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Fernando Duarte

Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

Equipe

Fernando Duarte

Foto de Fernando Duarte

Jornalista formado pela Universidade Federal da Bahia. Trabalhou nos jornais Tribuna da Bahia e A Tarde, além do site Bahia Todo Dia e nas rádios Tudo FM e Vida FM. Apresentou ainda o programa "Isso é Bahia", uma parceria entre o Bahia Notícias e o Grupo A Tarde, na rádio A Tarde FM. É colunista político e comanda o podcast "Projeto Prisma".

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Últimas Notícias de Fernando Duarte

Opinião: Falta uma marca própria ao governador Jerônimo Rodrigues
Foto: Joá Souza/GOVBA

Jerônimo Rodrigues até aqui não conseguiu construir uma marca própria enquanto governador da Bahia. Quando interlocutores políticos são questionados sobre o tema, sempre recorrem a características subjetivas para classificá-lo. “Humildade”, por exemplo, aparece com frequência quando a pergunta envolve a principal qualidade do governador. Porém, por mais que seja imprescindível a um político, esse adjetivo não pode ser a principal lembrança de uma liderança como ele.

 

De todos os feitos desses 18 meses de governo, quase nada é resultado de ações do atual gestor. As escolas de tempo integral, por exemplo, são resquícios da administração de Rui Costa, da qual Jerônimo era até secretário de Educação, mas não conseguiu associar o projeto à figura dele. Investimentos em infraestrutura, idem. Mesmo as ações em outras áreas nevrálgicas do governo, como Saúde e Segurança Pública, quase nada é resultado do esforço do governador. É, na prática, um certo grau de continuísmo que não aconteceu entre as gestões de Jaques Wagner e Rui, para ficar restrito às gestões petistas.

 

A segurança, inclusive, é um tema no qual o governo conseguiria um melhor desempenho, caso não fosse a sensação de insegurança há tanto tempo impregnada na população baiana. A indicação de Marcelo Werner para a pasta e a forma com que o secretário tem lidado com as sucessivas crises mostram que Jerônimo acertou muito mais que seus antecessores. Todavia, é o calo em que a oposição mais consegue construir uma narrativa que implique o chefe do Executivo estadual. E, convenhamos, sem tanto esforço. Basta acompanhar o noticiário e a percepção que a população tem ao lidar com o tema - veja a ascensão e manutenção do “estado policialesco” mesmo no jornalismo “limpinho” de emissoras de televisão.

 

Jerônimo pode até ter sido crucial para trazer a BYD para ocupar o lugar o espaço do antigo complexo da Ford em Camaçari, mas nem isso é facilmente associado ao governador. Nem os aliados costumam remeter ao governador a responsabilidade de trazer a montadora chinesa para a Bahia. Ou seja, se quem está ao lado do governador não consegue criar a narrativa que junte Jerônimo e a BYD, o que dizer do restante da população? E não é apenas uma questão de comunicação, frise-se. É um problema muito mais complexo do que culpabilizar a mensagem: há problemas também no emissor - e, dificilmente, a tão falada “humildade” permitirá que o governador admita essa dificuldade.

 

O tempo de campanha, quando era necessário que o candidato estivesse rodando a Bahia e se mantivesse permanentemente associado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deveria ter se encerrado em outubro de 2022, mas parece que Jerônimo ainda segue na mesma lógica. Ou seja, o governador entrega para a oposição a faca e o queijo para que as críticas permaneçam, como se estivéssemos em período eleitoral. A sorte dele é que os adversários permaneceram muito tempo cambaleantes com o resultado das urnas e aqueles que poderiam emergir como oposicionistas têm outros interesses em jogo.

 

Enquanto Jerônimo não conseguir emplacar uma marca própria, os aliados seguirão hesitantes quando questionados sobre o tema. Se Wagner era um político hábil e Rui era um “gerentão”, o atual governador ainda não se encontrou enquanto figura pública. Até quando isso irá durar?

Coração de Maria: Emendas pix incrementam quase 20% das transferências previstas em orçamento

O montante de R$ 20,3 milhões recebido pelo município de Coração de Maria por meio das chamadas “emendas pix” ampliou o orçamento das transferências correntes previstas no orçamento de 2024 em quase 20%. Dados disponíveis na Lei Orçamentária Anual (LOA) da cidade, governada por Kley Lima (Avante), mostram que a expectativa de transferências federais e estaduais chegariam ao montante de pouco mais de R$ 110 milhões.

 

As emendas pix ganharam essa alcunha por não precisarem ter um carimbo para a execução no destino, como acontece com outras transferências feitas pelo Orçamento da União para estados e municípios. No caso de Coração de Maria e os cerca de 26.692 habitantes, o valor de incremento foi três vezes maior do que a arrecadação própria do município, prevista na LOA para algo em torno de R$ 5,7 milhões.

 

Os novos recursos que, em tese, não tinham como ser previstos no orçamento sancionado pelo prefeito em dezembro de 2023, equivalem ao esperado para despesas com toda a saúde mariense - próximo a R$ 21,9 milhões. Somadas as despesas esperadas nas rubricas cultura, urbanismo, saneamento, gestão ambiental, agricultura, energia e desporto e lazer têm também um valor similar, algo em torno de R$ 22,4 milhões.

 

As cifras mostram como as “emendas pix” podem interferir no dia a dia de um município de pequeno porte, caso da cidade localizada no chamado “Portal do Sertão”. E, no caso de Coração de Maria, podem impactar diretamente no processo político-eleitoral local, já que o atual gestor, Kley Lima pode ser candidato à reeleição.

 

O prefeito emigrou do PP no movimento liderado pelo ex-deputado federal Ronaldo Carletto, o que explica o interesse do atual deputado federal Neto Carletto nas “emendas pix” para o município, R$ 8,63 milhões no total em 2024. O parlamentar superou nomes como o senador Angelo Coronel, ex-prefeito do município, e o também deputado federal Diego Coronel, herdeiro do antigo chefe do Executivo municipal.

Opinião: Acabou a maratona de inaugurações e entregas para candidatos!
Até capoeira Bruno Reis jogou | Foto: Betto Jr./ Secom

Desde o último sábado não há mais espaço para aparições em inaugurações e entregas para os candidatos a prefeito e a vereador em 2024. O impacto é maior nas cidades maiores, onde há uma demanda constante por visibilidade em mídias em geral - sejam veículos mais tradicionais ou redes sociais. A fiscalização, todavia, funciona para qualquer tamanho de município: sempre vai ter alguém de olho para tentar pegar o adversário “no pulo”, gerando até mesmo uma inelegibilidade. Por isso, todo cuidado é pouco para evitar estresses desnecessários.

 

Em Salvador, o prefeito Bruno Reis (União) perde visibilidade temporariamente. Até o início da campanha eleitoral, as agendas dele deixam de ser públicas e o “contato com o povo”, como políticos gostam de falar, ficam mais limitados. A pré-campanha, efetivamente, passa a ter restrições até o início formal da corrida eleitoral no final de agosto. Todavia, Bruno aproveitou os últimos dias para acelerar a concentração de holofotes, seja através das entregas em si, seja na ida às comunidades beneficiadas. O resultado foi uma enxurrada de inaugurações, a exemplo do Hospital do Homem.

 

Do lado adversário, o vice-governador Geraldo Jr. (MDB) representou o governador Jerônimo Rodrigues (PT) na entrega de viaturas na última sexta. Foi bem diferente do estilo “papagaio de pirata” que o acompanhou ao longo dos últimos meses, desde que foi apresentado como candidato do grupo governista em Salvador. Jerônimo concentrou as atenções quando poderia dividi-la e agora “Inês é morta” - não dá para eventualmente remediar o período de baixa visibilidade que o vice terá até o início da campanha eleitoral.

 

Como o período permitido para a propaganda de candidaturas é extremamente curto, os candidatos terão uma espécie de período no limbo, quando, em tese, deveriam se dedicar às articulações (que já foram feitas) e à preparação para a disputa nas urnas (que também já deve ter sido concluída). Não há grandes avanços a serem feitos, a não ser que haja uma hecatombe ou seja possível operar milagres - algo bem incomum na cena política local.

 

Nesse período, inclusive, não está descartada a hipótese das atenções estarem mais voltadas a cidades onde ainda não houve uma pacificação completa da base do governo ou mesmo da oposição. Vitória da Conquista, por exemplo, caminha para uma disputa entre PT, com Waldenor Pereira, e MDB, com Lúcia Rocha, enquanto em Juazeiro nem a federação PT, PV e PCdoB consegue chegar a um entendimento. Logo, há a expectativa que se gaste mais saliva para construir pontes ao invés de destruí-las, seja para os casos de disputas em dois turnos, sejam para os casos em que a disputa em turno único possa gerar feridas insanáveis para 2026.

 

As eleições de outubro começaram em novembro de 2022. E estão cada vez mais próximas, com os prazos sendo cumpridos conforme preconiza a Justiça Eleitoral. Mais do que nunca, todos os olhos ficarão voltados para os candidatos, aguardando uma derrapagem ou apenas acompanhando para quem decide o voto na última mora.

Opinião: Dois de Julho em ano eleitoral e com presença de Lula foi atípico (e fraco) politicamente
Foto: Dinaldo Silva/ Bahia Notícias

Apesar do peso historicamente atribuído ao Dois de Julho no processo político soteropolitano, o de 2024 foi bem discreto. Nem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o fato de estarmos em ano de disputa municipal fez com que os debates fossem quentes eleitoralmente. Os grupos políticos, cada um a seu canto e com sua estratégia, buscaram protagonismo sem grandes tensões, esvaziando a expectativa de quem gosta de ver atos cívicos transformados em rinhas para candidatos.

 

Do lado petista, a participação relâmpago de Lula, mais curta do que nos dois anos anteriores, teve mais representação simbólica pelo processo de federalização da data do que para o processo eleitoral na capital baiana. Para além das fotos e de uma única declaração em entrevista à rádio Sociedade e reproduzida no X, o endosso do presidente à candidatura de Geraldo Ir. teria passado facilmente despercebida, se não fosse a obrigação da imprensa em fazer a relação. O vice-governador se esforça para tornar a disputa um duelo nacional, na tentativa de tornar Lula um cabo eleitoral relevante, mas o próprio petismo reduz esse impacto ao desmerecer a campanha "de esquerda" do cristão-novo Geraldo Jr.

 

Outro cabo eleitoral teoricamente valoroso, o ex-governador e ministro da Casa Civil, Rui Costa, deu o tom de que, mesmo escolhido pelo grupo governista pela prefeitura, o vice-governador não terá o embarque integral se todos na campanha. Rui indicou que pode participar com vídeos e um ato aqui ou acolá, mas que será impossível estar presente no dia a dia da corrida eleitoral. Mau sinal para quem precisa de todo e qualquer esforço para se manter viável eleitoralmente, como é o caso de Geraldo Jr.

 

Bruno Reis, todavia, não chegou a concentrar todos os holofotes, ainda que tenha dito que seria o "melhor 2 de julho" da vida dele. O fato de ter tido que dividir atenções com Lula e outros grandes nomes do petismo, ainda que o adversário Geraldo Jr. tenha passado "despercebido", reduziu o impacto discursivo dessa "memória inesquecível" que ele tentou criar. Entretanto, é impossível dizer que ele saiu enfraquecido: chegou nos braços da população e não lidou com tantos momentos de rejeições, tal qual os adversários que enfrentaram vaias em alguns trechos. Ou seja, Bruno passou incólume e bem no teste de rua, algo imprescindível para quem deseja sucesso nas urnas no próximo mês de outubro.

 

Dos dois principais grupos que vivem a disputar atenções e as urnas em Salvador e na Bahia, mesmo que o PT tenha conseguido reduzir a visibilidade de Bruno Reis com a presença de Lula, o 2 de Julho não chegou a ser ruim para o prefeito. Quem ganhou mesmo foi a celebração da independência da Bahia, que, mais uma vez, foi destaque na cena nacional e passou a ser tratada como algo possível de ser "federalizado", dando efetivo valor à importância local para a consolidação do Brasil como país.

MP-BA defende condições seguras para fim da torcida única em BaVis
Foto: Rafa Caribé/ Bahia Notícias

O procurador-geral de Justiça, Pedro Maia, voltou a defender a revisão da decisão sobre torcida única para jogos entre a dupla Bahia e Vitória. Durante participação no cortejo do 2 de Julho, Maia indicou, no entanto, que devem ser criadas condições seguras para que a torcida visitante possa voltar a se fazer presente nos clássicos.

 

"Há um procedimento numa promotoria do Consumidor da Capital que trata do tema. Estamos dialogando com o governo do estado, a Prefeitura de Salvador, a Federação Bahiana de Futebol e os clubes para superar esse momento que já se alonga por sete anos", explicou.

 

Maia ressaltou que o governador do estado, Jerônimo Rodrigues, tem demonstrado boa vontade em garantir a segurança dos torcedores, mas destacou que os próprios clubes, Bahia e Vitória, têm se mostrado contrários à ideia no momento. "O Ministério Público continua à disposição para dialogar com toda a sociedade baiana e os principais atores interessados para que possamos cumprir a legislação e realizar o clássico com a presença das duas torcidas", concluiu.

Bruno Reis evita falar sobre concorrentes e confirma data de convenção do União Brasil
Foto: Rafa Caribé/ Bahia Notícias

O prefeito Bruno Reis (União) evitou falar sobre a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas celebrações do 2 de Julho como um reforço à campanha do adversário dele, o vice-governador Geraldo Jr. (MDB). Na Lapinha, Bruno foi recebido nos ombros de apoiadores e disse estar confiante do momento vivido por ele: “são tantas entregas que estão transformando a nossa cidade e é por isso que nós temos o reconhecimento e o carinho”.

 

Em entrevista à imprensa, o prefeito informou ainda que a convenção que vai apresentá-lo formalmente como candidato à reeleição acontece no dia 25 de julho. “O Centro de Convenções é bombado, é evento todos os dias, até pra gente conseguir uma data. Se você tem ideia, vamos conseguir uma quinta-feira. Então, é isso aí. A ideia é fazer as convenções de todos os partidos em conjunto”, antecipou o gestor.

 

“E eu tenho certeza que o 2 de Julho será ainda muito melhor, porque a vontade que a gente tem de ter um contato com a cidade como um todo, que hoje vai participar dessa festa. Não tenho dúvida que esse será o melhor 2 de Julho da minha história. O que mais me deixa feliz das pesquisas, como são as intenções do Brasil, são as avaliações do nosso governo, sempre crescente”, completou.

Jerônimo defende inclusão do Dois de Julho em livros escolares: “Pedi ao ministro”
Foto: Gabriel Lopes/ Bahia Notícias

Na chegada para as celebrações do Dois de Julho, o governador Jerônimo Rodrigues defendeu que a data magna da Bahia seja incluída nos livros escolares brasileiros, fazendo alusão à luta pela Independência do Brasil. “Eu solicitei ao ministro Camilo [Santana], ontem falei a ele, que eu gostaria muito de ver essa história da gente nos livros de história, de geografia, seja o que for, de linguagens, contando essa parte da história. O 7 de setembro foi importante, mas o 2 de Julho foi de luta”, defendeu o governador.

 

Jerônimo chegou a indicar que o material escolar distribuído na Bahia já conta com a adição de informações relacionadas ao Dois de Julho. “Aqui na Bahia, nos currículos escolares, nos currículos estaduais, nós encaminharíamos para que os livros da Bahia possam ser confeccionados já com parte da história da gente. A nível federal, só necessitamos que o MEC absorva essa sugestão”, completou.

Geraldo Jr. trata vinda de Lula ao 2 de Julho como “surpresa política” e defende “nacionalizar eleição”
Foto: Rafa Caribé/ Bahia Notícias

Vice-governador e pré-candidato à prefeitura de Salvador, Geraldo Jr. (MDB) não escondeu o esforço para “nacionalizar a eleição municipal” durante a saída do cortejo do Caboclo e da Cabocla da Lapinha nesta terça-feira (2). “A presença do presidente Lula é o momento de reforçar essa ideia de time, quando você quer nacionalizar a eleição municipal”, defendeu o vice.

 

Apesar de anunciada previamente deste a última semana, a vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as celebrações do Dois de Julho foi tratada como uma “surpresa política”. “Ontem ele deu o gesto político, Alexandre. Ele veio a Bahia fazer entregas, primeira em Feira de Santana, agora em Salvador, desde ontem. Aqui hoje é um exemplo de liberdade de democracia e do reforço ao nosso grupo político. Nós vamos continuar lutando por justiça social, por igualdade e participação de todos”, sugeriu Geraldo Jr., uma espécie de cristão-novo na esquerda baiana e ainda tentando encontrar espaço nesse grupo.

Guerreiro ressalta caráter popular do 2 de Julho, mas admite medo de “ressaca dos 200 anos”
Foto: Gabriel Lopes/ Bahia Notícias

Presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), Fernando Guerreiro ressaltou, nesta terça-feira (2) o caráter popular das celebrações da Independência da Bahia no Dois de Julho. “Ela não envolveu diretamente classes da elite política. Foi uma festa, uma revolução que foi feita pelo povo com uma participação popular muito intensa”, lembrou Guerreiro, que tem o papel institucional de organizar as mobilizações em Salvador em homenagem à data.

 

“Olha, esse é um ano que a gente ficou muito receoso de ficar um ano de ressaca. Porque os 200 anos são aquela pompa, aquela festa especial. Mas não aconteceu”, admitiu o presidente d FGM. Os atos nesta terça contam, por exemplo, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando a importância da data – e o caráter político do evento.

 

Apesar da programação ser centrada no dia 2 de julho, outras atividades foram realizadas desde o último dia 29 e ações devem se estender até o dia 5, quando há o retorno do Caboclo e da Cabocla para a Lapinha. “Nós tivemos no sábado e domingo o balé, o espetáculo do Balé Folclórico, é emocionante. Eu me surpreendi, o Campo Grande lotado. E a gente segue a programação com as filarmônicas, que já é tradição, Gerônimo, com a participação de Amanda Araújo. Depois, no dia seguinte, quinta-feira, a gente tem a Marianne de Castro que está ensaiando um show, especialmente para o 2 de Julho, com a temática dos caboclos. E no dia 5 a volta, porque vocês sabem que eles saem daqui hoje e ficam no Campo Grande. E o dia 5, para mim, é a cereja do bolo, que muita gente não conhece, que ele sai do Campo Grande e volta para a Lapinha em três horas e meia, quase uma corrida. E chega aqui, a gente tem um samba de caboclo para receber em uma grande festa”, explicou Guerreiro.

 

Opinião: Jerônimo repete de novo e mais uma vez que Geraldo Jr. é seu candidato
Foto: Fernando Vivas/GOVBA

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) teve que, de novo e mais uma vez, reiterar que o candidato do grupo dele à prefeitura de Salvador é o vice, Geraldo Jr. (MDB). A reafirmação aconteceu em um contexto envolvendo a possibilidade do candidato do PSOL, Kleber Rosa, conseguir capitalizar politicamente a insatisfação de setores da esquerda - e do PT - com a escolha de uma figura controversa como representação da oposição ao prefeito Bruno Reis (União). A fala de Jerônimo aconteceu nesta quarta-feira (26), durante um ato institucional do governo baiano.

 

Ainda faltam pouco mais de três meses para o pleito, porém Geraldo Jr. já é candidato do grupo do PT desde o final de 2023. Ou seja, em quase seis meses, ainda não foi possível incutir na cabeça de parte da militância e do eleitorado de esquerda que o vice-governador não é apenas viável para as urnas como também um legítimo representante dessa mesma esquerda. Cabe, logicamente, a ironia, pois não há quase nada de legitimidade em vestir Geraldinho de vermelho e fingir que ele consegue incorporar o espírito do PT, seja no plano estadual, seja no plano federal.

 

Não que isso não tenha sido colocado na balança quando Jerônimo bancou, ainda que a contragosto de muitos aliados, a apresentação de Geraldo Jr. como candidato único da base estadual na capital baiana. Caso essa perspectiva não tenha sido apresentada, faltou, para falar pouco, um advogado do diabo, que pudesse dizer que há limites para as imposições de cardeais partidários (que no caso do PT, principalmente, se travestem apenas de líderes democráticos). Ainda que o governador não tenha sido o único defensor do vice como candidato a prefeito, foi a face dele que acabou exposta como o responsável por bater o martelo, com os ônus e os bônus disso.

 

Se passado tanto tempo desde que Geraldo Jr. foi apresentado e ainda se faz necessário ratificar que ele é o candidato do grupo do PT quase que semanalmente, é importante que esse mesmo grupo recalcule a rota e consiga, efetivamente, colocar no jogo a competitividade esperada para enfrentar a máquina da prefeitura e um gestor bem avaliado como Bruno Reis. Como a campanha oficial é muito mais curta do que no passado até relativamente recente, acrescenta-se um quê de urgência nesse processo.

 

Possivelmente isso explica o esforço para que o vice-governador seja atrelado ao PT, ainda que tenha o peso de um MDB por trás. Geraldo Jr. é fotografado sempre que possível com o próprio Jerônimo, na linha papagaio de pirata que tantos políticos usam quando querem visibilidade, e agora com frequência maior com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerado o grande eleitor petista do Brasil. A presença de Lula no 2 de Julho pelo terceiro ano consecutivo não deixa de ser mais uma tentativa de associar a imagem dele a uma candidatura em Salvador, como se o presidente fosse capaz de carregar pelo braço e tal ato ser suficiente para transferir votos.

 

Vai ser necessário muito mais que apoio para desconstruir o Geraldo Jr., aliado de outrora e fiador de Bruno Reis, e construir o Geraldo (agora sem o Jr.) defensor de um “fazer diferente” tal qual propõem as narrativas criadas, por enquanto, para vende-lo como candidato. Inclusive, as sucessivas reiterações de Jerônimo sem parecer irritadiço ou sem paciência...

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Quem acompanhou a Faroeste viu o que um pseudo cônsul pode fazer. Na história de Porto Seguro, tem dois verdadeiros. Imagine o que ainda não vai render. E olha que a história nem chegou em Salvador. Mas a vida segue também fora do Judiciário. Por exemplo: o Soberano está cada vez menor, enquanto o Ferragamo está cada vez mais investindo em um perfil "pau pra toda obra" (lá ele!). Mas se o Dois de Julho não foi lá tão bonito, tem coisa ainda mais triste fora do cortejo. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Bell Marques

Bell Marques
Foto: Instagram

"Tem 10 anos ainda pela frente".

 

Disse o cantor Bell Marques ao afastar rumores de que estaria perto de deixar os palcos e trios elétricos e confirmar estar com a saúde boa para seguir carreira.
 

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Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira

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O deputado estadual Luciano Simões Filho (União) é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

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