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O Ministério Público Federal (MPF), por meio de uma portaria, publicada nesta terça-feira (5), determinou a instauração de um procedimento administrativo para monitorar o andamento de oito obras públicas paralisadas na área da Educação em Salvador, todas vinculadas à Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A medida foi tomada pelo procurador da República Fábio Conrado Loula, com base em ofício-circular do MPF que destacou a necessidade de fiscalização de obras paralisadas em todo o país, conforme levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU).
As obras incluídas no procedimento são:
- Ampliação e reforma da Escola de Teatro da UFBA;
- Construção da sede do Instituto de Ciências da Informação;
- Reforma da fachada da Faculdade de Odontologia;
- Construção da Biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas;
- Construção do anexo dos Institutos de Física e Química;
- Construção do Complexo do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (Bloco B);
- Construção da sede da Escola de Música;
- Reforma e ampliação da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia.
Conforme informações prestadas pela UFBA no procedimento, a obra de construção da sede do Instituto de Ciências da Informação está judicializada, enquanto a reforma da fachada da Faculdade de Odontologia não possui orçamento para retomada. As demais obras têm previsão de reinício das atividades no segundo semestre de 2025.
Como parte do procedimento, o MPF requisitou à UFBA que informe, no prazo de dez dias úteis, o número do processo judicial relacionado à obra do Instituto de Ciências da Informação e a previsão para a retomada da reforma da Faculdade de Odontologia. Após o cumprimento da diligência ou o decurso de sessenta dias, os autos serão encaminhados para deliberação final.
Servidores do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), mais conhecido como Hospital das Clínicas, localizado no bairro do Canela, próximo ao Centro de Salvador, denunciaram a atuação ilegal de “guarda carros” irregulares, conhecidos como “flanelinhas” dentro do estacionamento da unidade, vinculada a Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Ao Bahia Notícias, um dos servidores que optou por não se identificar, relata que o problema é antigo e se dá, principalmente, pela insuficiência do estacionamento do Hospital. Acontece que, até junho deste ano, os trabalhadores, visitantes e até pacientes do Hupes utilizavam as ruas laterais do Hospital, como a Rua Basílio da Gama e adjacências, para estacionar os veículos, devido à limitação do estacionamento.
“Há muitos anos já, a comunidade, em especial os trabalhadores da saúde e a comunidade acadêmica, usam aquele espaço da rua para poder estacionar nas vagas e quem administrava isso era a UFBA, até então. Há um tempo, foi sinalizado pela Transalvador, porém não estava tendo ainda ação e agora eles estão atuando de fato”, conta. O servidor explica que devido ao pouco espaço do estacionamento do Hupes, que fica em frente a unidade, sinalizado com guaritas e uma separação física, o uso gratuito das ruas ao redor era uma prática aceita.
Em 26 de junho, a UFBA disponibilizou um comunicado entre os servidores sobre o tema. “O Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA) informa que a área do entorno do hospital - a partir da guarita e especialmente a Rua Basílio da Gama - trata-se de uma via pública cuja gestão e fiscalização são de responsabilidade dos órgãos competentes do município de Salvador, não estando, portanto, sob gestão do Hupes-UFBA”
Nota enviada pelo Hupes aos servidores no dia 26 de junho. Foto: Arquivo pessoal
No entanto, com a chegada da Transalvador e a regulamentação das zonas de estacionamento, do tipo zona azul, a prática passa a pesar no bolso dos servidores e gerar conflitos no estacionamento privado do Hospital. “Eles [agentes da Transalvador] já estão atuando ativamente. Disseram que ali vai virar tudo zona azul agora e esse fato já revolta porque isso está gerando um transtorno enorme para os trabalhadores em geral, em relação a ter que enfrentar fila, atrasos. O Canela não é um lugar seguro, como a gente sabe, e a partir dessa regulamentação, eles não dizem que eles estão autuando, então, muitos colegas estão tendo carro rebocado”, conta a testemunha.
Ao Bahia Notícias, o Hospital das Clínicas informou que disponibiliza 117 vagas de estacionamento em frente a unidade “destinadas exclusivamente a veículos previamente cadastrados e identificados com selo institucional”. A limitação de vagas, junto aos riscos do estacionamento irregular, geram complicações para estacionar no espaço interno do HUPES.
Para aqueles que não querem enfrentá-la resta a incerteza: as placas na rua Basílio da Gama indicam impossibilidade de parada nas ruas em questão, sujeito a reboque e multa, ainda que os rumores indiquem uma possível regulamentação de Zona Azul, um sistema de estacionamento rotativo municipal, na região. Acontece que mesmo em caso de regulamentação da zona, os custos ainda não compensariam: seriam R$ 9 por dia, para os trabalhadores com carga horária entre 6h e 12h, o equivalente a R$198 por mês, considerando 22 dias de trabalho.
Em nota enviada ao BN, a Superintendência de Trânsito de Salvador informou “que o ordenamento do trânsito nas vias públicas que circundam o Hospital das Clínicas, bem como a intensificação da fiscalização, foi uma solicitação da Universidade Federal da Bahia. O estacionamento ao longo da via principal de circulação do campus do Canela, na região do hospital passou por mudanças para adequação à legislação, que determina que vias de acesso a prédios devem estar desobstruídas para o trânsito livre de veículos, especialmente ambulâncias, e acionamento do Corpo de Bombeiros em caso de necessidade”, escreveu a Superintendência.
“A sinalização na região foi completamente requalificada e houve um período de adaptação e orientação de condutores”, completa a nota da Transalvador.
Foto: Arquivo pessoal
FLANELINHAS DENTRO E FORA
O número limitado de vagas intensifica outro problema entre os servidores que utilizam veículos próprios: o assédio dos “guarda carros” irregulares, conhecidos como “flanelinhas”. Ao BN, o servidor do Hupes detalha que além das vagas demarcadas no estacionamento, direcionada aos gestores do Hospital e da Reitoria, as vagas restantes são ocupadas pelos flanelinhas, que chegam cedo ao local para guardar as vagas de quem paga uma mensalidade.
“Existe essa ação específica de pessoas que guardam carros lá dentro, aos olhos dos gestores”, declara. “Nós trabalhadores estamos sendo submetidos não só a essa medida tempestiva da Transalvador, bem como a ação desses indivíduos que ficam lá dentro [do estacionamento] ganhando dinheiro dos grandes para poder estacionar e ter vaga garantida porque tem vagas oficiais, que são guardadas porque já tem uma vaga do seu superintendente, mas agora ainda tem esses que pagam para ter seu carro guardado”, detalha o servidor, em entrevista.
No mesmo comunicado enviado no dia 26, a Universidade e o Hupes também estabelecem que “eventuais ocorrências relacionadas ao uso do espaço público, como questões envolvendo o estacionamento, a presença de guardadores de veículos e circulação de pessoas, não devem ser direcionadas para a gestão ou para a Ouvidoria do Hospital, pois extrapolam a esfera de atuação institucional”. Mas o que afirmam os servidores é que os agentes também atuam dentro do espaço da unidade hospitalar, guardando vagas mediante pagamento.
“A gente chega, tem colegas que vão dar plantão sete horas da manhã, mas eles chegam lá cinco para poder estacionar, porque senão já não encontra mais. Seis horas da manhã você não encontra mais onde estacionar, por conta desses guarda-carros e por conta dessas vagas garantidas”, menciona o profissional.
Em nota enviada ao Bahia Notícias, o Hupes não falou sobre a atuação desses agentes irregulares, mas garantiu que “o hospital reforça que segue buscando, dentro de sua competência, alternativas para melhorar as condições de estacionamento e acesso à instituição”. Já a Transalvador, define que “não tem competência legal para atuar contra os guardadores ilegais. Caso o cidadão se sinta coagido por um deles, orientamos manter contato com a polícia”.
Confira as notas do Hupes e da Transalvador, enviadas a reportagem:
“Posicionamento – Hupes-UFBA/Ebserh
O Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA/Ebserh) informa que dispõe de 117 vagas internas de estacionamento, destinadas exclusivamente a veículos previamente cadastrados e identificados com selo institucional.
O Hupes informa, ainda, que a Rua Basílio da Gama e as demais vias do entorno são de responsabilidade do Executivo Municipal. Por fim, o hospital reforça que segue buscando, dentro de sua competência, alternativas para melhorar as condições de estacionamento e acesso à instituição”
“A Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) informa que o ordenamento do trânsito nas vias públicas que circundam o Hospital das Clínicas, bem como a intensificação da fiscalização, foi uma solicitação da Universidade Federal da Bahia (Ufba). O estacionamento ao longo da via principal de circulação do campus do Canela, na região do hospital passou por mudanças para adequação à legislação, que determina que vias de acesso a prédios devem estar desobstruídas para o trânsito livre de veículos, especialmente ambulâncias, e acionamento do Corpo de Bombeiros em caso de necessidade – por exemplo, o combate a incêndios.
A sinalização na região foi completamente requalificada e houve um período de adaptação e orientação de condutores.
Destaque-se que os estacionamentos pertencentes às unidades existentes – a saber, Hupes, Reitoria, Pró-Reitorias, Instituto de Saúde Coletiva, Escolas de Enfermagem e de Nutrição, e Biblioteca de Saúde – permanecerão sob a responsabilidade da direção de cada uma, conforme as vagas demarcadas, e não devem afetar a circulação de veículos na via principal.
A Transalvador não tem competência legal para atuar contra os guardadores ilegais. Caso o cidadão se sinta coagido por um deles, orientamos manter contato com a polícia. Essa é uma questão criminal”
A Prefeitura de Salvador anunciou a realização de obras de manutenção e melhorias no Palácio Arquiepiscopal, também conhecido como Palácio da Sé, localizado no Centro Histórico da capital baiana. Embora ainda não tenha confirmado oficialmente, as intervenções são etapas preparatórias para o local funcionar como a nova sede da gestão municipal, que vai deixar em definitivo o Palácio Thomé de Souza, na Praça Municipal.
O imóvel histórico passou a receber atenção especial da administração municipal após o avanço de tratativas relacionadas à desocupação do atual prédio da Prefeitura, cuja estrutura metálica provisória, projetada pelo arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, já teve a remoção determinada pela Justiça Federal.
Foto: Jefferson Peixoto / Secom PMS
Segundo apuração do Bahia Notícias, para continuar avançando na mudança, a prefeitura também tenta vencer alguns entraves junto à Arquidiocese de São Salvador da Bahia. A reportagem já havia mostrado, por exemplo, que o prefeito Bruno Reis enfrentou obstáculos como o atraso para remoção do acervo existente no local, que é de responsabilidade da Arquidiocese.
Além disso, por se tratar de um bem tombado Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a prefeitura precisou elaborar um projeto específico para patrimônio histórico.
A prefeitura de Salvador projeta que todo o serviço seja concluído até dezembro deste ano. Contudo, ainda não há um cronograma oficial para a migração, que só deve ser finalizar no primeiro semestre do próximo ano.
Tocadas pela Secretaria de Manutenção (Seman), as obras incluem intervenções como nova pintura e restauro da fachada, reforço estrutural, novas instalações elétricas, manutenção e instalação de novas esquadrias, pintura interna e instalação de novos sanitários.
INCENTIVO FEDERAL
A movimentação em torno do Palácio da Sé ganhou força nos últimos meses, com a aprovação, pelo Ministério da Cultura, de um projeto para revitalização de seu acervo e estrutura. A proposta inclui a recuperação de obras arquitetônicas e artísticas, além da captação de doações e patrocínios junto à iniciativa privada para viabilizar as intervenções.
Estão inclusos nos reparos 33 peças integrantes do acervo da Catedral Basílica de Salvador e do Centro Cultural Palácio da Sé, pertencentes aos séculos XVIII e XIX, a saber: esculturas, colunas, fragmentos, 11 personagens de presépios, castiçais, 1 credência barroca e uma rara escultura em papel maché.
Paralelamente, o futuro do Palácio Thomé de Souza também começa a ser discutido. Entre as possibilidades em análise estão a transformação do espaço em uma galeria de arte ou a doação da estrutura à Universidade Federal da Bahia (Ufba). Outra ideia em tramitação na Câmara Municipal propõe a criação de um parque-biblioteca inspirado em modelos internacionais, reaproveitando a estrutura metálica do prédio.
Já a parte do subsolo, onde atualmente funciona um estacionamento, deve se tornar um novo Centro de Convenções com capacidade estimada para 4 mil pessoas.
Além do estacionamento, o espaço abriga uma subestação de energia, operada pela Neoenergia Coelba, que será alocada para o terreno da Praça Castro Alves. O projeto é tirar do papel um centro de convenções entre os Palácios Thomé de Souza e o Rio Branco.
O Ministério da Educação (MEC) implementou uma mudança importante que afeta diretamente os estudantes universitários brasileiros, a partir de julho deste ano, os diplomas de graduação não serão mais emitidos em papel. A decisão segue a portaria n° 70, assinada pelo ministro Camilo Santana. Vale explicar que os impressos emitidos antes de julho continuam válidos.
Agora, o diploma será exclusivamente digital, contando com assinatura eletrônica e um carimbo digital que registra a data e o horário exato da emissão. O objetivo do MEC é tornar o processo mais rápido, seguro e menos sujeito a fraudes, eliminando, por exemplo, a necessidade de assinaturas presenciais.
Para facilitar a consulta e a validação, o diploma digital incluirá mecanismos como um código de validação e um QR Code. Mesmo sendo a única versão com validade jurídica, os formandos poderão imprimir o documento, mas essa cópia terá apenas valor simbólico.
E A BAHIA?
Isso significa que a partir das datas limite estabelecidas, julho de 2025 para graduação e 2 de janeiro de 2026 para pós-graduação stricto sensu e Residência em Saúde), todas as universidades, centros universitários e faculdades federais, estaduais e privadas que fazem parte do Sistema Federal de Ensino deverão estar aptas a emitir seus documentos nesse formato.
Na Bahia, isso inclui instituições como a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), além de faculdades e centros universitários privados.
Imagem de cópias quase identificas a diplomas originais de papel | Foto ilustrativa: Reprodução / PF
E OS DIPLOMAS ANTIGOS?
Para quem já possui um diploma impresso, emitido antes de julho de 2025, não há com o que se preocupar: esses documentos continuam totalmente válidos. A mudança afeta apenas os novos diplomas emitidos a partir da data de obrigatoriedade.
Algumas universidades já haviam adotado o sistema digital de forma antecipada desde 2021. Agora, a emissão digital é uma regra para todas as instituições de ensino superior no Brasil. A digitalização dos diplomas também será estendida aos cursos de pós-graduação. Segundo o MEC, a obrigatoriedade para essa modalidade de ensino começará a valer a partir de janeiro de 2026.
Um homem foi preso acusado de filmar e fotografar mulheres nos banheiros femininos da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ele foi identificado como Emerson Batista, de 33 anos e estaria cometendo os crimes há pelo menos cinco anos.
Segundo informações do Alô Juca, o caso veio à tona após o criminoso ser descoberto por uma aluna que o flagrou enquanto era gravada. A denúncia levou representantes da UFBA a registrarem um boletim de ocorrência, e Emerson foi detido pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM).
O homem foi liberado com o uso de tornozeleira eletrônica após passar por audiência de custódia na última segunda-feira (7). Emerson Batista já tinha passagem pela polícia pelos mesmos crimes.
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Os casos de assédio nos banheiros da universidade não são novidade. Um outro homem já chegou a ser preso acusado de sequestrar e estuprar três mulheres no Instituto de Letras, que fica localizado no campus de Ondina.
Outro caso noticiado foi em 2022, um homem invadiu o banheiro feminino da Faculdade de Comunicação (Facom). Segundo a universidade, o suspeito tentou filmar uma aluna que estava dentro de uma das cabines do local.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito civil para investigar possíveis irregularidades em um processo seletivo simplificado realizado pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A portaria de instauração, assinada pelo procurador da República Leandro Bastos Nunes, determina a apuração de indícios de direcionamento na aprovação de uma candidata, com base em uma interpretação questionável das regras do edital.
Segundo o MPF, há suspeitas de que a comissão avaliadora tenha flexibilizado indevidamente os critérios para beneficiar uma determinada candidata, aceitando títulos em "áreas correlatas" à Odontologia sem amparo claro nas normas do concurso. A investigação visa esclarecer se houve manipulação no julgamento de méritos ou desvio de finalidade no processo.
O órgão determinou a notificação das representantes (autoras da denúncia) e a solicitação de informações à Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) da UFBA. A universidade terá 30 dias para explicar quais fundamentos jurídicos justificaram a aceitação dos títulos da candidata, quais instâncias internas aprovaram a interpretação ampliativa do edital e se existem precedentes de contratações semelhantes. Além disso, a CPPD deverá apresentar cópias de pareceres técnicos ou atas de reunião que embasaram a decisão.
Em nota enviada ao Bahia Notícias, a UFBA afirmou que tem conhecimento do procedimento instaurado pelo MPF, bem como alegou colaborar com a investigação do órgão.
Veja nota na íntegra:
A Universidade Federal da Bahia tomou conhecimento do inquérito instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF) para investigar supostas irregularidades em processo seletivo simplificado para contratação de professor substituto da Faculdade de Odontologia da UFBA. Nesse processo, o MPF solicitou à UFBA questionamentos que foram respondidos pela instituição em maio desse ano.
No presente momento, o MPF encaminhou perguntas adicionais, mais voltadas para a condução da Faculdade no processo seletivo. A Comissão Permanente de Pessoal Docente da UFBA (CPPD), com a contribuição da Pró-Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas (PRODEP), tem colaborado com informações requeridas junto à Direção da Unidade para, em seguida, encaminhar os devidos esclarecimentos ao MPF.
A UFBA entende que tais processos fazem parte da normalidade da gestão pública e que as legítimas demandas junto ao MPF e outros órgãos de controle, além de trazerem melhorias nos processos, contribuem para torná-los cada vez mais seguros transparentes para a sociedade, evidenciando, portanto, a lisura dos procedimentos de governança institucional.
O Ministério Público Federal (MPF) arquivou do Procedimento Preparatório que investigava supostas irregularidades na não convocação de candidatos aprovados no Concurso Público Nacional nº 01/2023 da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para o cargo de Técnico em Citopatologia. A decisão foi publicada nesta terça-feira (8).
O caso teve origem em uma manifestação de candidatos aprovados na microrregião 3, que alegaram preterição diante da ausência de convocações, mesmo com a comprovada necessidade dos serviços em hospitais universitários de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Bahia. Os manifestantes destacaram que a função é essencial para o diagnóstico do câncer, doença que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), deve registrar 704 mil novos casos entre 2023 e 2025. Entre as irregularidades apontadas estavam a terceirização de serviços, desvio de função de outros profissionais e a discrepância no número de técnicos entre as unidades hospitalares.
A EBSERH, por sua vez, esclareceu que o concurso em questão previa apenas a formação de cadastro de reserva, sem vagas imediatas, e que o dimensionamento de pessoal segue portarias ministeriais e critérios de eficiência. A empresa pública também negou a existência de preterição, afirmando que hospitais como o HU-UFS (Aracaju), HUPES-UFBA (Salvador) e HU-Univasf (Petrolina) não tinham vagas em aberto no momento do certame. Quanto à terceirização, justificou que parcerias já estavam em vigor antes do concurso, como no Hospital Universitário de Lagarto (SE), onde o serviço de anatomopatologia é terceirizado desde a fundação.
O MPF considerou que os candidatos aprovados em cadastro de reserva possuem apenas expectativa de direito, não havendo obrigatoriedade de nomeação sem a abertura de vagas. O órgão citou jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconhece a discricionariedade da administração pública na convocação, salvo em casos de preterição arbitrária. Como não foram identificadas irregularidades suficientes para configurar violação de direito, o procedimento foi arquivado.
O Ministério Público Federal (MPF) decidiu abrir um inquérito civil para investigar possíveis irregularidades no processo de oferta de vagas para estudantes do Bacharelado Interdisciplinar (BI) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que desejam migrar para outros cursos da instituição. A medida foi publicada nesta sexta-feira (13) após denúncia de uma possível diminuição no número de vagas disponíveis para esses alunos.
O caso teve início após o MPF tomar conhecimento de que a UFBA estaria reduzindo as oportunidades de transição para os ingressantes do BI no semestre 2022.2. Segundo, o documento, a universidade realizará um processo seletivo extraordinário em 2026, exclusivo para alunos que concluírem o BI no primeiro semestre de 2025. No entanto, uma comissão interna criada para definir o número de vagas ainda não finalizou seu trabalho, deixando os estudantes em situação de incerteza.
O MPF afirmou que caso haja uma redução injustificada de vagas, os estudantes poderiam ter seus direitos violados, já que a transição do BI para outros cursos é uma etapa crucial em sua formação.
A portaria determina a conversão do procedimento preparatório em inquérito civil, para investigar como a UFBA está organizando o processo seletivo extraordinário. Além disso, os autos foram encaminhados ao Núcleo de Cidadania e Resolução de Conflitos (NUCIVE) para acompanhamento.
A Bahia foi representada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em mais um ranking internacional de educação. Dessa vez, os novos dados de 2025 do ranking Center for World University Rankings (CWUR) revelam um cenário preocupante para o ensino superior baiano: a universidade caiu 26 posições na classificação geral.
A realidade não foi exclusiva da maior federal baiana. Segundo os dados, das 53 instituições de ensino brasileiras que integram a lista, 46 registraram queda em suas classificações. O motivo apontado pelo CWUR é a “persistente falta de investimento do governo nas universidades”.
Essa brusca queda na competitividade global das instituições brasileiras é um reflexo direto do enfraquecimento do desempenho em pesquisa e do apoio financeiro limitado, como explica ao portal G1 o presidente do CWUR, Dr. Nadim Mahassen. "Enquanto vários países colocam o desenvolvimento da educação e da ciência como prioridade, o Brasil luta para acompanhar", afirma Mahassen.
A UFBA não só decaiu na posição geral, como também quando comparado com os resultados do ano de 2024, a universidade perdeu posição em todas as categorias avaliadas. Perdeu duas posições entre as latino-americanas, saindo da 36ª para a 34ª.
Também perdeu posição em categorias como “Classificação de Empregabilidade” (que mede a capacidade dos estudantes de encontrarem empregos formais), caindo 52 posições, e “Classificação de Pesquisa” (que mede o nível de influência da pesquisa para o mundo), caindo 29 posições.
Embora a UFBA apareça em queda, o nível educacional não foi tão baixo: ela continua entre as 4,8% mais bem avaliadas do mundo, com uma nota de 70,5 / 100, embora esse valor não tenha apresentado crescimento expressivo, saindo de 70,1 em 2022. Os dados são disponíveis na página do ranking.
A Universidade de São Paulo (USP) continua sendo a brasileira mais bem colocada, mas também registrou quedas em indicadores como qualidade da educação, empregabilidade, qualidade do corpo docente e pesquisa, caindo para a 118ª posição.
Sendo que a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) já manifestou que o orçamento previsto para universidades federais como todo 2025 segue muito abaixo do necessário, um valor de R$ 10,4 bilhões.
Com campi em cidades como Vitória da Conquista, Camaçari e Salvador (bairros como Ondina e Canela), a UFBA ficou na posição 1.007° de mais de 21 mil instituições avaliadas em 2025. A Equipe de Redação do Bahia Notícias entrou em contato com a assessoria de imprensa da universidade questionando sobre os recentes cortes orçamentários, contudo, não houve resposta.
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Em reunião com os reitores das universidades federais nesta terça-feira (27), o governo Lula, por meio do Ministério da Educação (MEC), anunciou uma recomposição orçamentária para as instituições federais de ensino superior. Com as medidas, um adicional de R$ 400 milhões foi liberado. Mas, mesmo com esse acréscimo, o orçamento discricionário — aquele destinado a despesas essenciais — ainda é o menor desde a gestão Temer em 2018, e permanece abaixo dos níveis observados nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), antes da pandemia.
Outro anúncio foi a mudança no limite anual de orçamento para universidades e Institutos Federais. A partir de junho, o repasse voltará a ser de um doze avos (1/12) do total previsto para o ano na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. Essa medida substitui a restrição adotada em março, que limitava o uso do orçamento a 1/18 do total.
A medida vem logo após um decreto assinado pelo presidente Lula em 30 de abril ser criticado por entidades da área da educação. Ele trata da programação orçamentária e financeira, estabelecendo o cronograma de execução mensal de desembolso do Poder Executivo federal para o exercício de 2025.
O texto original limitava a execução orçamentária das despesas discricionárias mensais das universidades e previa que parte do orçamento seria liberada somente em dezembro. Além do decreto, outra medida que sufocou o orçamento das universidades foi um corte de R$ 340 milhões na Lei Orçamentária Anual (LOA) aprovada pelo Congresso.
Em resposta, a União Nacional dos Estudantes (UNE) convocou manifestações após o decreto em favor de um maior orçamento nas instituições de ensino para esta quinta-feira (29), já a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), presente na reunião comemorou a medida do acréscimo e retratou a reunião com o governo com ponto de diálogo.
"Foram feitos anúncios importantes, sobretudo, na questão orçamentária. […] Aguardamos ainda por novas medidas, que estão sendo estudadas nesse momento. A reunião foi um aumento de diálogo [com o governo], mas é importante nossas universidades apresentarem suas principais necessidades e seus principais projetos para contribuir com nosso país", declarou o presidente da Andifes José Diniz Melo.
Momento da Reunião com os reitores | Foto: Reprodução / Luis Fortes - MEC
Um levantamento revelado pela Folha de S.Paulo, com base em dados do centro de estudos SoU Ciência, revela que o gasto da União com universidades federais em 2024 foi de R$ 5,04 bilhões. Esse valor é inferior aos R$ 5,2 bilhões executados em 2023 e também abaixo do patamar de 2016 e 2019, mesmo com o aumento no número de matrículas e a expansão da rede federal de ensino. Veja abaixo:
Para contextualizar, a SoU Ciência detalha os orçamentos discricionários desde o governo Fernando Henrique Cardoso. O maior investimento ocorreu em 2013, durante o governo Dilma Rousseff, atingindo R$ 7,51 bilhões. Nos últimos seis anos, que abrangem o final do governo Temer, o governo Bolsonaro e o atual governo Lula, o maior valor foi de R$ 5,52 bilhões em 2019 (governo Bolsonaro).
Embora o governo Lula tenha superado os valores de Bolsonaro e da pandemia nos últimos dois anos, ainda não alcançou o pico de investimento da gestão Dilma. Em 2024, no atual governo, o valor foi de R$ 5,04 bilhões, ficando abaixo do patamar de 2019.
O Ministério da Educação (MEC), por sua vez, atribui a situação à redução de verbas dos anos anteriores. Em nota à Folha, o MEC afirmou que "na gestão atual, os recursos destinados às instituições tiveram um aumento de 22%". Complementou ainda que está "trabalhando para garantir a recomposição do orçamento em 2025 destinado às instituições federais de ensino superior, que foi reduzido a partir de aprovação da Lei Orçamentária Anual no Congresso Nacional".
Imagem de entrada da UFBA em Salvador | Reprodução: Ronne Oliveira / Bahia Notícias
AS REALIDADES DAS FEDERAIS BAIANAS
Na Bahia, a situação se repete em 5 universidades bem avaliadas em ranking's de educação. A Universidade Federal da Bahia (UFBA), a maior do estado e uma das maiores do Nordeste, informou em nota recente que, apesar de esforços de readequação interna, o orçamento atual não é suficiente para garantir o funcionamento pleno de suas atividades.
Obras importantes, como a requalificação de prédios antigos nos campi de Salvador, Vitória da Conquista e Camaçari, seguem sem previsão de conclusão. Além disso, a universidade determinou limitações no uso de recursos, como desligamento de ar-condicionados e elevadores a fim de evitar gastos de energia.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o reitor Roque Albuquerque da UNILAB (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira), com campus no interior baiano como em São Francisco do Conde, comentou sobre os anúncios. Para ele, a medida mais positiva foi a adoção dos pagamentos de 1/12, pois isso permite controlar as despesas estudantis mais emergenciais.
"O governo anunciou que vai devolver os 259 milhões que foram cortados pelo Congresso, ou seja, foi uma correção. Mas a melhor notícia foi a devolução imediata dos próximos 3 dias do orçamento de 5/12 alvos. O Ministro Haddad confirmou a retirada, a gente volta até 1/12 alvos ao invés de 1/18, isso é uma boa notícia. Vamos pagar o que está atrasado, como os serviços essenciais, como em manter bolsas estudantis e restaurantes", explica o gestor.
O reitor destacou, ainda, que mesmo com os desafios, o ministro Camilo Santana se mostra mais comprometido com o diálogo, contudo criticou a ausência do MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos). No entanto, Albuquerque ressaltou que seriam necessários mais R$ 2 bilhões para os investimentos retornarem aos maiores índices, como os da gestão Dilma Rousseff em 2014.
"Temos que lembrar que de 2014 até 2025, o orçamento discricionário caiu de 12,6 bi para 7,3 bi. Quase que pela metade. Desde o governo Dilma, nós vimos recebendo cortes no decorrer desses anos, com exceção dos anos da pandemia. O orçamento previsto para esse ano era menor, isso nos assustou. E acrescento: temos que ir para cima do MGI, não podemos cobrar só o MEC. Quando o MGI trata com o 1/18 alvos, você tá vendo a floresta, mas não tá entrando [na floresta] para [entender] o que nós, reitores, passamos", cobra o reitor.
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), por sua vez, operava em regime de contingenciamento desde abril de 2025. A reitoria alertou sobre dificuldades para manter contratos de segurança e limpeza, e confirmou a paralisação de investimentos em equipamentos laboratoriais, o que pode comprometer o calendário acadêmico do segundo semestre.
A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), por sua vez, operava em regime de contingenciamento desde abril de 2025. A reitoria alertou sobre dificuldades para manter contratos de segurança e limpeza, e confirmou a paralisação de investimentos em equipamentos laboratoriais, o que pode comprometer o calendário acadêmico do segundo semestre.
No Oeste baiano, a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) também relatou impactos do decreto presidencial nº 12.448, de abril de 2025, que fragmentou o repasse do orçamento discricionário em 18 partes, das quais somente 11 devem ser liberadas até novembro de 2025. A instituição afirma que está sem recursos para realizar a manutenção predial necessária em unidades dos campi de Barreiras, Santa Maria da Vitória e Bom Jesus da Lapa.
"A medida é fundamental para atender ao que foi planejado com base na PLOA. É importante destacar que reconhecemos o esforço do MEC na busca pela superação do declínio orçamentário ocorrido nos últimos anos e pela abertura ao diálogo necessário para compreensão das demandas da Educação Superior. Contudo, mantemos a posição de defesa em relação à necessidade de garantias do financiamento das universidades aos níveis vivenciados em 2014", ressalta o reitor da UFOB em resposta oficial.
O Ministério da Educação (MEC) afirma que, desde 2023, tem se esforçado na recomposição que o orçamento geral da pasta subiu 38% nos últimos três anos. Ainda assim, os reitores baianos aguardam com expectativa o desenrolar das ações do governo, especialmente após a reunião desta terça-feira (27), para a liberação de verbas retidas e o restabelecimento do repasse mensal integral — equivalente a 1/12 do orçamento anual.
O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) virá para Salvador para participar de uma manifestação contra a cassação de seu mandato no Auditório da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), nesta quinta-feira (15), às 17h. O protesto faz parte da Caravana Nacional #GlauberFica, que reúne apoiadores e líderes políticos pela manutenção do mandato do psolista que teve a cassação aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
O dirigente do Psol e segundo colocado na disputa à prefeitura de Salvador, Kleber Rosa, destaca a importância da permanência de Glauber no Congresso Nacional. Segundo ele, a continuidade de seu correlegionário na Câmara é importante para a “defesa das bandeiras da esquerda”.
“A continuidade do mandato de Glauber é essencial para o Brasil, para os movimentos sociais e para a defesa das bandeiras da esquerda no Congresso Nacional. O mandato de Glauber é uma voz ativa na luta por justiça social e em prol dos direitos humanos. O apoio popular é fundamental neste momento decisivo, especialmente com a votação do processo de cassação prevista para o início de julho”, disse Kleber.
A Caravana Nacional #GlauberFica tem como objetivo mobilizar a sociedade civil, os partidos de esquerda, os movimentos estudantis, as entidades sindicais e os movimentos sociais de uma forma geral para reforçar o apoio ao mandato de Glauber.
O Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-Line (GJOL) da UFBA está com inscrições abertas para o seminário que marcará os 30 anos do Jornalismo Digital no Brasil e no mundo. O evento ocorrerá de 21 a 23 de maio de 2025, com atividades presenciais na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e transmissão online.
Organizado pelo GJOL o seminário terá palestras, apresentações de trabalhos e minicursos com especialistas da área. A programação inclui uma homenagem aos fundadores do grupo de pesquisa e a palestra "E tudo a Internet levou: memórias póstumas do jornalismo tal como o conhecemos", com o professor português João Canavilhas.
Entre os minicursos que compõem a programação estão os seguintes: Como elaborar projetos de pesquisa: o Método GJOL; Práticas em Jornalismo de Dados para transformação social; Aplicação de métodos visuais para análise de coleções de imagens jornalísticas; Narrativas acessíveis no jornalismo: da teoria à prática; Criação de mapas jornalísticos baseados em dados geoespaciais; e Jornalismo de impacto sociocultural: como construir uma organização sem fins de lucro, mas sustentável.
A professora Suzana Barbosa, coordenadora do GJOL e do programa de pós-graduação da Faculdade de Comunicação da UFBA (Facom), convida profissionais e estudantes a participarem.
“Com a realização desse evento, queremos fazer com que esteja marcada esse efeméride dos 30 anos, mas também dar significado a um campo de estudos que se desenvolveu bastante nessas três décadas e, principalmente, a partir desse nosso lugar, com o GJOL tendo sido um dos grupos pioneiros no Brasil. Deixo o convite para que os profissionais do jornalismo que tenham interesse possam se inscrever e participar, quem chefia e dirige redações, as pessoas que estão levando adiante as operações dos nativos digitais, além de estudantes de pós-graduação e graduação”
As inscrições podem ser feitas até 16 de maio na plataforma Even3, com valores promocionais disponíveis até 8 de maio. Os participantes podem se inscrever como ouvintes ou como apresentadores de trabalhos acadêmicos.
O Seminário GJOL – 30 anos de Jornalismo Digital conta com apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Póscom) da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Associação de Jornalismo Digital (AJOR), da MOMENTUM Journalism & Tech Task Force, da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), do Sindicato dos Servidores da Fazenda da Bahia (Sindsefaz), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras (CTB-BA), da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
A professora Irma Ferreira Santos, cantora e doutoranda em Educação Musical, reassumiu seu cargo como docente substituta na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA) após uma decisão judicial favorável. A readmissão foi anunciada em nota, nesta quarta-feira (23), pelo Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (APUB).
A Justiça reverteu o cancelamento de sua contratação, que havia sido anulada sob questionamentos à sua aprovação via Lei de Cotas. Com a vitória na Justiça, Irma Ferreira retornará às salas de aula na próxima segunda-feira (28).
"É muito bom estar voltando para a Universidade, muito bom estar voltando para a Escola de Música pela porta da frente, trazida sobretudo pelos estudantes. Estar com o contrato assinado novamente significa uma batalha ganha em prol da Lei de cotas. Porém, precisamos continuar observando e nos mobilizando", declarou Irma em nota do sindicato.
Imagem da entrada da Escola de Música em Salvador | Foto: Reprodução / Google Maps
Ainda na terça-feira (15) em suas redes sociais a cantora garantiu que manteria uma disputa judicial pela garantia de sua vaga. Em vídeo, a professora foi defensora da lei de cotas e garantiu que estava preparada com vasta experiência para ocupar a cadeira na Escola de Música da universidade federal (EMUS-UFBA).
RELEMBRE O CASO
A professora Irma Ferreira Santos teve sua contratação como docente substituta na UFBA, para a área de "Canto Lírico", anulada em dezembro de 2024 por uma decisão da 10ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária da Bahia.
Irma havia sido aprovada através do sistema de cotas raciais em um processo seletivo realizado pela universidade em setembro de 2024.
A decisão judicial atendeu a um questionamento de uma candidata não convocada, que argumentou que a reserva de vagas deveria ser aplicada dentro de cada área específica do concurso, e não sobre o total de vagas do edital, em detrimento da nomeação de uma candidata da ampla concorrência.
A UFBA recorreu da decisão, defendendo a legalidade de sua metodologia de aplicação das cotas sobre o conjunto das vagas, prática adotada desde 2018 e com o apoio do Ministério Público Federal (MPF). Em março de 2025, a universidade informou Irma sobre a decisão judicial, garantindo que estava buscando sua reversão.
Foto: Reprodução /Ascom- Apub
O sindicato dos professores atuou juridicamente na defesa da professora, argumentando que a UFBA aplicou corretamente a Lei n.º 12.990/2014, que reserva 20% das vagas em concursos públicos para pessoas negras.
A vice-presidenta da APUB, Barbara Coêlho, reafirmou o compromisso do sindicato em defender a política de cotas e anunciou a intenção de promover debates e mobilizações contra interpretações judiciais que possam ameaçar essas ações afirmativas.
Nenhum curso de Medicina em todo estado da Bahia obteve nota máxima no ranking Conceito Preliminar de Curso (CPC) 2024, um dos indicadores de qualidade do Ministério da Educação (MEC), que avalia os cursos de graduação. Os dados, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou na última sexta-feira (11), são referentes ao ano de 2023 e foram 24 avaliados cursos de faculdades públicas, privadas, comunitárias e outras.
Considerado um importante indicador de qualidade, a nota do CPC classifica os cursos com notas 4 e 5 como “nível de excelência”. A nota 3 indica um nível satisfatório, enquanto notas 1 e 2 apontam para cursos com desempenho considerado insatisfatório.
Conceito Preliminar considera, principalmente, o desempenho dos alunos na prova do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), realizado entre alunos de diversos cursos de ensino superior. Entre os cursos de Medicina avaliados na Bahia, nenhum atingiu a nota máxima, seja entre as públicas, privadas ou outras. No presente ranking, o Bahia Notícias disponibiliza os resultados das 10 universidades públicas, federais ou estaduais, avaliadas.
Neste cenário, a UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) e UFBA (Universidade Federal da Bahia) se destacam. Confira o ranking das 10 mais bem classificadas:
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB) — Jequié: CPC 3,365 (Faixa 4)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) — Vitória da Conquista: CPC 3,302 (Faixa 4)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) — Salvador: CPC 3,088 (Faixa 4)
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB) — Salvador: CPC 3,053 (Faixa 4)
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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO (UNIVASF) — Paulo Afonso: CPC 2,895 (Faixa 3)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA (UFRB) — Santo Antônio de Jesus: CPC 2,840 (Faixa 3)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA (UFOB) — Barreiras: CPC 2,574 (Faixa 3)
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ (UESC) — Ilhéus: CPC 2,405 (Faixa 3)
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB) — Vitória da Conquista: CPC 2,427 (Faixa 3)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA (UFSB) — Teixeira de Freitas: CPC 2,333 (Faixa 3)
Vale a pena destacar que com relação à UFBA, os formados do campus de Vitória da Conquista foram mais bem avaliados que os estudantes da capital baiana. Contundo, nenhuma baiana chegou na nota 5. A mais bem avaliada no CPC 2023 do país foi a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, em São Paulo.
Além dos critérios já citados, o CPC mede o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que avalia o quanto o curso agrega valor ao aprendizado dos estudantes. Fatores como a formação dos professores — porcentagem de mestres e doutores —, e a opinião dos alunos sobre a sua experiência no curso também são consideradas.
Esses indicadores são importantes ferramentas para avaliar a qualidade da educação superior no Brasil, com base no desempenho dos estudantes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). O Bahia Notícias também revelou os últimos dados do IGC (Índice Geral de Cursos) e nele a UFBA também foi bem avaliada com excelência com nota 5, a Uesb se manteve na média 4.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou nesta sexta-feira (11) os resultados do Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) 2023, um importante indicador da qualidade do ensino superior no Brasil. Na Bahia, somente a UFBA e o Senai CIMATEC conseguiram a nota máxima na classificação geral.
O IGC avalia as instituições em uma escala de 1 a 5, sendo as notas mais altas um reflexo da boa qualidade no ensino, na pesquisa e na extensão. O IGC oferece um panorama da qualidade de uma instituição na totalidade, não proporcionando uma análise por cursos de graduação ou pós-graduação individualmente, somente uma análise de todos os departamentos desses cursos.
Segundo os dados revelados pelo MEC (Ministério da Educação), a UFBA e o Senai Cimatec atingiram notas 5 na classificação geral. Embora nenhuma das duas esteja entre as melhores do país, a mais bem classificada foi a Universidade de Brasília (UnB) com uma classificação contínua de 4,29/5, pontuando a UnB em 1° lugar. Com esse número é preciso explicar que o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) apresenta-se de duas maneiras.
São elas, o IGC contínuo e o IGC em faixas. O IGC contínuo é o valor numérico preciso, resultado do cálculo que pondera a qualidade da graduação (CPC) e da pós-graduação (Capes) pelo número de matrículas. Ele oferece uma avaliação detalhada da instituição, dessa forma as notas ficam mais detalhadas.
Em contraste, o IGC geral simplifica essa informação, convertendo o valor contínuo em uma escala de 1 a 5. Essa categorização facilita a comparação entre universidades e é frequentemente utilizada para fins de regulação e avaliação mais geral da qualidade do ensino superior.
A Bahia aparece somente na 19ª posição nacional, representada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os dados do Inep revelam que diversas instituições da Bahia alcançaram as notas mais altas no IGC 2023, demonstrando a qualidade do ensino superior oferecido no estado. Quando são analisadas as 10 melhores instituições baianas, estão:
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) — 4,188 (nota 5);
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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAI CIMATEC (SENAI CIMATEC) — 4,054 (Nota 5);
Ficaram com nota 4 na classificação Geral:
3. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ (Uesc) — 3,66
4. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA (UEFS) — 3,575
5. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (Uesb) — 3,547
6. FACULDADE ADVENTISTA DA BAHIA (FADBA) — 3,532
7. UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA (UFSB) — 3,515
8. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA (UFRB) — 3,469
9. ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA (EBMSP) — 3,379
10. CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO (UNIJORGE) — 3,348
Além dessas dez mais bem classificadas, pelo menos outras 24 universidades baianas estão acima da média 4. É o caso da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) e IGC contínuo de 3,3 ou da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) com nota beirando os 3,2. Importante destacar que a média geral considera todos os resultados, por exemplo, a UNEB teve uma pontuação muito alta (com 4,2/5) na categoria do mestrado, contundo cai em outras categorias.
Entre as instituições particulares vale destacar o Centro Universitário de Excelência (UNEX) e o Centro Universitário UNIFTC ambos com bons resultados com conjuntura em nota 4 no IGC em suas subdivisões de faculdades por municípios como Jequié, Salvador e Itabuna.
Vale lembrar que IGC não considera as desigualdades dentro de cada instituição. O IGC considera a média dos Conceitos Preliminares de Curso (CPC) dos cursos de graduação da instituição nos últimos três anos, a média dos conceitos da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) avaliados pela Capes, e a proporção de alunos na graduação e na pós-graduação.
A professora Irma Ferreira utilizou suas redes sociais nesta terça-feira (15) para se apresentar e abordar os recentes acontecimentos relacionados à contratação dela como docente substituta na Universidade Federal da Bahia (UFBA), que foi anulada judicialmente devido à aplicação da lei de cotas. Em um vídeo, ela também discute as regras estabelecidas no edital do concurso e a própria legislação sobre cotas raciais.
"Eu me preparei para a prova. Conciliar o palco e os estudos nunca foi um problema para mim, faz parte da minha rotina desde sempre. Como uma mulher preta, não tenho tempo para estar errando, muito menos fazer as coisas mal feitas. Acabei a prova sabendo que tinha feito o que precisava e ouvi um diálogo da banca: 'Ela fala bem, né?'. O resultado saiu e eu fui aprovada. Sabia meus direitos, eu li o edital e sim, a vaga era a minha por lei. Fiz valer, racismo institucional estávamos vendo. Sem mais me alongar, sou Irma Ferreira, cantora lírica, mulher preta, de Salvador. Essa vaga é minha", manifesta a professora.
Veja o vídeo:
Em sua postagem nas redes, Irma Ferreira cita trechos do edital nº 02/2024 da UFBA, que estabelece a oferta de 83 vagas no total, sendo 62 para ampla concorrência, 16 reservadas para pessoas autodeclaradas negras e 5 para pessoas com deficiência (PCD), conforme consta na página 1 do documento.
A professora também destaca a cláusula 7.5.1 do edital (página 9), que estabelece: "Os/As candidatos/as com deficiência e negros/as enquadrados no item 7.2, desde que tenham sido aprovados/as, ocuparão a vaga imediata em sua Área de Conhecimento, ainda que esta seja a única e as suas classificações não lhes garantam a primeira posição".
Além disso, Irma Ferreira relembra que "a Lei de Cotas determina o mínimo de aplicação das vagas, mas as universidades federais têm autonomia para, por meio de políticas específicas de ações afirmativas, instituir reservas de vagas suplementares", conforme informação divulgada pelo portal do Ministério da Educação (MEC).
A manifestação da professora ocorre em meio à repercussão do caso, onde a UFBA já se posicionou publicamente em defesa da legalidade da aplicação das cotas no concurso e anunciou que irá recorrer da decisão judicial que cancelou a contratação de Irma Ferreira. Além disso, como apoio, a Universidade Federal o Recôncavo da Bahia (UFRB) também manifestou solidariedade pelo caso em favor da UFBA.
Quatro instituições de ensino superior em Salvador atingiram nota máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). O Centro Universitário Senai Cimatec, a Universidade Federal da Bahia, a Universidade do Estado da Bahia e a Universidade Salvador atingiram nota 5 nos indicadores de qualidade.
Os resultados dos Indicadores de Qualidade da Educação Superior de 2023 foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na última sexta-feira (11).
Os destaques são os cursos de Engenharia da Computação, do Senai Cimatec; Farmácia, Engenharia Civil, Medicina Veterinária, Fonoaudiologia e Engenharia Elétrica, da UFBA; Tecnologia em Gestão Ambiental, da Unifacs; e Nutrição, da UNEB.
Ao todo, 33 cursos foram classificados como "Sem Conceito", quando o curso não tem o número mínimo de estudantes concluintes com resultados válidos no Enade. Para ser avaliado no Conceito Enade, os cursos precisam ter pelo menos dois estudantes concluintes que participaram do Enade.
O restaurante universitário da Universidade Federal da Bahia, localizado no campus Ondina, teve suas atividades interrompidas temporariamente na última sexta-feira (11), por falta de pagamento. O atraso no pagamento da empresa prestadora de serviços já havia provocado ajustes e reduções no cardápio do RU.
Segundo comunicado publicado na última sexta-feira, a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (PROAE) informou que “devido ao inadimplemento superior a 3 (três) meses no pagamento das faturas da empresa prestadora de serviços, fomos notificados pela empresa Meio Dia Refeições, cessionária responsável pelo fornecimento da alimentação no Restaurante Universitário RU - Ondina, sobre a necessidade de suspensão temporária da prestação de serviços a partir de amanhã, dia 12 de abril de 2025”.
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Ainda conforme nota, a UFBA se encontra em “tratativas administrativas” com a contratada e deve atualizar a comunidade sobre a situação na próxima segunda-feira (14).
Devido aos atrasos no pagamento, a comunidade universitária usuária do serviço já vinha sofrendo com cortes. Na última quarta-feira (9), a PROAE informou em nota a redução de opções de proteína - de três para duas - e de saladas - de duas para uma -, além da exclusão da sobremesa e do suco do cardápio.
No comunicado, a PROAE informou que as medidas seriam temporárias e visavam manter o “funcionamento essencial” do restaurante enquanto se buscava soluções para a regularização dos pagamentos pendentes.
Foto: Captura de tela / PROAE
O RU na Ondina é o principal restaurante da universidade e, costumava funcionar em dois horários: almoço (11h às 14h) e jantar (17h às 20h). Em 2023, a estimativa era que o restaurante oferecia cerca de 2.700 refeições diárias.
Através das redes sociais, o Diretório Central dos Estudantes da UFBA convocaram os estudantes para um ato político em frente a Reitoria, na próxima segunda-feira (14), às 10h, para a reabertura do serviço.
O Bahia Notícias entrou em contato com a universidade, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), sediada em Cruz das Almas, manifestou publicamente sua solidariedade à Universidade Federal da Bahia (UFBA) nesta quinta-feira (10) após uma decisão judicial anular a contratação de uma professora negra, Irma Ferreira Santos, que havia sido aprovada em concurso para professor substituto na área de "Canto Lírico" através do sistema de cotas raciais.
A decisão, proferida pela 10ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária da Bahia, determinou o cancelamento da convocação e contratação de Irma e a nomeação de outra candidata para a vaga. A UFBA já havia anunciado que irá recorrer da decisão, por discordar "veementemente" do entendimento judicial
A universidade baiana argumenta que a aplicação da reserva de vagas no conjunto total do edital respeita a legislação vigente, que reserva 20% das vagas em concursos públicos para pessoas negras, e que o entendimento do juiz contraria tanto a lei quanto a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que já reconheceu a constitucionalidade da política de cotas
"A UFRB se une à UFBA na defesa da legalidade e da legitimidade das cotas, apoiando a posição da universidade de que não há ilegalidade na aplicação dessas políticas, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF)", diz a nota da reitoria.
ENTENDA O CASO
Em setembro de 2024, a UFBA realizou um processo seletivo simplificado para a contratação temporária de professores substitutos, com um total de 83 vagas distribuídas em 26 unidades acadêmicas. Segundo a Lei de Cotas, 16 dessas vagas foram destinadas a candidatos autodeclarados negros.
Na área de "Canto Lírico", vinculada à Escola de Música, Irma Ferreira Santos foi aprovada nas vagas reservadas e chegou a assumir o cargo. No entanto, uma candidata que não foi convocada ingressou com uma ação judicial questionando a contratação, alegando que a reserva de vagas deveria ser aplicada dentro de cada área específica do concurso, e não sobre o total de vagas ofertadas no edital.
Inicialmente, a Justiça concedeu uma liminar determinando a reserva da vaga para a autora da ação. Em dezembro de 2024, o juiz proferiu a sentença definitiva, acolhendo os argumentos da autora e ordenando sua nomeação. Em março de 2025, a UFBA comunicou a decisão à professora Irma, garantindo que está recorrendo da sentença e defendendo a legalidade da metodologia de aplicação das cotas, utilizada desde 2018 e já validada em outros concursos e instituições. O Ministério Público Federal (MPF) também manifestou apoio à metodologia adotada pela UFBA.
A UFRB, em sua nota de solidariedade, reforçou a importância das cotas como ferramenta essencial para combater as desigualdades históricas e promover a diversidade no ensino superior, unindo-se à UFBA na defesa da legalidade e legitimidade dessas políticas.
Leia a nota na íntegra:
"A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) vem a público expressar sua mais profunda solidariedade à Universidade Federal da Bahia (UFBA) em relação ao recente caso envolvendo a aplicação da lei de cotas em um concurso para professores(as) substitutos(as). A decisão judicial que determinou o cancelamento da convocação e contratação de uma professora aprovada por meio de cotas é vista por nós como um retrocesso significativo nas políticas de inclusão e igualdade racial no ensino superior. A UFRB defende firmemente a importância das cotas como uma ferramenta essencial para combater as desigualdades históricas e promover a diversidade nas instituições de ensino superior.
A UFRB entende que a aplicação das cotas é uma medida necessária para garantir que grupos historicamente excluídos tenham acesso igualitário às oportunidades educacionais e profissionais. A decisão da Justiça, nesse contexto, representa um desafio à autonomia universitária e à implementação de políticas afirmativas que visam promover a inclusão e a justiça social. A UFRB se une à UFBA na defesa da legalidade e da legitimidade das cotas, apoiando a posição da universidade de que não há ilegalidade na aplicação dessas políticas, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).
A UFRB manifesta seu apoio incondicional à comunidade acadêmica da UFBA, especialmente à professora Irma Ferreira Santos, que teve seu contrato rescindido em decorrência da decisão judicial. Acreditamos que a continuidade dessas políticas é fundamental para o avanço da educação inclusiva no Brasil. A UFRB se compromete a continuar lutando pela manutenção e fortalecimento das políticas de cotas, garantindo que as instituições de ensino superior permaneçam comprometidas com a promoção da igualdade e da justiça social.
Cruz das Almas, 10 de abril de 2025".
Reitoria da UFRB
Agentes e profissionais da Segurança Pública da Bahia têm até o domingo (30) para se inscrever em dois cursos de pós-graduação gratuitos com 202 vagas. As formações são resultados de uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), através da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
As inscrições devem ser realizadas em formulário no site da universidade, o objetivo seria qualificar os profissionais que atuam na linha de frente da segurança pública, oferecendo conhecimentos atualizados e ferramentas práticas para melhorar o atendimento à população.
Um dos cursos é a especialização em 'Proteção de Pessoas Vulnerabilizadas' com três módulos, destinada a policiais, peritos, bombeiros militares e guardas municipais. O foco é capacitar esses profissionais para lidar com grupos em situação de vulnerabilidade.
Parte das aulas ocorrerão semanalmente, de forma síncrona (ao vivo), às terças, quartas, quintas e sextas-feiras, das 18h30 às 22h30. As turmas serão definidas por sorteio, e os alunos deverão assistir às aulas em suas respectivas turmas.
As demais aulas serão ministradas de forma assíncrona, em ambiente virtual próprio, em aulas expositivas, dialogadas, exercícios, estudos de casos, pesquisas, oficinas, atividades individuais ou em grupo e estudos dirigidos. Tutores estarão disponíveis para interação com os alunos nos conteúdos assíncronos, através da plataforma Moodle da UFBA.
A UFBA informou em um edital, que a especialização em Segurança Pública e Políticas sobre Drogas visa capacitar 202 profissionais da área para todos o país em diferentes instâncias. O objetivo é fortalecer as políticas públicas voltadas ao enfrentamento do uso e tráfico de drogas, com uma abordagem interdisciplinar e baseada em evidências.
Os laboratórios dos institutos de Física e Química da Universidade Federal da Bahia (UFBA) seguem sem previsão para serem reabertos, mesmo após quase 16 anos fechados devido a um incêndio ocorrido em 2009. Os espaços chegaram a ter uma licitação de construção aberta no ano passado, mas conforme publicação no Diário Oficial da União (DOU), a contratação da empresa foi suspensa.
Os valores da licitação, segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, giravam em torno de R$ 15,5 milhões. A empresa que estava responsável deveria realizar a requalificação do espaço, além de instalar os equipamentos dos laboratórios, chamada de 2ª fase da obra do prédio anexo de física e química.
Um documento o qual a reportagem obteve acesso informa que a UFBA descreveu as obras com a execução parcial das instalações elétricas, hidráulicas, de proteção contra incêndio (PCI) e de comunicação de dados.
O edital de contratação foi aberto em abril de 2024, tendo um vencedor no final do ano passado. Todavia, o DOU publicado nesta semana informou que o edital foi suspenso, sem dar maiores detalhes.
A reportagem tentou contato com a UFBA via e-mail para saber de mais detalhes, mas foi respondida até o fechamento da matéria. O Instituto de Biologia também foi procurado por ligação, mas o Bahia Notícias não foi atendido.
O INCÊNDIO
O incêndio de grandes proporções no laboratório do Instituto de Biologia da UFBA ocorreu em 27 de abril de 2009. As chamas atingiram uma sala do primeiro andar do prédio e destruiu equipamentos, documentos e materiais de pesquisa, incluindo amostras biológicas que estavam sendo analisadas por pesquisadores da instituição.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu controlar as chamas antes que elas se espalhassem para outras áreas do instituto. Não houve feridos, mas o prejuízo foi significativo, principalmente para os estudos em andamento. As causas do incêndio não foram confirmadas oficialmente, mas suspeitou-se de um curto-circuito.
O incidente impactou diversas pesquisas, pois algumas delas envolviam materiais de difícil reposição.
A Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA) está com inscrições abertas para os Cursos Livres de Extensão em Dança, que acontecerão de abril a junho de 2025. As aulas começam no dia 5 de abril e os interessados podem se inscrever a partir de 1º de abril por meio do formulário online.
Serão oferecidos diversos cursos, como Dança Contemporânea, Zumba, Letra da Dança, Danças Urbanas, Ballet Clássico, Sambaê, Corporeidades em Danças Urbanas, Dança de Salão, Dança para Todos, Dança Moderna, Dança do Ventre, Dança Afro-brasileira, Dança de Capoeira e Pilates.
A mensalidade é de R$100, exceto para o curso de Pilates, que custa R$150, e para o curso "Dança para Todos", que é gratuito. Em caso de dúvidas, os interessados podem enviar e-mail para [email protected] ou entrar em contato pelo Instagram @dancaufba.
Os cursos são voltados para o público interno e externo da UFBA e têm como objetivo divulgar técnicas de dança, com foco no treinamento e capacitação. O diretor da Escola de Dança, Antrifo Sanches, destaca que a diversidade de estilos reflete a cultura da Bahia e reforça a importância de dialogar com a sociedade.
Confira os horários e professores de alguns cursos:
- Desconstruindo o Ballet Clássico: Sábado, das 9h45 às 11h45 - Michele Braga e Mariana Calabrese.
- Danças Urbanas: Sábado, das 14h às 16h - Sergio Neves (Saga).
- Dança para Todos (gratuito): Terça, das 9h às 11h - Prof.ª Tânia Bispo.
- Dança Contemporânea: Sexta-feira, das 16h30 às 18h30 - Prof.ª Gisele Morães.
- Zumba: Sábado, das 9h30 às 11h30 - Prof. Loiziano Oliveira.
- Sambaê: Sábado, das 15h às 17h - Prof.ª Carolina Bastos.
- Corporeidades em Danças Urbanas: Sábado, das 14h às 16h - Prof.ª Luana Sanches.
- Dança de Salão: Terça-feira, das 18h às 20h - Prof.ª Camila Russo Nantes.
- Dança do Ventre: Quarta-feira, das 16h20 às 18h20 - Prof.ª Lívia Santa Rosa.
- Dança de Capoeira: Segunda e quarta-feira, das 17h às 18h30 - Prof.ª Sandra Santana.
- Letra da Dança: Sábado, das 16h às 17h - Clênio Magalhães.
- Pilates: Prof.ª Iane Garcia.
O Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA/Ebserh) recebeu dez novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto. Inaugurados na última quarta-feira (19), o novo espaço vai ajudar a agilizar o atendimento de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) da Bahia.
A previsão com a expansão é de um aumento de 25% nas cerca de 455 cirurgias eletivas que eram realizadas por mês. A solenidade de entrega aconteceu no anfiteatro do Hospital e contou com a presença de autoridades, descerramento de plana e visita às instalações.
O investimento foi de cerca de R$ 160 mil reais, proveniente de recursos próprios. A nova unidade foi aberta na Ala 4C e terá perfil de UTI cirúrgica para a internação de pacientes de procedimentos de alta complexidade ou pacientes com múltiplas comorbidades operados(as).
Durante a cerimônia, o superintendente do Hupes-UFBA/Ebserh, José Valber Lima Meneses, explicou que foi feita uma readequação de leitos já existentes no hospital, possibilitando essa ampliação.
“Foi um projeto da atual gestão e da equipe de infraestrutura, que organizou uma área já existente para receber os novos leitos. Há mais ou menos 3 dias não está havendo cancelamento de cirurgias por falta de leitos. Isso é maravilhoso, tanto para o hospital, como para o SUS e para o estado, porque faz com que todos os procedimentos se tornem mais rápidos e acessíveis”, afirmou.
O reitor em exercício da Universidade Federal da Bahia, Penildon Silva Filho, ressaltou a função essencial de um hospital universitário, que é a assistência à saúde pelo SUS e a formação de estudantes da área de saúde.
“Nós já estamos com essa UTI em pleno funcionamento. Vários pacientes já estão aqui. Isso vai permitir que nós tenhamos um atendimento ainda maior da população e que tenhamos mais ensino, pesquisa e extensão”, destacou.
Representando o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, o assessor da Presidência da Ebserh, José Santos Souza Santana, também participou da cerimônia de inauguração dos 10 novos leitos de UTI do Hupes-UFBA/Ebserh. Ele ressaltou o atual momento de crescimento da estatal em todo o país. “É uma obra fundamental, que irá melhorar muito a capacidade do hospital de responder bem ao SUS e girar leitos. A Ebserh, como um todo, está inaugurando diversas UTIs e abrindo novos leitos. Olhando para a Rede Ebserh, voltamos a ver o país crescendo e investindo”, afirmou.
Para o subsecretário da Saúde do Estado, Paulo Barbosa, o Hupes-UFBA/Ebserh já tem um grande papel na rede pública, principalmente em serviços especializados que são feitos apenas na unidade. “Temos a perspectiva de fazer muito mais cirurgias, incluindo complexas, e assim o Hupes irá apoiar ainda mais a rede de atenção à saúde no SUS da Bahia”, ressaltou.
SEQUÊNCIA
Após os pronunciamentos, aconteceu o descerramento da placa. Participaram do momento simbólico o Reitor da Universidade Federal da Bahia em exercício, Penildon Silva Filho; a Diretora de Orçamento e Finanças da Ebserh, Márcia Suzanna Dutra Abreu Borges Da Fonseca; o Superintendente do Hupes-UFBA, José Valber Lima Meneses; o Assessor da Presidência da Ebserh, José Santos Souza Santana; e a Gerente de Atenção à Saúde, Carolina Calixto de Souza Fontes.
Em seguida, os presentes visitaram as novas instalações no saguão do quarto andar, ala C/D do Hupes-UFBA/Ebserh. A confeiteira Mauriceia Batista dos Santos é cardiopata e estava há 3 meses na fila de espera para uma cirurgia de vesícula. Na última segunda-feira (17) conseguiu realizar o procedimento. “Eu não fazia por conta de vaga de UTI. Sou muito grata à equipe desse hospital, as instalações conseguem atender tudo que a gente precisa e deixam a gente muito confortável”, afirmou.
A reforma da entrada do Ambulatório Magalhães Neto, no Hospital Universitário Edgard Santos, está gerando reclamações e preocupações entre pacientes e funcionários. A principal mudança da reforma foi a criação de um acesso improvisado ao ambulatório, mas, segundo denúncias recebidas, este novo caminho tem se mostrado inadequado, gerando uma série de transtornos para os pacientes que dependem dos serviços de saúde do local.
Idosos e pessoas com mobilidade reduzida têm enfrentado dificuldades, uma vez que o acesso improvisado inclui escadas e rampas estreitas, o que obriga muitos a se apoiarem nas paredes para conseguir descer ou subir. Essa situação tem causado insegurança entre os pacientes, principalmente os mais vulneráveis.
Além disso, outra preocupação relatada pelos frequentadores do ambulatório é a falta de estrutura para suportar o aumento de fluxo de pessoas. Devido à reforma, muitos pacientes ficam aglomerados na entrada do hospital, sem abrigo, expostos ao sol por longos períodos. A situação é ainda mais crítica para aqueles que necessitam de cadeira de rodas, pois o número de cadeiras disponíveis é insuficiente para atender a demanda.
"É uma situação muito difícil. Eu sou idosa e preciso de ajuda para subir e descer as escadas. Fico esperando horas para ser atendida, e quando vejo, estou aqui em pé na porta, sem lugar para sentar", relatou uma paciente que preferiu não se identificar.
A situação tem gerado frustração não somente entre os pacientes, mas também entre os profissionais que atuam no ambulatório. A falta de conforto e a insegurança no acesso ao local tornam o ambiente ainda mais tenso para quem precisa de atendimento médico. “Os pacientes já entram no ambulatório incomodados e isso dificulta o atendimento”.
Em nota, a direção do Hospital Edgard Santos informou que a obra no ambulatório está prevista para ser concluída em maio deste ano e “terá como resultado melhorias no balcão de atendimento, piso, forro e banheiro para pessoas com deficiência”.
“O Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA/Ebserh) informa que a portaria principal do Ambulatório Magalhães Neto (AMN) está em reforma e que a recepção de pacientes com consultas e exames agendados está sendo realizada, temporariamente, no térreo do Centro Pediátrico Professor Hosannah de Oliveira (CPPHO). Ambos os prédios fazem parte da estrutura do Hupes-UFBA/Ebserh e estão localizados um ao lado do outro”, explicou a assessoria do hospital.
Na nota, o Hospital também esclarece que existem opções acessíveis para acessar o ambulatório. “A entrada do CPPHO é coberta em sua maior parte, provendo abrigo da chuva e do sol, e o prédio conta com dois elevadores que dão acesso ao AMN. Destaca-se que o deslocamento dentro do prédio do ambulatório é acessível, contando com elevadores e rampas com corrimão recém-instalados em todos os pavimentos. Além disso, há profissionais orientando pacientes e visitantes quanto à circulação na unidade”.
A Câmara de Vereadores de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, aprovou a reversão da doação de um terreno cedido à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A decisão, tomada em sessão extraordinária na quarta-feira (12), contou com o apoio de 13 dos 15 vereadores. O espaço, com área de 60,3 mil m², seria destinado à construção de um novo campus universitário, mas a falta de recursos federais inviabilizou o projeto.
A votação gerou debates acalorados entre os vereadores, como um único voto contra da vereadora Luana Carvalho (PT), que discursou em defesa da UFRB e foi vaiada em meio a galeria, classificou como "um crime a educação pública de Santo Amaro, peço desculpas a UFRB". "A luta só está começando".
Os favoráveis à medida defenderam que a destinação do terreno para a iniciativa privada trará geração de empregos e renda à cidade. Já a comunidade acadêmica se posiciona contra a reversão e alega que a decisão compromete o futuro do ensino superior na região, como afirma a representante sindical Renata Gomes em entrevista ao Bahia Notícias.
"É o mesmo grupo político, um grupo de direita. A maioria dos vereadores são de direita e não tem simpatia pela universidade pública. Eles criam uma falsa oposição para colocar a população de Santo Amaro, que é a maior beneficiada pela universidade, contra a própria universidade, como se para a geração de emprego, seja a instalação de uma fábrica, seja a instalação de uma [rede supermercado], fosse preciso escolher entre uma coisa ou outra, ou botar a UFRB. Na verdade, o território de Santo Amaro é imenso e há lugar para outras empresas privadas", declarou a doutora Góes.
A Reitoria da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) também se manifestou nesta quinta-feira (13), demonstrando "profunda indignação" com a decisão da Câmara de Vereadores, e alegou que vai buscar recorrer à decisão se necessário.
Em nota, a reitoria destacou que a UFRB é a "maior política pública da história do Recôncavo da Bahia" e que a decisão do executivo municipal "rompe, de maneira unilateral, este pacto", constituindo um retrocesso para a consolidação da instituição em Santo Amaro. A reitoria afirmou que a UFRB continua à disposição para o diálogo com as autoridades municipais "no sentido de garantir o futuro da Instituição no município."
Apesar do planejamento, os recursos para a execução da obra nunca foram repassados. Em setembro de 2023, o Governo Federal relançou o PAC, com previsão de R$ 240 bilhões em investimentos, mas o campus de Santo Amaro não foi incluído no programa. Segundo Rita Dantas, diretora da UFRB na cidade, a prioridade foi dada a obras já iniciadas. O projeto arquitetônico chegou a ser elaborado, com custo estimado em R$ 45 milhões.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) manifestou solidariedade à UFRB, repudiando a decisão da Câmara Municipal. O reitor Paulo Miguez expressou "completa e total solidariedade" à reitora Georgina Gonçalves dos Santos, destacando que a decisão é contrária à expansão da educação pública superior na Bahia.
ENTENDA O CASO
O impasse sobre a propriedade do terreno, onde funcionava a antiga Siderúrgica Fundição Tarzan, se estende há mais de uma década. A UFRB recebeu a doação do espaço em dezembro de 2012, por meio de escritura pública firmada com a prefeitura de Santo Amaro.
Ainda em 2013, a universidade aprovou a criação do Campus de Santo Amaro e do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), com a previsão de transformar as ruínas em um centro acadêmico pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas
Imagem do terreno vista de cima | Foto: Reprodução / Google Street View
Diante da inatividade do terreno, a Câmara aprovou o Projeto de Lei 006/2025, de autoria do Executivo municipal, que devolve a área ao patrimônio da prefeitura. A expectativa, conforme discutido na sessão, é que o espaço seja repassado a uma empresa privada para a construção de um supermercado.
O sindicato dos professores da UFRB (APUR) também se manifestou contra a reversão do terreno. Em nota, a entidade destacou que a medida coloca em risco a presença da universidade em Santo Amaro e exigiu a retirada da matéria da pauta da Câmara de Vereadores.
O terreno, localizado na área urbana da cidade, às margens do Rio Subaé, foi destinado em 2012 para a instalação do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT). Desde então, a UFRB aguarda recursos para viabilizar o projeto, dada sua grande dimensão e complexidade.
Enquanto isso, o Centro funciona provisoriamente em um prédio cedido, de uma escola de ensino básico, oferecendo sete cursos de graduação e um programa de Mestrado na área da Cultura.
Essa não é a primeira tentativa do prefeito de reverter a doação do terreno. Em 2020, durante a pandemia de coronavírus, Flaviano, que já ocupava a prefeitura, tentou aprovar um projeto de lei para transferir o terreno a uma indústria química de São Paulo.
Agora, mais uma vez, a comunidade acadêmica e a população local se mobilizam contra a tentativa de revogar a doação do terreno, desta vez para a instalação de um atacadão. Estudantes e professores se organizaram para participar da sessão e defender a permanência do projeto universitário na cidade.
Com movimentação avançada para a prefeitura de Salvador deixar as instalações do Palácio Thomé de Souza e migrar sua operação para o imóvel que hoje abriga o Palácio da Sé, no Pelourinho, uma nova perspectiva de como aproveitar a atual estrutura surge na Câmara de Vereadores da capital baiana.
Segundo projeto de indicação protocolado no Legislativo soteropolitano, a ideia é aproveitar o aparato — originalmente concebido como provisório e desmontável — que atualmente dá forma ao Thomé de Souza em um parque municipal, convertendo a estrutura em uma galeria de arte.
A proposição surge em meio a possibilidade de a gestão municipal doar o material de aço e vidro que compõe o Palácio para a Universidade Federal da Bahia (Ufba). A informação foi apurada pelo Bahia Notícias ainda no mês de fevereiro, mas não foi confirmada pela instituição de ensino, que alegou ainda não ter ciência da novidade.
No caso do projeto de indicação proposto por André Fraga (PV), o vereador aponta que apesar de ter sido pensada como solução temporária, a estrutura permaneceu na Praça Municipal por questões “políticas e administrativas”.
“Considerando que a arquitetura do Palácio Tomé de Sousa, projetada por João Filgueiras Lima, o 'Lelé', se destaca pelo uso inovador de aço e vidro, sua requalificação como galeria de arte preservaria e ressignificaria esse marco da engenharia moderna, dando-lhe um novo uso condizente com sua estrutura leve e desmontável”, diz o edil em parte da justificativa da matéria.
Fraga também menciona que a “incompatibilidade arquitetônica” do Thomé de Souza com o entorno da Praça Municipal já motivou ações judiciais para remoção do aparato, e sua conversão em galeria de arte “representaria uma alternativa culturalmente relevante, respeitando a decisão judicial sem a necessidade de desmonte imediato”.
Ao Bahia Notícias, o parlamentar afirmou que a indicação feita ao prefeito Bruno Reis não deve ficar limitada ao projeto de uma galeria de arte. Ele defende que outra opção para o aproveitamento da estrutura seria implementar um modelo de “biblioteca-parque”, como acontece em cidades como o Rio de Janeiro e até Medellín, na Colômbia.
A TRANSFERÊNCIA DE SEDE DO EXECUTIVO
A reportagem apurou que a saída da prefeitura do Palácio Thomé de Souza deve ocorrer ainda no primeiro semestre de 2025, selando a ida para o Palácio da Sé.
Interlocutores da gestão municipal ouvidos pelo Bahia Notícias indicaram que a ideia era transferir durante o Carnaval. O desejo do prefeito Bruno Reis (União), no entanto, enfrentou obstáculos como o atraso para remoção do acervo existente no novo espaço, que é de responsabilidade da Arquidiocese de São Salvador da Bahia.
Segundo as informações, o Thomé de Souza deveria ter sido desocupado até o dia 31 de janeiro, mas a prefeitura ganhou uma sobrevida com o atraso na emissão de laudos técnicos.
Além disso, por se tratar de um bem tombado Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a prefeitura precisou elaborar um projeto específico para patrimônio histórico, antes de concretizar a transferência para o imóvel, e agora aguarda apreciação.
Por um lado, se ainda há dúvida sobre o que será feito com a estrutura do Palácio, por outro a parte do subsolo, onde atualmente funciona um estacionamento, deve se tornar um novo Centro de Convenções com capacidade estimada para 4 mil pessoas.
Além do estacionamento, o espaço abriga uma subestação de energia, operada pela Neoenergia Coelba, que será alocada para o terreno da Praça Castro Alves. O projeto é tirar do papel um centro de convenções entre os Palácios Thomé de Souza e o Rio Branco.
O QUE MOTIVOU A SAÍDA?
Ainda em setembro do ano passado, o Bahia Notícias mostrou que um processo judicial que tramita na Justiça Federal obrigou a saída. Segundo o documento, o espaço não se adequa às restrições arquitetônicas e culturais da localidade.
A ação que “obriga” o movimento tem como alegação principal, a de que a Prefeitura foi construída sem autorização definitiva do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Aberta em novembro do ano de 2000, a ação civil pública foi promovida pelo Ministério Público Federal (MPF) para que o imóvel localizado na Praça Municipal fosse demolido.
Em 2007, o juiz João Batista de Castro Júnior, da 7ª Vara da Justiça Federal sentenciou que o local deveria ser demolido. A estrutura que é metálica possui piso de madeira, assim como as divisórias, podendo ser desmontada. A época, o prazo dado para a demolição foi de seis meses, com multa diária de R$ 100 mil. A prefeitura vem recorrendo da medida desde então.
O atual prédio da prefeitura tem assinatura do arquiteto e urbanista João Filgueiras Lima, o conhecido "Lelé". Com uma estrutura metálica sendo feita em 35 dias e o espaço teve montagem realizada em 14 dias, em estrutura de aço e vidro numa área de 2 mil metros quadrados onde antes funcionava um estacionamento e um jardim.
O cenário do ensino superior na Bahia ganha destaque global com a divulgação do ranking Web 2025, uma avaliação que analisa o desempenho das universidades em escala global. A Universidade Federal da Bahia (UFBA) se mantém na liderança entre as instituições baianas, a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) em Ilhéus é a mais notável no interior da Bahia e a Escola Bahiana de Medicina é a melhor privada.
A avaliação finalizada em janeiro de 2025 foi realizada pela instituição espanhola Cybermetrics Lab, utiliza uma metodologia que combina indicadores webométricos e bibliométricos, analisando a presença e o impacto das universidades na web.
No total, o ranking considerou 32 mil instituições de ensino, o acesso é aberto e o ranking é gerado para as instituições de ensino superior, incentivando-as a compartilhar seu conteúdo de forma ampla e acessível. O levantamento completo esta disponível por aqui.
Imagem da entrada da Universidade Federal da Bahia em Ondina (Salvador) | Foto: Reprodução / UFBA
RESULTADOS DA BAHIA
Além da UFBA, outras universidades baianas também se destacaram no ranking, demonstrando a qualidade do ensino superior no estado. A Uesc é a melhor classificada do interior da Bahia, ocupando a 2664ª posição, seguida pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) sediada em Cruz das Almas, que ficou na 2988ª posição.
A Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Bahiana) é a melhor instituição privada da Bahia, ocupando a 3978ª posição. Embora outras universidades particulares tenham sido mencionadas, como a Faculdade Baiana de Direito, A UniDomPedro e a UniFTC, conhecida pelo seu antigo nome como Faculdade de Tecnologia e Ciências ou FTC.
No geral as públicas tiveram melhor desempenho que as particulares, das 10 mais bem classificadas 8 são públicas. A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) completa as primeiras posições, demonstrando a diversidade e a excelência do ensino superior no interior da Bahia.
Veja as baianas no Ranking:
- Universidade Federal da Bahia (UFBA) — 1427ª posição
- Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) — 2664ª posição
- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) — 2988ª posição
- Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) — 3935ª posição
- Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Bahiana) — 3978ª posição
- Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) — 4146ª posição
- Universidade do Estado da Bahia (UNEB) — 4160ª posição
- Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) — 4424ª posição
- Universidade Salvador UNIFACS — 4274ª posição
- Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) — 5484ª posição
- Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) — 5777ª posição
- UniFTC — 7240ª posição.
- Faculdade Baiana de Direito — 19.538 ª posição.
- Universidade Dom Pedro II Salvador Unidompedro — 27.658 ª posição
O ranking Web 2025 não somente reconhece o desempenho das universidades baianas, mas também serve como um importante indicador para estudantes, pesquisadores e a comunidade em geral.
A coleta de dados é um processo rigoroso, que envolve diversas fontes, como Majestic, Google Scholar e Scimago-Scopus. Esses dados são coletados no início de cada ano, enquanto os dados bibliométricos abrangem um período de cinco anos, garantindo uma visão abrangente e atualizada do desempenho das universidades.
A presença das universidades baianas no ranking Web 2025 é motivo de atenção para o compromisso das instituições de ensino superior com a excelência acadêmica e a produção de conhecimento relevante para a sociedade e mundo.
O ranking Times Higher Education (THE) 2025 revelou que a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) sediada em Ilhéus superou a Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Perspectiva internacional da educação. Apesar disso, a UFBA lidera entre as universidades baianas pelo 9º ano consecutivo.
Considerando a média das cinco categorias avaliadas pelo ranking (Ensino, Ambiente de Pesquisa, Qualidade de Pesquisa, Indústria e Perspectivas Internacionais), a classificação entre as universidades baianas ficou assim:
- UFBA: 24,06 pontos
- Uesc: 21,68 pontos
- Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS): 17,74 pontos
- Universidade do Estado da Bahia (UNEB): 13,94 pontos
O indicador de Perspectiva Internacional mede a proporção de estudantes e docentes estrangeiros, além do volume de colaborações internacionais em pesquisa. Esse critério é essencial para medir o grau de inserção global de uma universidade, sua capacidade de atrair talentos internacionais e sua relevância em redes acadêmicas transnacionais.
Apesar de ser superada pela UFBA na maioria dos critérios desde 2020, a Uesc obteve 40,8 pontos contra 24,8 da UFBA em Perspectiva Internacional, registrando crescimento pelo quinto ano consecutivo e ultrapassando a maior universidade do estado nesse quesito.
A melhora da Uesc nessa categoria foi expressiva: 74,5% nos últimos cinco anos, aproximando a instituição das líderes nacionais, como a USP e a Unicamp. No ranking de Perspectiva Internacional, a Uesc ocupa o 4º lugar no Brasil, ficando atrás de três instituições do Sudeste: PUC-Rio, Universidade Federal do ABC e a própria Universidade de São Paulo (USP).
Veja o Gráfico:
Para efeito comparativo entre as baianas nos últimos cinco anos, a UFBA manteve um desempenho mais estável, com um aumento de 23% no mesmo período, apresentando uma variação menor. No entanto, a federal baiana se destaca pelo engajamento com pesquisadores internacionais e colaborações acadêmicas, consolidando parcerias estratégicas com instituições da América Latina e da África.
A UEFS e a UNEB, que aparecem nas posições seguintes do ranking educacional, registram avanços graduais em pesquisa e ensino, mas ainda não alcançaram projeção internacional significativa, especialmente nos anos anteriores a 2024. Além disso, não há registros consolidados sobre o desempenho dessas duas instituições nos últimos cinco anos.
OUTROS DESTAQUES
Enquanto UEFS e UFBA se destacam pelo maior número de citações acadêmicas no índice h, com pesquisadores mais referenciados mundialmente, a Uesc lidera na Bahia na proporção de alunos no exterior.
A UFBA, por sua vez, se classifica bem quando é levado em consideração o engajamento com pesquisadores internacionais, sendo uma referência na América Latina e na África. O desempenho da instituição nesse quesito já havia sido destacado em outro ranking de avaliação internacional, o QS University.
Apesar do bom desempenho na Bahia, a UFBA segue distante da liderança nacional, ocupada pela USP, que obteve média de 58,7 pontos. O Times Higher Education 2025 avaliou mais de 2 mil instituições de ensino superior em 115 países.
Além dos resultados estaduais, o Times Higher Education World University Rankings 2025 revela uma crescente ascensão das universidades brasileiras no cenário global, com o Brasil entrando para o top 200 pela primeira vez, ao lado da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.
O THE 2025 também apontou que, enquanto as universidades do Reino Unido e dos EUA apresentam um declínio em sua reputação acadêmica, países como a China estão avançando rapidamente, se aproximando do top 10 mundial.
Os alunos da Universidade Federal da Bahia (Ufba) já estão meio que acostumados a conviver com a “fauna” do campus de Ondina. Iguanas, cobras, macacos, aves, entre outros animais já fazem parte do cotidiano dos universitários, mas, mesmo assim, suas aparições sempre chamam a atenção. Nesta sexta-feira (31), um “novo aluno” inusitado fez aparição no campus. Um bicho-preguiça responsável por paralisar o fluxo de veículos para realizar sua “longa” travessia.
? VÍDEO: "Aluno" inusitado interrompe tráfego para atravessar pista dentro da Ufba
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) January 31, 2025
Saiba mais ?https://t.co/C9YFH7gpYb
Confira ? pic.twitter.com/wgG6f08ywq
Enfrentando o calor da capital baiana, o animal atravessou uma rua em um trecho próximo do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC), claro, na maior pressa do mundo.
Confira:
Segundo Lenilde Pacheco, especialista em desenvolvimento sustentável e colunista do Bahia Notícias, o bicho-preguiça finalizou o trajeto e retornou em segurança para a área de vegetação que cerca o campus da Ufba.
Salvador será a segunda cidade da América Latina a receber um Observatório do Calor, mecanismo conhecido como Heat Watch. A informação foi divulgada, na última quarta-feira (22), pela Defesa Civil de Salvador (Codesal), que coopera com o projeto realizado pela Universidade Federal da Bahia em parceria com organizações climáticas norte-americanas. O Bahia Notícias conversou com o co-coordenador do projeto, o geógrafo e pesquisador Paulo Cesar Zangalli Junior, sobre o andamento das pequisas.
Docente do Departamento de Geografia da UFBA, Zangalli é geógrafo, formado pela Universidade de São Paulo (USP), e atua na observação de fenômenos climáticos e seus impactos sociais. “Aqui na Universidade Federal da Bahia (UFBA), a minha temática é clima e política pública, ou alterações climáticas e política pública, e o que eu busco entender mesmo é como o impacto do tempo e do clima afeta a vida cotidiana das pessoas. Então, esse projeto que a gente está tocando, o Heat Watch ou o Observatório do Calor, ele é um projeto que tem esse mesmo princípio”, define o pesquisador.
Segundo o geógrafo, por meio do Observatório, é possível mapear as influências no calor em locais, bairros e ruas específicos na capital baiana. Ele afirma ainda que no caso de Salvador, esse modelo de estudo climático deve expor questões sociais latentes como a desigualdade social e até mesmo o racismo.
“Salvador é uma cidade muito complexa, ela é muito desigual e com certeza isso vai reverberar também na desigualdade da distribuição do calor. E é exatamente essa desigualdade que torna ela tão difícil da gente poder pesquisar”, delimita. “Numa cidade tão desigual como Salvador, o calor vai ser o mesmo para quem mora em Cajazeiras, no subúrbio ou na Ola Atlântica? Vai ser o mesmo para quem mora na Graça, na Vitória? É evidente que não”, conclui.
Além de Paulo, a professora Grace Alves, também vinculada ao departamento de Geociências da Universidade, é responsável pela dimensão técnico-científica. Ao Bahia Notícias, o cientista detalha que a pesquisa nasce a partir de uma parceria com NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), agência americana de monitoramento da atmosfera e oceano, e a CAPA Strategies (Accelerating Community Adaptation to Climate Change), entidade de promove ações de planejamento e prevenção a mudanças climáticas junto ao grupo de pesquisa Colapso, o qual ambos fazem parte.
A primeira cidade a promover um projeto deste tipo na América Latina foi o Rio de Janeiro, em 2023. No entanto, os pesquisadores da universidade baiana prometem que Salvador inova na aplicação deste tipo de pesquisa.
“Rio de Janeiro é uma cidade muito parecida com Salvador, muito contraditória, com muitas favelas, uma diferença entre área rica e área pobre muito marcada, com limites muito bem definidos. E o que Salvador inova, que o Rio de Janeiro não fez, é que a gente vai projetar esse clima futuro. Então, a gente vai conseguir dizer até 2030, até 2050, até 2100, como é que os diferentes lugares, os diferentes bairros de Salvador vão sentir os efeitos das mudanças climáticas. Aí, nesse sentido, Salvador é pioneiro”, defende Paulo Zangalli.
Foto: Jefferson Peixoto / PMS
Para a realização na capital baiana, o grupo ainda buscou o suporte da Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis) e a própria Codesal. O suporte dos órgãos públicos se dá especialmente no momento da coleta e depois da disponibilização dos dados. Ele detalha de que forma ocorre a coleta de dados, iniciada a partir do mapeamento de rotas pré-definidas no município.
“Esse projeto começou já tem um tempo, com a seleção das rotas, então a gente selecionou pontos de interesses que geralmente eram pontos de ônibus, lugares de grande circulação de pessoas, metrô, escolas, hospitais e a partir disso, a gente definiu as rotas, a rota não passa necessariamente por todos os bairros, mas passa por muitos. O importante para gente é cobrir a maior quantidade de área possível de Salvador. E com as 16 rotas que a gente estabeleceu, a gente conseguiu cobrir praticamente todo o continente e Ilha de Maré, como aquela ilha representativa das ilhas de Salvador, colocando também nesse mapa de calor que a gente vai produzir”, define.
“São mais de 60 mil dados que depois, por meio de uma modelagem, vão se tornar ainda mais dados. A gente vai pesquisar, vai coletar, já está coletando. Então, a robustez do dado dá para a gente entender, no nível micro, como é a temperatura desses lugares e como a estrutura da cidade ela interfere ou ela produz essa temperatura”, completa.
Com relação ao diálogo com Prefeitura de Salvador, para a criação de políticas públicas a partira das informações produzidas, Paulo conta que “a estratégia foi buscar o apoio institucional para que nessa cidade tão difícil, tão contraditória como é Salvador, a gente tivesse a possibilidade logística de mapear toda a área”. Assim, junto aos 20 voluntários que atuam em campo durante o mapeamento, os agentes da Prefeitura utilizam carros oficiais para fazer os percursos com maior segurança.
“Sóstenes [Macedo, superintendente da Codesal] prontamente abraçou a campanha e viabilizou todos os carros da Codesal, identificados com seus motoristas, que estão contribuindo muito, inclusive, com essa campanha, com seu conhecimento de área, um conhecimento de campo imprescindível. E é isso que está fazendo com que a campanha até aqui seja um sucesso”, completa.
Com relação à importância do material produzido, “esses dados que a gente está gerando são dados de plataforma pública de acesso aberto para todo mundo poder botar a mão e fazer junto". "Então a importância para a cidade é nesse sentido, da gente hoje oferecer uma quantidade cada vez mais precisa de dados, que vai inclusive dar para gente a possibilidade de direcionar ações e políticas cada vez mais no nível do detalhe”, conclui Zangalli. Segundo informações do grupo de pesquisa, ainda não há uma previsão exata para a conclusão da implementação do Observatório.
O Ministério Público Federal (MPF) tornou público nesta terça-feira (28) um inquérito civil para apurar possível ilegalidade na admissão dos candidatos, na modalidade de cotas étnico-raciais do Processo Seletivo de 2022, para o curso de Medicina, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador.
Segundo o sistema do MPF, o inquérito assinado pelo Procurador da República, Leandro Bastos Nunes, foi instaurado no dia 21 de janeiro de 2025 e tem o objetivo de promover ampla apuração dos fatos contidos no Procedimento Preparatório, aberto em 24 de abril de 2024, que dispõe de documentos com a notícia de fato.
O procedimento ainda está na fase inicial. O órgão emitiu ofícios para dar continuidade as investigações da denúncia.
A obra do cantor e compositor Gerônimo, será retratada em um musicbook. Com produção de Rowney Scott e prefácio de Gil Vicente Tavares, o musicbook é uma realização da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia e apresenta grandes canções do artista, um dos maiores representantes da música baiana no Brasil.
O lançamento acontece no dia 22 de janeiro, às 17h, na Reitoria da UFBA. O evento contará com a presença de artistas, comunidade acadêmica e nomes da cena cultural soteropolitana.
Além da cerimônia institucional de lançamento, a noite será brindada com a apresentação de uma banda composta por estudantes da Escola de Música; no repertório, grandes hinos de Gerônimo cujas partituras podem ser encontradas no e-book.
Com download gratuito, o livro traz a escrita de todos os instrumentos presentes nas músicas de Gerônimo. Além de uma homenagem ao artista, o livro é um instrumento potente de estudo e fortalecimento da Música Popular Brasileira.
O artista agradeceu o trabalho que se debruça sobre a sua carreira, que completou 50 anos em 2023. “Eu quero dizer que a universidade agora está de frente para o povo. Antes, não existia muito essa sintonia entre o que o povo produzia e o que era estudado lá. Então, ter minha obra como motivo de estudo hoje, eu me sinto muito honrado”, declarou Gerônimo.
Rowney Scott, idealizador e produtor do projeto, explica que o livro é consequência de um trabalho atravessado pelos três pilares que sustentam a Universidade Federal da Bahia: ensino, pesquisa e extensão.
“Tudo começou com a disciplina Oficina de Estilos, onde a cada semestre escolhemos um autor, tema ou gênero para estudar. Nessa investigação de obras artísticas, fazíamos o exercício de transcrever as músicas, na riqueza de cada instrumento. Em 2018, segui com essa pesquisa em um pós-doc que fiz na Holanda. Portanto, esse musicbook é um trabalho de muitos anos, exigiu bastante dedicação e acho que é uma contribuição real para o legado da música baiana”, relatou Rowney.
O professor ressaltou a participação de Ricardo Sibaldi, com quem dividiu ao longo de 2024, um processo intenso e detalhado de revisão e lapidação do livro.
Dentre as músicas do musicbook, alguns clássicos sem os quais não existiria a música baiana: É d’Oxum, Abafabanca, Eu Sou Negão e Jubiabá.
Apenas 6,2% dos municípios baianos possuem plano diretor de drenagem, revela o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) na pesquisa MUNIC 2024. A deficiência no planejamento pode agravar os riscos de inundações e outros problemas urbanos.
Ou seja, somente 26 dos 417 municípios do estado, representando 6,2% do total, possuem um plano diretor de drenagem e manejo de águas pluviais. Este percentual é significativamente menor que a média nacional de 14,3% e pode comprometer a eficácia dos sistemas de drenagem, aumentando os riscos associados às chuvas intensas.
Para a professora Elisabete Santos, coordenadora do grupo de ÁGUAS na Universidade Federal da Bahia (UFBA), a drenagem e o manejo de águas pluviais são essenciais para prevenir inundações, erosão do solo e contaminação de corpos d'água.
"Sim a adesão é muito baixa. Temos, hoje, a obrigação constitucional de elaborar e implementar planos diretores de desenvolvimento urbano e regionais e de planos específicos de saneamento, incluindo aí a drenagem urbana", comenta a professora.
Esses serviços envolvem a captação, condução e tratamento da água da chuva por meio de sistemas de microdrenagem e macrodrenagem, sendo cruciais para a segurança e sustentabilidade das áreas urbanas. Algumas prefeituras têm documentos detalhados em parceria com o Governo do Estado na proteção e combate a desastres ligados a chuvas; é o caso de Feira de Santana e Salvador.
Contudo, a imensa maioria das cidades baianas não se vê adequadamente preparada para essas tragédias. Exemplos disso são os municípios de Casa Nova, Barreiras e Teixeira de Freitas, que não aderiram ao plano detalhadamente.
“Planejamento é mais do que necessário para evitar e prevenir situações de risco. Mas não basta a ação de planejamento voltada ao risco. É preciso mudar a lógica que produz o risco. Que degrada e produz escassez e risco!", conta a professora.
Nem tudo é um desastre total, pois 388 dos 417 municípios da Bahia declararam possuir algum serviço de drenagem e manejo de águas pluviais, representando 93,0% do total.
Apesar de elevada, essa proporção é inferior à média nacional de 96,0% e posiciona a Bahia como o quinto estado com menor cobertura entre os 26 estados brasileiros. Em contraste, estados como Rondônia, Amazonas, Amapá, Paraíba, Sergipe, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul apresentam 100% de cobertura.
Contudo, o Bahia Notícias observou os 411 planos de governo dos prefeitos eleitos divulgados sobre a gestão dos municípios na Bahia, e somente 168 dos 411 têm alguma menção ou proposta que utilize a ideia de novo planejamento de drenagem, esgotamento e Plano Diretor Urbano com pautas ambientais. Isto é, 40% do total de municípios do estado.
Vale lembrar que muitos municípios precisam de um preparo de precaução em imudações, segundo dados AdaptaBrasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), sendo definido com uma nota em uma escala que varia de 0 a 1.
- De 0 a 0.19 — Risco Muito Baixo
- De 0.2 a 0.39 - Risco Baixo
- De 0.4 a 0.59 - Risco Médio
- De 0.6 a 0.79 - Risco Alto
- De 0.8 a 1 - Risco Muito Alto
Veja no mapa:
Embora 327 cidades baianas tenham 'alguma estrutura' organizacional para gerenciar a drenagem e o manejo das águas pluviais, nenhum município possui uma secretaria exclusiva para o tema. O mais comum é que essas atividades sejam subordinadas à secretaria ou setor de infraestrutura, como ocorre em 197 municípios.
A falta de um plano diretor específico pode resultar em uma gestão fragmentada e ineficaz, dificultando a implementação de soluções integradas e baseadas na natureza. Em 2023, apenas 75 municípios baianos utilizavam soluções naturais no manejo de águas pluviais, como valas de infiltração, renaturalização ou restauração de cursos d'água e canteiros pluviais ou jardins de chuva. A proporção de municípios que adotam essas práticas na Bahia (19,3%) está abaixo da média nacional (24,5%).
Os especialistas alertam que a implementação de planos diretores é fundamental para garantir que as medidas de drenagem e manejo de águas pluviais sejam eficazes e sustentáveis. Sem esses planos, os municípios arriscam enfrentar problemas recorrentes de inundações e degradação ambiental, afetando diretamente a qualidade de vida da população.
A implementação de um plano diretor de drenagem e manejo de águas pluviais é crucial para garantir a eficácia, sustentabilidade e segurança das áreas urbanas, além de ser essencial na prevenção a desastres naturais.
Um novo estudo do AD Scientific Index 2025, publicado na última quarta-feira (25) de Natal, revelou que pesquisadores baianos da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) estão entre os mais influentes do mundo em algumas áreas do conhecimento global nos últimos anos.
O ranking, que avalia cientistas com base em indicadores como o índice H, índice i10 e contagem de citações, posicionou diversos professores da instituição entre os melhores em suas respectivas áreas. Na Bahia, a Ufba é a vencedora de largada com a 17ª posição nacional entre as instituições com mais citações de pesquisa e trabalhos em diferentes campos do conhecimento.
Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da UFBA na capital baiana | Foto: Reprodução / Google Maps
Nomes de pesquisadores da Bahia como Maurício L. Barreto (Ciências Médicas e da Saúde), Álvaro A. Cruz (Outros), Iuri M. Pepe (Outros), Naomar Almeida Filho (Ciências Médicas e da Saúde) e Roberto Badaró (Ciências Médicas e da Saúde) estão entre os mais bem classificados da Ufba, demonstrando a excelência da pesquisa desenvolvida na universidade:
- Maurício L. Barreto: 49.927 citações
- Álvaro A. Cruz: 44.475 citações
- Iuri M. Pepe: 25.698 citações
- Naomar Almeida Filho: 22.012 citações
- Roberto Badaró: 14.793 citações
Departamento de Física da UEFS em Feira de Santana | Foto: Reprodução / UEFS
Já na UEFS, os pesquisadores mais citados foram Germano P. Guedes (Ciências Naturais / Física), Luciano Paganucci De Queiroz (Ciências Naturais / Ciências Biológicas), Tania Maria De Araújo (Outros), Eduardo Oliveira Miranda (Educação / Educação) e Cássio Van Den Berg (Agricultura e Silvicultura / Ciência Vegetal):
- Germano P. Guedes: 26.745 citações
- Luciano Paganucci De Queiroz: 17.494 citações
- Tania Maria De Araújo: 11.705 citações
- Eduardo Oliveira Miranda: 6.914 citações
- Cássio Van Den Berg: 11.931 citações
Apesar de parecer um número muito alto, o pesquisador brasileiro mais citado foi o professor Gilvan Augusto Alves, do Centro Brasileiro de Pesquisas Física, que sozinho teve 274 mil citações no mesmo período.
Mesmo assim, a Ufba se classificou muito bem em engajamento com pesquisadores de universidades internacionais de outros países, sendo uma referência em países da América Latina e África. Neste ano, subiu algumas posições no continente asiático. Como já revelado antecipadamente por outro ranking de avacalhação internacional, o QS University.
E a Bahia?
Quando analisamos o ranking do AD Scientific Index 2025 entre as universidades baianas, há uma larga diferença entre as posições. No geral, a medalha de prata fica com a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) com o bronze, simbolizando o 2° e 3° lugar do pódio baiano.
Cada uma tem sua área de maior prestígio entre as 13 áreas analisadas entre mais de 24 mil instituições de pesquisa. No geral, a Universidade Federal da Bahia (Ufba) teve resultados superiores em todos os campos de estudo analisados no estado da Bahia.
Portaria principal da Universidade Federal da Bahia em Ondina, Salvador. | Foto: Reprodução / Google Street View
Quando é observado a Análise Anual do Desempenho Acadêmico, ou seja, o número de citações de pesquisadores e cientistas por cada universidade baiana, as três instituições mais prestigiadas, conforme ranking universitário da Folha, se destacam nas seguintes áreas acadêmicas:
No topo, a UFBA se destaca nas áreas de Ciências Humanas, Artes e Humanidades e Ciências Sociais, ocupando as posições 6ª e 7ª tanto no Brasil quanto na América Latina. Por outro lado, a UEFS e a Uesc ficam muito abaixo nesses campos, mas se destacam em outras categorias.
A Uesc, por exemplo, obteve o 26º lugar nacional e o 37º na América Latina em Agricultura e Silvicultura. Já a UEFS obteve sua melhor classificação em Educação, com a 36ª posição no Brasil e a 78ª na América Latina.
Quando pensamos nas instituições de ensino superior da Bahia, as 10 instituições com cientistas mais citados, conforme o ranking em classificações nacionais, foram:
- Universidade Federal da Bahia (UFBA): 17ª
- Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS): 71ª
- Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc): 89ª
- Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb): 126ª
- Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública: 128ª
- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB): 142ª
- Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab): 145ª
- Universidade do Estado da Bahia (Uneb): 183ª
- Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob): 195ª
- Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB): 229ª
O ranking do AD Scientific Index demonstra o impacto global da pesquisa realizada no estado. Os pesquisadores da universidade são reconhecidos internacionalmente por suas contribuições em suas respectivas áreas, colaborando com pesquisadores de diversas partes do mundo e publicando em revistas de alto impacto.
Apesar dos resultados positivos, o ranking continua em fase beta, e novas atualizações podem alterar as posições dos pesquisadores. No entanto, os resultados preliminares já demonstram o potencial da Ufba em continuar crescendo e se consolidando como uma instituição de excelência em pesquisa.
SSP abre inscrições para primeira turma de Mestrado Profissional em parceria com a Ufba com 46 vagas
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), em parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba), anunciou a abertura das inscrições para a primeira turma do Mestrado Profissional em Segurança Pública, Justiça e Cidadania (PPGSP).
O edital divulgado na sexta-feira (20), oferece 46 vagas para servidores das Forças Policiais e do Corpo de Bombeiros que participaram da Oficina de Mobilização promovida pela Superintendência Integrada da Ação Policial (SIAP), realizada em julho deste ano.
As inscrições começam na segunda-feira (23) e vão até 3 de fevereiro de 2025, e podem ser feitas por meio do Portal SIGAA da UFBA.
Entre as vagas ofertadas, 36 são destinadas aos servidores da Secretaria da Segurança Pública, das Polícias Militar, Civil e Técnica, além do Corpo de Bombeiros. As 10 vagas restantes são destinadas a candidatos de grupos específicos, como estrangeiros, indígenas, quilombolas, pessoas trans, com deficiência e imigrantes ou refugiados em situação de vulnerabilidade.
Para a inscrição, além da documentação necessária, os candidatos devem apresentar um pré-projeto, que será avaliado por uma banca.
Marcando a presença como a única universidade baiana no Ranking Universitário do QS World University Rankings 2025, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) apareceu na 18ª posição entre as 35 brasileiras mencionadas, representando a Bahia no ranking global. Contudo, a instituição aparece apenas na posição 1346°.
Não é a primeira vez que a UFBA se classifica em posição de destaque, na mesma edição no contexto das melhores latino-americanas. A UFBA foi a melhor entre as 5 baianas na 14ª edição do QS World University Rankings.
Mesmo sendo a melhor universidade no ponto de vista baiano, a UFBA apresenta resultados menos expressivos quando comparada à melhor brasileira, a Universidade de São Paulo (USP).
A reputação acadêmica da USP é notável, com nota 92,8/100 em reputação acadêmica e citações de 28,5/100, posicionando-a na 92ª posição entre as 1503 instituições analisadas. A UFBA, por sua vez, obteve nota 9/100 em reputação e 3/100 em citações internacionais, ficando na 1346ª posição, quase empatada com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Mesmo com notas consideradas baixas, o Bahia Notícias analisou os dados da edição anterior e observou que a UFBA manteve uma estagnação na maior parte das categorias analisadas, contudo, em Engajamento Global, a universidade saltou de 0,4 para 4,8 em um ano, representando um aumento de 1071%.
O ranking deste ano é o maior de todos os tempos, apresentando mais de 1.503 universidades em 105 sistemas de ensino superior. Os Estados Unidos são o país ou território mais representado, com 197 instituições classificadas, seguido pelo Reino Unido com 90 e pela China continental com 71.
Pelo 13º ano consecutivo, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) mantém seu reinado no topo, e a Universidade de São Paulo se manteve firmemente no topo do Brasil.
Apesar desse resultado considerado baixo, a UFBA representou a Bahia. Quando consideramos as instituições do estado: a Universidade do Vale do São Francisco (UNIVASF), que aparece na 52ª posição; a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que aparece na 55ª posição; a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), que aparece na 76ª; e a Universidade Salvador (UNIFACS), que aparece na 93ª posição.
Uma pintura feita no prédio da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) está gerando uma polêmica e dividindo opiniões nas redes sociais. Trata-se de um grafite que traz a imagem do papa Francisco ao lado, tomando um café ao lado da imagem do diabo.
Nesta quarta-feira (11), usuários de plataformas digitais começaram a questionar a necessidade de atrelar o líder religioso ao espírito ou gênio do mal, popularmente denominado de “satanás” ou “diabo”.
Nas imagens feitas por leitores do Bahia Notícias, é possível ver que a produção traz a representação do papa em um banquete, se alimentando com o capeta.
O grafite foi produzido por João Vasconcelos, de 32 anos, que se denomina como “arteiro estripulista”. Questionado pela reportagem do Bahia Notícias se a produção poderia ser considerada um ataque ao catolicismo, o grafiteiro revelou que “talvez”, mas que seria uma possível crítica exposta a líderes religiosos no geral.
“Talvez [um possível ataque], mas não acho que eu inventei isso. Essa pintura ela não é algo inventado, não fui eu que inventei, é o acúmulo de riquezas e poder pelas instituições religiosas ou os efeitos que elas causam na sociedade. Eu não evitei isso, eu estou apenas expondo”, disse ao BN.
O discente do curso de Educação Física revelou que seria considerado um desrespeito caso publicasse, o que classificou como arte, em uma igreja ou em espaços sagrados.
“Acho que se eu fizesse isso na frente de uma igreja, chegasse na porta de uma igreja e fizesse isso ou algum espaço sagrado para alguém, talvez. Mas naquele espaço ali, que é um espaço onde existe, a arte de rua, existe a pichação, o grafite. É um espaço onde existem ideias diferentes”, afirmou.
Ele ainda explicou que a produção era para ser uma crítica a líderes religiosos de todas as religiões, que utilizam de crenças para alcançar objetivos pessoais.
“É isso que está sendo retratado na obra, não era para ser um ataque não, mas uma crítica”, indicou.
No entanto, o ato foi considerado e classificado como desrespeito e ataque direto, já que associa uma representação sagrada, que é a imagem do papa a do diabo.
“ Precisa disso? A troco de que vale esse ódio com uma liderança religiosa?”, disse um comentário de um internauta.
“Vale sempre lembrar: Trata-se de um prédio público, dentro de uma Universidade Federal. Quem ganha com isso? Onde se quer chegar? A quem esse tipo de imagem vai fazer bem?”, disse outro comentário.
A reportagem do BN fez contato com a Arquidiocese de Salvador, que informou estar ciente do caso, mas que ainda não se pronunciará sobre a situação. Também buscou contato com a direção da Facom e não obteve retorno até o fechamento da matéria.
A 1° edição do Seminário da Juventude de Cultura e Comunicação da Facom (Faculdade de Comunicação da UFBA) anuncia realização de mesa magna sobre ‘’Caminhos para a democratização e acesso da juventude no setor cultural e comunicacional da Bahia”, na presença do secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, Coordenador Geral de Políticas de Juventude da Bahia, Nivaldo Millet; Sara Prado, diretora da FUNCEB (Fundação Cultural Do Estado Da Bahia); Osmar Marrom, jornalista do Correio da Bahia; e Leonardo Costa, diretor da Facom.
O tema escolhido foi pensado de forma criteriosa como forma de voltarmos as atenções para tópicos importantes para a juventude como; políticas públicas, acesso, empregabilidade e mercado de trabalho, orientações profissionais a partir da trajetória dos convidados. A mesa, organizada por discentes da faculdade e realizado pela Atlética Athena, contando apoio do LABAV, 4ª Gira Audiovisual, Movimento SOUJUVS, COJUVE, Governo do Estado da Bahia, será apresentada também por Tobias Muniz.
Evento: 1º Seminário da Juventude de Cultura e Comunicação da FACOM (SEJUCOM)
Quando: 11 de Dezembro | 9h
Local: Auditório da FACOM, UFBA Campus Ondina.
Inscrições: Através do forms (clique aqui.)
A Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia repudiou publicamente, nesta quinta-feira (28), a fala da desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Rosita Falcão, ao dizer que as cotas teriam provocado “o desnível dos estudantes” da Universidade. Em nota, a Universidade afirmou que “se orgulha de formar agentes do campo jurídico desde 1892 na certeza de defesa de uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva”.
“A Egrégia se orgulha de formar agentes do campo jurídico desde 1892 na certeza de defesa de uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva. Neste sentido, a política de cotas raciais implementada pela Universidade Federal da Bahia tem seguramente garantido diversidade e possibilitado que a maioria da população negra possa acessar o ensino superior, bem como outros grupos vulneráveis, ampliando a qualificação para efetivação da função social das carreiras jurídicas.”, escreveu.
Em sua fala, na sessão desta quarta-feira (27), a desembargadora afirmou que “A meritocracia é importantíssima no concurso público” e no âmbito universitário, as “universidades públicas tinham um nível fantástico” antes da Lei de Cotas: “A Federal de Direito era excelente, hoje já não é tanto, porque todos os professores comentam o desnível dos estudantes. O nível dos estudantes baixou”, afirmou a desembargadora.
A Direção da FDUFBA, sob comando do jurista Júlio César de Sá da Rocha, registrou ainda que em 18 anos de políticas de inclusão e cotas diversas, o curso foi reconhecido “pela oitava vez consecutiva recebe o prêmio OAB Recomenda que ressalta a competência do nosso corpo discente e docente, além de pleno êxito em sucessivos processos avaliativos do MEC, como o Enade”, diz a entidade.
Por fim, a nota responde a declaração da desembargadora, ao dizer que as cotas foram a “solução mais fácil” para fazer uma reparação histórica aos anos de escravidão da população negra. “A comunidade da FDUFBA salienta que as cotas raciais, de constitucionalidade reconhecida em decisões do Supremo Tribunal Federal, compõem uma série de medidas de reparação contra a herança do modelo escravocrata que maculou nossa nação por mais de três séculos e meio, e que compromete o acesso a direitos e a composição de instituições, de que é exemplo o próprio judiciário e o Ministério Público como sistematicamente divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça e Conselho Nacional do Ministério Público.”, completa.
Com 133 anos de fundação, a Faculdade de Direito da UFBA é considerada uma das 20 melhores graduações de Direto do Brasil, tendo como egressos notáveis o ex-senador Luiz Viana Filho, o geógrafo Milton Santos e o ex-deputado Luís Eduardo Magalhães.
Chega em Salvador, a partir da próxima terça-feira (3), o Festival de Cinema e Cultura China-Brasil, no Auditório da Faculdade de Comunicação (Facom), no Campus de Ondina da UFBA. O evento ocorre do dia 3 ao dia 5 de dezembro de forma gratuita e aberta ao público.
O festival reúne uma seleção de filmes, documentários e animações que destacam as histórias, tradições e riquezas culturais chinesas. As obras exibidas têm uma forte ligação com a Shanghai Film Academy, reforçando o papel do evento como uma plataforma de aprendizado mútuo.
Serão exibidos 16 curtas e dois longas-metragens nos quatro dias de evento. Irmãs de Palco, filme dirigido por Xie Jin, primeiro diretor da Escola de Artes e Tecnologia de Cinema e Televisão da Shanghai University, que dirigiu 36 filmes na sua carreira; e Eterno Feitiço, de Chen Kaige, primeiro diretor da Shanghai Film Academy, líder dos diretores da quinta geração na China; serão os dois longas-metragens apresentados.
Além das exibições, o festival contará com debates conduzidos por professores da Shanghai University, Tianyi Wang e Bin Zhang, proporcionando um espaço para discussões aprofundadas sobre a produção audiovisual e o impacto cultural das obras apresentadas.
O evento é fruto de uma parceria entre a Shanghai Film Academy, Shanghai University, Instituto Confúcio da UFBA, Faculdade de Comunicação e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). A iniciativa também dá continuidade às atividades culturais realizadas com produtos audiovisuais baianos neste ano na China, através do projeto Cartografia audiovisual baiana: uma mirada espiralar[1], consolidando os laços entre as duas Universidades.
Serviço
O quê: Encanto Cinematográfico Transoceânico: Festival de Cinema e Cultura China-Brasil
Quando: 03 a 06 de dezembro de 2024
Onde: Auditório da Facom, Campus de Ondina - UFBA
Quanto: Gratuito
O professor do departamento de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Carlos Zacarias, irá promover a exibição de uma sessão para exibição do filme "Ainda estou aqui" para estudantes do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva na próxima quinta-feira (21), às 14h. A obra estrelada por Fernanda Torres será exibida no Cinema da UFBA, no circuito Saladearte, no bairro do Canela.
O docente afirmou que a ação faz parte do projeto de extensão "História e Memória da Ditadura Militar na Bahia a partir do nome de unidades escolares". Artur Costa e Silva, que nomeia o colégio estadual, foi o segundo presidente da Ditadura Militar, entre 1967 e 1969, no período em que foi decretado o AI-5.
Zacarias citou que nos últimos anos algumas escolas que homenageavam personagens da Ditadura Militar tiveram o nome alterado. Exemplo do antigo Colégio Emílio Garrastazu Medici, que virou Colégio Carlos Marighella em 2013 e o Colégio Humberto de Alencar Castelo Branco, que virou Colégio Nelson Madela, em 2014.
“Costa e Silva, no entanto, uma tradicional e importante escola situada na Ribeira, mantém o nome do general-ditador que assinou o AI-5. O projeto de extensão pretende entender os motivos dessa posição do Colégio, levando uma discussão sobre a História e a Memória da Ditadura na Bahia e a exibição do filme, a que se seguirá um debate conduzido por mim, vem nesse propósito”, disse Zacarias.
A obra “Ainda estou aqui” conta a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres), esposa do ex-deputado assassinado na Ditadura, Rubens Paiva (1929-1971), abordando justamente o período de repressão. A trama, inclusive, é ventilado para participar do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e, recentemente, para o prêmio de Melhor Atriz, com Fernanda Torres.
Uma confusão envolvendo estudantes e funcionários do campus do Canela, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), chamou atenção nesta terça-feira (19). A briga teve início após um aluno acusar um funcionário de racismo no pavilhão conhecido como PAC. Imagens do momento, se espalharam pelas redes sociais.
REMEDIO PRA RACISTA É PORRADA!!! NÃO VAMOS MAIS NOS CALAR DIANTE DISSO pic.twitter.com/dO20JgEEM1
— deiró (@deirozito) November 19, 2024
Na publicação, o aluno acusa a funcionária de proferir ofensas de cunho racista. “Negro igual a você merece levar chicotada”, “preto só serve para vender droga”, teria proferido a funcionária,
Após alguns momentos discutindo, uma das pessoas que estavam no ambiente avança na funcionária, puxa seu cabelo e tenta bater sua cabeça no chão.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a de Minas Gerais (UFMG) se destacaram na quarta edição da Competição de Direito Concorrencial (WiCade). O concurso é organizado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em parceria com a rede Women in Antitrust (WIA).
A UFBA ficou em 1º lugar e a UFMG, em 3º. A disputa consiste em uma avaliação simulada de direito concorrencial com o objetivo de incentivar o estudo da área entre os estudantes universitários. Durante a disputa, os universitários atuam como advogados de partes envolvidas em um ato de concentração fictício.
O evento, realizado em outubro, contou com estudantes, profissionais de antitruste e representantes do Cade e da rede WIA, como o conselheiro Victor Fernandes; a professora Amanda Athayde, da Universidade de Brasília (UnB); e a secretária nacional de Direitos Digitais do MJSP, Lílian Cintra.
“A WiCade junta coisas essenciais para a formação de todo aluno de graduação: o antitruste, a interface com novas tecnologias e a diversidade. Mesmo quem ainda não teve a oportunidade de ter aula sobre a temática consegue, na WiCade, aprender o direito concorrencial nesse período da competição, por meio de uma excelente metodologia de aprendizado”, afirmou Athayde.
Após imbróglio na Justiça Federal, a otorrinolaringologista Lorena Pinheiro foi empossada como professora adjunta da Faculdade de Medicina durante a tarde desta quarta-feira (6). A médica já havia ganho uma liminar na Justiça que determinou sua nomeação no dia 4 de outubro, contudo, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) só cumpriu a decisão no dia 29 do mês passado.
Seguindo a ordem judicial, Lorena foi nomeada para uma vaga que estava “desocupada” dentro da Faculdade de Medicina, assim, a sua “concorrente” no concurso que gerou todo o imbróglio manteve sua vaga. A médica, agora professora empossada, foi nomeada para o cargo de professor adjunto A, Classe A, Nível 1, em regime de trabalho de 20 horas semanais, com lotação no Departamento de Cirurgia Experimental e Especialidades Cirúrgicas da FMB.
Segundo o G1, Lorena Pinheiro é a primeira professora negra cotista da Faculdade de Medicina da Bahia, após 216 anos de fundação.
"A gente está reconstruindo uma história que, de Juliano Moreira pra cá, é como se fosse uma pausa, que termina agora, com a entrada de uma pessoa que é a cor dessa cidade. Assim como o professor Juliano Moreira, você faz parte dessa história, Lorena", disse o diretor da faculdade durante discurso da posse.
No início do ano passado, a UFBA lançou o Edital nº 01/2023 de concurso público para diversas vagas dentro da universidade, inclusive, em diferentes campus. Ao todo, foram 30 oportunidades diferentes no edital. No caso, para a vaga de professor adjunto de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina, havia apenas uma vaga para ser disputada.
Após atingir nota de 9,40, Carolina Cincura Barreto acabou ficando em 1º lugar do concurso, porém, apesar de liderar a lista, ela não ficou com a vaga. Quem na verdade tinha recebido a oportunidade foi Lorena Pinheiro Figueiredo, a qual foi a 4ª colocada, com nota final de 7,67.
Após receber a notícia que não tinha sido selecionada, Carolina buscou informações junto à UFBA e viu que tinha ficado de fora, pois o edital previa a preferência por pessoas negras em casos de vaga única. Insatisfeita, a médica acionou o Tribunal Regional Federal (TRF) para anular a classificação de Lorena, que se declarou como negra, e ser nomeada como professora da universidade.
No dia 8 de maio deste ano, Carolina entrou com recurso de mandado de segurança contra o reitor da UFBA, solicitando a sua nomeação como professora da Faculdade de Medicina. Ela alegou que, pelo fato da vaga ser única, as cotas não poderiam ser aplicadas, dando preferência à classificação padrão.
A juíza Arali Maciel Duarte, a mesma que agora concedeu liminar para Lorena, deu decisão favorável a Carolina. A magistrada intimou o mandado de segurança contra a UFBA e ordenou que a universidade realizasse a nomeação de Carolina. A decisão foi enviada no dia 13 de junho deste ano.
A juíza afirmou que a UFBA não especificou a quantidade de vagas que seriam relativas à ampla concorrência e reservadas a cotas em relação às vagas específicas dentro do próprio edital. O modelo exigido pela magistrada seria similar ao utilizado pelo Sisu, por exemplo.
Normalmente, cada instituto da Universidade Federal da Bahia lança um concurso próprio para o preenchimento das vagas. Contudo, neste caso, nem para todas as áreas de conhecimento seriam disponibilizadas o mínimo de três vagas para a aplicação da Lei de Cotas "padrão". Por isso, a UFBA justificou que aplicou a regra para a quantidade geral de vagas.
Ressaltando que neste edital lançado para cada área há uma classificação diferente, fazendo provas e passando por etapas específicas da vaga escolhida dentro do concurso.
Por exemplo: Apesar de ser o mesmo edital, um candidato que se inscreve para a Faculdade de Medicina não concorre e não faz as mesmas provas que uma pessoa que almeja a Faculdade de Comunicação, entende?
Completando, no edital, também há um artigo que indica que os candidatos só seriam considerados qualificados para o concurso caso atingissem a nota mínima de 7 nas provas, nota que foi superada tanto Carolina, quanto Lorena.
Agora, dentro deste concurso, de acordo com dados obtidos do processo, três candidatos autodeclarados negros alcançaram uma nota superior a 7, lembrando que seriam seis vagas destinadas às pessoas negras.
Uma reviravolta importante aconteceu, na tarde desta quarta-feira (6), envolvendo a suspensão do programa de transferência do Bacharelado Interdisciplinar de Saúde (BIS), do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), durante os próximos três anos.
O Conselho Acadêmico de Ensino (CAE) da UFBA, formado por representantes de diversos cursos da instituição, rejeitou, em votação realizada nesta quarta-feira (6), a proposta que impediria os estudantes de ingressarem no curso de Medicina por meio do BI's. A proposta gerou embate e manifestação na Universidade desde outubro.
Foram 33 votos pela não suspensão das vagas destinadas aos alunos egressos do BIS, a partir do primeiro semestre de 2025, contra apenas quatro favoráveis ao bloqueio do deslocamento interno e sete abstenções, conforme informações emitidas pelo Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC) da UFBA.
Com a proposta de impedimento, o único meio de estudar as ciências médicas seria mediante aprovação no Sistema de Seleção Unificada (SISU). Vale lembrar que a Faculdade de Medicina da Universidade estuda uma proposta de redução das vagas a fim de garantir o equilíbrio no número de estudantes ingressos.
A disputa envolvia dois principais departamentos e institutos da universidade, o IHAC (responsável pelos cursos de BIs nas áreas de Humanidades, Saúde, Ciência e Tecnologia e Artes) e a Faculdade de Medicina da Bahia (FMB), a mais antigas do país. Ambas com representantes eleitos no Conselho.
O sucesso na votação foi considerado um momento emblemático pelo IHAC. “Consideramos esta vitória um momento histórico na consolidação do projeto pedagógico dos Bacharelados Interdisciplinares na UFBA e das conquistas importantes no campo das políticas afirmativas e da inclusão social na Universidade”, comemorou o Instituto.
Momento da reunião do Conselho com o diretor do Ihac com a fala | Foto: Reprodução / IHAC-UFBA
O Coordenador-Geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFBA, Osny Guimarães, declarou em suas redes socias sobre o que o resultado significa. “É um dia que entra para a história e um passo muito importante na luta pela defesa do projeto do Reuni (Recepção Unificada Interdisciplinar dos Bacharelados Interdisciplinares)”.
O embate entre o IHAC e a FMB era travado desde outubro, após o diretor da Faculdade de Medicina declarar à imprensa que a faculdade enfrentava uma superlotação, com estudantes utilizando medidas judiciais para ingressar no curso. O Bahia Notícias ouviu diversos alunos da instituição, que alegaram ser um reflexo de elitismo
"Um grande problema que as vagas para o curso de Medicina via BI têm gerado é a quantidade crescente de medidas judiciais. Deste modo, a UFBA foi obrigada a acolher um número excedente de estudantes no curso de Medicina nos últimos quatro anos, sob pena de multa diária", destaca o diretor da FMB.
Com a decisão, estudantes do Diretório Central declararam que buscarão a Pró-Reitoria da universidade para garantir que o processo de ações afirmativas seja garantido ante possíveis judicializações. O Instituto Milton Santos soltou uma nota sobre a decisão e declarou o empenho coletivo na resolução da questão.
"O IHAC reitera seu empenho em encontrar soluções para os desafios de atualizar e unificar as normas que regem os Bacharelados Interdisciplinares e seus processos seletivos e conclama mais uma vez o apoio de toda a universidade, de representantes do campo jurídico e dos movimentos sociais, em defesa das cotas e da universidade pública. Não é momento de divisões internas. Esta é uma luta coletiva", declara o departamento dos Bacharelados Interdisciplinares.
A equipe de reportagem do Bahia Notícias solicitou uma entrevista à direção da Faculdade de Medicina da Bahia para comentar a decisão, entretanto, o diretor preferiu não falar sobre a questão.
O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (união), anunciou a continuidade da oferta do serviço de Transporte Universitário para estudantes do município. Os estudantes cadastrados no programa do Transporte Social, Técnico e Universitário (TSTU) terão acesso ao benefício a partir da segunda-feira (11).
O gestor do executivo explicou que a suspensão do serviço foi necessário para fins de ajustes orçamentários. “Após ajustes, viabilizamos e garantimos que os roteiros sejam retomados até o fim do ano todos os estudantes terão garantido a oferta do serviço, podendo concluir com segurança seus estudos”, garantiu Elinaldo.
A Prefeitura de Camaçari, através da Secretaria dos Serviços Públicos (Sesp), oferece roteiros para instituições de Ensino Superior localizadas em Camaçari, Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, abrangendo os três períodos do dia. Desde 2017, o transporte universitário é disponibilizado de forma contínua para os estudantes.
Estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) e do Instituto Federal da Bahia (IFBA) entre outas faculdades privadas dependem do transporte para conseguir realizar suas atividades acadêmicas e estudantis. O retorno surge como um alívio para muitos alunos destas instituições.
Elinaldo ressaltou que o serviço será ofertado até o final do ano letivo. “Conversamos com as empresas que prestam serviços, analisamos a situação contratual, renegociamos e estamos garantindo a continuidade do serviço de transporte universitário”, salientou.
O Reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Paulo Miguez, revelou não existir contingenciamento de recursos para a instituição, em entrevista concedida na abertura do Seminário Cultura e Mudança do Clima, no Centro de Convenções, em Salvador, na manhã desta segunda-feira (4).
“Não há contingenciamento. O que houve foi uma mudança nas datas de programação de ordem orçamentária. O dinheiro existe, mas não pode ser operacionalizado, pois existem questões regulatórias envolvendo datas e outras demandas neste sentido”, afirmou o Reitor.
Sobre a abertura de um novo campus da Universidade Federal no estado, ele afirmou que a prioridade é o gerenciamento das unidades que já estão em funcionamento.
“Já conversei com os reitores das outras universidades aqui do estado e o foco são os projetos de expansão das nossas unidades, enquanto isso não é implementado, não há disposição para instalação de uma nova instituição”, pontuou Miguez.
"In Altum" expressão em latim que significa "para o alto", é mais que o lema da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), um reflexo do seu desempenho no cenário acadêmico. Consolidando-se como a segunda melhor universidade da Bahia, a Uesc alcançou uma nota de 60,72 no mais recente Ranking Universitário da Folha (RUF), ficando atrás apenas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que lidera a Bahia com 87,09.
A Universidade Estadual de Santa Cruz tem um campus único entre Ilhéus e Itabuna, imersa em um ambiente de Mata Atlântica, fundada a partir da união de diversas faculdades privadas na década de 1960. A universidade oferece uma formação de qualidade, comprovada pelo conceito 4 obtido no Índice Geral de Cursos (IGC) do Ministério da Educação, o que demonstra seus bons resultados acadêmicos.
Imagem do campus Soane Nazaré de Andrade em Ilhéus | Foto: Reprodução / UESC
O ranking avalia diversos aspectos das instituições, como internacionalização, ensino, pesquisa, inovação e mercado, sempre considerando tanto a graduação quanto a pós-graduação. Ensino e pesquisa são os aspectos que têm maior peso na nota final. Entre as universidades do interior da Bahia, a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) ficou em 3º lugar, e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) ficou em 4º lugar.
Em âmbito nacional, entre as baianas a UFBA se manteve novamente entre as 20 melhores do país. A UESC, por sua vez, ficou na 66ª posição, e a UEFS se manteve próxima, na 68ª. UESC e UEFS mantêm a dobradinha de segunda e terceira melhores do estado da Bahia desde as avaliações de 2018.
Entrada principal de Ondina da Universidade Federal da Bahia em Salvador | Foto: Reprodução / UFBA
O ranking também avalia os cursos de graduação, mapeando os mesmos critérios para os resultados. A UFBA obteve resultados positivos em cinco de seus melhores cursos na área de humanas, com destaque especial para Administração de Empresas (8º), Ciências Contábeis (6º), Comunicação (6º), Psicologia (8º) e Pedagogia (8º). Já a UESC alcançou boas colocações em cursos mais voltados às ciências da natureza, como Medicina (37º), Medicina Veterinária (41º), Economia (50º), Agronomia (57º) e Química (57º)
Outras universidades também apareceram em posições consideráveis no ranking, entre as mais bem avaliadas no estado baiano: a Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) na 5ª posição, a Universidade Salvador (Unifacs) na 6ª, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) na 7ª, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) na 8ª, a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) na 9ª e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) na 10ª. Há um empate entre a UFOB e a Unilab, mas a Unilab também aparece na 11ª posição.
Quando são consideradas as melhores do ponto de vista nacional, a Universidade de São Paulo (USP) ficou em 1º lugar, com a Unicamp em 2º, ambas muito próximas. Já o terceiro lugar foi ocupado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destacando o eixo Sul-Sudeste. A UFBA ficou em 18º lugar na avaliação de 2024, perdendo o posto de melhor do Nordeste para as federais de Pernambuco (UFPE), que ficou em 11º, e do Rio Grande do Norte (UFRN), que alcançou a 16ª posição.
Você pode consultar mais detalhes, como os cursos e quais têm as maiores notas em áreas específicas, especializações de pós-graduação e graduação, na avaliação do ranking universitário da Folha de 2024 aqui.
A médica Lorena Pinheiro conquistou a sua primeira decisão favorável junto ao Tribunal Regional Federal (TRF) sobre o caso da “cota cancelada” no concurso de professor-adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A magistrada Arali Maciel Duarte concedeu uma liminar para que a UFBA nomeie Lorena como professora da instituição.
Contudo, a decisão aponta que a médica dever ser nomeada em alguma vaga “desocupada” na Faculdade de Medicina. Assim, não necessariamente ela iria ocupar cadeira inicialmente disputada no concurso, que é de professor adjunto de Otorrinolaringologia.
Originalmente, a decisão foi publicada no dia 4 de outubro, com um prazo de cinco dias para o cumprimento da determinação, contudo, a UFBA não cumpriu. Agora, na terça-feira (22), a juíza reforçou a decisão e emitiu um novo despacho para a universidade, informando que a instituição tem dois dias para o cumprimento, sob pena de multa diária.
Recentemente o Ministério Público Federal (MPF) havia indicado um parecer favorável à Lorena, que perdeu a vaga após ficar na primeira colocação entre os concorrentes cotistas. O documento apontou que a médica deveria ser nomeada em uma cadeira já disponível na Faculde de Medicina.
Após a decisão que suspendeu a homologação de Lorena como docente da instituição, a UFBA se posicionou sobre o tema e lamentou o ocorrido. Em nota, a universidade afirmou que “a decisão foi firmada sem que a universidade fosse intimada a se manifestar”, e o processo só foi conhecido após o registro da decisão.
RELEMBRE O CASO
No início do ano passado, a UFBA lançou o Edital nº 01/2023 de concurso público para diversas vagas dentro da universidade, inclusive, em diferentes campus. Ao todo, foram 30 oportunidades diferentes no edital. No caso, para a vaga de professor adjunto de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina, havia apenas uma vaga para ser disputada.
Após atingir nota de 9,40, Carolina Cincura Barreto acabou ficando em 1º lugar do concurso, porém, apesar de liderar a lista, ela não ficou com a vaga. Quem na verdade tinha recebido a oportunidade foi Lorena Pinheiro Figueiredo, a qual foi a 4ª colocada, com nota final de 7,67.
Após receber a notícia que não tinha sido selecionada, Carolina buscou informações junto à UFBA e viu que tinha ficado de fora, pois o edital previa a preferência por pessoas negras em casos de vaga única. Insatisfeita, a médica acionou o Tribunal Regional Federal (TRF) para anular a classificação de Lorena, que se declarou como negra, e ser nomeada como professora da universidade.
No dia 8 de maio deste ano, Carolina entrou com recurso de mandado de segurança contra o reitor da UFBA, solicitando a sua nomeação como professora da Faculdade de Medicina. Ela alegou que, pelo fato da vaga ser única, as cotas não poderiam ser aplicadas, dando preferência à classificação padrão.
A juíza Arali Maciel Duarte, a mesma que agora concedeu liminar para Lorena, deu decisão favorável a Carolina. A magistrada intimou o mandado de segurança contra a UFBA e ordenou que a universidade realizasse a nomeação de Carolina. A decisão foi enviada no dia 13 de junho deste ano.
A juíza afirmou que a UFBA não especificou a quantidade de vagas que seriam relativas à ampla concorrência e reservadas a cotas em relação às vagas específicas dentro do próprio edital. O modelo exigido pela magistrada seria similar ao utilizado pelo Sisu, por exemplo.
Normalmente, cada instituto da Universidade Federal da Bahia lança um concurso próprio para o preenchimento das vagas. Contudo, neste caso, nem para todas as áreas de conhecimento seriam disponibilizadas o mínimo de três vagas para a aplicação da Lei de Cotas "padrão". Por isso, a UFBA justificou que aplicou a regra para a quantidade geral de vagas.
Ressaltando que neste edital lançado para cada área há uma classificação diferente, fazendo provas e passando por etapas específicas da vaga escolhida dentro do concurso.
Por exemplo: Apesar de ser o mesmo edital, um candidato que se inscreve para a Faculdade de Medicina não concorre e não faz as mesmas provas que uma pessoa que almeja a Faculdade de Comunicação, entende?
Completando, no edital, também há um artigo que indica que os candidatos só seriam considerados qualificados para o concurso caso atingissem a nota mínima de 7 nas provas, nota que foi superada tanto Carolina, quanto Lorena.
Agora, dentro deste concurso, de acordo com dados obtidos do processo, três candidatos autodeclarados negros alcançaram uma nota superior a 7, lembrando que seriam seis vagas destinadas às pessoas negras.
Com a crise financeira vivida pelas instituições de ensino superior federais, a Universidade Federal da Bahia (Ufba) sofre com a falta de itens básicos do cotidiano: no dia 2 de outubro, o setor Almoxarifado e Patrimônio anunciou, em comunicado, que o fornecimento de sabonete líquido e papel toalha foram reduzidos para o Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Ufba, localizado no Vale do Canela.
O racionamento é fruto do decreto nº 12.120 do Governo Federal, promulgado em julho, que ordena a reprogramação da liberação de limites de empenhos, que atinge as Universidades federais pelo menos até dezembro, prazo da prorrogação da medida. O valor de R$18,6 milhões, correspondente a 10% do orçamento de 2024, foi bloqueado.
O comunicado transmitido por email, e veiculado no ste do Correio, revela que o setor de almoxarifado aguarda liberação de recursos para compra dos materiais de higiene. “Em razão da grave situação orçamentária vivenciada pela Ufba, o almoxarifado central está com estoque baixíssimo de diversos materiais de consumo, e, por ora, no aguardo de liberação de recurso para compra.”
Para o diretor do ICS, professor Roberto Meyer, uma decisão de 31 de julho foi decisiva para esse estado de escassez. "O Governo Federal tirou o limite para empenho de todas as universidades e institutos federais do país. Estamos com o orçamento reduzido e, particularmente, a partir de julho, o limite para empenho foi retirado, o que levou a uma necessidade de restrição de vários itens," revelou.
O dirigente acrescentou para o Site do Correio que recebeu uma quantidade de papel toalha e sabonete líquido na última quinta-feira (10), mas a situação exige bom senso no uso. "Foi passado um aviso para todos do instituto do que faríamos para uma redução (dos itens de higiene]), para que não falte. Temos os itens, mas estamos em uma política de usá-los com parcimônia porque não sabemos quando o orçamento será liberado," completa.
O decreto nº 12.204 estendeu a restrição de gastos para diversos ministérios, inclusive Educação, com o bloqueio de R$1,4 bilhão. A Ufba diz se esforçar para liberar recursos emergenciais.
"A Universidade Federal da Bahia lamenta que, mais uma vez, a educação pública superior seja atingida por contingenciamentos e bloqueios de recursos que comprometem planos, contratos, projetos, impactam a manutenção, obras e, consequentemente, o desenvolvimento de pessoas. Tais medidas trazem prejuízos ao ensino, à pesquisa, à extensão, aos programas de assistência estudantil e serviços ofertados pela universidade à comunidade externa e interna," afirma.
O Ministério da Educação (MEC), informa em nota que "o remanescente do limite (10%) será liberado até dezembro de 2024. Permanece bloqueado somente o orçamento decorrente de emendas parlamentares (RP2) destinadas às Ifes," e acrescenta que a verba atualizada de todas as fontes para a Ufba, em 2024, excetuando-se pessoal, é de R$ 212,9 milhões, sendo que a Ufba pode empenhar até 90% do orçamento previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Marcone Amaral
"A partir deste momento acho que iremos falar a mesma língua para que a gente possa em conjunto ajudando o clube".
Disse o deputado estadual Marcone Amaral (PSD) sobre diálogo com o presidente do Esporte Clube Vitória, Fábio Mota, para o avanço da SAF.