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Fernando Duarte

Artigos

Paulo Lebram
Chega de fome
Foto: Acervo pessoal

Chega de fome

Sabe o caro leitor o nome do Ministro da Pesca e Aquicultura, não? Eu também não! Sabemos da fome. Agravando a insegurança alimentar, padecemos da política de comercio exterior, que no afã de obter superávits na balança comercial, retira dos nossos pratos, produtos alimentícios, dentre eles, carnes, açúcar, soja, café, frutas, etc.,  que irão enriquecer os cardápios chineses, europeus, americanos, japoneses, árabes e outros.      

Multimídia

“A Bahia tem uma malha ferroviária decadente que foi feita para não funcionar”, diz presidente da CBPM

“A Bahia tem uma malha ferroviária decadente que foi feita para não funcionar”, diz presidente da CBPM
Alvo de críticas há anos, a qualidade da malha ferroviária do estado da Bahia voltou à tona nesta segunda-feira (29), quando o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, fez duras críticas às linhas, em especial à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), a classificando como “decadente”.

Entrevistas

Os limites invisíveis da campanha eleitoral: o que você precisa saber

Os limites invisíveis da campanha eleitoral: o que você precisa saber
Foto: Caroline Pacheco/Famecos/PUCRS
Quem não é visto, não é lembrado. Esta é uma “receita” que se tornou infalível, antes com o rádio, a TV e a mídia off, como santinhos e outdoors e logo depois com a internet e todas as suas redes sociais e plataformas.  A menos de seis meses para as eleições municipais, partidos e pré-candidatos estão em constantes articulações e principalmente correndo contra o tempo.

Equipe

Fernando Duarte

Foto de Fernando Duarte

Jornalista formado pela Universidade Federal da Bahia. Trabalhou nos jornais Tribuna da Bahia e A Tarde, além do site Bahia Todo Dia e nas rádios Tudo FM e Vida FM. Apresentou ainda o programa "Isso é Bahia", uma parceria entre o Bahia Notícias e o Grupo A Tarde, na rádio A Tarde FM. É colunista político e comanda o podcast "Projeto Prisma".

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Últimas Notícias de Fernando Duarte

Opinião: Rui insiste na roupa de governador da Bahia e gera saia justa para 2026
Foto: Joá Souza/GOVBA

Na mesma semana em que a Folha de S. Paulo divulgou que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, recebe um prefeito baiano a cada dois úteis em Brasília, o editor de política do Bahia Notícias, Mauricio Leiro, trouxe a informação que o ex-governador da Bahia não descartaria retornar ao Palácio de Ondina em uma disputa em 2026. Não há fumaça quando não há fogo, então Rui manterá o direito de espernear contra a imprensa - como sempre o fez -, ao mesmo tempo em que vê suas projeções sendo frustradas ainda no nascedouro.

 

A orquestração para que Rui volte a ser candidato ao governo obrigaria um crescente desgaste de Jerônimo Rodrigues, que, dado à dívida de gratidão que ainda mantém, sequer se propõe a criar uma marca para si no governo da Bahia. Isso não parece ser um problema para o ex-governador, que já emplacou a própria esposa, Aline Peixoto, no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) sem qualquer pudor e volta e meia dá as caras pela Bahia sem se sentir constrangido por eventualmente criar uma sombra para que o sucessor não consiga ter o lugar ao sol que lhe fora prometido.

 

Jerônimo não é um pobre coitado, mas está longe de ter a agilidade política que há tempos se criticava em Rui. O ministro da Casa Civil até tentou dar as caras como articulador e se viu obrigado a permanecer no governo a contragosto, mesmo que tenha emplacado a indicação do sucessor. Desde que saiu de Ondina (com atraso, inclusive) para uma sala no Planalto, todavia, o comportamento de Rui não é de um ex-governador. É um eterno candidato que, nas horas vagas, faz as vezes de ministro. Como não deve realizar o sonho de ser candidato a presidente, graças a provável tentativa de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva e a fila petista colocar Fernando Haddad à frente, ele centra as forças na Bahia.

 

Ao falar publicamente que é candidato à reeleição ao Senado e que Jerônimo tentaria a reeleição em 2026, o também ex-governador Jaques Wagner demarcou uma posição clara: não compactua com qualquer tentativa de demover o governador do direito de tentar permanecer no cargo - algo que ele próprio fizera e Rui repetiu. E o reforço de que estaria consolidado como candidato ao Senado, mais uma vez, aponta que, se Rui quiser tentar a cadeira, terá que ser a outra vaga, atualmente ocupada por Angelo Coronel e o PSD. Ou alguém, com o mínimo de racionalidade política, acredita que é possível que o PT concentre todas as principais posições da chapa do próximo pleito majoritário? A não ser que o Avante aceite ser mais do que emprenhado...

 

Não é de hoje que, nos bastidores, a imprensa ouve a existência de uma tensão entre Wagner e Rui. Criador e criatura não concordam em muita coisa, mas evitam tratar do tema de uma maneira explícita. Há até um esforço reiterado de tratar como falsa qualquer animosidade entre ambos - especialmente por parte do ministro e do seu entorno. No entanto, onde há fumaça, há fogo. E, convenhamos, por mais que Rui tenha adquirido habilidade política, o especialista em apagar - e evitar - incêndios é Wagner.

Agentes da Transalvador e da Semob reclamam de jornadas aos finais de semana e superintendente rebate
Foto: Divulgação

Agentes de trânsito de Salvador realizaram uma assembleia na manhã desta quinta (9) e estão mobilizados em virtude de alguns pontos que estão pleiteando junto à Transalvador. Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente da Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito do Município (Astram), Luiz Bahia, elencou alguns dos motivos, citou promessa do prefeito Bruno Reis e alegou “má vontade” do secretário Décio Martins em resolver algumas solicitações. 

 

 

“O motivo da nossa mobilização aqui é, em virtude do nosso processo de credenciamento da nossa operadora de assistência à saúde, que hoje está de maneira excepcional por um ano, ter ficado por quase 80 dias parado no gabinete da superintendência. Nós temos a garantia do próprio prefeito, inclusive no dia de ontem, para ficarmos tranquilos acerca dessa questão, que já estava autorizada pelo prefeito. A gente tem percebido uma má vontade por parte do gestor da autarquia em encaminhar da maneira devida essa situação. E em virtude disso, esse movimento se faz necessário”, disse Luiz. 

 

O presidente da entidade sindical também criticou as “Operações Especiais” e a “demora” na convocação de mais de 250 agentes de trânsito aprovados em concurso. “Temos uma questão que já está passando de todos os limites aceitáveis, que são as questões das operações chamadas pela Prefeitura de Salvador de 'Operações Especiais', que é uma nomenclatura que ela dá para a questão do serviço extraordinário. O servidor, o agente de trânsito de transporte da Transalvador e também da Semob [Secretaria de Mobilidade Urbana], cumpre sua jornada regular durante a semana e é obrigado a dar uma jornada excepcional no final de semana. A partir do momento que ele acaba não cumprindo essa jornada excepcional, além de não ganhar aquele valor adicional, a gente tem descontado um dia do nosso serviço efetivamente trabalhado", critica o representante sindical.

 

"Temos cerca de 250 aprovados para o cargo de agente de trânsito, aguardando ser convocado, e esse concurso só está em vigor até o mês de agosto, e cerca de mais de 200 servidores que já alcançaram o tempo de serviço e contribuição e já estão na sala de tempo de serviço e de contribuição, e que já estão com o processo de aposentadoria em curso. A prefeitura quer dar o atendimento necessário para as demandas que chegam para ela, mas tem também sido muito, muito devagar nas convocações dos aprovados, e com isso acaba sobrecarregando a jornada dos servidores que estão em atividade atualmente", completa.

 

Luiz Bahia afirmou que as equipes continuarão nas ruas, cumprindo as obrigações básicas, sem possibilidade de paralisação total neste momento. “Nossas equipes estão de prontidão para atender acidentes de trânsito com e sem vítima, aqueles que tenham a suspeita de embriaguez ao volante, de situações urgentes de infração de trânsito. Via de regra e serviços estão sendo mantidos durante semana, por isso que a população tem visto, ainda com certa regularidade, as nossas viaturas nas ruas, porque entendemos que temos uma pendência junto à administração da Transalvador e a gente pretende ao máximo requerer os nossos direitos sem causar o maior transtorno para a população, porque temos responsabilidade com a nossa cidade”, concluiu.

 

 

O superintendente da Transalvador, Décio Martins, falou sobre as cobranças e afirmou que todos os pleitos dos agentes estão sendo atendidos e negociados, classificando a mobilização como um possível ato político. “Considero que essa ação aí formada pela associação é uma ação política. Esse ano nós aprovamos o plano do cargo de salários que é um sonho antigo da categoria dos agentes e de todos os servidores da Transalvador. Ontem entregamos 62 novas viaturas que também é um pleito antigo da categoria. O plano de saúde, pra você ter uma ideia, o plano dobrou de preço e mesmo assim foi renovado ano passado. É um plano que vai estar válido até o dia 25 de janeiro de 2025. O processo de cadenciamento do novo plano, atendendo também ao que eles solicitaram, vai ser lançado até o mês de junho. Essa foi a solicitação deles e não tinha obrigação nenhuma de lançar esse plano agora nesse momento. Vou lançar até o mês de junho pelo valor de 650 reais, que é o que é praticado atualmente pelo operador, então considero uma manifestação política. Em nossa parte da gestão sempre teve toda boa vontade de debate, de construção conjunta, mas ainda assim com esse compromisso o sindicato continua fazendo essas assembleias disfarçadas, essa greve disfarçada de assembleia e eu considero que realmente é uma ação política”, disse.

 

Sobre as “Operações Especiais”, Décio Martins afirmou que há uma escala pré-definida. “O servidor sabe com antecedência que está escalado para o final de semana, não é facultativo, ela é uma escala pré-definida para os eventos que ocorrem no final de semana, então quando há a falta desse trabalhador, sim, há o corte do dia trabalhado, porque não é facultativo, a presença do trabalho é considerada como uma falta mesmo”, afirmou.

 

Décio ainda falou sobre a cobrança pela convocação dos aprovados no concurso. “Só eu já convoquei mais ou menos 50 agentes novos, na medida em que estão ocorrendo as aposentadorias, como eu volto a falar: considero que essa ação do sindicato como política, uma ação que nós vivemos debatendo, inclusive com a comissão de concursados”, concluiu. 

Opinião: União pode inviabilizar pequenos e grandes municípios ao questionar desoneração; entenda
Foto: Bruno Concha / Secom PMS

O governo federal focou na arrecadação da viúva quando questionou no Supremo Tribunal Federal a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. A medida, estendida pelo Congresso Nacional em 2023, tem como pano de fundo a manutenção de uma perspectiva de investimento nessas áreas, consideradas por deputados e senadores como essenciais para que a economia brasileira mantenha algum nível de pujança. Por trás, todavia, o debate envolve também a sobrevivência de outros entes federativos, especialmente os municípios. E isso impacta desde os pequenos com coeficientes baixos na tabela de habitantes, até os maiores como as capitais. Por isso os prefeitos permanecem tensos com o tema.

 

Nos pequenos, a reoneração de 8% para 20% da contribuição para a previdência já a partir de maio de 2024 preocupa o fechamento das contas até o final de 2024. Até a liminar concedida por Cristiano Zanin, os prefeitos remodelaram as próprias contas para, com essa alíquota mais baixa, usar os recursos para outros fins. Obviamente, quem é candidato à reeleição, colocou na ponta do lápis essa “sobra” orçamentária e fazia planos para fazer menos economia no último ano do mandato, numa espécie de legado ampliado. O mesmo vale, inclusive, para quem tem um nome para chamar de seu no próximo pleito, pois o uso da máquina é algo constante para a manutenção de um determinado grupo político no poder.

 

Já o caso dos grandes municípios, a situação é ligeiramente mais complexa, pois o impacto é indireto. Um exemplo foi o posicionamento da Integra, sindicato das concessionárias de ônibus de Salvador, que apontou a possibilidade de aumento da tarifa em até R$ 0,25 nos próximos meses. Obviamente, essa manifestação coloca uma espécie de “faca no pescoço” do prefeito Bruno Reis, que tem opções bem restritas para evitar o repasse desse reajuste para os usuários, dado que a capital baiana tem subsidiado parte da tarifa ao longo dos últimos anos. Publicamente, o gestor não deve falar claramente sobre o tema, mas não duvide que o assunto deve permear os pesadelos de quem é candidato à reeleição.

 

O exemplo de Salvador é apenas o mais próximo da realidade dos baianos. Porém o mesmo acontece em diversos outros municípios, tanto pela perspectiva do transporte público e pela contribuição com a previdência, quanto pelo impacto indireto, já que a movimentação da economia tende a diminuir e, consequentemente, a arrecadação dos municípios seguindo o mesmo caminho. E olha que, por aqui, só tratamos dos impactos no setor público, sem debater as consequências dessa senha arrecadatória da União contra o setor privado - a mobilização do governo contra o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) é outro caso sui generis disso.

 

A viúva sempre tem fome. E a União sempre concentrou recursos para si, especialmente após a reorganização do Estado brasileiro pós-ditadura. Por isso a reforma tributária tem sido tratada como prioritária há tanto tempo. A repactuação federativa também é urgente, mas é uma pauta que tem sido colocada em segundo plano há bastante tempo também.

Justiça Eleitoral suspende propaganda eleitoral do MDB com Geraldo Jr.
Foto: Reprodução/ MDB

O desembargador Danilo Costa Luiz suspendeu a veiculação da propaganda eleitoral do MDB de Salvador que tem o vice-governador Geraldo Jr. como protagonista. Na decisão, o magistrado reconhece o argumento do Partido Novo de que “a publicidade demonstra que o foco foi a divulgação da pré-candidatura de Geraldo Júnior, em aparente desrespeito ao disposto na legislação de regência, uma vez que a propaganda partidária possui finalidade específica e delimitada”.

 

Nas veiculações, o MDB não promove os ideais partidários ou incentivo à participação de mulheres, jovens ou negros, por exemplo, itens que estão preconizados na legislação para a propaganda partidária. “Nessa linha de intelecção, aos perscrutar os documentos probatórios carreados aos autos, vislumbro que a divulgação da propaganda refutada pouco difunde programas partidários ou atividades congressuais do partido, transmitindo ao telespectador, numa análise perfunctória, crítica aos adversários políticos, trazendo em seu bojo, inclusive, fotos desses”.

 

O vice-governador aparece na propaganda partidária - com comportamento eleitoral - com manchetes e conteúdos críticos ao atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), potencial adversário do pré-candidato declarado Geraldo Jr., e também ao ex-prefeito ACM Neto (União). Ambos os gestores eram aliados do vice-governador até março de 2022, quando o então presidente da Câmara de Salvador emigrou para a base aliada do governo baiano e foi alçado à condição de candidato à vice de Jerônimo Rodrigues.

 

O desembargador determina ainda para que sejam juntadas as mídias “de todas as inserções partidárias regionais veiculadas até a respectiva data, com planilha informando o número de exibições de cada peça publicitária em cada emissora de televisão”, bem como a abertura de vista para a Procuradoria Regional Eleitoral.

 

Em caso de descumprimento das determinações, inclusive da suspensão da veiculação da publicidade, o MDB deve pagar multa de R$ 1 mil por dia.

Opinião: Geraldo Jr. e a versão ambientalista que não sobrevive à história do ex-presidente da Câmara
Foto: Antonio Queirós/ CMS

Memória curta é uma aposta muito comum entre os membros da classe política. Principalmente quando há mudanças bruscas no “método” de fazer política. O exemplo mais recente disso é o comportamento contraditório - para não chamar de ambíguo - do vice-governador Geraldo Jr. (MDB) que, após conduzir sucessivas tentativas de desmontes a proteções ambientais enquanto presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, agora tenta se passar por paladino da moralidade ambiental na capital baiana.

 

Em propaganda recente do MDB, para, em tese, promover a filiação de novos membros ao partido, Geraldo Jr. assumiu a função de candidato a prefeito de Salvador e, de repente, tentou passar uma borracha em todos os esforços para, por meio de “jabutis”, alterar a legislação soteropolitana a fim de flexibilizar diversos instrumentos legais da cidade. A forma começou ainda no primeiro mandato dele à frente da Câmara, quando o prefeito era ACM Neto (União), e foi intensificado já com Bruno Reis (União) no Palácio Thomé de Souza - com direitos a sucessivos vetos do Executivo, que mitigou os efeitos tentados por ele.

 

A estratégia foi usada repetidas vezes: a prefeitura mandava um projeto para a Câmara e, desde a Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final, já eram feitas emendas diversas para atender aos interesses defendidos até então por Geraldo Jr. Hoje aliados, os opositores chegavam a criticar a postura, mas esqueceram rapidamente todas as críticas quando o então presidente da Câmara mudou de lado e passou a ser um “representante” da esquerda na capital baiana. A anuência, em algumas vezes, não era restrita aos governistas, como era esperado. Boa parte da oposição também ficava silente a cada novo “jabuti” inserido nos textos. Era um acordo que beneficiava Geraldo Jr. e, muitas vezes, prejudicava a cidade.

 

Agora, na versão soft e esquerdista do candidato da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em Salvador, Geraldo Jr. tenta manter em alta a falta de memória da população, como se, num passe de mágica, fosse possível esquecer de todos os intentos realizados por ele durante quatro anos como presidente da Câmara de Salvador, em movimentos por vezes contrários ao Palácio Thomé de Souza, mas também com uma articulação para “obrigar” a articulação de Bruno Reis a ceder para as demandas apresentadas por um dirigente que se dizia defensor da independência do Legislativo - quando, por vezes, atuava como um representante sindical dos mais diversos segmentos. Talvez daí tenha vindo a verve da “esquerda” pregada como uma realidade para figurar ao lado de nomes históricos da esquerda baiana como Lídice da Mata e o próprio Jaques Wagner e Rui Costa - se bem que, esse conceito anda tão fluído que até Igor Kannário se tornou socialista.

 

Entre o novo posto de ambientalista de propaganda eleitoral e a realidade dos fatos, Geraldo Jr. se comporta como a caricatura daquilo que há tempos os próprios políticos tentam afastar do protagonismo, ao mesmo tempo em que retroalimentam para que nenhum deles perca o status quo. Ter problemas de memória é uma aposta alta, mas que não afeta todo mundo. Se os novos aliados agora preferem fingir que tudo não passou de um devaneio, é provável que os novos adversários não o façam. Ou seja, na campanha tudo pode vir à tona não como uma vaga lembrança...

Opinião: Carletto e Avante "brilham", mas Rui e Wagner roubam a cena sobre 2026
Foto: Divulgação

Mais uma vez, o Avante de Ronaldo Carletto mostrou força ao realizar um encontro nacional no último sábado (4) em Salvador e reunir os figurões da base aliada do governo baiano -leia-se os caciques petistas - nesse evento. Serviu como mais um aviso que o partido reorganizado sob a tutela de Carletto não caminha para aceitar ser um mero coadjuvante de luxo, como tantas outras siglas satélites ao PT na Bahia. O ex-deputado, que emigrou do Progressistas com articulação e apoio de Rui Costa e Jaques Wagner, demarcou bem o aviso para adversários e também aliados.

 

Porém não foi necessariamente Carletto quem mais chamou atenção no encontro. Sempre discreto e quase que arredio com a imprensa, as falas de Rui e Wagner se tornaram bem emblemáticas sobre o que está em jogo para 2026 e como essa equação será resolvida em um ambiente cuja a insaciável fome petista tem preponderância na cena local. Carletto busca o protagonismo - e tem condições de conquistá-lo -, mas as concessões a serem feitas pelo cardeais petistas é que colocam em dúvida até onde ele pode avançar.

 

Wagner foi bem direto ao garantir que deve estar na chapa em 2026 como candidato ao Senado mais uma vez. O Galego entende o papel que desempenha no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e já teria conquistado a liberação de Fátima Mendonça para se manter nesse posto - caso contrário, ele não falaria publicamente sobre o tema. O pioneiro petista no governo baiano, tal qual em 2018, não teria problemas em construir essa candidatura à reeleição, dado o histórico de quem conhece bem o reequilíbrio das forças locais. Além, claro, de ter uma espécie de "lugar cativo" nessa chapa.

 

Rui e o evasivo "depois, depois, depois" quando questionado sobre como estará presente nas urnas em 2026 mostra que ele mantém as pretensões de 2022, quando até tentou articular ser candidato ao Senado e acabou frustrado pela não viabilidade de manter a base coesa em torno desse projeto. Como ministro da Casa Civil e homem forte do governo Lula, ele tem a tinta da caneta para reivindicar o espaço que desejar e, a não ser que migre de partido, vai "obrigar" os aliados a engolirem uma chapa cujas três principais funções tendem a ser ocupadas por petistas - já que ninguém duvida que Jerônimo Rodrigues será candidato a reeleição ao governo e muito menos sacrificado para que Rui alcance seu intento.

 

Carletto entra ainda de maneira tangencial nessa disputa que deve ainda "empurrar" Angelo Coronel (PSD) para um limbo político, pois defender o direito à reeleição entra em conflito direto com as pretensões dos aliados petistas. Ou seja, sobram incógnitas nessa equação e o Avante com a realização de grandes eventos e com a perspectiva de emergir das urnas em outubro como uma potência política na Bahia é apenas uma delas. Os recados foram dados e agora é saber como devem se comportar os aliados. Ou aceitam serem figuras ligeiramente menores para que o PT mantenha seu projeto de poder na Bahia ou lutam com mais afinco para mostrar que não estão apenas como mero espectadores da história a ser contada a partir de 2026.

Opinião: Lupi usa Ana Paula Matos como "menina dos olhos" e Bruno Reis terá desafio de reduzir tensão com PDT
Foto: Mauricio Leiro/ Bahia Notícias

A vice-prefeita Ana Paula Matos segue em alta conta no PDT. Depois de ser alocada no partido e ter conquistado uma vaga como candidata a vice de Ciro Gomes na corrida presidencial de 2022, a vice de Bruno Reis em Salvador tem um papel crucial no processo político envolvendo o futuro do PDT na Bahia e os rumos que a legenda deve tomar após 2024. Principalmente após o estranhamento entre o presidente estadual da sigla, Félix Mendonça Jr., e o grupo ao qual Bruno integra, mas ainda se mantém sob a batuta do ex-prefeito ACM Neto.

 

Apesar da história de proximidade entre os Mendonça e os Magalhães ser de outrora, há muito tempo o PDT na Bahia permaneceu na zona de influência do PT, especialmente nos anos "dourados" do lulismo, encerrados abruptamente com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Os pededistas, então, tentaram alçar voos sem a sombra do petismo e o exemplo mais explícito desse movimento nem chegou perto da Bahia. Foi as duas disputas entre Ciro Gomes e os petistas Fernando Haddad, em 2018, e o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022. Ciro e seu temperamento peculiar, dispararam sucessivos petardos que, inclusive, alimentaram a máquina antipetista que levou a extrema direita ao poder por quatro anos. Agora, já em Lula III, o dirigente maior do partido, Carlos Lupi, protagonizou a reaproximação e ganhou direito até a um ministério.

 

E o que Ana Paula Matos tem a ver com tudo isso? Pedetistas e ex-pedetistas fizeram e fazem um movimento constante para que Félix Jr. siga o adesismo típico dos "governos de colisão" e abandone o barco a que se juntou oficialmente em 2020 para retornar ao seio petista na Bahia. Em resumo: anseiam e externam o tempo inteiro que o mais correto é que o PDT marche em 2026 ao lado do projeto do PT na Bahia - e até mesmo no Brasil, a depender do desempenho de Lula e os desdobramentos do próximo xadrez majoritáro nacional. A vice-prefeita se torna, portanto, um dos bastiões do PDT a manter vínculos fincados com o grupo de ACM Neto e Bruno Reis, algo muito maior, por exemplo, que o próprio Leo Prates, deputado federal e que flerta com a esquerda ao mesmo tempo em que se declara fiel escudeiro do amigo e ex-prefeito de Salvador.

 

Para além de manter Ana Paula na vice, Bruno terá que movimentar as peças muito bem para que, reeleito, consiga deixar saciados os apetites do PDT e dos filiados que controlam a legenda e que, por enquanto, ainda pendem mais para o lado não petista da balança política baiana. A vinda de Lupi, na última sexta-feira, para mais uma vez reafirmar que Ana Paula é o nome do partido nessa concertação eleitoral é um detalhe nesse grande teatro político em que há o interesse maior em ser governo, independente de qual esfera e de quanto contraditório posssa parecer. Isso passa até por promessas para que, em 2026, os pededistas ganham uma das quatro cadeiras majoritárias que entrarão em disputa. Em um universo com possibilidades menos restritas do que no último pleito, Félix Jr., pode se tornar uma peça nessas disputas por poder e Bruno Reis terá que usar a lábia desde agora para distender o relacionamento que não vive em céu de brigadeiro.

 

Aos olhares menos atentos, talvez a vice fosse apenas uma figura sem tanta expressividade política, dado o fato de nunca ter sido testada sozinha nas urnas. Porém a ascensão de Ana Paula e a forma como ela conseguiu atrair a atenção dos caciques partidários de uma sigla na qual ela se filiou aos 45 minutos do segundo tempo em 2020 mostram que ela não é desprezível na construção das alianças. Em Salvador, ela já está em uma situação confortável. No plano estadual, pode partir dela a manutenção do PDT no arco de alianças do grupo político de ACM Neto. Estão nas mãos dela e também de Bruno Reis as ferramentas para controlar arroubos pró-PT entre os pededistas. E, convenhamos, não houve motivação racional que justifique uma ruptura entre as legendas na capital baiana e até mesmo na Bahia.

Opinião: Oposição usa “cidade de papel” para atacar Bruno Reis, mas prefeito sobrevive às primeiras chuvas
Foto: Divulgação

Fechada a primeira quinzena de abril, quando historicamente Salvador lida com fortes chuvas, o prefeito Bruno Reis ganhou o direito de respirar ligeiramente aliviado. Afinal, mesmo com diversos percalços e a cidade acumulando muita chuva em um curto espaço de tempo, não houve mortes e grandes desastres. É certo que a oposição tentou se aproveitar da situação, como era natural de acontecer, porém a imagem do prefeito não chegou a ficar desgastada excessivamente. E olha que as chuvas ainda não cessaram.

 

O impacto das águas dos céus como as registradas na capital baiana seria um calcanhar de Aquiles para o prefeito em um ano eleitoral. No entanto, a Defesa Civil passou no teste e com certo nível de louvor. O sistema de monitoramento das zonas de risco emitiu alertas e a população não ficou exposta como em anos anteriores. Dentro da perspectiva histórica das construções irregulares e dos acidentes geográficos que compõem a cidade, é algo a se comemorar.

 

Entretanto, não deixou de ser interessante ver que, ao tratar do assunto, Bruno Reis não escondeu a tensão que envolvia o tema. Tanto que os adversários martelaram que a cidade não teria preparo para a chuva em mais de uma oportunidade - e com múltiplas vozes. De alguma forma, pareceu um esforço concentrado e orquestrado para tentar fazer com que a versão “cidade de papel” vingasse e o prefeito tivesse que lidar com o ônus de uma capital que enfrenta dificuldades quando chove muito em pouco tempo.

 

Para o azar desses adversários, as águas de março que emendaram abril não provocaram nenhuma grande tragédia até aqui, o que diminuiu os riscos dessa temática impactar negativamente na gestão do prefeito. Isso não quer dizer que não existam riscos até outubro, mas pelo menos o período que é considerado mais complicado tradicionalmente não houve um arranhão muito forte na imagem de Bruno Reis. O virtual “caos” foi momentâneo e, ainda que seja algo que atinja diretamente a população, há tempo suficiente para que eventuais ranhuras sejam corrigidas.

 

Problemas com as chuvas são o tipo de tema mais simples de serem comunicados, tal qual outros calos da gestão pública, como a segurança pública, por exemplo. Só que esse segundo assunto é transferido tradicionalmente para o governo e as forças de segurança, então dificilmente estará em debate no pleito de outubro. Já outros temas, como desafetação de terrenos para venda e o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) sem debate, apesar de serem relevantes, não são palatáveis para o grande eleitorado, o que dificulta a atuação da oposição.

 

Ainda assim, é possível identificar digitais de adversários políticos no processo de manter acesas as desafetações e a revisão não feita do PDDU na esfera pública. É um esforço especialmente para atingir as camadas que anteriormente eram conhecidas como “formadoras de opinião”. Trata-se de uma estratégia conhecida e que, em outras oportunidades, funcionou para pressionar o gestor que prefere não arriscar a própria imagem numa corrida eleitoral. Vencendo as fortes chuvas, talvez esses assuntos sejam um chuvisco para Bruno Reis.

Focado em alçar suplentes para cadeiras na Câmara, PT teria descartado nome de Vilma Reis para vice de Geraldo Jr
Foto: Bahia Notícias

Entre os altos e baixos da bolsa de apostas sobre quem será o candidato - ou candidata - a vice na chapa encabeçada por Geraldo Júnior (MDB) para a prefeitura de Salvador, o nome da socióloga e ativista de direitos humanos Vilma Reis passou a ser cogitado de forma mais frequente nos bastidores da política baiana nas últimas semanas.

 

Apesar de o próprio vice-governador Geraldo Júnior já ter citado Vilma como potencial nome para ocupar o posto em sua caminhada soteropolitana, informações apuradas pelo Bahia Notícias dão conta que o movimento não deve prosperar. Em 2022, Vilma Reis foi a candidata do PT mais votada em Salvador com pouco mais de 35 mil votos. Ao todo, a militante recebeu 60.949 votos da população baiana.

 

Fontes ligadas ao PT baiano revelaram que o foco do partido é fazer duas suplentes assumirem temporariamente mandatos em Brasília, inclusive Vilma Reis. A movimentação seria feita com as licenças dos deputados petistas Zé Neto e Waldenor Pereira que devem disputar as prefeituras de Feira de Santana e Vitória da Conquista, respectivamente.

 

Os parlamentares não precisam, obrigatoriamente, se licenciar dos gabinetes na Câmara dos Deputados, mas internamente é do interesse do partido que os suplentes tenham um "gostinho" do mandato, além da formação de uma "bancada feminina". Dentro da federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), os três primeiros suplentes são do PT: Josias Gomes, Elisangela Araújo e Vilma Reis.

 

O primeiro foi beneficiado com o mandato em Brasília já que o titular da cadeira é Afonso Florence, atual secretário da Casa Civil de Jerônimo Rodrigues na Bahia. Assim, com a licença dupla dos federais, a atual secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Elisangela Araújo, e a militante petista Vilma Reis assumiriam os cargos na capital federal.

 

Caso o cenário seja concretizado, Elisangela e Vilma se juntam a Ivoneide Caetano, deputada eleita pelo PT em 2022, ampliando a bancada feminina do partido. Entre as mulheres a federação tem, ainda, a deputada Alice Portugal, eleita pelo PCdoB.

 

PT AGUARDA JERÔNIMO PARA INDICAÇÃO

Com o nome de Vilma praticamente descartado, a indefinição está sob compasso de espera do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Fontes que acompanham a negociação confirmaram ao Bahia Notícias que a vaga será ocupada pelo PT e que, até o momento, Jerônimo já teria descartado entre cinco e seis nomes.

 

Durante as últimas semanas, o movimento para que o PT completasse a chapa foi intensificado especialmente pelo entorno do MDB e do próprio Geraldo Jr., que entende a necessidade de engajamento da militância petista para conseguir criar corpo na candidatura. A mobilização é tanta que já não são analisados nomes de outros partidos, pois foi transferido o ônus final da escolha a Jerônimo, tal qual aconteceu com a indicação do próprio vice-governador para encabeçar a chapa na capital baiana.

 

Houve uma espécie de namoro entre Geraldo Jr. e o PSB para que a deputada Lídice da Mata viesse a ocupar a cadeira de vice. A ex-prefeita de Salvador, todavia, teria descartado completamente a hipótese e, então, aceitado assumir como uma das coordenadoras da campanha do emedebista na corrida pelo Palácio Thomé de Souza.

PT aguarda “parecer” de Jerônimo para indicar vice de Geraldo Jr. em Salvador
Foto: Joá Souza/ GOVBA

A indefinição sobre a vaga de vice na chapa a ser liderada pelo vice-governador Geraldo Jr. (MDB) na disputa pela prefeitura de Salvador em 2024 está sob compasso de espera do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Fontes que acompanham a negociação confirmaram ao Bahia Notícias que a vaga será ocupada pelo PT e que, até o momento, Jerônimo já teria descartado entre cinco e seis nomes.

 

Durante as últimas semanas, o movimento para que o PT completasse a chapa foi intensificado especialmente pelo entorno do MDB e do próprio Geraldo Jr., que entende a necessidade de engajamento da militância petista para conseguir criar corpo na candidatura. A mobilização é tanta que já não são analisados nomes de outros partidos, pois foi transferido o ônus final da escolha a Jerônimo, tal qual aconteceu com a indicação do próprio vice-governador para encabeçar a chapa na capital baiana.

 

Houve uma espécie de namoro entre Geraldo Jr. e o PSB para que a deputada Lídice da Mata viesse a ocupar a cadeira de vice. A ex-prefeita de Salvador, todavia, teria descartado completamente a hipótese e, então, aceitado assumir como uma das coordenadoras da campanha do emedebista na corrida pelo Palácio Thomé de Souza.

 

O PSB chegou a tentar emplacar o vereador Silvio Humberto no posto, mas o próprio Geraldo Jr. e o MDB teriam optado por não prosseguir com as negociações. O edil, inclusive, é tido como um dos pivôs do entrave interno à filiação do ex-deputado Igor Kannário, cujo destino político não está integralmente selado após a executiva municipal do PSB entrar em rota de colisão com os interesses do vice-presidente estadual da legenda, Rodrigo Hita.

 

Questionados sobre um prazo para a definição de quem será o vice de Geraldo Jr., os interlocutores têm tangenciado, deixando a responsabilidade para o governador, que ainda não se manifestou publicamente sobre o tema - e, internamente, segue na busca de um nome de consenso e que não traga complicações no quebra-cabeças estadual e até federal.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Sugiro que Guerrinha contrate Fernando Guerreiro urgente pra ajudar Rolando Lero. Pra sobreviver à campanha, ele vai precisar derramar pelo menos uma lágrima quando se disser emocionado. Mas Ferragamo também não está tão bem assim. No encontro com os bolsonaristas, ele não conseguiu nem sorrir, que é bem mais fácil que chorar. E olha que até com o Maluco do Pão ele conseguiu convencer mais. Na tal onda de TBT, tem gente lembrando de coisas que podia esquecer. Mas o título de maior biscoiteiro eu preciso entregar pra Zoião. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Angelo Coronel

Angelo Coronel
Foto: Câmara dos Deputados

"Essas decisões estão muito cedo para serem tomadas. É que o mundo é muito dinâmico, o mundo dá voltas. Se lá na frente, acharem que o meu nome é importante, posso emprestar".

 

Disse o senador Angelo Coronel (PSD) ao preferir não antecipar atualizações sobre sua candidatura à reeleição em 2026, mas, ao mesmo tempo, foi enfático ao reforçar que não pretende “pular o muro” descartando a possibilidade de uma mudança de partido.
 

Podcast

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Roberto Carlos nesta segunda-feira

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O deputado estadual Roberto Carlos (PV) é o entrevistado do Projeto Prisma desta segunda-feira (13). O programa é exibido ao vivo no YouTube do Bahia Notícias a partir das 16h.

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