Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
/
Tag

Artigos

Paulett Furacão
Quarto dos Fundos
Foto: Maísa Amaral / Divulgação

Quarto dos Fundos

Toda a tragédia que foi velejada pelos mares do Atlântico, ancorou erroneamente nas águas da ambição para construir um modelo de país que decidiu projetar um futuro de expugnação exclusiva, buscando através da escravidão das raças o seu principal atrativo. Após a bem-sucedida invasão do patriarcado europeu a poderosa fonte inesgotável de riquezas, chamada Pindorama, mais tarde rebatizada pelos invasores de Brasil, dizimou os povos originários, sequestrou as realezas africanas e perpetuou um sistema capitalista e higienista que perdura hodiernamente.

Multimídia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia

André Fraga admite dificuldade para mobilizar politicamente a militância ambiental na Bahia
Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (17), o vereador soteropolitano André Fraga (PV), comentou sobre a falta de representação da militância ambientalista no legislativo baiano. “Houve um equívoco na forma como [o partido] se comunica”. “Toda pauta ambiental é o ‘segundo time’. Todo mundo fala muito bem, mas na hora de votar esquece. Eu acho que houve um equívoco do movimento ambientalista, de forma geral, na forma como se comunica”, afirma. 

Entrevistas

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador

"É um povo que tem a independência no DNA", diz Pedro Tourinho sobre tema do 2 de Julho em Salvador
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho
Salvador se prepara para receber mais uma vez as celebrações do 2 de Julho, data que marca a luta pela independência do Brasil na Bahia, que em 2024 tem como tema "Povo Independente". Na semana passada o Bahia Notícias conversou com o secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, Pedro Tourinho, para esquentar o clima dos festejos desta terça-feira. Para o titular da Secult, o povo de Salvador tem a independência forjada em seu DNA.

eliziane gama

Relatório da oposição na CPMI diz que Lula, Flávio Dino e G Dias são os principais culpados pelo 8 de janeiro
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Flávio Dino, o general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), são os principais responsáveis pelos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro em Brasília, e foi feito pedido de indiciamento deles por “atos e omissões ilegais”. Essa é, em resumo, a conclusão do relatório paralelo apresentado por 16 parlamentares de oposição da comissão parlamentar mista de inquérito do 8 de janeiro. 

 

Além dos personagens já citados, os membros da bancada oposicionista pedem também o indiciamento do coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-comandante geral da Polícia Militar do DF, e do tenente coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, ex-chefe interino do Departamento Operacional da PMDF. O relatório paralelo requer ainda a rejeição do parecer apresentado pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e a adoção do voto em separado como documento oficial de encerramento dos trabalhos da CPMI. 

 

Ao contrário do parecer da senadora Eliziane Game, que aponta Jair Bolsonaro como o "mentor moral" dos crimes de 8 de janeiro, no voto em separado da oposição, o ex-presidente é isento de qualquer participação com o vandalismo e a destruição dos prédios públicos. Segundo os parlamentares que confeccionaram o documento, Bolsonaro já era ex-presidente no dia dos atos, e na ocasião estava nos Estados Unidos. 

 

LEIA TAMBÉM:

 

Os senadores e deputados que assinam o documento de 348 páginas afirmam que o governo federal seria responsável por uma série de omissões tanto nos dias que antecederam as manifestações, como no desenrolar dos atos do 8 de janeiro. O presidente Lula, de acordo com a argumentação da oposição, seria o responsável principal pelo vandalismo e destruição das sedes dos três poderes pelo cargo que ocupa.

 

A bancada de oposição reitera no documento que o Palácio do Planalto e o Ministério da Justiça teriam recebido informações sobre os riscos de atos de vandalismo, e não teriam tomado nenhuma atitude para impedir as invasões e a quebradeira. Um dos argumentos para justificar que o governo Lula sabia da gravidade das intenções dos manifestantes seriam os alertas encaminhados pelo então diretor da Abin, Saulo Moura da Cunha. 

 

Outro motivo para indiciamentos dos responsáveis apontados no relatório da oposição seria o não emprego da Força Nacional, que tinha cerca de 240 homens na Esplanada dos Ministérios em 8 de janeiro. Esses homens, segundo os parlamentares da bancada governista, não foram acionados para conter os ataques por omissão do ministro Flávio Dino.

 

O voto em separado dos oposicionistas sugere a apresentação e aprovação de alguns projetos para o “aprimoramento legislativo”. São eles: 

 

  • Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para alteração do § 3º do art. 58 da CF, a fim de que as CPMI sejam necessariamente integradas por signatários do pedido;
  • PEC para submeter expressamente o STF ao CNJ;
  • PL para revisão dos artigos 359-L e 359-M do Código Penal e/ou para promover anistia a todos os prejudicados pela interpretação desses artigos de forma absolutamente divorciada do intento da Lei;
  • Alteração dos regimentos internos de Câmara e Senado, e do Regimento Comum, para prever prazo de leitura para votos em separado em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI e CPMI) e outras alterações necessárias ao regular funcionamento dessas Comissões como instrumento legítimo da Minoria.

 

Assinam o relatório paralelo da bancada de oposição da CPMI os seguintes parlamentares: Dep. Abilio Brunini, Dep. Alexandre Ramagem, Dep. André Fernandes, Sen Cleitinho, Senadora Damares Alves, Sen Eduardo Girão, Sen Espiridião Amin, Dep. Filipe Barros, Sen Flávio Bolsonaro, Sen Jorge Seif, Sen Magno malta, Dep. Marco Feliciano, Sen Marcos Rogério, Dep. Maurício Marcon, Dep. Nikolas Ferreira, Dep. Rodrigo Valadares.

 

A leitura do voto em separado da oposição foi dividida entre todos os autores do documento. O relatório começou a ser lido após a apresentação de um outro relatório paralelo apresentado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF). O documento disponibilizado pelo senador Izalci possui mais de duas mil páginas, e foi lido em 15 minutos. O senador, que também atua na oposição, tem foco no que ele chamou de "omissões" que teriam facilitado a realização do vandalismo em Brasília. 

Pedido de indiciamento de relatora da CPMI inclui Bolsonaro, ex-ministros e militares e exclui GDias; veja lista
Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputadas

O relatório final apresentado nesta terça-feira (17) pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) na CPMI do 8 de janeiro possui oito capítulos, mais de 1300 páginas e nove anexos com documentos diversos. Após quase cinco meses de investigação, a tomada de 20 depoimentos e a obtenção de 957 documentos, a relatora da CPMI afirma peremptoriamente que os atos do dia 8 de janeiro em Brasília representaram uma tentativa propositada e premeditada de golpe de Estado, com objetivo de derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recolocar no poder o ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

“Para os que nele tomavam parte - mentores, executores, instigadores, financiadores, autoridades omissas ou coniventes -, o 8 de janeiro foi uma tentativa propositada e premeditada de golpe de Estado. O objetivo era um só: invadir ou deixar invadir as sedes dos Poderes, desestabilizar o governo, incendiar o País, provocar o caos e a desorganização política - e até mesmo, se necessário, uma guerra civil. A ideia era viabilizar a decretação de um estado de sítio, ou impor um outro instrumento jurídico que produzisse efeitos similares, como a decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), sob a liderança das Forças Armadas, para impedir a instalação de uma suposta ditadura comunista no Brasil”, afirmou a senadora.

 

Para a relatora da CPMI do 8 de janeiro, o plano golpista dos apoiadores radicais do ex-presidente Bolsonaro não obteve apoio de grande parte da sociedade brasileira, e a tentativa de “tomada de poder” se circunscreveu à Praça dos Três Poderes e a agrupamentos isolados. A senadora Eliziane afirma em seu relatório que a convocação para os atos radicais arregimentou apenas cinco mil pessoas, segundo ela, capturadas pelo discurso de ódio e pelas teorias conspiratórias de que teria ocorrido fraude eleitoral.

 

“Faltou-lhes apoio suficiente: a depredação do patrimônio público, o atentado contra o espaço inviolável das instituições republicanas e a proposta de ruptura democrática foram unânime e imediatamente rechaçadas pela opinião pública, nacional e internacional. A força e a agressividade das imagens - transmitidas em tempo real pelos próprios envolvidos nos atos de vandalismo - produziram revolta e repulsa na opinião pública. Nenhuma contemporização era possível”, disse Eliziane Gama.

 

O parecer da senadora do PSD sugere indiciamentos de um total de 61 pessoas, enquadradas em 26 delitos diferentes. Os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de depor governo legítimo são os mais frequentes. No total, esses dois tipos penais foram atribuídos a 46 pessoas. Para o ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, são sugeridos indiciamentos em quatro tipos penais. 

 

“Jair Messias Bolsonaro deve ser responsabilizado pelos tipos penais descritos nos arts. 288, caput (associação criminosa), 359-P (violência política), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) e 359-M (golpe de Estado), todos do Código Penal, por condutas dolosas”, disse a relatora.

 

LEIA TAMBÉM:

 

Na introdução do seu relatório, a senadora Eliziane Gama destaca que apesar de as invasões aos prédios dos três poderes no 8 de janeiro terem fracassaram em seus objetivos de derrubada do governo, os ataques à democracia continuam. “A máquina de ódio continua em operação. Muitos dos denunciados não se arrependem das condutas e usam as tornozeleiras eletrônicas como signos de prestígio social. Segmentos importantes da sociedade brasileira, parte da classe política incluída, glamourizam a violência dos atos antidemocráticos e transformam seus perpetradores em heróis”, critica a senadora.

 

Diante desse quadro de exaltação dos manifestantes que tentaram a chamada “tomada de poder”, a relatora da CPMI disse que o “8 de janeiro ainda não terminou”. Para a senadora maranhense, e papel dos membros da CPMI e do Congresso Nacional como um todo colocar um fim a qualquer nova ameaça à democracia que paire em meio à sociedade brasileira. 

 

“Porque o 8 de janeiro não foi um raio repentino num dia claro de sol: as nuvens carregadas que anunciavam a tempestade começaram a se acumular muito tempo antes. Entender a dinâmica desses acontecimentos é fundamental para identificar ameaças e prevenir novos atentados contra o Estado Democrático de Direito. Os golpes modernos - à esquerda e à direita - não usam tanques, cabos e soldados. Começam por uma guerra híbrida, psicológica, à base de mentiras, de campanhas difamatórias, da propaganda subliminar, da disseminação do medo, da fabricação do ódio. É tanta repetição, repetição, repetição, potencializada pelas redes sociais, pelo ecossistema digital, que muitos perdem o parâmetro da realidade”, afirmou a senadora Eliziane Gama.

 

O relatório final da CPMI não inclui na lista de indiciados o general Marco Edson Gonçalves Dias, que chefiava o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. A relatora afirma que no dia dos acontecimentos, ele tinha apenas oito dias na função, e que desde a sua posse, havia efetuado apenas algumas substituições, e que muitos de seus subordinados haviam sido indicados pela gestão anterior. 

 

“De toda a estrutura do GSI, o general Gonçalves Dias só procedeu a exonerações e novas nomeações naqueles assessores mais diretos, tachados de amarelo na figura. Ou seja, mais de 95% do corpo do GSI no dia 8 de janeiro era proveniente da gestão anterior, de Augusto Heleno e Jair Bolsonaro, inclusive os secretários responsáveis pela operacionalização in concreto do Plano Escudo”, afirma a senadora.

 

A relatora da CPMI do 8 de janeiro, em seu parecer final, pede o indiciamento das seguintes pessoas: 

 

1 - ex-presidente Jair Bolsonaro
2 - general Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa
3 - Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública do DF nos atos
4 - general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro
5 - general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro
6 - general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro
7 - almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
8 - general Freire Gomes, ex-comandante do Exército
9 - tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e principal assessor de Bolsonaro
10 - Filipe Martins, assessor-especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro
11 - deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)
12 - coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
13 - general Ridauto Lúcio Fernandes
14 - sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
15 - major Ailton Gonçalves Moraes Barros
16 - coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde
17 - coronel Jean Lawand Júnior
18 - Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF
19 - Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal
20 - general Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI
21 - general Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI
22 - coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI
23 - coronel André Luiz Furtado Garcia, ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI
24 - tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos, ex-coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI
25 - capitão José Eduardo Natale, ex-integrante da Coordenadoria de Segurança de Instalações do GSI
26 - sargento Laércio da Costa Júnior, ex-encarregado de segurança de instalações do GSI
27 - coronel Alexandre Santos de Amorim, ex-coordenador-geral de Análise de Risco do GSI
28 - tenente-coronel Jader Silva Santos, ex-subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI
29 - coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF
30 - coronel Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante da PMDF
31 - coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF
32 - coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, comandante em exercício do Departamento de Operações da PMDF
33 - coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, comandante do 1º CPR da PMDF
34 - major Flávio Silvestre de Alencar, comandante em exercício do 6º Batalhão da PMDF
35 - major Rafael Pereira Martins, chefe de um dos destacamentos do BPChoque da PMDF
36 - Alexandre Carlos de Souza, policial rodoviário federal
37 - Marcelo de Ávila, policial rodoviário federal
38 - Maurício Junot, empresário
39 - Adauto Lúcio de Mesquita, financiador
40 - Joveci Xavier de Andrade, financiador
41 - Meyer Nigri, empresário
42 - Ricardo Pereira Cunha, financiador
43 - Mauriro Soares de Jesus, financiador
44 - Enric Juvenal da Costa Laureano, financiador
45 - Antônio Galvan, financiador
46 - Jeferson da Rocha, financiador
47 - Vitor Geraldo Gaiardo , financiador
48 - Humberto Falcão, financiador
49 - Luciano Jayme Guimarães, financiador
50 - José Alipio Fernandes da Silveira, financiador
51 - Valdir Edemar Fries, financiador
52 - Júlio Augusto Gomes Nunes, financiador
53 - Joel Ragagnin, influenciador
54 - Lucas Costar Beber, financiador
55 - Alan Juliani, financiador
56 - George Washington de Oliveira Sousa, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília
57 - Alan Diego dos Santos, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília
58 - Wellington Macedo de Souza, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília
59 - Tércio Arnaud, ex-assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"
60 - Fernando Nascimento Pessoa, assessor de Flávio Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"
61 - José Matheus Sales Gomes, ex-assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"

Relatora da CPMI do 8 de Janeiro responsabiliza Bolsonaro e pede indiciamento de ex-presidente
Fonte: Reprodução TV Senado

Os atos de vandalismo de 8 de janeiro foram consequência de uma mobilização planejada com antecedência, executada com ajuda de financiadores, possibilitada pela conivência deliberada de autoridades de segurança pública, e que possui um responsável central: o ex-presidente Jair Bolsonaro. Essas foram algumas das conclusões apresentadas na leitura inicial do relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentado na manhã desta terça-feira (17), em reunião da CPMI do 8 de janeiro. 

 

O relatório final da CPMI apresentado pela senadora Eliziane Gama pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como de uma extensa lista de auxiliares e aliados do governo passado. A lista inclui nomes como o do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-diretor da Polícia Federal Rodoviária (PRF) Silvinei Vasques, os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (GSI), Luis Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

 

A sessão desta terça destina-se à leitura do relatório apresentado pela relatora, assim como dos votos em separado de um grupo de parlamentares de oposição e outro assinado apenas pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Após a leitura dos documentos, deve ser pedida vista, e a discussão e votação dos pareceres acontecerá em reunião nesta quarta (18), já agendada pelo presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA).

 

A senadora Eliziane Gama iniciou a leitura do seu relatório afirmando que no dia 8 de janeiro deste ano, o Brasil viveu o maior ataque à sua democracia, perpetrado por cinco mil vândalos inconformados com o resultado das urnas e dispostos a tudo para impor ao país o seu projeto de poder. Segundo a relatora, o objetivo do trabalho dela na CPMI foi o de entender como se deu a organização da manifestação e consequente depredação das sedes dos três poderes, além de buscar como os insurgentes puderam romper sem muita dificuldade os sistemas de segurança que deveriam proteger o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF. 

 

“As investigações aqui realizadas permitiram que chegássemos a um nome em evidência e a várias conclusões. O nome é Jair Messias Bolsonaro. Como se verá, a democracia brasileira foi atacada, massas foram manipuladas com discursos de ódio, milicianos digitais foram empregados para disseminar o medo, desqualificar adversários e promover ataques ao sistema eleitora. Forças de segurança forma cooptadas, tentou-se corromper, obstruir e anular as eleições, um golpe de estado foi ensaiado, e por fim foram estimulados atos e movimentos desesperados de tomada de poder. O 8 de janeiro foi obra do que chamamos de bolsonarismo”, disse a senadora.

 

Eliziane Gama afirmou que, diferente do que tentaram argumentar os parlamentares bolsonaristas, os atos do dia 8 de janeiro não teriam sido um movimento espontâneo ou desorganizado. “Foi uma mobilização idealizada, planejada e preparada com antecedência. Os executores foram insuflados e arregimentados por instigadores que definiram de forma coordenada datas, percurso e estratégia de enfrentamento e ocupação dos espaços”, afirmou. 

 

“Caravanas foram organizadas de forma estruturada e articulada. Extremistas radicais tiveram suas passagens pagas e estada em Brasília subsidiada. Houve método na invasão. Os edifícios-sede dos três poderes foram tomados quase simultaneamente a intervalos muito curtos de tempo. Quando os insurgentes subiram a rama do planalto, manifestantes ainda não tinham tomado o salão verde. Quando os vândalos entraram no Supremo, a destruição mal havia começado nos outros prédios”, completou a senadora. 

 

Em outro ponto da leitura do seu relatório, a senadora Eliziane Gama afirma que autoridades que poderiam evitar a depredação protegeram intencionalmente os manifestantes, assim como omitiram-se, segundo ela, de forma deliberada e premeditada, “ou atuaram comissivamente para a consumação das invasões e também depredações”. 

 

Para Eliziane Gama, o 8 de janeiro também não foi um movimento ordeiro e pacífico que degenerou em violência. “Com o tom virulento das convocações, a proibição da participação de crianças e idosos, os planos de sabotagem da infraestrutura e as técnicas utilizadas e o material encontrado com os manifestantes provam que a depredação não foi um acidente de percurso, mas o próprio objeto da mobilização. A proposta não era apenas ocupar, mas depredar”, concluiu.

Presidente da CPMI cancela sessão para ouvir policial militar que foi jogada da cúpula do Congresso
Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

O presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), cancelou a reunião do colegiado que seria realizada na manhã desta quinta-feira (10), para ouvir o depoimento da cabo da Polícia Militar do Distrito Federal, Marcela Pinno. Segundo Maia, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) teve que se deslocar com urgência ao seu Estado, por conta do falecimento de uma pessoa próxima. 

 

"Em função do falecimento de uma pessoa muito ligada à senadora Eliziane Gama e da necessidade de seu deslocamento imediato ao Maranhão, e considerando que não há sentido em fazer uma oitiva sem a presença da relatora, decidimos cancelar a reunião da CPMI desta quinta. Meus sinceros sentimentos à Eliziane", disse Arthur Maia.

 

A CPMI iria inicialmente ouvir o depoimento do hacker da "Vaza Jato", Walter Delgatti, que foi preso recentemente em operação da Polícia Federal ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes. Por conta de problemas logísticos devido ao fato de Delgatti estar preso em Araraquara (SP), Maia cancelou a sua oitiva e marcou a da cabo Marcela, que, nos eventos do dia 8 de janeiro, chegou a ser jogada de uma altura de três metros da cúpula do Congresso Nacional. 

 

Com a viagem em caráter emergencial da relatora da CPMI, o presidente decidiu cancelar o depoimento da policial do DF e marcar para a próxima terça (15) a oitiva do fotógrafo da Reuters Adriano Machado. Já na quinta (17) será a vez do hacker Walter Delgatti depor na comissão, segundo confirmou o deputado Arthur Maia.

Eliziane Gama disse que ex-diretor da PRF mentiu em seu depoimento na CPMI do 8 de janeiro
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI do 8 de janeiro, disse acreditar que o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, faltou com a verdade em alguns momentos de seu depoimento. A senadora falou com a imprensa ao final da primeira parte da oitiva de Vasques. 

 

Segundo Eliziane, o depoente não teria respondido a uma pergunta que ela fez sobre o exagerado número de multas aplicadas pela PRF nos dias que antecederam o segundo turno das eleições. 

 

“Perguntei ao depoente o motivo de tantas multas nos dias que antecederam o segundo turno das eleições. Em um único dia, a PRF aplicou 1.000 multas, principalmente para ônibus que trafegavam na região Nordeste. Não houve resposta do depoente”, disse Eliziane. 

 

A relatora da CPMI disse também desconfiar de que o ex-diretor da PRF mentiu quando não soube responder sobre uma reunião que teria acontecido no dia 19 de outubro, para planejamento da operação de fiscalização nas estradas durante o domingo em que ocorreu o segundo turno das eleições. Durante essa reunião foi discutida uma ordem de serviço para uma grande operação da PRF, na qual constavam apenas cidades da região Nordeste para sofrerem fiscalização. 

 

"Ele não tinha conhecimento de uma ordem de serviço que foi apresentada em uma reunião que ele chamou, no dia 19 de outubro, totalmente reservada, com aplicação de equipamentos que impediam a divulgação dessas informações ou comunicação interna de quem quer que fosse dentro daquela sala. Eu pessoalmente acho que há, de forma muito clara, uma mentira da parte dele. O documento que eu tenho não tem a assinatura dele, mas de todos os demais integrantes que estão sob a tutela dele. Em tese, ele teria uma responsabilidade compartilhada até mesmo pela posição que ele tinha na Polícia Rodoviária Federal" disse a senadora Eliziane Gama.

Eliziane Gama assume relatoria da CPMI e diz que militantes tentaram e não conseguiram um golpe no País
Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

Ao assumir o posto de relatora da CPI Mista que irá investigar os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) causou protestos entre os parlamentares de oposição, ao afirmar que houve uma tentativa de golpe no país, e que militantes radicais não conseguiram concretizar seu plano. A senadora, que foi indicada para a relatoria pelo presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), enfatizou também a importância da participação das mulheres nas investigações da CPMI.

 

"Houve uma tentativa de golpe, mas não conseguiram esse golpe. Um fato é claro: todos aqui somos contra aquilo que aconteceu, independentemente de ser base ou oposição. Queremos garantir, no Brasil, a democracia cada vez mais forte e firme”, disse Eliziane. “Nessa pluralidade que temos aqui, com ampla participação das mulheres, fazemos assegurar a democracia. Vamos garantir as prerrogativas de todos, e respeitar as minorias”, completou. 

 

LEIA TAMBÉM:

 

A relatora Eliziane Gama disse que na próxima semana apresentará o seu plano de trabalho, que, segundo ela, vai ser elaborado a partir de amplo entendimento com os integrantes da comissão. “Será uma proposta de trabalho que vai representar a maioria do colegiado, ouvindo as minorias”, afirmou. 

 

A próxima reunião da CPMI do 8 de janeiro deve ser realizada na próxima quinta-feira (1º), já com a apresentação do plano de trabalho de trabalho da relatora e a possível votação dos primeiros requerimentos.

Arthur Maia vai presidir a CPMI dos atos de 8 de janeiro, e Eliziane Gama será a relatora
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O senador Otto Alencar (PSD-BA) instalou, na manhã desta quinta-feira (25), os trabalhos da comissão parlamentar mista de inquérito que vai investigar os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro em Brasília. Por ser o mais idoso dos membros indicados para a comissão, Otto assumiu a presidência e comunicou o acordo entre lideranças de governo e oposição para a composição dos cargos da Mesa Diretora do colegiado.

 

Segundo o acordo anunciado na CPMI, o deputado federal Arthur Maia (União-BA) será o presidente da CPMI do 8 de janeiro. O senador Cid Gomes (PDT-CE) será o primeiro vice-presidente, e Magno Malta (PL-ES) será o segundo vice. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) foi escolhida como relatora da comissão parlamentar de inquérito mista. 

 

Antes mesmo da eleição da chapa única, parlamentares de oposição contestaram o nome da senadora Eliziane Gama para ser a relatora da comissão. Para os oposicionistas, a senadora seria ligada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Justiça, Flávio Dino, e portanto, não seria imparcial para analisar os acontecimentos do dia 8 de janeiro em Brasília. A contestação do nome da senadora deu início às primeiras discussões acaloradas entre governistas e oposicionistas.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Descobri que a Ceasa tem dono e que ninguém toma. Mas algo que ainda me surpreende é pesquisa. Imagina perder tanta noite de sono pra não crescer nem mais do que a margem de erro? Mas nem por isso o Ferragamo tem o que comemorar. O que perdeu de cabelo, ganhou de pança. Mas na política tudo que vai, volta. Que o digam os nem-nem de Serrinha: nem amigos, nem inimigos. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Luciano Simões

Luciano Simões
Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".

 

Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis. 

Podcast

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira

Projeto Prisma entrevista deputado estadual Luciano Simões Filho nesta segunda-feira
O deputado estadual Luciano Simões Filho (União) é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

Mais Lidas