorrer à decisão se necessário.
Em nota, a reitoria destacou que a UFRB é a "maior política pública da história do Recôncavo da Bahia" e que a decisão do executivo municipal "rompe, de maneira unilateral, este pacto", constituindo um retrocesso para a consolidação da instituição em Santo Amaro. A reitoria afirmou que a UFRB continua à disposição para o diálogo com as autoridades municipais "no sentido de garantir o futuro da Instituição no município."
Apesar do planejamento, os recursos para a execução da obra nunca foram repassados. Em setembro de 2023, o Governo Federal relançou o PAC, com previsão de R$ 240 bilhões em investimentos, mas o campus de Santo Amaro não foi incluído no programa. Segundo Rita Dantas, diretora da UFRB na cidade, a prioridade foi dada a obras já iniciadas. O projeto arquitetônico chegou a ser elaborado, com custo estimado em R$ 45 milhões.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) manifestou solidariedade à UFRB, repudiando a decisão da Câmara Municipal. O reitor Paulo Miguez expressou "completa e total solidariedade" à reitora Georgina Gonçalves dos Santos, destacando que a decisão é contrária à expansão da educação pública superior na Bahia.
ENTENDA O CASO
O impasse sobre a propriedade do terreno, onde funcionava a antiga Siderúrgica Fundição Tarzan, se estende há mais de uma década. A UFRB recebeu a doação do espaço em dezembro de 2012, por meio de escritura pública firmada com a prefeitura de Santo Amaro.
Ainda em 2013, a universidade aprovou a criação do Campus de Santo Amaro e do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), com a previsão de transformar as ruínas em um centro acadêmico pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas
Imagem do terreno vista de cima | Foto: Reprodução / Google Street View
Diante da inatividade do terreno, a Câmara aprovou o Projeto de Lei 006/2025, de autoria do Executivo municipal, que devolve a área ao patrimônio da prefeitura. A expectativa, conforme discutido na sessão, é que o espaço seja repassado a uma empresa privada para a construção de um supermercado.
O sindicato dos professores da UFRB (APUR) também se manifestou contra a reversão do terreno. Em nota, a entidade destacou que a medida coloca em risco a presença da universidade em Santo Amaro e exigiu a retirada da matéria da pauta da Câmara de Vereadores.
O terreno, localizado na área urbana da cidade, às margens do Rio Subaé, foi destinado em 2012 para a instalação do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT). Desde então, a UFRB aguarda recursos para viabilizar o projeto, dada sua grande dimensão e complexidade.
Enquanto isso, o Centro funciona provisoriamente em um prédio cedido, de uma escola de ensino básico, oferecendo sete cursos de graduação e um programa de Mestrado na área da Cultura.
Essa não é a primeira tentativa do prefeito de reverter a doação do terreno. Em 2020, durante a pandemia de coronavírus, Flaviano, que já ocupava a prefeitura, tentou aprovar um projeto de lei para transferir o terreno a uma indústria química de São Paulo.
Agora, mais uma vez, a comunidade acadêmica e a população local se mobilizam contra a tentativa de revogar a doação do terreno, desta vez para a instalação de um atacadão. Estudantes e professores se organizaram para participar da sessão e defender a permanência do projeto universitário na cidade.
Um novo estudo do AD Scientific Index 2025, publicado na última quarta-feira (25) de Natal, revelou que pesquisadores baianos da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) estão entre os mais influentes do mundo em algumas áreas do conhecimento global nos últimos anos.
O ranking, que avalia cientistas com base em indicadores como o índice H, índice i10 e contagem de citações, posicionou diversos professores da instituição entre os melhores em suas respectivas áreas. Na Bahia, a Ufba é a vencedora de largada com a 17ª posição nacional entre as instituições com mais citações de pesquisa e trabalhos em diferentes campos do conhecimento.
Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da UFBA na capital baiana | Foto: Reprodução / Google Maps
Nomes de pesquisadores da Bahia como Maurício L. Barreto (Ciências Médicas e da Saúde), Álvaro A. Cruz (Outros), Iuri M. Pepe (Outros), Naomar Almeida Filho (Ciências Médicas e da Saúde) e Roberto Badaró (Ciências Médicas e da Saúde) estão entre os mais bem classificados da Ufba, demonstrando a excelência da pesquisa desenvolvida na universidade:
- Maurício L. Barreto: 49.927 citações
- Álvaro A. Cruz: 44.475 citações
- Iuri M. Pepe: 25.698 citações
- Naomar Almeida Filho: 22.012 citações
- Roberto Badaró: 14.793 citações
Departamento de Física da UEFS em Feira de Santana | Foto: Reprodução / UEFS
Já na UEFS, os pesquisadores mais citados foram Germano P. Guedes (Ciências Naturais / Física), Luciano Paganucci De Queiroz (Ciências Naturais / Ciências Biológicas), Tania Maria De Araújo (Outros), Eduardo Oliveira Miranda (Educação / Educação) e Cássio Van Den Berg (Agricultura e Silvicultura / Ciência Vegetal):
- Germano P. Guedes: 26.745 citações
- Luciano Paganucci De Queiroz: 17.494 citações
- Tania Maria De Araújo: 11.705 citações
- Eduardo Oliveira Miranda: 6.914 citações
- Cássio Van Den Berg: 11.931 citações
Apesar de parecer um número muito alto, o pesquisador brasileiro mais citado foi o professor Gilvan Augusto Alves, do Centro Brasileiro de Pesquisas Física, que sozinho teve 274 mil citações no mesmo período.
Mesmo assim, a Ufba se classificou muito bem em engajamento com pesquisadores de universidades internacionais de outros países, sendo uma referência em países da América Latina e África. Neste ano, subiu algumas posições no continente asiático. Como já revelado antecipadamente por outro ranking de avacalhação internacional, o QS University.
E a Bahia?
Quando analisamos o ranking do AD Scientific Index 2025 entre as universidades baianas, há uma larga diferença entre as posições. No geral, a medalha de prata fica com a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) com o bronze, simbolizando o 2° e 3° lugar do pódio baiano.
Cada uma tem sua área de maior prestígio entre as 13 áreas analisadas entre mais de 24 mil instituições de pesquisa. No geral, a Universidade Federal da Bahia (Ufba) teve resultados superiores em todos os campos de estudo analisados no estado da Bahia.
Portaria principal da Universidade Federal da Bahia em Ondina, Salvador. | Foto: Reprodução / Google Street View
Quando é observado a Análise Anual do Desempenho Acadêmico, ou seja, o número de citações de pesquisadores e cientistas por cada universidade baiana, as três instituições mais prestigiadas, conforme ranking universitário da Folha, se destacam nas seguintes áreas acadêmicas:
No topo, a UFBA se destaca nas áreas de Ciências Humanas, Artes e Humanidades e Ciências Sociais, ocupando as posições 6ª e 7ª tanto no Brasil quanto na América Latina. Por outro lado, a UEFS e a Uesc ficam muito abaixo nesses campos, mas se destacam em outras categorias.
A Uesc, por exemplo, obteve o 26º lugar nacional e o 37º na América Latina em Agricultura e Silvicultura. Já a UEFS obteve sua melhor classificação em Educação, com a 36ª posição no Brasil e a 78ª na América Latina.
Quando pensamos nas instituições de ensino superior da Bahia, as 10 instituições com cientistas mais citados, conforme o ranking em classificações nacionais, foram:
- Universidade Federal da Bahia (UFBA): 17ª
- Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS): 71ª
- Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc): 89ª
- Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb): 126ª
- Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública: 128ª
- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB): 142ª
- Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab): 145ª
- Universidade do Estado da Bahia (Uneb): 183ª
- Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob): 195ª
- Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB): 229ª
O ranking do AD Scientific Index demonstra o impacto global da pesquisa realizada no estado. Os pesquisadores da universidade são reconhecidos internacionalmente por suas contribuições em suas respectivas áreas, colaborando com pesquisadores de diversas partes do mundo e publicando em revistas de alto impacto.
Apesar dos resultados positivos, o ranking continua em fase beta, e novas atualizações podem alterar as posições dos pesquisadores. No entanto, os resultados preliminares já demonstram o potencial da Ufba em continuar crescendo e se consolidando como uma instituição de excelência em pesquisa.
"In Altum" expressão em latim que significa "para o alto", é mais que o lema da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), um reflexo do seu desempenho no cenário acadêmico. Consolidando-se como a segunda melhor universidade da Bahia, a Uesc alcançou uma nota de 60,72 no mais recente Ranking Universitário da Folha (RUF), ficando atrás apenas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que lidera a Bahia com 87,09.
A Universidade Estadual de Santa Cruz tem um campus único entre Ilhéus e Itabuna, imersa em um ambiente de Mata Atlântica, fundada a partir da união de diversas faculdades privadas na década de 1960. A universidade oferece uma formação de qualidade, comprovada pelo conceito 4 obtido no Índice Geral de Cursos (IGC) do Ministério da Educação, o que demonstra seus bons resultados acadêmicos.
Imagem do campus Soane Nazaré de Andrade em Ilhéus | Foto: Reprodução / UESC
O ranking avalia diversos aspectos das instituições, como internacionalização, ensino, pesquisa, inovação e mercado, sempre considerando tanto a graduação quanto a pós-graduação. Ensino e pesquisa são os aspectos que têm maior peso na nota final. Entre as universidades do interior da Bahia, a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) ficou em 3º lugar, e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) ficou em 4º lugar.
Em âmbito nacional, entre as baianas a UFBA se manteve novamente entre as 20 melhores do país. A UESC, por sua vez, ficou na 66ª posição, e a UEFS se manteve próxima, na 68ª. UESC e UEFS mantêm a dobradinha de segunda e terceira melhores do estado da Bahia desde as avaliações de 2018.
Entrada principal de Ondina da Universidade Federal da Bahia em Salvador | Foto: Reprodução / UFBA
O ranking também avalia os cursos de graduação, mapeando os mesmos critérios para os resultados. A UFBA obteve resultados positivos em cinco de seus melhores cursos na área de humanas, com destaque especial para Administração de Empresas (8º), Ciências Contábeis (6º), Comunicação (6º), Psicologia (8º) e Pedagogia (8º). Já a UESC alcançou boas colocações em cursos mais voltados às ciências da natureza, como Medicina (37º), Medicina Veterinária (41º), Economia (50º), Agronomia (57º) e Química (57º)
Outras universidades também apareceram em posições consideráveis no ranking, entre as mais bem avaliadas no estado baiano: a Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) na 5ª posição, a Universidade Salvador (Unifacs) na 6ª, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) na 7ª, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) na 8ª, a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) na 9ª e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) na 10ª. Há um empate entre a UFOB e a Unilab, mas a Unilab também aparece na 11ª posição.
Quando são consideradas as melhores do ponto de vista nacional, a Universidade de São Paulo (USP) ficou em 1º lugar, com a Unicamp em 2º, ambas muito próximas. Já o terceiro lugar foi ocupado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destacando o eixo Sul-Sudeste. A UFBA ficou em 18º lugar na avaliação de 2024, perdendo o posto de melhor do Nordeste para as federais de Pernambuco (UFPE), que ficou em 11º, e do Rio Grande do Norte (UFRN), que alcançou a 16ª posição.
Você pode consultar mais detalhes, como os cursos e quais têm as maiores notas em áreas específicas, especializações de pós-graduação e graduação, na avaliação do ranking universitário da Folha de 2024 aqui.
Uma estudante de agronomia sofreu um grave acidente na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em meio à troca de aulas no Pavilhão 2 do campus de Cruz das Almas. A parede divisória do banheiro desabou sobre sua perna, causando ferimentos graves no dia 12 de setembro. A aluna não conseguiu andar e precisou utilizar uma cadeira de rodas.
Camila Alcântara é uma estudante veterana do curso de Agronomia da UFRB, a mesma teve a oportunidade de representar a universidade até mesmo em programa de intercâmbio na França. Em uma manhã, ela saía de uma aula para outra, no Pavilhão 2, quando teve que usar o banheiro. Enquanto lavava as mãos, uma divisória de mármore caiu em cima de sua perna.
“Eu estava lavando a mão, uma colega entrou no banheiro para usar. A porta desse banheiro não fecha. Nesse momento uma das paredes da divisória caiu, por sorte eu não tava mais para trás, a ponta dessa parede caiu e na minha panturrilha. A dor foi insuportável”, conta a estudante em entrevista.
Fotografias do estado do banheiro do Pavilhão 2 | Foto: Reprodução / Camila Aiala Alcântara
Em entrevista ao Bahia Notícias, a estudante expôs os detalhes do ocorrido e denunciou a postura da universidade, que, além de demorar a tomar providências, demonstrou negligência diante de seus pedidos de ajuda.
“Eu sentia muita dor, não conseguia mais andar. E o meu calcanhar e a panturrilha foram inchando na hora, tanto que eu me apoiei na bancada da pia e uma colega puxou o sapato porque estava inchando. Foi quase que imediato o inchaço. Eu não consegui mais andar. Eu não consegui mais apoiar o pé no chão”, descreveu a estudante.
Momento em que a estudante recebe ajuda do funcionário até o estacionamento | Foto: Reprodução / Estudante da UFRB
Após sentir fortes dores, uma colega e um funcionário levaram Camila para o estacionamento em uma cadeira de rodas, demorando 50 minutos para conseguir cuidados médicos. Para Camila, não faz sentido culpar os funcionários e técnicos, pois eles não foram treinados para prestar ajuda.
“Na verdade, eles não sabiam muito bem, eu entendo a situação, eu não culpo eles. É um erro da universidade, [os funcionários] não têm treinamento para primeiros socorros. Não tem ninguém que tenha treinamento, nenhum protocolo. Ficaram sem sabe o que fazer e chamaram o Samu”, relata Camila sobre o caso.
Em meio a isso, ela procurou a UFRB na mesma semana e, após ser ignorada em diversos e-mails, a aluna recebeu uma resposta que não havia protocolo para lidar com a situação.
O primeiro atendimento que a estudante recebeu foi em uma Unidade de Pronto Atendimento de Cruz das Almas. Contudo, não havia um ortopedista que pudesse a ajudar. Camila Alcântara precisou desembolsar o valor do próprio bolso para conseguir o atendimento necessário em uma rede privada.
“Paguei por todo o procedimento. Paguei o ortopedista, paguei pelos exames e a resposta da universidade de início foi que eles não tinham protocolo para esse tipo de atendimento, que eles não sabiam muito bem o que fazer, como prosseguir, porque não tinha protocolo para isso, que era para eu aguardar. Depois de duas semanas enviando vários e-mails, a UFRB respondeu falando que eles me dariam um auxílio emergencial de 300 reais. Parcela Única”, detalha a estudante.
E-mail em que Camila detalha as dificuldades enfrentadas também sem resposta | Foto: Reprodução / Gmail da Estudante
O Bahia Notícias teve acesso aos e-mails trocados entre a estudante e a universidade. A instituição superior demorou mais de um mês para responder à solicitação da estudante, confirmando a participação nos custos do acidente ocorrido em 12 de setembro. Durante esse período, entre 12 de setembro e 14 de outubro, a estudante enviou diversos e-mails que permaneceram sem resposta.
E-mail não respondido sobre reunião com a UFRB sobre o acidente | Foto: Reprodução / Gmail da Estudante
“Só uma consulta foi 290 reais. Eu gastei uns R$ 500 ou R$ 550 em consultas pelo que vi. Além do que posso comprovar com nota fiscal, fiquei mais de uma semana sem conseguir fazer as coisas. Não tinha como importunar as pessoas o tempo todo, fazer as coisas para mim. Pedia comida e um amigo tinha que buscar para mim”, explica Camila sobre as condições financeiras não atendidas.
E-mail da UFRB com uma resposta definitiva agendada, 1 mês após o acidente | Foto: Reprodução / Gmail da Estudante
No final de setembro, Camila, uma estudante em vulnerabilidade social, enviou um e-mail solicitando acesso ao Restaurante Universitário (R.U) da UFRB. O R.U oferece alimentação para estudantes bolsistas, mas a solicitação de Camila não obteve resposta até o momento.
“Fiz uma solicitação a universidade de auxílio do Restaurante Universitário, sou uma aluna em vulnerabilidade econômica comprovada. Não liberaram o acesso apara mim, eu não poderia ir, mas um amigo poderia pegar para mim”, conta a estudante.
E-mail respondido parcialmente sobre acesso ao Restaurante | Foto: Reprodução / Gmail da Estudante
O Bahia Notícias conversou com diversos estudantes do campus de Cruz das Almas questionando sobre as condições de infraestrutura das unidades da federação. Alguns temem represálias por parte da instituição e pediram anonimato.
Para uma estudante de 2° semestre de Agronomia, a infraestrutura sempre foi antiga e deixa a desejar, destacando sobretudo os prédios dos pavilhões de aulas. Além do Pavilhão 2 que Camila Alcântara sofreu o acidente, os outros dois pavilhões responsáveis por abrigar aulas também estão em precaridade.
“O 1 está bem precário em estrutura, tanto nos sanitários, quanto em sala de aula. Tem algumas partes dos pavilhões antigos que possuem muita umidade na parede, piso quebrado. O campus possui 3 pavilhões de aulas e o melhor em infraestrutura é o 3, porque é o mais recente”, conta a estudante em entrevista.
Além dos prédios, a universidade conta com um sistema interno de transporte público que não é da melhor qualidade para mesma estudante. Em entrevista ao Bahia Notícias, ela comentou que: “Já cansei de várias vezes passar pelo ônibus e ver ele com mais gente do que a capacidade máxima. Não tem ar condicionado, é apenas um ônibus e super antigo. Ele é muito pequeno para quantidade de alunos que circulam no ônibus”.
Para Mikael Nunes, estudante no mesmo campus, além do descaso “notório” da infraestrutura dos pavilhões de aula, os estudantes não têm se manifestado o suficiente, reivindicando o final de precaridades por todo o campus.
“Os forros das salas costumam ter buracos, muito abandono de material, cadeiras, equipamentos de informática. Fora os laboratoriais. Aqui normalmente os estudantes não se unem. Como, por exemplo, outros campus, como de humanas em Cachoeira. Aqui é muito difícil no sentido do interesse dos alunos mesmo”, comenta Mikael.
Em nota oficial divulgada na última terça-feira (15), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) alertou para os graves impactos dos recentes cortes orçamentários sobre suas atividades. Segundo a instituição, “o bloqueio de recursos anunciado pelo governo federal está comprometendo o pagamento de contas básicas, como energia elétrica, e pode levar à interrupção de serviços essenciais e à paralisação de atividades acadêmicas”.
A UFRB ressaltou que a situação financeira das universidades federais já era crítica antes mesmo dos novos cortes, e que a falta de recursos coloca em risco a qualidade da educação pública no país. Para a estudante que sofreu o acidente, isso não pode ser usado como justificativa de uma negligência em seu atendimento e a falta de manutenção constante.
Trechos da Nota publicada na última terça-feira pela UFRB | Foto: Reprodução / Site da Reitoria
“Acredito que esse corte do governo, essa limitação de verbas obviamente vai impactar na infraestrutura. Mas acho que tem mais de coisas também que precisam ser pagas de imediato, sabe? Água, luz. Mas a manutenção dos pavilhões ela está péssima há anos”, questiona antecipadamente a estudante.
A equipe de reportagem do Bahia Notícias, além de buscar um posicionamento da reitoria, encaminhou as denúncias e queixas dos estudantes do campus, porém, até o momento, não houve retorno.
A 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) reconheceu, por unanimidade, o direito de reintegração de uma professora ao quadro da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Ela havia sido demitida por suposto abandono de cargo.
Segundo consta nos autos, a professora pediu à UFRB licença formal de afastamento do país para realização de estágio no exterior e, para viabilizar o seu afastamento sem prejuízos, ela conseguiu concentrar e condensar as aulas com ciência da reitoria e regular processo administrativo.
O colegiado manteve a sentença que determinou a reintegração da professora e o pagamento retroativo dos vencimentos, férias indenizadas e auxílio-alimentação referentes ao período em que foi demitida. Para a Turma, que acompanhou o relator, desembargador federal Morais da Rocha, a demissão foi indevida porque não ficou comprovada a ausência intencional da servidora.
Quando a professora reuniu a documentação exigida para o afastamento, o país de destino, Inglaterra, mudou as regras de circulação de estrangeiros, ocasionando atraso na sua partida?ante a exigência de nova documentação em evidente situação de força maior (Ato de Estado Nacional Estrangeiro).
Durante esse período, a professora não retornou à universidade, pois já tinha executado seu trabalho previsto para aquele semestre letivo com o aval de todos os possíveis interessados e que tinham pleno conhecimento do retardamento da?viagem.
Ainda assim, ela buscou formalmente a UFRB, expôs o problema?e requereu prorrogação da licença,?deferida pela chefia imediata e pela reitoria. Só então se ausentou do país e?conseguiu cursar o estágio no exterior.
No entanto, quando a professora retornou, ela foi surpreendida com a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apuração de suas faltas e com a demissão do serviço público federal por não ter a servidora ido ao trabalho no período em que havia obtido licença formal da instituição.
Para o relator, o elemento subjetivo que caracteriza o animus abandonandi deve ser apreciado com cautela, considerando não somente as ausências injustificadas, mas também as razões que motivaram a professora a não retornar ao exercício do cargo.
Para a caracterização do abandono de cargo é necessário o preenchimento de dois requisitos: o cenário de faltas injustificadas no período de 30 dias consecutivos ao trabalho e a demonstração do ânimo específico de abandonar o cargo (animus abandonandi).
“No caso dos autos, correta a sentença que reconheceu a ausência de dolo, ou seja, da intenção de abandonar o cargo, pois as circunstâncias do afastamento foram alheias à vontade da servidora, que?agiu com boa-fé perante a Administração?comunicando todos os fatos”, concluiu o magistrado.
A sentença mantida pelo TRF-1 também havia destacado que, tendo sida?deferida a prorrogação do afastamento,?a instauração de processo administrativo foi contraditória, pois gerou quebra da legítima expectativa da servidora de fluir a prorrogação da licença para concluir curso que, em última análise, beneficiaria a própria instituição e seu corpo discente, pois o conhecimento obtido seria empregado na atividade docente.
Marcado para acontecer nesta quarta-feira (24), no Fórum Augusto Teixeira de Freitas, em Cachoeira, o júri popular do feminicídio da jovem quilombola Elitânia de Souza foi adiado novamente. Esta é a quinta vez que o julgamento de Alexandre Passos Silva Góes, acusado de matar a jovem, é remarcado.
De acordo com informações divulgadas pelo Odara - Instituto Mulher Negra, o júri ocorrerá no dia 31 de julho, às 9h30. A remarcação do júri foi feita por despacho disponibilizado no sistema na noite de segunda-feira (22), menos de 48 horas antes do julgamento, o que, segundo Letícia, impacta na mobilização de todas as pessoas envolvidas.
Com o adiamento, também foi remarcado para o dia 31, às 8h, o ato organizado pelo Odara e pela Tamo Juntas – Assessoria Multidisciplinar Gratuita para Mulheres, que convocam ativistas e pessoas sensíveis ao caso para se reunir na frente do fórum para um ato público por justiça para Elitânia e outras mulheres negras vítimas da violência e do feminicídio.
Maria Leticia Ferreira, advogada da Tamo Juntas, organização que faz a assistência de acusação junto ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) no caso, pontua que mais um adiamento “causa indignação em razão do longo tempo desde o crime, da revitimização imposta aos familiares, além da necessidade de intimar novamente todos os jurados e testemunhas”.
Alexandre será julgado por homicídio duplamente qualificado (feminicídio e por ter sido à traição, emboscada). A expectativa das advogadas Maria Leticia Ferreira e Rosane Muniz, da Tamo Juntas, é que Alexandre seja condenado com todas as qualificadoras.
O CASO
No dia 27 de novembro de 2019, a estudante do 7º período do curso de Serviço Social, Elitânia de Souza da Hora, de 25 anos, caminhava para casa acompanhada de uma amiga após ter aulas no campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em Cachoeira, quando foi surpreendida e morta a tiros por Alexandre, que não aceitava o fim do relacionamento.
Informações preliminares confirmam que Elitânia já vinha relatando às pessoas mais próximas sobre as agressões e ameaças que sofria do ex-companheiro, já havia prestado duas queixas contra ele, e estava sob medida protetiva concedida pela Justiça para impedir a aproximação do agressor.
Acusado pelo feminicídio da jovem quilombola Elitânia de Souza no Recôncavo baiano, Alexandre Passos Silva Góes vai a julgamento no dia 24 de julho. O júri popular será no Fórum Augusto Teixeira de Freitas, na cidade de Cachoeira – local do crime –, às 8h. Alexandre será julgado por homicídio duplamente qualificado (feminicídio e por ter sido à traição, emboscada).
Antes do início do julgamento, no entanto, ativistas de movimentos sociais vão se reunir na frente do fórum para um ato público por justiça para Elitânia e outras mulheres negras vítimas da violência e do feminicídio (veja mais). A manifestação está marcada para às 7h.
Elitânia de Souza da Hora, de 25 anos, era estudante do 7º período do curso de Serviço Social. No dia 27 de novembro de 2019, enquanto caminhava para casa acompanhada de uma amiga após ter aulas no campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) foi surpreendida e morta a tiros por Alexandre, que não aceitava o fim do relacionamento.
Elitânia já vinha relatando às pessoas mais próximas sobre as agressões e ameaças que sofria do ex-companheiro, já havia prestado duas queixas contra o mesmo, e estava sob medida protetiva concedida pela Justiça para impedir a aproximação do agressor.
A expectativa das advogadas Maria Leticia Ferreira e Rosane Muniz, da Tamo Juntas - Assessoria Multidisciplinar Gratuita para Mulheres, organização responsável pela assistência de acusação do caso junto ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), é que Alexandre seja condenado com todas as qualificadoras.
Conhecida como “Cidade dos Dinossauros”, o município de Santa Inês, no Vale do Jiquiriçá, vai inaugurar o primeiro Núcleo Histórico Ferroviário da Bahia. Em parceria com Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), o novo equipamento histórico cultural do município é o segundo do Nordeste neste modelo.
A inauguração do museu, que deve ocorrer no dia 29 de maio, às 19h, também deve trazer à tona aspectos significativos da história férrea baiana, em especial de Santa Inês, desde a fundação da Estrada de Ferro Nazaré em 1869, que marcou o início de uma era de progresso econômico para a região.
Fruto de um convênio de cooperação técnica entre a UFRB, no âmbito do Projeto MUSINÊS, A expografia do museu contará com suportes tecnológicos que aproximarão o público das histórias apresentadas nos espaços, incluindo um vagão cinematográfico.
A cessão e reforma do vagão de 18m, com o apoio do Governo do Estado da Bahia e da Companhia do Transporte da Bahia (CTB), também permitirão uma imersão cultural onde a trajetória de Santa Inês será contada como “a princesinha do Vale do Jiquiriçá”, cuja produção de fumo, sisal e café era escoada por meio da ferrovia.
Um grupo de estudantes da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) em Santo Amaro iniciou, há cerca de 10 dias, uma ocupação do campus em reivindicação por auxílios estudantis e reestruturação de políticas afirmativa para permanência na universidade. Ao Bahia Notícias, um grupo de 28 alunos do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult) definiram que as condições estruturais do centro ajudam a impulsionar as taxas de evasão da instituição.
Acampados no local desde o dia 10 de maio, o grupo conta que também elaborou propostas de reivindicação para a Pró-Reitora de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (PROPAAE), tendo sido apresentadas no dia 14. Na ocasião foram produzidos dois documentos, sendo eles, uma lista de estudantes na fila de espera pelo auxílio de permanência e propostas para a implantação do auxílio emergencial - este que foi anunciado pela universidade durante a greve; e um requerimento de atualizações no Programa de Permanência Qualificada (PPQ), como aumento de vagas para o campus, bem como o aumento dos valores dos auxílios e solicitações estudantis anteriores a greve.
Em nota, os alunos detalharam que “desde a deflagração da greve nacional dos técnicos administrativos, que foi iniciada em fevereiro de 2024, tivemos a suspensão do Edital 002/2024 da PROPAAE de auxílio permanência qualificada (PPQ) impactando a permanência dos discentes e principalmente os calouros”. Além disso, eles contam que, desde 2023, os discentes do campus não são contemplados com novas vagas nos auxílios de permanência.
Além dos auxílios financeiros, o movimento estudantil também reivindica que a manutenção e reestruturação física do campus é necessária. Segundo os universitários, além da a Residência e Restaurante Universitário - este que hoje custa R$ 4,50 para os bolsistas e R$ 20 para os demais alunos -, a construção do campus é uma demanda estudantil antiga. Atualmente o Cecult está locado em uma escola municipal, cedida pela prefeitura do município de Santo Amaro da Purificação.
Considerando que diversos estudantes da universidade não possuem famílias no município ou outras fontes de renda, muitos optam por deixar Santo Amaro e retornar para as cidades de origem, em diversas partes da Bahia. Segundo interlocutores no campus de Cruz das Almas, o cenário se repete. Uma discente da universidade conta que, mesmo após a deflagração da greve, algumas turmas mantém atividades no campus, e a falta de acesso a auxílios ou o atraso das bolsas de pesquisa causam problemas.
“É uma grande realidade de Cruz [das Almas], assistir a aula de uma matéria só, acaba que atrapalha muito. É um gasto desnecessário, é muito dinheiro, porque, além do aluguel que a gente já paga, tem os gastos relacionados à alimentação, a necessidade do dia a dia, então ficar, vamos supor, três meses de greve só para ter aula de uma matéria, é inviável”, detalha.
Universidade Federal do Recôncavo Baiano, campus de Cruz das Almas | Foto: Divulgação / UFRB
Isso ocorre, pois apesar de legalidade da greve, parte dos professores, incluindo docentes substitutos - que possuem contrato por tempo limitado com a universidade -, não aderiram completamente à paralisação das atividades. A aluna conta ainda que devido à greve dos servidores administrativos da universidade, deflagrada em fevereiro, as bolsas chegaram a ser pagas com mais de uma semana de atraso desde o início do ano, prejudicando a organização financeira dos estudantes.
Quando procurada pelo Bahia Notícias, a UFRB afirmou que “reconhece como justa e legítima as reivindicações e lutas de sua comunidade acadêmica” e alega que, atendendo ao pedido dos estudantes, foi disponibilizado um novo edital de auxílio emergencial temporário, com 300 vagas. No entanto, apesar da disponibilização dos auxílios emergenciais, os alunos do Cecult em Santo Amaro seguem a espera de um diálogo mais direto com a UFRB, especialmente com relação à estrutura do campus.
Confira na íntegra a nota disponibilizada pela instituição:
“A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) reconhece como justa e legítima as reinvindicações e lutas de sua comunidade acadêmica. A Instituição tem em sua política de permanência e assuntos estudantis um de seus pilares, garantindo à sua comunidade condições básicas para o desenvolvimento de suas potencialidades, visando a inserção cidadã, cooperativa, propositiva e solidária nos âmbitos cultural, político e econômico da sociedade e o desenvolvimento regional. Neste sentido, a UFRB informa que os auxílios e bolsas para estudantes já vinculados às Pró-Reitorias de Graduação; Extensão e Cultura; Pesquisa, Pós-Graduação, Criação e Inovação; e Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis estão sendo pagas regularmente, mesmo durante as greves dos(as) técnicos(as) administrativos(as) e docentes. Ademais, visando atender a estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica e que não possuem algum tipo de auxílio, foi lançado no último dia 15 de maio um edital com 300 vagas de auxílios emergenciais temporários. Do mesmo modo, a Universidade reafirma a importância dos(as) professores(as) substitutos(as) para sua política de ensino e garante que todos os direitos serão plenamente preservados.”
Morreu, nesta terça-feira (21), no município de São Félix, na região metropolitana de Salvador, a sambadeira, mestra ceramista e líder comunitária Ricardina Pereira da Silva, a Dona Cadu, aos 104 anos.
Nascida no dia 14 de abril de 1920, a Fazenda Pilar, em São Félix, se mudou para o Povoado de Coqueiros, em Maragogipe aos 22 anos após se casar. Figura simbólica do município, Dona Cadu era a ceramista mais antiga em atividade no Brasil.
Em 2020, Dona Cadu foi titulada pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) como Doutora Honoris Causa, pela sua contribuição à cultura local do recôncavo baiano, e posteriormente, em 2021, foi reconhecida também pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A ceramista também foi identificada como “Tesouro Vivo”, com base nos termos propostos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Moradora de Maragogipe, Dona Cadu se sentiu mal na segunda-feira (20), mas realizou algumas atividades na manhã de hoje e ao descansar, faleceu. Não há informações se ela estava enfrentando algum problema de saúde. Em nota, a família agradeceu as orações e o apoio da comunidade
“Com imensa dor e pesar, comunicamos o falecimento da querida Dona Cadu, que partiu nesta madrugada, deixando um vazio imenso em nosso corações. Dona Cadu era uma mulher amável, com coração gigante, bondosa, alegre e amável. Sua presença sempre alegrava o ambiente e ela deixará saudades eternas em todos que a conheceram. Ainda não temos detalhes sobre o funeral e velório. Assim que as informações forem definidas, comunicaremos a todos. Agradecemos as orações e o apoio neste momento difícil”.
O velório de Dona Cadu aconteceu na Câmara de Vereadores de Maragogipe, e às 14h30 desta terça-feira (21), ocorrerá uma missa na Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Coqueiros e o sepultamento está marcado para às 17h30, também em Coqueiros. A UFRB também publicou, nesta terça-feira, uma nota em homenagem a Doutura e declarou luto oficial de três dias na instituição. Confira a nota na íntegra:
“A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento da mestra da cultura popular do Recôncavo Ricardina Pereira da Silva, conhecida carinhosamente como Dona Cadu, na madrugada desta terça-feira, dia 21 de maio de 2024, aos 104 anos.
Nascida em 14 de abril de 1920 na cidade de São Félix, Recôncavo da Bahia, Dona Cadu era uma mulher negra, mãe, líder comunitária, guardiã de saberes ancestrais, memória viva de confluências afro-indígenas, sambadeira e a mestra ceramista mais antiga de Coqueiros, distrito de Maragogipe, Bahia, dedicando mais de 90 anos ao ofício.
Em 2020, Dona Cadu foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa pela UFRB, e em 2021 pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Estes títulos são conferidos a personalidades eminentes, nacionais ou estrangeiras, que se destacaram pelo saber e/ou pela atuação em prol das ciências, artes, filosofia, letras, culturas, e pelo desenvolvimento e entendimento dos povos, cuja contribuição tenha sido de alta relevância para o país ou para a humanidade.
No Memorial Valorativo, Dona Cadu é identificada como “Tesouro Humano Vivo” nos termos propostos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), enquanto uma das mais significativas personalidades difusoras da tradição oral, poética e performática de tradições do Recôncavo. A sua trajetória é definida por um reconhecimento de singularidade por suas atividades de ceramista, de sambadeira e de rezadeira, sendo uma grande referência da cultura do Recôncavo da Bahia de ancestralidade africana e indígena.
A reitora Georgina Gonçalves declara luto oficial de três dias na UFRB.
Ao expressarmos nossas condolências, manifestamos nosso apoio e solidariedade aos amigos, familiares e a toda comunidade acadêmica.”
A mestra em cultura popular do Recôncavo, Ricardina Pereira da Silva, conhecida como Dona Cadu, teve a morte confirmada pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) na madrugada desta terça-feira (21), aos 104 anos.
Conhecida na região pelo trabalho prestado para a sociedade e considerada um Tesouro Humano Vivo, Dona Cadu nasceu na cidade de São Félix, e era líder comunitária, guardiã de saberes ancestrais, sambadeira e a mestra ceramista mais antiga de Coqueiros, distrito de Maragogipe.
Em 2020, Dona Cadu recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela UFRB, e em 2021 pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), que são conferidos a personalidades que se destacaram pelo saber e/ou pela atuação em prol das ciências, artes, filosofia, letras, culturas, e pelo desenvolvimento e entendimento dos povos, cuja contribuição tenha sido de alta relevância para o país ou para a humanidade.
A UFRB decretou luto oficial de três dias.
Gleysa Teixeira Siqueira, historiadora, escritora e mestre em Ciências Sociais, marcou presença na Bienal do Livro Bahia, nesta sexta-feira (26), com seu livro "Uma História de 'Cabeluda': Mulher, Mãe e Cafetina". O livro, que se destacou nas últimas edições da FLICA, apresenta trajetórias de mulheres frequentemente ignoradas pela sociedade. A publicação é oriunda da dissertação de mestrado da docente na Universidade Federal do Recôncavo (UFRB).
Considerada líder de vendas nas edições anteriores, a obra recebeu aclamação do público por quebrar tabus e abordar questões importantes sobre a vida das mulheres, especialmente em contextos históricos como o de Cachoeira, Bahia.
Com uma narrativa envolvente, o livro despertou interesse por revelar histórias pouco exploradas e trazer à luz a vida de mulheres que muitas vezes são invisibilizadas pela sociedade.
A Secretaria da Educação do Estado (SEC) iniciou, nesta terça-feira (9), a matrícula para os selecionados no Programa Universidade Para Todos (UPT), que prossegue até o dia 19 de abril. Os candidatos contemplados farão a matrícula na modalidade presencial e/ou virtual, de acordo com as especificidades das universidades parceiras: UNEB, UESC, UEFS, UESB, UFRB, UFOB e UFSB. A iniciativa visa o fortalecimento da aprendizagem e a preparação dos estudantes do último ano e dos egressos do Ensino Médio nos processos seletivos, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
Neste ano, foram disponibilizadas 19.426 vagas nos 27 Territórios de Identidade, distribuídas em 215 municípios da Bahia, com a oferta das atividades em 345 polos de funcionamento. No ato da matrícula, o candidato deverá apresentar cópia e original de documentos como Carteira de Identidade e Cadastro de Pessoa Física (CPF), bem como comprovante de residência. Mais informações podem ser obtidas através da coordenação do UPT/SEC pelo telefone 0800 285 8000 e e-mail [email protected]. As aulas serão iniciadas no dia 22 de abril.
O candidato contemplado deverá preencher uma declaração de próprio punho de que não cursa e nem possui diploma de nível superior. O não comparecimento do candidato selecionado para a matrícula implica na desistência automática da vaga. As vagas decorrentes de matrículas não efetivadas serão automaticamente preenchidas pelos candidatos que estiverem na condição de reserva, respeitando a ordem de classificação.
A coordenadora do UPT, Patrícia Machado, destacou as atividades previstas para este ano. “A partir do dia 22 de abril, daremos início a uma maratona de atividades com o foco no ENEM e nos vestibulares, com aulas nas modalidades presencial e virtual, focadas nos conteúdos cobrados nesses exames. Aos finais de semana, a maratona do conhecimento continua com aulões, revisões, seminários temáticos e orientação profissional com o objetivo de preparar nossos estudantes da rede para ingressar na universidade, preferencialmente em uma instituição pública”.
Na última segunda-feira (26), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) anunciou uma redução de 7% no orçamento anual da instituição, em comparação com o ano anterior. Segundo uma apuração feita pelo Bahia Noticias, a UFBA não foi a única instituição federal baiana afetada pelos cortes orçamentários.
UFRB: A Universidade Federal do Recôncavo Baiano foi uma das mais afetadas. Este ano, o orçamento da universidade é de R$ 46.096.000,00, e diferente da UFBA, não foi disponibilizado limite de orçamento de investimento para a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2024.
Foto: Reprodução / Nice Santana / Tribuna do Recôncavo
A situação da universidade reflete o cenário nacional da educação. Este ano, a LOA, que prevê as receitas e fixa as despesas do governo federal, destinou R$ 310 milhões a menos para as universidades federais. Para fins comparativos, o orçamento de 2024 da UFRB é 30,99% menor que o de 2015, há nove anos. Segundo os cálculos da própria instituição, o orçamento de custeio da UF estaria em torno de R$ 67.000.000,00, considerando o processo inflacionário do período.
Segundo a Pro-Reitoria de Planejamento, o recurso deve fazer falta sobretudo ao pagamento das despesas contratuais de funcionamento. “Os custos para manter a universidade funcionando continuam normais, por exemplo. As convenções coletivas acontecem e os contratos terceirizados são reajustados anualmente. Então é quase impossível gerir a universidade nessa lógica que o orçamento público vem adquirindo nos últimos anos”, reiterou o pro-reitor Joaquim Ramos.
UFSB: Já na região sul, a Universidade Federal do Sul da Bahia teve um corte orçamentário equivalente a 12% em comparação com o ano de 2023. Em 2024, a universidade dispõe de R$ 22.012.000 para suprir seus gastos, com mais de R$ 2 milhões a menos.
Foto: Reprodução / TV Santa Cruz
Para a instituição, o corte também impacta diretamente na manutenção básica da universidade. Ao Bahia Notícias, a instituição compartilhou uma escala média do orçamento anual da UFSB nos últimos 10 anos. Confira:
UFOB: A Universidade Federal do Oeste da Bahia, por sua vez, foi na contramão das instituições federais na Bahia. Este ano, a UFOB registrou um aumento de 13,47%, em comparação ao ano anterior, com um orçamento total de R$ 139.763.023. O valor, no entanto, representa cerca de R$1 milhão a menos do que estava previsto pela LOA em 2024. A UFOB afirma que o crescimento das finanças está relacionado com a correção inflacionária anual e o valor deve ser destino em sua maioria para o custeio básico da instituição e seu quadro de servidores.
Foto: Reprodução / Governo Federal
Ao Bahia Notícias, a universidade informou que medidas foram tomadas, mas manter o equilíbrio das contas da instituição e ainda manter o funcionamento de atividades acadêmicas e bolsas de auxílio. No entanto, as obras de infraestrutura dos campi, além da manutenção preventiva, não estão inclusas no orçamento anual e devem ser realizadas mediante o lançamento de um novo PAC, programa de investimentos coordenado pelo governo federal, para custear estas despesas.
“Na UFOB, foi realizada gestão sobre os contratos, mas há impacto na realização de ações específicas, como manutenção preventiva das instalações físicas, e também na ampliação do atendimento às demandas da assistência estudantil, que se demonstram crescentes. Além disso, para 2024, não foram previstos recursos para investimentos, com impacto na aquisição de equipamentos, livros, reformas e ampliações das instalações da universidade. Vale destacar que a universidade ainda não conta com prédios próprios nos campi fora da sede de Barreiras”, explicou o reitor da Universidade, Jacques Antonio de Miranda.
IFBA: No do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, o IFBA, o orçamento deste ano é de R$ 87.308.791,00, que deve ser distribuído para suprir os custos de 33 unidades no estado, sendo 21 campi em pleno funcionamento, 2 campi em construção, 1 núcleo avançado, 6 centros de referência, 1 pólo de inovação e 1 reitoria.
Foto: Divulgação / IFBA
O valor repassado em 2024 é cerca de 3,83% menor que o previsto pela LOA, que era de R$ 90.787.602,00. Em relação ao valor repassado em 2023, R$ 93.364.747,00, a queda é ainda maior e representa 6,5% de diminuição.
Para o reitor do instituto, o professor Jancarlos Lapa, é “fundamental” para uma instituição pública de ensino do porte do IFBA contar com recursos orçamentários necessários para seu pleno funcionamento. Segundo o gestor, os projetos de Assistência Estudantil são os mais prejudicados pelos cortes. “Nossa especial preocupação é com a redução do orçamento para a Assistência Estudantil, cujos benefícios têm relevância indiscutível para assegurarmos condições de permanência e êxito aos(às) nossos(as) estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica”, afirma.
Segundo os dados do IFBA, o orçamento para Assistência Estudantil teve um corte de R$ 381.063,00, em 2024, correspondendo a 2,57% de redução.
O Bahia Notícias entrou em contato com a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que possui um campus em São Francisco do Conde; a Universidade Federal do Vale do São Francisco, com campus em Juazeiro e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano), e não houve retorno. (Atualizada às 08h51)
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) abriu inscrições para 43 vagas de professor substituto em caráter temporário. Dezessete das vagas são para o campus de Cruz das Almas. No caso, dez para o Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (Cetec); e sete para o Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB).
As outras vagas são para os campus de Cachoeira/ São Félix (4), Santo Amaro (6), Feira de Santana (7), Amargosa (3) e Santo Antônio de Jesus (6). Segundo a UFRB, o contrato vai ter a duração de um semestre letivo para um regime de trabalho de 20 ou 40 horas semanais. As inscrições, de R$ 100, ocorrem até o dia 28 de dezembro através do site da universidade.
Do total de vagas, cinco são reservadas para candidatos com deficiência, e nove para candidatos negros. A seleção vai acontecer exclusivamente por meio remoto e terá duas etapas distintas, ambas de caráter eliminatório e classificatório: análise de currículo e prova didática.
O resultado final deve ser anunciado no dia 4 de março de 2024.
O site da Câmara Municipal de Salvador (CMS) e algumas universidades da Bahia estão fora do ar, sem funcionar, nesta segunda-feira (9). O sistema das páginas das instituições não estão funcionando normalmente, por conta de um suposto ataque hacker. O suposto ataque teria a duração de 20 minutos e foi provocado por hackers com o intuito de chamar atenção e alertar para os alunos dessas instituições e população para o combate ao assédio sexual nessas entidades.
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Segundo o aviso do coletivo Anonymous, o cyber ataque derrubará todos os portais mencionados abaixo de uma vez por um período de 20 minutos, "pois não é objetivo prejudicarmos as instituições". "Queremos ajudar e estamos com as vítimas de abuso e assédio sexual dentro das universidades", revela o aviso encaminhado à imprensa.
Além da CMS, estão também fora do ar sistema de e-mails da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o portal da Universidade Federal do Sul da Bahia, o portal da Universidade Estadual de Feira de Santana, o portal da Universidade Católica do Salvador e os sistemas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Após encerrar o ataque, o coletivo informou que "não invadimos e nem roubamos nenhuma informação, apenas para concientização e apelo para a abertura da CPI do Assédio Sexual para ajudar às vítimas o mais rápido possível". (Atualizado às 13h56)
O governador Jerônimo Rodrigues participou, nesta quinta-feira (14), em Cruz das Almas, da cerimônia de transmissão de cargo da nova reitora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a professora Georgina Gonçalves dos Santos, que assume a gestão da instituição de ensino superior no lugar do professor Fábio Josué Souza, que se torna vice-reitor.
Georgina é doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Paris, na França, e professora dos Programas de Pós-graduação de Ensinos Interdisciplinares sobre universidades, da UFBA, e de Políticas Sociais e Território, da UFRB. A educadora foi nomeada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva em agosto deste ano, após o Conselho Universitário da UFRB indicá-la para comandar a instituição durante o quadriênio 2023-2027.
Na cerimônia, o governador destacou a parceria da UFRB com o Estado da Bahia. "Minha presença aqui é para trazer um abraço do povo baiano à democracia brasileira, à UFRB, à professora Georgina e ao professor Fábio e, naturalmente, o sinal de que temos todo o interesse de continuar tendo a UFRB como parceira do Estado, na formação profissional e na construção de políticas públicas. O Recôncavo e a Bahia se desenvolveram bastante com a UFRB, que tem uma marca forte de inclusão dos povos tradicionais, quilombolas, do povo preto deste estado e de outros estados que vêm estudar aqui", afirmou Jerônimo.
De acordo com a nova reitora, “esse é um momento de esperança, de concretização de desejos da comunidade e de muitos desafios. E o primeiro deles é confirmar o nosso compromisso com o povo da Bahia e com o povo brasileiro, compromisso de enfrentamento às desigualdades, à injustiça social, a toda a forma de preconceito. A nossa disposição é produzir e preservar conhecimento, construir, transformar e reproduzir o conhecimento, e temos a certeza e alegria de saber que o projeto do Governo do Estado se identifica com o projeto da UFRB", ressaltou Georgina Gonçalves.
A Universidade do Recôncavo da Bahia foi criada em 2005 e, atualmente, oferta 61 cursos de graduação e 40 de pós-graduação a quase 16 mil estudantes espalhados por campus instalados nas cidades de Amargosa, Cachoeira, Cruz das Almas, Feira de Santana, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus e São Félix.
A professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Carolina Magalhães, relatou, por meio das suas redes sociais, um caso de assédio sofrido por ela durante um voo da Emirates, saindo de Dubai a caminho de São Paulo. O caso aconteceu no dia 8 de agosto, mas o relato foi publicado no último domingo (20).
Por meio do seu Instagram, que possui mais de 3 mil seguidores, Carolina expõe que um dos passageiros do voo se masturbou ao seu lado e o comissário, alertado sobre o ocorrido, agiu com indiferença. “O comissário de bordo pôs em dúvida o referido episódio, deu mais ênfase ao nervosismo do meu esposo diante do episódio e ainda exigiu que eu mantivesse distância e total ausência de contato com o referido importunador durante as 8h restantes de vôo.”
Para o Bahia Notícias, a professora de Nutrição da UFRB explicou que já fez o boletim de ocorrência online sobre o episódio, mas que ainda não recebeu um retorno por parte da companhia aérea. “Eu fiz um boletim de ocorrência online no próprio dia 20, pois acreditava que o caso era da delegacia de São Paulo. Eles [a Emirates] ainda não entraram em contato comigo, mas eu creio que vão.”
A vítima afirma que busca a retratação por parte da empresa, Emirates, e espera que seu relato dê força às mulheres invisibilizadas em casos semelhantes de abuso. “Estou atrás da justiça, justiça por mim, pelas mulheres e pelas minhas filhas que também são mulheres.”
A Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) vai leiloar 45 bovinos das raças Nelore, Girolando e Guzerá e mestiços, a serem ofertados em 45 lotes, por meio de maior lance.
Os animais que serão leiloados estarão expostos para conhecimento dos interessados no dia 21 de julho, das 8h às 12h e das 14h às 16h, no Setor de Bovinocultura da Fazenda Experimental do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB), Campus Universitário de Cruz das Almas.
O arremate acontecerá no dia 1 de agosto, das 8h ás 12h, no mesmo lugar. Pessoas físicas ou jurídicas poderão participar e o pagamento do lote deve ser à vista, através da GRU (Guia de Recolhimento da União). O animal só poderá ser retirado após o pagamento.
Os interessados deverão se cadastrar para ofertar lances no site da FazExp do CCAAB, no Núcleo Administrativo da FazExp ou no momento do início do Leilão no local de realização do evento, apresentando os documentos necessários.
O servidor da UFRB, Elielson Lima Aquino, será o leiloeiro. Luiz Edmundo Cincurá de Andrade Sobrinho e José Carlos de Oliveira Filho serão responsáveis pela vistoria dos animais. Com eles os interessados podem obter mais informações, pelo telefone 75 9 3621-3301.
Será inaugurado nesta segunda-feira (17), o terceiro pavilhão de aulas da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), campus Cruz das Almas. O novo pavilhão será entregue após oito anos de paralisação na construção. A obra do pavilhão se iniciou em 2013, porém foi interrompida em 2015 por conta do abandono da empresa responsável.
O reitor da UFRB, Fábio Josué, comentou ao Blog do Valente, parceiro do Bahia Notícias, sobre as dificuldades enfrentadas para retomar a construção, após os cortes no orçamento da universidade durante a gestação anterior do Governo Federal.
“Essa obra foi iniciada em janeiro de 2013 e em agosto de 2015 a empresa abandonou a obra. Nos anos seguintes nós tivemos a dificuldade de retomar essa obra porque nós já estávamos ali no cenário do golpe e depois da gestão passada que infelizmente implementou vários cortes no orçamento da universidade. Se a gente pegar o orçamento da UFRB do ano de 2015 como referência e comparar com o que nós recebemos nos últimos anos, nós tivemos uma perda de 211 milhões de reais,” apontou o reitor.
O novo prédio de aulas vai conseguir acomodar até 1500 alunos e contará com 25 salas de aula, laboratórios e estruturas administrativas. Estima-se que cerca de 3500 alunos sejam beneficiados com o novo espaço.
“O pavilhão de aulas três tem uma capacidade de 25 salas de aula, vários laboratórios e outras estruturas administrativas. Tem uma capacidade de atender simultaneamente 1500 alunos e, portanto, considerando aí o quantitativo de alunos de Cruz das Almas aqui nós estamos estimando que 3500 alunos serão atendidos nesse pavilhão de aula. É uma obra que começou 2013 foi interrompida em 2015. Nós conseguimos retomar essa obra em 2020 e estamos entregando para comunidade na próxima segunda-feira,” explicou Josué.
O evento de inauguração vai contar com a presença do Ministro da Educação, Camilo Santana, do Ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia, Rui Costa, e do atual governador do estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
Uma medida liminar da Justiça Federal determina que a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) adeque o edital nº020/2023, em um prazo de 48 horas, para que o documento preveja a reserva de vagas para negros e pardos que visam concorrer às vagas ociosas dos cursos ofertados pela instituição, como enfermagem, medicina e nutrição.
A medida foi deferida nesta terça-feira (6) pela Juíza da 14ª Vara Federal da Seção Judiciária da Bahia, Dra. Cynthia de Araújo Lima Lopes, após uma ação da advogada Layana Mercês.
Segundo a autora da ação, causou estranheza a UFRB “não proceder a reserva de vagas para negros no referido certame, já que este direito é inegociável e a Universidade vinha cumprindo rigorosamente a preservação das cotas em seus editais”.
“Sendo fruto de uma verdadeira luta histórica por parte daqueles que foram marginalizados durante anos, a inclusão de vagas para negros e pardos nos editais das universidades é Dirieto que não se pode negociar. Eu como mulher negra fico honrada em saber que o Poder Judiciário não admite margem de interpretação quando o assunto é a Lei Cotas Raciais”, disse a advogada.
Professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), onde foi pró-reitora de Extensão e Cultura, a primeira-dama Tatiana Velloso opinou nesta sexta-feira (19) sobre o resultado da consulta pública que indicou a professora Georgina Gonçalves e o atual reitor Fábio Josué, respectivamente, como reitora e vice-reitor da instituição para o quadriênio 2023-2027.
A escolha da chapa para suceder o comando da reitoria da instituição de ensino foi referendada pelo Conselho Universitário (Consuni), que, em reunião extraodinária realizada na tarde desta quinta-feira (18), elegeu os docentes para encabeçar as listas tríplices que serão enviadas ao Executivo para avaliação.
Segundo Velloso, há a expectativa de que - diferente do último processo, realizado em 2019, em que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) empossou o último postulante da relação de indicados - a escolha da comunidade acadêmica seja respeitada e a dupla de docentes seja nomeada para os cargos máximos da Federal do Recôncavo.
Para ela, é válido que seja destacada a presença de Georgina Gonçalves, que já exerceu a função de vice-reitora da escola superior entre 2015 e 2019, na relação de indicados. "Ela participou de uma consulta, que foi referendada e passou pelo Conselho Universitário, então está dentro do processo legal", salientou.
"A gente vive agora, com [o presidente] Luiz Inácio Lula da Silva [PT], o retorno da democracia e do respeito à universidade, mas especialmente [do retorno] de um projeto de sociedade em que o Estado Democrático de Direito, a defesa da ciência e da educação, das pessoas e da vida, tem uma centralidade", pontuou Velloso.
"Sem sombra de dúvidas, teremos a nomeação da nossa reitora eleita", projetou a primeira-dama em conversa com o Bahia Notícias. Na sua avaliação, o cenário atual é "muito diferente do que tivemos nos últimos seis anos", marcado, de acordo com ela, por "um ataque muito feroz" contra a democracia, a universidade e a sociedade.
A ex-pró-reitora da UFRB citou, como maus exemplos das lideranças à frente do Planalto no período, outros casos em que o tradicional rito de nomeação dos nomes que lideram listas tríplices não foi seguido e situações em que "interventores" assumiram reitorias de universidades e institutos federais de ensino.
Em contraposição a estas decisões políticas, salientou Tatiana Velloso, estão a reposição orçamentária anunciada pelo Ministério da Educação (MEC) para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) no mês passado e a criação de outras políticas educacionais pelo governo Lula.
Além de Georgina Gonçalves, que lidera a listagem, foram considerados pelo Consuni para o posto de reitor(a), a professora Creuza Souza Silva e o professor Josival Santos Souza. Já para o cargo de vice-reitor(a), aparecem no quadro, além de Fábio Josué, os professores Jacson Machado Nunes e Adson Mota Rocha.
O novo mandato da reitoria terá início em 1º de agosto, quando se encerrará o período da atual gestão.
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), por meio da Superintendência de Educação Aberta e a Distância (SEAD) e do Centro de Ciências da Saúde (CCS), lançou processo seletivo de aluno regular do curso de Especialização de Gestão em Saúde, na modalidade a distância, para o segundo semestre letivo de 2023. O curso terá duração de dezoito meses, com início das aulas previstas para agosto.
As inscrições gratuitas acontecem de 17 a 23 de maio, no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA). O curso destina-se, prioritariamente, a profissionais da área da saúde ou áreas afins, com interesse específico no campo da saúde coletiva e/ou profissionais que desenvolvem atividades docentes ou de pesquisa na área de saúde.
São oferecidas 150 vagas, das quais 15 vagas são destinadas para servidores técnicos administrativos da UFRB; 30 vagas poderão ser destinadas a candidatos autodeclarados negros; 8 vagas para pessoas com deficiência; 23 vagas para indígenas, quilombolas e pessoas trans, de acordo com a política de cotas em vigência na UFRB, aprovada a partir de normativos da instituição.
A especialização tem por objetivo a qualificação de pessoal de nível superior visando capacitar quadro de gestores para atuarem na administração de macro e microssistemas públicos de saúde; qualificar profissionais no processo de trabalho em saúde para planejar e programar ações, gerir recursos e avaliar sistemas e práticas de gestão em saúde; e habilitar nas competências básicas para a gestão de serviços de saúde, profissionais com responsabilidades ampliadas de gestão administrativa e de atenção à saúde, atuantes em sistemas e serviços de saúde.
O curso será realizado na modalidade a distância por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), com encontros presenciais para discussões, orientações e avaliações nos polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) onde o aluno se vincular no ato da matrícula. Os polos são Jequié, Santo Estevão, Itaberaba, Valença e Vitória da Conquista.
Tão logo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ascendeu ao Poder Executivo para o seu terceiro mandato, movimentos que encampam a criação de novos campi universitários federais no país viram naquele momento político a esperança de terem suas mobilizações findadas - mas desta vez com um final feliz.
Na Bahia, ao menos três novas universidades podem ser criadas a partir de movimentações da sociedade civil nas regiões da Chapada Diamantina, da Bacia do Paramirim e do Nordeste da Bahia. A expectativa dos grupos é de que a expansão se assemelhe ao que foi feito por Lula na sua segunda gestão, quando a Universidade Federal da Bahia (UFBA) deixou de ser a "filha única" e o estado passou a contar com mais cinco universidades federais.
Um dos membros da comissão de professores que articula a implantação da Universidade Federal do Nordeste da Bahia (UFNB), o professor Francisco Gabriel Rego, explica que o a proposta é que a instituição tenha uma estrutura multicampi distribuída por 9 municípios dos quatro territórios de identidade que compõem a mesoregião em questão.
"São territórios que há muito tempo já reivindicavam uma luta por uma universidade que em cada um dos territórios, individualmente", descreve Francisco, mencionando que foi a partir de 2014 que esse desejo se unifica e se torna o planejamento do que poderá se tornar a Federal do Nordeste da Bahia.
A iniciativa, explica o docente, remonta a o modelo que resultou na criação da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB), segunda escola de ensino superior a ser criada no estado, em 2005, na época do então Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
As incursões pela UFNB já rendeu petições, audiências públicas nas comunidades envolvidas e na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), além de ter sido pauta do governo da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) antes sofrer o processo de impeachment que lhe tirou do Palácio do Planalto, em agosto de 2016.
"As questões políticas do país atingiram diretamente o projeto", argumenta Francisco Gabriel Rego, justificando que há um ponto em comum entre as localidades abarcadas pela proposição: o vazio educacional do ensino superior na região.
Audiência pública de criação da UFNB em Ribeira do Pombal em janeiro | Foto: Reprodução / PMRP
O cenário também parece ser animador para outra frente que busca interiorizar a rede federal, a da Universidade Federal da Chapada Diamantina (UFCD), que chegou a ter o projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados em 2013, mas que não seguiu adiante. Na época, a ideia era de que a instituição pudesse ter centros de ensino em Lençóis, Seabra, Ipirá, Rio de Contas e Morro do Chapéu.
Em uma declaração recente, na sua posse como vice-presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), o prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), garantiu que a entidade envidará esforços para que a UFCD seja finalmente criada. "Agora, com a união da UPB, temos um grande aliado à Universidade Federal da Chapada, que já tem o entendimento do governador Jerônimo [Rodrigues] e todos os envolvidos. O projeto já está bem adiantado, trabalhamos isso a mais de dois anos e agora vai", afirmou na oportunidade.
Lençóis poderá sediar um campus da UFCD | Foto: Reprodução / GOVBR / Jota Freitas
No ano passado, em maio, ainda durante a pré-campanha, o atual governador Jerônimo Rodrigues (PT) se comprometeu que em levar para a área uma universidade. Ainda incipiente, a proposta, segundo ele, foi fruto de um pedido da população: "Se a demanda que ouvimos ontem e hoje aqui, diversas vezes, é uma universidade nesse território, nós iremos buscar".
A promessa voltou a ser vista no Plano de Governo Participativo (PGP), junto com as duas outras já citadas UFNB e UFCD e de mais campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBaiano). O objetivo dele, afirmou no documento que reunia propostas para o mandato, seria articular junto com o governo federal a criação dos equipamentos de ensino.
CONTEXTO FAVORÁVEL, MAS PRIMEIRO CICLO NECESSITA SER CONSOLIDADO
Ex-secretário de Alfabetização, Educação Continuada, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação (MEC) no governo Dilma e reitor da UFRB quando fundada, o presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Paulo Gabriel Nacif defende que há uma desvantagem do ponto de vista da distribuição de investimentos federais no ensino superior federal.
"Primeiro devemos considerar que ainda existe uma injustiça na distribuição de recursos na educação superior pelo governo federal. Se você pega, por exemplo, Minas Gerais, que tem 11 universidades federais com um número de campi impressionante e uma estsadual pequena, na Bahia nós temos hoje 6 universidades federais e 4 estaduais grandes. Essa dissonância federativa é algo que precisa ser debatido no Brasil", opinou o professor.
Na visão de Nacif, unidades da federação como Minas, que concentram um número maior de Institutos Federais de Ensino Superior (IFES), acabam acumulando um montante maior de verbas - portanto há um proveito maior em em ciência, tecnologia e formação - para sua população, mesmo que elas tenham um impacto de dimensão nacional, uma vez que estas instituições recebem pessoas de outros estados.
"A Bahia ainda tem dois grandes vazios de universidades federais. A gente precisa considerar o Nordeste da Bahia e a região central ali da Chapada. São espaços que têm movimentos fortes", identificou o presidente do CEE, acrescentando que havia uma expectativa anterior a 2016 acerca do avanço nessa pauta.
Segundo ele, a "chama precisa ser mantida acesa", de maneira que processos de compromisso de políticos e a mobiliação popular possa fomentar esse esforço do poder público pela educação. "É uma questão de justiça com a Bahia", afirmou. O processo, defendeu, Nacif, interessa ao crescimento do estado uma vez que a descentralização da capacitação da mão de obra tem impacto direto nas cadeias produtivas no interior do estado.
Além da criação de instituições propriamente ditas, alguns movimentos também esperam a consolidação das IFES implantadas no chamado primeiro ciclo de expansão, no raio do Reuni. Muitas das unidades de ensino destas universidades funcionam em prédios provisórios e outras - a exemplo da UFRB em Nazaré - sequer foram criadas.
Estão nessa situação campi como o da Federal do Recôncavo em Feira de Santana e em Santo Amaro, da UFSB em Teixeira de Freitas, da UFBA em Camaçari, além de quatro dos cinco centros de ensino da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) - em Luís Eduardo Magalhães, Santa Maria da Vitória, Barra e Bom Jesus da Lapa.
Futuras instalações da UFRB em Santo Amaro | Foto: Reprodução / UFRB
Concordando com a interpretação de que a expansão é uma questão de dívida com a sociedade brasileria, o professor Paulo Miguez pontuou ao Bahia Notícias, em janeiro deste ano, após uma reunião convocada pelo próprio presidente Lula e pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), que a consolidação destas unidades talvez seja o ponto mais importante no momento atual.
"A dívida com a educação superior na sociedade brasileira é imensa. Ela começou a ser paga há alguns anos atrás, houve uma interrupção, ela não foi concluída na sua primeira fase. Nós temos ainda temos hoje universidades que não conseguiram completar sua expansão, seja do ponto de vista de infraestrutura, seja do ponto de vista do seu corpo técnico e docente", argumentou.
No raio dessa consolidação alegada por Miguez estão, nas suas palavras "uma atenção cuidadosa com a recomposição orçamentária, dos corpos técnicos e docentes, a finalização de obras para efetivar a expansão começada lá atrás". "Certamente, teremos que desenhar com alguma rapidez um novo ciclo de expansão como o Reuni, mas nesse momento nos cabe garantir a completude do primeiro ciclo", concluiu.
MEC SE COMPROMETEU COM A UFNB
No último dia 9 de março, integrantes da comissão que pensa a implantação da Universidade Federal do Nordeste da Bahia (UFNB) estiveram em Brasília para realizar tratativas com os parlamentares da bancada da Bahia.
Na capital federal, os integrantes da instância também tiveram um encontro com o ministro da Educação, Camilo Santana, que se comprometeu com a iniciativa e considerou "justa" a demanda apresentada pela comitiva baiana.
"Pode ficar certo aos baianos, os deputados, que vamos trabalhar no projeto e na discussão, a bancada irá ajudar para que a gente possa levar esse sonho para o Nordeste da Bahia", garantiu Santana em um vídeo gravado junto a deputados baianos, classificando o momento como oportuno para que a expansão da rede federal possa ser retomada.
O MEC foi consultado pela reportagem através de e-mail sobre quais serão os próximos passos acerca do pleito das mobilizações baianas e qual a perspectiva quanto a consolidação dos projetos universitários iniciados na segunda gestão de Lula no estado da Bahia. A pasta não respondeu aos questionamentos até a publicação desta matéria.
Três cineclubes e um projeto de extensão voltado para a profusão da sétima arte se uniram para oferecer a realizadores um conjunto de aulas sobre técnicas audiovisuais dentro da linguagem cinematográfica, o "Curso de Leitura de Cinema II". Ministrado a partir de quatro abordagens - figurino, roteiro, som e documentário -, o projeto teve início no último dia 1º e segue até o próximo dia 10 de dezembro.
Para Juca Badaró, coordenador do cineclube Fruto do Mato, de Lençóis, na Chapada Diamantina, esse contato com a linguagem do cinema é essencial, pois assim como outras artes, ela está sempre em movimento. "[O cinema] acompanha as próprias transformações da sociedade. Assim, tanto os encontros pedagógicos quanto as práticas cineclubistas ganham uma importância muito grande, uma vez que permitem essas atualizações e renovações", defende o realizador.
Dois encontros já aconteceram desde o início do curso e dois outros estão programados para acontecer até o último dia. Participam do espaço de debate professores, cineclubistas, críticos, realizadores, produtores culturais e cinéfilos.
O primeiro encontro, na última terça contou com a participação do professor Leonardo Campos (UniFTC), que falou sobre o papel dramático dos figurinos. O segundo, que aconteceu nesta quinta-feira (3), teve o tema "Quem é o roteiro na fila do cinema?" como objeto central da aula mediada pela professora Adriana Amorim (Uesb).
Ainda estão programadas as atividades "Escutando filmes: entre ruídos, vozes, músicas e ambientes", na próxima terça-feira (8), com a professora Marina Mapurunga (UFRB); e a aula "O que é o documentário?", na próxima quinta(10), com Juca Badaró.
Esta é a segunda edição do Curso de Leitura. Segundo a professora Tatiana Fantinatti, coordenadora do cineclube CINECITTÀ, vinculado ao Instituto de Letras da Ufba, "o público alvo desta vez ficou alargado, sem fronteiras". "Os objetivos deste segundo curso são os mesmos, agora sem fronteiras e fortalecidos pelas parcerias estreitadas", explica a docente.
"Na primeira edição, em 2017, havia um interesse em formar o público para ele fruir melhor as produções pelo lado da narrativa fílmica, ampliando as discussões e permitindo, sobretudo a quem só podia comentar o lado temático, contextual e cultural a oportunidade de também saber o que eram aqueles conceitos que o pessoal exclusivo da área de cinema sempre cita", comenta Fantinatti.
Além do CINECITTÀ e o Fruto do Mato, o cineclube Vesúvio (Faced/Ufba) e o projeto de extensão Janela Indiscreta (Uesb) integram o Curso de Leitura de Cinema II.
Badaró acredita que, a partir desta experiência entre os cineclubes, pode surgir uma rede. "No fundo, esse também é o nosso desejo, de agregar os cineclubes e pensar ações em conjunto", justifica.
"Isso ganha uma força muito maior se considerarmos o atual contexto das artes e da cultura no Brasil, sob um governo que, diariamente, desrespeita os artistas e as instituições culturais. Por isso mesmo precisamos nos unir, porque juntos somos mais fortes e podemos pensar em alternativas diante do desmonte da cultura brasileira", revela o coordenador, argumentando sobre a importância de fazer laços com instituições da capital baiana, por exemplo.
Neste mesmo intuito, Fantinatti diz acreditar no potencial que os cineclubes têm, sobretudo na Bahia, de promover a sétima arte e suas qualidades - dentre elas a diversidade cultural e lingúsitica, a história e as questões políticas.
"Os cineclubes focam muito mais a atenção no público: primeiro que são gratuitos; segundo que tem o diferencial das discussões, nascedouros de opiniões a respeito das obras, dos movimentos, dos estilos, o que sem dúvida promove o crescimento das comunidades. A Bahia, justamente por ser um estado culturalmente tão plural, tem produções riquíssimas e as ações dos cineclubes contribuem na formação de um público igualmente multicultural", ressalta.
Os interessados em participar das atividades que ainda vão ocorrer podem acessar o site do evento (clique aqui). As inscrições são gratuitas e os certificados serão emitidos pela organização no próprio dia do evento.
Projetor na tela, gente na praça e um repertório de documentários produzidos por indígenas, quilombolas, mulheres e outras pessoas ligadas a movimentos sociais. Essa tônica, que não é sentida no Recôncavo há cerca de dois anos, ganha novos contornos no início do próximo mês, com o retorno do festival CachoeiraDoc (veja aqui).
Gente na praça ainda não vai ser possível, por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e das restrições que estão postas, mas os contornos que norteiam a curadoria e a ligação com as comunidades vizinhas seguem os mesmos. Isso é o que garante Amaranta César, professora de Cinema e Audiovisual e uma das coordenadoras do evento desde a primeira edição, em 2010.
"Agora, depois de um tempo de elaboração, do entendimento de quão longo seria esse período de quarentena, os esforços foram se juntando para que minimamente as pessoas não fossem deixadas para trás. Porque em Cachoeira, muita gente não tem acesso ou tem, de modo precário, à internet. As pessoas para quem a gente sempre fez o CachoeiraDoc não poderiam ficar para trás. Essa decisão não foi fácil porque o que a pandemia faz é explicitar as desigualdades que já existem e a gente nao queria ignorá-las", ressalta a professora.
Última edição do CachoeiraDoc, em 2017 | Foto: Divulgação
Os dois anos de hiato chegaram a ser quebrados de maneira breve com a realização experimental, em maio deste ano, de um outro evento virtual, que ainda não era o CachoeiraDoc, batizado sugestivamente como "Festival impossível, curadoria provisória", mas que aconteceu no mesmo mês previsto inicialmente para o encontro.
"A gente fez um evento para não passar em branco, que era pra justamente dizer 'vamos fazer esse evento online, vamos disponibilizar filmes, mas isso não é um festival'", explica Amaranta, acrescentando que naquele momento, o entendimento era de que, por conta de toda a potência de relação com a história e o território, era impossível fazer algo semelhante, mas precisavam de uma ação de mobilização.
Segundo ela, pensar numa edição online mais encorpada só se tornou mais concreto agora, devido a um reestabelecmento da comunidade estudantil da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), onde o festival foi gestado desde a primeira edição. "Fazer um festival online é também uma maneira de fechar um ano difícil e afirmar que ainda estamos aqui", evidencia.
Foto: Cine Festivais
Para aproximar-se do público de Cachoeira, a organização pensa em ampliar a presença em diferentes meios para atingir também quem não tem acesso à internet. A ideia, explica a coordenadora, é promover ações pontuais como a oferta de um cardápio de filmes no site para que possam ser escolhidos pela própria população, um período mais extenso de disponibilização e realização do evento, e sessões para famílias da sede do município e na comunidade quilombola de Santiago do Iguape, na zona rural.
"A questão agora é atingir o qualitativo, não o quantitativo, de forma pontual, como numa acupuntura. Também teremos oficinas para estudantes do ensino médio de Cachoeira e São Félix por WhatsApp chamada de 'ZapDoc', que é justamente para oferecer conteúdos rápidos e sintéticos e ensinar a captação de imagens por celular, a montar pelo celular, a iluminar, a melhorar a captação de som, de forma muito prática e de forma mais barata, já que não demanda muitos dados", completa Amaranta César.
HIATO E DESAFIOS DA RETOMADA
Quando o CachoeiraDoc foi descontinuado, em 2018, o cenário da política de editais a nível estadual não era propício para a realização de eventos como o festival de documentários. Apontando a falta de apoio para que uma nona edição acontecesse naquele ano, a organização divulgou um comunicado em que explicava o momento que estavam atravessando (relembre aqui).
Nem os editais federais poderiam ajudar. Critérios como uma contrapartida financeira e a cobrança de ingressos impossibilitaram qualquer tentativa de concorrer aos certames disponíveis e captar recursos.
"Um festival de documentários, que é um cinema minoritário e contra-hegemônico, que não vende exatamente ingressos, numa cidade que também só tem um cinema pequeno e com uma população majoritariamente de baixa-renda, você imagina que realmente não está no nosso alcance concorrer a esse tipo de política. Ficamos dois anos sem realização do evento e quando finalmente houve uma retomada dos editais a gente concorreu, ficou no primeiro lugar em nossa categoria e quando estávamos retomando o festival fomos surpreendidos pela pandemia", discorre a professora Amaranta.
Agora, com a retomada virtual, espera-se que as perspectivas elaboradas no decorrer das últimas oito edições sigam em continuidade. "Toda nossa experiência de realização do fetival nos mostrou que a relação dos filmes que a gente exibiu com a cidade tinha perspectivas críticas, leituras históricas, possibilidades entre artistas, realizadores e pesquisadores que inclusive afetaram o próprio cinema brasileiro", argumenta, completando que, na sua avaliação, a vinculação com um passado rico, mas também traumático do processo colonial e escravagista da cidade, e a uma realidade de universidade plural são muito desejáveis para pensar criticamente o cinema.
NARRATIVAS NA TELA E FORA DELA
A presença de realizadores, palestrantes, produtores, pesquisadores e outros nomes do cinema e ligados com as temáticas é uma das marcas das mesas e dos filmes exibidos nas edições do CachoeiraDoc. Ao Bahia Notícias, a professora Amaranta César disse que a preocupação sempre foi a de pautar a "representação e a representatividade".
"Convidamos muita gente importante do cinema negro, do cinema indígena, do cinema ligado aos movimentos sociais, do cinema das lutas urbanas e rurais", diz, avaliando que, por si só, o gênero documental já apresenta a possibilidade de ver histórias a partir de outro ponto de vista. "Ele nos revela personagens e facetas do mundo de um jeito que a gente não via antes. Nesse sentido, buscamos [ao longo da história do CachoeiraDoc] documentários que tanto experimentassem formas, quando evidenciassem narrativas que as mídias tradicionais não mostravam".
Nomes como o Cacique Babau, a ativista Makota Valdina e membros de comunidades tradicionais como os Guarani-Kaiowá e moradores do Quilombo Rio dos Macacos já estiveram nas atividades do festival CachoeiraDoc.
Cacique Babau no CachoeiraDoc | Foto: Divulgação
Valdina é a homenageada do evento deste ano. Morta em março de 2019, aos 77 anos, sua participação em um debate na última edição motivou a escolha. "Makota Valdina esteve em um seminário no festival passado e que fez parte da abertura em uma das mesas, que pensava as relações do cinema com as religiões de matriz africana. Ela disse uma coisa que finalizou a fala dela e nos atravessou muito: 'Em momentos como esse, a gente tem que estar na luta como água, porque a água vai pingando e ninguém tá vendo ela pingar, daqui a pouco, quando você olha, tá tudo alagado', justificou Amaranta.
"Aquilo era uma lição muito além do cinema, para o cinema, mas para a vida. Era uma forma incrível de entendimento do que a gente vivia. Então, [a homenagem] tem a ver com essa lição de cura e de ação, mas também com uma pessoa que era educadora, além de ativista política que defendia os direitos das mulheres, das populações negras e os direitos ambientais. Essa integridade de Makota Valdina é um exemplo. Dizemos que o futuro está na ancestralidade e por isso a homenageamos", encerra.
A ceramista e sambista Ricardina Pereira da Silva, conhecida popularmente como Dona Cadu, foi reconhecida pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) com o título de doutora honoris causa. A condecoração foi aprovada pelo Conselho Universitário (CONSUNI) da instituição na sessão ordinária realiuzada nesta quinta-feira (12).
O título concedido à Dona Cadu celebra a contribuição da mestre da cultura popular centenária e líder da comunidade de Coqueiros, no cidade de Maragogipe, às margens da Baía do Iguape, para o patrimônio cultural do Recôncavo baiano.
Dona Cadu é da cidade de São Félix, vizinha a Maragogipe, e trabalha com o barro desde os dez anos. Ela também é rezadeira e fundadora do Samba de Roda Filhos de Dona Cadu.
Em nota, a diretora do campus da UFRB em Cachoeira, professora Dyane Brito Reis, comemorou a titulação da ceramista, processo que teve início em 2017, com o pedido enviado pela direção do centro de ensino da cidade heroica ao CONSUNI.
"Agradecemos aos integrantes do CONSUNI/UFRB por, neste dia 12 de novembro de 2020, terem aprovado o pedido de concessão de título de Doutora Honoris Causa à Dona Cadu, mulher negra, mãe, líder comunitária, detentora de saberes e fazeres ancestrais, memória viva de confluências afro-indígenas do Recôncavo, sambadeira e mestra ceramista de Coqueiros, distrito de Maragojipe-BA. Este processo teve início em 2017, quando a comissão presidida pela Professora. Dra. Fabiana Cormelato apresentou o relatório ao Conselho Diretor do CAHL e este órgão aprovou o mesmo por unanimidade", ressalta a professora no texto.
Após três anos de imersão na obra do crítico e cineasta Walter da Silveira, a jornalista e professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Cyntia Nogueira, lança nesta terça-feira (3) o livro “Walter da Silveira e o Cinema Moderno no Brasil – Críticas, Artigos, Cartas, Documentos”.
A publicação é o primeiro produto desenvolvido a partir do acervo de Walter da Silveira em posse da Associação Bahiana de Imprensa (ABI). O lançamento acontece às 19h, no YouTube da Fundação Cultural do Estado da Bahia (TV Funceb), durante o primeiro dia do Webnário Diálogos Audiovisuais, promovido pela Cinemateca da Bahia (Dimas/Funceb), em parceria com a Edufba, como parte das comemorações dos 50 anos de morte do intelectual considerado um dos mentores do Cinema Novo. O volume conta com fortuna crítica, seis ensaios inéditos, correspondências, fotografias e outros documentos históricos.
Dividido em seis capítulos, o livro apresenta um conjunto de críticas, teses e ensaios publicados por Walter da Silveira sobre o cinema brasileiro e baiano, além de uma seleção de seus artigos teóricos que visa introduzir e contextualizar alguns conceitos e métodos críticos adotados pelo autor.
A publicação também reuniu um conjunto de 50 cartas trocadas com Alex Viany, Paulo Emílio Sales Gomes e Glauber Rocha, fac-símiles de documentos, fortuna crítica, linha do tempo e um dossiê com artigos inéditos sobre ação e pensamento do crítico cinematográfico.
“Além de lançar um olhar sobre sua ação e pensamento, também investigamos, através da obra de Walter, os caminhos traçados pelo cinema no Brasil e na Bahia, que resultam na tentativa de estruturar um cinema moderno no país”, comenta a organizadora do livro, Cyntia Nogueira.
O podcast "De Hoje a Oito" foi o vencedor do 3º Prêmio seLecT de Arte e Educação na categoria Formador. A produção, lançada por estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), teve como propósito a divulgação do primeiro livro da escritora cachoeirana Tianalva Silva, "Entre o Rio e a Praça".
O Prêmio seLecT de Arte e Educação é promovido pela revista seLecT desde 2017 com o objetivo de valorizar escolas, instituições de arte, espaços de ensino, projetos artísticos colaborativos e iniciativas inovadoras que favoreçam os diálogos e os vínculos entre arte e educação.
"De Hoje a Oito" contou com 28 eposídios que foram ao ar, de acordo com os idealizadores, priorizando "a literatura fora do eixo geográfico, racial e econômico canonizado pela elite intelectual que consagra sempre as mesmas narrativas de masculinidade, branquitude e classe média urbana".
Tudo começou quando as idealizadoras, Eduarda Gama, que é estudante de artes na UFRB, e Andressa dos Prazeres, pesquisadora e roteirista com formação em letras pela USP, juntaram-se também Letícia Catete, formada em letras pela UFRJ, Edelsio Lima, estudante de artes na UFRB, e o designer Danilo Amaral. “Todos nós temos esse fio de relação com a literatura. A gente lê bastante, escreve também e tem episódios, inclusive, em que colocamos escritos nossos”, diz Eduarda.
Um dos episódios, dedicado ao escritor David Nunes, contou com a leitura do conto "Um Malê na Vida", uma história de uma família negra e suas estratégias de superação da morte. Outro trouxe as histórias de Orixás contadas pelo artista Bule-Bule em versos de cordel.
O nome do projeto se deve à expressão popular na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, para se referir à semana que vem. Inicialmente apenas na rádio-poste, o programa está disponível também no Spotify.
Os programas de pós-graduação em Cultura e Sociedade da UFBA e Profissional em História da UFRB vão promover, no próximo dia 10 de setembro, a partir das 16h, um encontro com o cantor e compositor Matheus Aleluia e o líder indígena Ailton Krenak.
Com o tema "O Dom da Vida", o evento vai celebrar a abertura do semestre suplementar dos dois programas e será transmitido pelo canal da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) no YouTube e pela plataforma digital do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da Universidade Federal da Bahia (IHAC/UFBA).
Os convidados são conhecidos pelas suas atuações internacionalmente. Além de líder indígena, o mineiro Ailton Krenak é umambientalista e escritor de obras como "Ideias para adiar o fim do mundo" e "O amanhã não está à venda".
Já Mateus Aleluia é baiano de Cachoeira, no Recôncavo, e integrou na década de 1970 o grupo "Os Tincoãs" - considerado como uma das referências da musica brasileira. Hoje o cantor e compositor segue carreira solo e lançou, em julho deste ano, o álbum "Olorum".
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) vai promover no próximo dia 10 de agosto, às 17h, um diálogo aberto com o tema "Participação Social na Cultura - fortalecimento da sociedade civil para a implementação da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc". O encontro tem a parceria da Câmara Técnica de Cultura do Colegiado Territorial Desenvolvimento Sustentável (Codeter) e será transmitido no canal da UFRB no YouTube.
O evento terá como palestrantes Edgilson Araújo, professor da Universidade Federal da Bahia; Inti Queiroz, professora do curso de Gestão Cultural na PUC Cogeae SP; e Pan Batista, presidente do Conselho Estadual de Cultura da Bahia. A mediação será realizada por Daniele Canedo, professora do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da UFRB e coordenadora de cultura da Pró-Reitoria de Extensão.
A discussão sobre a importância da participação social na elaboração de políticas culturais no contexto da pandemia de Covid-19 faz parte do projeto Emergência Cultural no Recôncavo. A iniciativa vai ofertar curso virtual para orientar gestores públicos e sociedade civil de 19 municípios do Recôncavo.
A Confederação Nacional dos Municípios, a partir da previsão de recursos e seus critérios de distribuição entre os municípios brasileiros, estima que os municípios do Território de Identidade do Recôncavo vão receber, ao todo, mais de R$ 4 milhões.
Mesa-redonda: Acessibilidade musical
SHOWS
Teatro Castro Alves
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Largo Terreiro de Jesus – Centro Histórico, Salvador
Mestre de Cerimonia: Mateus Aleluia (Bahia, Brasil)
O festival aceitará inscrições de curtas, médios e longas-metragens em qualquer formato, que tenham sido finalizados a partir de 2015. A exigência é que tenham sido produzidos no Brasil ou tenham coprodução brasileira. Junto à inscrição, os participantes deverão enviar um link para o documentário, que deve estar hospedado em sites propícios para compartilhamento de vídeos em formato digital. Caso necessário, informações, como login e senha devem ser acrescentadas. Para mais informações, o regulamento completo do festival já está disponível no site. A produção também recebe dúvidas através do e-mail [email protected].
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.